Volume 5

Capítulo 6: O Momento da Despedida e a Memória de uma Cuidadora

“—Estou de volta.”

   Kaguya-san me levou até o apartamento em uma limusine, priorizando minha segurança. Ou melhor, insistiu nisso, não me deixando escolha. Mesmo agora, a superproteção de Kanon-san não havia diminuído.

“Bem-vindo de volta. Você está bem?” — Charlotte-san estava parada na entrada, com o rosto marcado pela preocupação, como se estivesse esperando meu retorno. Vê-la me inundou com uma onda de alívio.

“Sim, meu pedido foi atendido com segurança, e as coisas estão parecendo ainda melhores do que o planejado. Mais importante, como está Emma-chan?” — Perguntei, notando a ausência de Emma-chan. Normalmente, ela viria correndo para me ver.

“A Emma estava de mau humor e adormeceu. Ontem e hoje foram... bem, assim...” — A voz de Charlotte-san se perdeu.

“Ah, eu realmente estraguei tudo, né…?” — Emma-chan sempre ansiava pelas brincadeiras de fim de semana, mas com as tarefas me mantendo ocupado ontem e hoje, ela deve ter ficado de mau humor com os momentos perdidos.

“Não tem jeito.” — Disse Charlotte-san gentilmente. — “Na verdade, é uma boa lição para a Emma.”

“Obrigado. Vou terminar isso o mais rápido possível.” — Dei um sorriso tranquilizador, mas em vez de acalmá-la, a expressão de Charlotte-san se escureceu.

“Charlotte-san?”— Inclinei a cabeça, confuso.

“Akihito-kun, você parece tão... revigorado.” — Murmurou ela, com a voz carregada de desconforto.

“Hã?”

“No fim das contas, não te ajudei em nada...” — Suas palavras me atingiram como uma confissão silenciosa. Eu estava seguindo em frente, me apoiando nos outros, enquanto Charlotte-san permanecia à margem. Ela devia se sentir excluída, me vendo resolver problemas com todo mundo, menos com ela. Percebi que sentiria o mesmo se ela dependesse de outra pessoa em vez de mim. Eu tinha sido um tolo.

“Está tudo bem.” — Eu disse suavemente. — “Só de ter você ao meu lado já basta, Charlotte-san.” — Falei com sinceridade, na esperança de aliviar seu fardo.

   Mas essa foi a decisão errada.

“Você nem me deixa ficar ao seu lado...?” — Sua voz tremia de mágoa.

   Ela estava certa. Eu disse que a presença dela bastava, mas a mantive à distância. Não é de se admirar que ela se sentisse ansiosa ou insatisfeita. Kanon-san provavelmente me alertou sobre isso.

“Desculpe, você tem razão... Eu não queria que você se preocupasse, só isso.”

“Não me contar nada ou ser rejeitada me deixa muito mais ansiosa...” — As palavras de Charlotte-san me feriram profundamente. Se eu tentasse me justificar, dizendo que só a consultei quando achei necessário, eu só cavaria um buraco ainda mais fundo. A culpa era do meu ego. Se ela estava infeliz, eu deveria ter conversado com ela direito.

“Você tem razão. Desculpa.” — Aproximei-me, puxando-a para um abraço gentil e acariciando sua cabeça. — “Vamos sentar e conversar?”

“Sim...” — Sua voz suavizou e eu a levei para a sala de estar. Normalmente, eu me sentaria primeiro e a deixaria se acomodar no meu colo, mas desta vez, a peguei no colo como uma princesa, sentei-me e a coloquei no meu colo em um movimento fluido.

[Almeranto: Akihito atacante. Gostei.]

“Oh, Akihito-kun...” — Suas bochechas coraram.

“Só desta vez, certo?” — Provoquei, vendo-a corar de alegria. Esperançosamente, isso aliviaria um pouco suas frustrações. — “Desculpe por sempre te deixar triste, mesmo sendo seu namorado.” — Abracei-a gentilmente, com os meus dedos roçando seus cabelos.

   Charlotte-san balançou a cabeça, sua bochecha pressionada contra meu peito. “Só estou sendo egoísta...” — Ela murmurou, aconchegando-se habilmente.

“Tudo bem ser egoísta.” — Eu disse calorosamente. — “Você é minha namorada. Me sentiria melhor se você me contasse tudo honestamente.” — Eu faria qualquer coisa que ela pedisse, mas sem suas palavras, eu nem sempre conseguiria conhecer seu coração. — “Eu prefiro que você seja egoísta comigo.”

“Eu posso acabar sendo egoísta o tempo todo...?” — Ela arriscou, me testando.

“Tudo bem. Eu até diria que quero que você seja o mais egoísta possível.”

“Mesmo se eu dissesse: ‘Não fale com outras garotas’...?” — Seus olhos se fixaram nos meus, meio sérios, meio brincalhões. A ideia de uma amante possessiva exigindo que eu cortasse todo contato com outras garotas não era nova, mas seu pedido parecia singularmente ousado.

   Encontrei seu olhar firmemente. — “Se é isso que você realmente quer, Charlotte-san, tentarei manter isso no mínimo, okay?” — Evitar completamente era impossível, mas eu poderia limitar as interações pelo bem dela. Seria uma pena para Karin, mas se Charlotte-san estivesse sofrendo, eu faria dar certo.

“Eu estava brincando.” — Disse ela, com um sorriso sem graça se abrindo. — “Não achei que você realmente consideraria isso.” — Sua gentileza não a deixaria exigir algo tão extremo, embora seu ciúme fosse real. — “Contanto que você me mime, não me importo se você se der bem com outras garotas.” — Ela esfregou a bochecha no meu peito, satisfeita.

   Então ela ainda não gostava que eu fosse próximo de outras, mas sua aceitação significava que eu também não me afastaria desses laços. Se eu me afastasse, ela pensaria demais. Sua leve possessividade era, à sua maneira, cativante.

“Eu adoro te mimar, Charlotte-san.” — Sussurrei em seu ouvido. — “Você fica adorável quando se agarra a mim.”

“...!” — Ela soltou um guincho sem palavras, contorcendo-se enquanto seu rosto corava. Cobrindo as bochechas com as duas mãos, ela balançou a cabeça, impressionada. Minha namorada tímida era muito fofa.

“Akihito-kun, você tem um lado maldoso, me provocando de propósito...” — Ela bufou, com as bochechas inchadas, ainda corada.

“É o que eu realmente penso.” — Eu disse sinceramente.

“Isso só torna tudo mais constrangedor...” — Ela enterrou o rosto no meu peito, incapaz de aguentar mais.

“Você é a mais importante para mim, Charlotte-san, e eu acho você a mais bela. Isso nunca vai mudar.”

“Viu, você definitivamente está tentando me envergonhar...!” — Ela me cutucou de brincadeira em protesto, e eu sorri. Brincar daquele jeito era pura alegria.

“Então, quem é mais fofa, a Emma ou eu?” — Ela perguntou de repente, com um brilho travesso nos olhos, provavelmente querendo me confundir.

“Fofura significa coisas diferentes aqui.” — Respondi suavemente. — “A Emma-chan é fofa como uma criança pequena ou uma irmã mais nova, enquanto você é fofa como uma parceira romântica, Charlotte-san.”

“...Isso é trapaça.” — Ela fez beicinho, embora seus olhos brilhassem de diversão. Eu havia preparado aquela resposta para o bem de Emma-chan, mas ela veio a ocorrer aqui. Charlotte-san provavelmente se importava com isso também, à sua maneira.

“Vocês duas são incrivelmente importantes para mim.” — Acrescentei.

“Obrigada... Eu também me importo muito com você, Akihito-kun...” — Seu rubor persistiu enquanto ela me olhava com olhos calorosos, depois os fechou, oferecendo seus lábios.

   Mas eu não a beijei. Assim que o fizesse, seu interruptor giraria e perderíamos a chance de conversar. — “Antes disso, há algo que eu gostaria de discutir.”

   Seus ombros caíram em decepção. — “N-Não fique tão triste! É uma conversa rápida, eu prometo!” — Eu disse apressadamente, tentando animá-la. A culpa foi minha por quebrar o clima. — “Se houvesse uma maneira de apagar os rumores ruins sobre mim, mas eu optasse por não fazer nada, o que você pensaria, Charlotte-san?”

   Eu tinha minha resposta, mas queria a perspectiva dela, especialmente porque ela se sentia excluída. Sua expressão mudou para seriedade e ela sorriu suavemente. — “Eu respeitaria sua decisão. Tenho certeza de que você tem seus motivos. Não importa o caminho que escolher, Akihito-kun, eu o seguirei. É uma frase que já disse muitas vezes, mas se houver dificuldades pela frente, vamos superá-las juntos.”

   Sua confiança inabalável aqueceu meu coração. Sua ênfase em “juntos” foi um leve empurrão para confiar mais nela. — “Obrigado. Eu seguirei aquilo em que acredito. E de agora em diante, a consultarei da forma certa.” — Com isso, a surpreendi com um beijo repentino. Ela enrijeceu brevemente, mas logo se derreteu, deixando-se em meus braços.

[Almeranto: Depois disso rolou um sinistro]

 

 

◆◆◆

 

 

   A partir daí, com a ajuda de Akira, Riku, Kousaka-san, Shimizu-san, Miyu-sensei e até mesmo Kanon-san e Kaguya-san, comecei a trabalhar em um vídeo. Karin não era muito boa em filmar, então não a convidei. Como Charlotte-san estava envolvida, mantive-a fora das câmeras, mas pedi seu apoio. Considerei a influência de Nikaidou-san, mas decidi não fazê-lo, pois ainda não éramos próximos.

   Filmar com colegas de escola era simples em sala de aula, mas coordenar com Kanon-san e Riku era mais complicado. A parte mais difícil era a edição — eu não era especialista. Assim que o vídeo ficou pronto, graças à ajuda de Kanon-san, Charlotte-san e eu fomos para a casa do Presidente Himeragi, deixando Emma-chan com a mãe para evitar qualquer confusão. Tudo estava pronto.

“—Trazer sua namorada para me encontrar num sábado? Tenho trabalho, sabia?” — Disparou o Presidente Himeragi, com o cabelo e o bigode penteados para trás, emoldurando um rosto contorcido de irritação. Sua resposta brusca mexeu com algo sombrio em mim.

“Pai, essa atitude não é um pouco exagerada, mesmo em relação ao seu próprio filho?” — Kanon-san, sentada à minha direita, lançou-lhe um olhar penetrante. Sentei-me no centro, com Kanon-san à minha direita, Charlotte-san à minha esquerda e o Presidente Himeragi diretamente do outro lado, ocupando o lugar de honra mais distante da porta.

   Ele bufou, olhando-me com raiva.

“Hah, meu filho? Ainda não o reconheci como um Himeragi, reconheci?”

   A expressão de Charlotte-san vacilou, como se ela quisesse retrucar. Segurei sua mão e balancei a cabeça silenciosamente para acalmá-la. Não podíamos deixar as emoções tomarem conta. Quanto mais reagíamos, mais ele explorava isso, talvez mirando na resposta de Charlotte-san para criar uma divisão entre nós. Não havia necessidade de morder.

   Kanon-san respirou fundo e o encarou.

“Vamos direto ao ponto. O senhor está ciente dos boatos ruins sobre o Akihito que estão se espalhando nas redes sociais, certo, pai?”

“Hmph, não me importo.”

“É isso mesmo que você quer dizer? Você não é a causa de tudo isso?” — Os boatos surgiram de um incidente em um torneio nacional no ensino fundamental, causado pelo homem sentado presunçosamente à nossa frente — o Presidente Himeragi. Ele havia virado a minha vida, a de Akira e a de Kanon-san de cabeça para baixo sem um pingo de remorso.

“Eu só recebi o pagamento por acolhê-lo. Qual é o problema?”

“Pagamento? Isso não é verdade, é? Você não o escolheu desde o início para usá-lo, chegando a destruir o orfanato onde o Akihito morava?”

“Huh...?” — Suas palavras me pegaram de surpresa, e me virei para Kanon-san, atordoado.

“O momento era perfeito demais, então investiguei. Com certeza, meu pai tinha ligações com o dono do orfanato e o pressionou.”

   Por que eu não tinha percebido? As peças tinham caído com muita facilidade para o Presidente Himeragi. Ele não me aceitou pelo meu valor — ele orquestrou tudo, despojando minha casa para me tornar seu peão.

Que homem desprezível...

“E se for verdade, o que você vai fazer? Me processar?” — Ele não se mexeu, mesmo com seus atos expostos.

“Não somos tão estúpidos assim,” respondeu Kanon-san friamente.

“Heh, imaginei. Vocês deveriam simplesmente ficar quietos—”

“—Mas também não vamos deixar isso passar.”

“O quê...?” — Pela primeira vez, a Presidente Himeragi franziu a testa.

“Kanon-san, deixe o resto comigo.” — Eu disse.

“Sim, por favor.” — Ela assentiu, dando um passo para trás.

   Tirei meu celular do bolso e mostrei a tela para o Presidente Himeragi.

“Se você assistir, verá — é um vídeo que fiz com meus amigos.” — Apresentava Riku, que conhecia meu passado; Akira e Kousaka-san, que conheciam tanto o passado quanto o presente; Shimizu-san e Miyu-sensei, que me conheciam agora; e terminava com Kaguya-san, vestida de empregada doméstica, revelando a verdade de três anos atrás, encerrando com imagens do meu suave confinamento. Usamos Kaguya-san em vez de Kanon-san para evitar interpretações equivocadas, enquadrando-o como a denúncia de uma empregada doméstica.

“Isso contém depoimentos sobre meu caráter, além de uma acusação e evidências do que você fez três anos atrás.” — Afirmei categoricamente.

“Hahaha, você é um idiota!?” — Ele caiu na gargalhada. — “Um vídeo de estudante — o que vai acontecer? Você acha que as pessoas vão sentir pena de você? Elas vão rir de você por desafiar uma corporação!”

“É mesmo?” — Abri um site de vídeos no meu celular e mostrei a ele o canal do Riku, com mais de três milhões de inscritos. — “Ele é jogador de futebol, não apenas streamer. Mesmo nesta plataforma, ele tem muitos fãs, além de mais alguns da TV. Os fãs defendem seus favoritos ferozmente e, nesse mundo, muitos acreditam no que dizem, não importa o que os outros pensem. Seus jovens fãs vão espalhar isso nas redes sociais rapidinho — assim como aconteceu com os boatos a meu respeito.”

   Sustentei seu olhar, calmo e inabalável.

 “E mais uma coisa. As pessoas online adoram destruir os bem-sucedidos. Se ouvirem sobre seus escândalos, Presidente Himeragi, vão atacar, especialmente porque você arrastou estudantes para seus esquemas. A sociedade não perdoará isso. Como aquele que manchou a imagem da empresa, você teria que assumir a responsabilidade.”

   Eu conhecia o poder da internet em primeira mão. Com a atenção atual, poderíamos alcançar inúmeras pessoas, ganhando simpatia e aliados além dos fãs do Riku, graças às evidências de Kanon-san e à traição de Kaguya-san ao seu empregador. A base de fãs de Riku se inclinava para o lado neutro, já que as pessoas frequentemente seguiam a multidão. Sem ele, seríamos apenas motivo de pena, como o presidente alegou. Mas com essas vantagens, o vídeo poderia comprometer sua posição.

“Então, você está me ameaçando?” — Seus olhos se estreitaram.

“Não, é uma negociação.”

“Negociação, hein? Mesmo que eu concorde, você vai divulgar o vídeo assim que conseguir o que quer, certo? É a sua única maneira de limpar seu nome. Então, por que se dar ao trabalho de ouvir? ...A propósito, você não percebe? O que você está prestes a fazer vai machucar a Kanon também.” — Ele sorriu, sondando uma fraqueza. — “Você trairia alguém que te sustenta com a mesada desde que vocês eram crianças. Você consegue fazer isso?”

   Ele vasculhou meu passado, apostando que eu vacilaria por Kanon-san. O antigo eu talvez tivesse. Sua rejeição anterior poderia ter sido um blefe.

“Felizmente, a Kanon-san e eu viemos aqui resolvidos. Se essa negociação der certo, ignorarei os rumores. Mas se falhar, divulgarei o vídeo sem hesitar, mesmo que isso venha a incomodar a Kanon-san. Minha prioridade é meu futuro com a Charlotte-san. Não vou me conter por causa de rumores.” — Eu tinha lutado para não trair a bondade de Kanon-san, mas escolhi proteger meu futuro com Charlotte-san. Com o apoio dela, eu não tinha espaço para dúvidas. Se os rumores persistissem, eu os aceitaria pelo bem de Charlotte-san. Meus colegas de escola estavam do meu lado e eu havia discutido sem problemas com Kanon-san. Juntos, enfrentaríamos qualquer coisa.

“Hmm... Certo, vamos ouvir essa negociação.” — Percebendo minha determinação, o Presidente Himeragi recostou-se, pronto para ouvir.

“Tenho dois pedidos. Primeiro, não interfira comigo, com a família Bennett ou com a Kanon-san nunca mais, incluindo o cancelamento de qualquer acordo de noivado feito sem permissão.” — Isso era absoluto. Ele poderia se intrometer com os Bennetts ou forçar a obediência de Kanon-san como sua filha, então precisávamos de sua promessa. Foi por isso que consultei Kanon-san sobre usar o vídeo como alavanca em vez de divulgá-lo. O noivado de Kanon-san estava decidido, mas ela não gostava deles e não tinha intenção de se casar. Tínhamos que acabar com isso ali.

“Segundo, não toque na Kaguya-san.” A ajuda dela era óbvia, e como ela priorizava Kanon-san, ele poderia atacá-la por despeito. Tínhamos que protegê-la também.

“Se você concordar, não divulgaremos o vídeo.”

“Entendo...” — Ele ficou em silêncio, ponderando suas opções. Nossas reivindicações eram direitos básicos, não um golpe duro. Ele poderia concordar…

“Fui subestimado, não fui?” — Claro, não seria fácil. — “Você se esqueceu de que eu farei qualquer coisa pelos meus objetivos. Você deveria ter negociado lá fora. Achou que sairia ileso desta mansão?” — Incapaz de nos acalmar, ele bateu palmas duas vezes, sinalizando para alguém. Preparei-me para a chegada dos mordomos...

“—Você não se esqueceu de quem aquela garota é filha?” Uma bela mulher com cabelos prateados brilhantes e um sorriso encantador entrou, seus movimentos eram elegantes. Sua voz clara e suave era inconfundível.

“Onee-san...?” — Era a Onee-san que cuidara de mim quando criança, mais velha, mas ainda jovem.

“Mãe...? Por que você está aqui...?” — As palavras de Charlotte-san me atingiram como uma onda de choque.

   Mãe...? A Onee-san era a mãe de Charlotte-san...? As peças se encaixaram — por que Charlotte-san se parecia com a mulher que eu admirava, por que uma garota refinada morava ao lado do meu apartamento, por que Kanon-san me procurou quando eu era criança. Eles orquestraram tudo.

[Almeranto: Bomba! Bem… não vou mentir que era bem óbvio.]

“Você cresceu tanto, Akihito-kun,” disse a mãe de Charlotte-san calorosamente, sorrindo. Confuso, desviei o olhar. Charlotte-san olhou de um para o outro, atordoada.

“Uh, já faz um tempo...”

“Faz mesmo. Temos muita coisa para colocar em dia, e eu te devo explicações... Mas primeiro, tem algo que preciso dizer.” — Ela parou na minha frente, colocando a mão na minha bochecha. — “Eu vim para cumprir minha promessa. Mas que levou quase dez anos no entanto.”

   Seu sorriso radiante me aqueceu, mas eu estava tímido demais para encará-la. — “Achei que você tivesse esquecido...”

“De jeito nenhum eu esqueceria. É uma promessa preciosa que fiz com você.” — Meu peito apertou, mas eu me segurei firme. Ainda não tínhamos terminado.

“Agora, há uma montanha para conversar, mas temos algo a resolver primeiro.” — Ela se virou para o Presidente Himeragi, cuja presunção havia desaparecido, substituída pelo pânico. Quem era ela?

“Presidente Himeragi, o senhor não ousaria machucar minha preciosa filha, ousaria?”

“D-De jeito nenhum, claro que não! Eu estava prestes a repreender minha filha e meu filho por dizerem coisas ultrajantes!” — Sua humilhação era patética, chegando a me chamar de filho para ganhar favores.

“Não pareceu. Ah, e eu tenho algo para o senhor ver.” — Ela imitou meu gesto anterior, mostrando o celular a ele. Uma voz rouca de homem e a dela soaram — provavelmente o homem com quem Himeragi lidou três anos atrás, revelando cada detalhe. — “Deu trabalho, mas assim que ele baixou a guarda, me contou tudo alegremente, sem perceber que eu estava gravando. Com o vídeo do Akihito-kun, isso vai arruinar sua reputação junto com a dele.”

   Ela o pressionou impiedosamente, ríspida e competente.

“Nem meu pai pode desafiar a mãe da Charlotte-san,” — sussurrou Kanon-san. — “Ela é uma cliente importante, e estamos em uma posição mais fraca.” — Não era de se admirar que ele estivesse abalado. Se o conglomerado Himeragi estava abaixo dela, a mãe da Charlotte-san era uma titã, tornando-a uma ojou-sama extraordinária.

   Olhei para Charlotte-san. Ela pareceu confusa, mas apertou minha mão com mais força, ansiosa. Deixei que ela me segurasse, acalmando-a.

“O que vai ser? Lutar contra nós ou aceitar os termos do Akihito-kun?” — A mãe da Charlotte-san sorriu, aguardando sua escolha. Ela era um demônio do nosso lado, e eu a observava em silêncio.

“...Tudo bem, eu aceito os termos.” — Cedeu o Presidente Himeragi, vendo as probabilidades contra ele.

“—Claro, você vai se desculpar sinceramente com o Akihito, certo?” — O golpe final de Kanon-san o forçou a se curvar em humilhação — um segredinho que guardaríamos.

 

Traduzido por Moonlight Valley

Link para o servidor no Discord

Entre no nosso servidor para receber as novidades da obra o quanto antes e para poder interagir com nossa comunidade.

Apoie a Novel Mania

Chega de anúncios irritantes, agora a Novel Mania será mantida exclusivamente pelos leitores, ou seja, sem anúncios ou assinaturas pagas. Para continuarmos online e sem interrupções, precisamos do seu apoio! Sua contribuição nos ajuda a manter a qualidade e incentivar a equipe a continuar trazendos mais conteúdos.

Novas traduções

Novels originais

Experiência sem anúncios

Doar agora