Volume II – Arco III
Capítulo 40: O Labirinto
Em um reino distante, a leste do Mar de Poleth’ea, vivia uma princesa chamada Atalanta.
Dotada de uma personalidade doce e amável, teve sua mão oferecida a muitos pretendentes. Porém, quem a conhecesse de perto perceberia que ela não se comportava da maneira esperada de uma donzela.
Ela não gostava de chitons e sequer trajava as túnicas cerimoniais durante eventos importantes. Desde criança, Atalanta preferia fazer o que era atribuído aos garotos a brincar e costurar como as outras garotas.
Durante as atividades recreativas do centro comunitário, ela brincava de ser o príncipe, o valente herói que resgatava a princesa, simplesmente porque achava que ser a princesa era um saco.
Desde então, Atalanta se tornou forte, atlética e corajosa. Os mais velhos diziam que, caso ela tivesse nascido homem, seria um dos maiores heróis que o mundo já viu. E, bem, ouvir isso a deixava um tanto confusa e curiosa.
Por muito tempo, ela escondeu de sua família o fato de que, desde que se entendia por gente, não se via como uma garota.
No entanto, as pessoas ao seu redor ainda a consideravam uma garota. E não só isso, mas uma princesa! Quando crescesse, teria de cumprir as tarefas de uma mulher. O valente herói que ela almejava ser era um... sonho distante.
Esse papel foi reservado ao seu irmão gêmeo, o nobre e elegante Pirithous de Salacia. Um rapaz com cabelos ruivos como os seus e olhos da cor de um zircão azul. O campeão pelo qual a família real esperou por tantos anos.
Da janela, ela o observava.
Pirithous foi ensinado a ser maduro desde pequenino. Ele era um líder com um coração cheio de altruísmo e um inigualável gladiador. Parecia ter saído de um conto de fadas, os mesmos que contava para a irmã antes de irem dormir.
— E então, ele desceu ao mundo dos mortos na tentativa de salvar sua amada e trazê-la de volta à vida! — Sobre a cama, ele abriu bem os braços, como se narrasse um grande espetáculo.
— Waaah! E depois? E depois, meu irmão?!
— Amanhã eu continuo. Tô morrendo de sono, Lanta. — Deu um bocejo.
— M-Mas você prometeu que contaria tudo hoje! Meu irmão é mau! Mau, muito mau!
Atalanta e Pirithous não eram apenas irmãos, mas melhores amigos. Eles eram inseparáveis. Travessos, até. Viviam pregando peças nos pais e nos empregados para passarem mais tempo juntos, nem que fosse só mais algumas horas.
Um dia, durante um treinamento intensivo, Pirithous caiu de uma ponte e quebrou sua perna.
Levaria meses até se recuperar e poder andar novamente, mas ele não aceitava parar de jeito nenhum. Para ele, era insuportável a ideia de descansar enquanto as expectativas de seu povo e do mundo pesavam sobre suas costas.
Mesmo tendo falhado uma única vez, ele sentia medo de fracassar. De ser uma decepção. Uma solidão persistente o assolava. Não obstante, a pressão se tornava mais difícil de suportar a cada dia.
Ele havia recém-feito treze sóis. Até que fosse enviado à Torre dos Filósofos, restavam ainda alguns anos.
— Eu queria ser como você, irmão — disse a princesa, à beira da janela de onde costumavam assistir à curta aparição da Lua no céu.
— Como eu?
— Sim! Um herói.
— Por quê? Nada de bom vem em ser um herói.
Nada? ... Como assim, nada?
— Mas eles são brilhantes, e todas as pessoas os amam. Eles salvarão o nosso mundo da praga e da fome!
— Para isso, os heróis estão fadados a lutar entre si. Não há paz que possa ser forjada. Foi o que aprendi. Sem sacrifícios, somente um milagre poderia salvar a todos.
— Você fará esse milagre! Você é Pirithous. Eu sei que fará.
— Você é pura e inocente, Lanta. — Ele revirou o rosto, entristecido. — Eu não vou conseguir. Eu sei que não vou. Há muitos outros melhores e mais fortes do que eu. Eventualmente, eu vou acabar-...
— Sendo assim, eu vou te ajudar! Te darei a força que precisa!
— Como?
— Eu serei um herói.
— ... Eu ouvi dizer que algumas cidades aceitam mulheres como heróis, mas elas passam por provações difíceis antes de serem admitidas oficialmente. Só que aqui em Salacia não é assim. É obrigatório que um herói seja um homem.
— Não é isso que quero dizer! Eu, eu... eu não sou uma mulher! Eu quero ser um herói, um homem herói...!
Ele a fitou com os olhos arregalados. A jovem pensou que seu irmão a criticaria, mas ele riu.
— Então quer dizer que eu não tenho uma irmã, mas um irmão gêmeo? É isso? — ele perguntou.
Essa foi a primeira vez em que se sentiu validada como a pessoa que gostaria de ser, o que encheu seu coração de alegria.
E assim começou a história de um herói que já foi uma princesa. Ele não fazia ideia do quão árdua era a jornada até conquistar seu novo nome, seu novo "eu". Logo descobriria que, a fim de efetivamente mudar, ele precisava abandonar o que o preenchia para renascer como novo.
"A Serpente Marinha", ilustração do livro Historia de
Gentibus Septentrionalibus, por Olaus Magnus.
✤ Fugiens VII, “MATERIAE THESEUS” ✤
O homem ideal é viril. Ele é forte, esbelto, de alta estatura e luta com a garra e a destreza de um leão. Ele é um receptáculo vazio que incorpora Andros, o princípio masculino do universo e contraparte de Gynous, o princípio feminino.
Certos comportamentos devem ser valorizados para uma melhor performance da masculinidade: marcha firme e ereta, voz grave, clara e audível. Ele é severo, mas nunca perde o dever moral. A qualidade de sua virtude é testada todos os dias.
Além disso, ele deve valorizar a tradição comum em honra a Hermes Trismegistus e seu filho. Deve crer na autoridade suprema da Correnteza Eterna e seguir os princípios de fé propostos pelo Ministério das Profecias.
Cada detalhe da postura de um mercuria era levado em consideração. Descumpri-los significava reclusão ou punição física. Se o número de violações comportamentais passasse de seis, o concorrente era reprovado do projeto e devolvido.
Sua família estaria sujeita a taxas exorbitantes, e uma nova tentativa só seria permitida no ano seguinte. Estas eram algumas das regras.
Sob a permissão da minha família, ingressei neste reformatório militar financiado pela igreja, onde passei cerca de quatro anos separado de meu irmão, visando me tornar um verdadeiro soldado. Um verdadeiro homem.
Existiam outros como eu, mas, por se tratar de um concurso probatório, apenas um de nós seria agraciado com um novo nome. Fomos avisados a respeito disso inúmeras vezes, desde o início do projeto, para que não tivéssemos dúvidas.
Da primeira vez que cometi uma violação comportamental, levei uma bronca horrível. Achei que seria o meu fim. Como uma infanta, eu não era feminino o suficiente. Mas, como um homem, também não era masculino o suficiente.
Eu era baixo, e ainda não tinha músculos aparentes. Além disso, andar por aí saltitando e falar de um jeito "fofo" eram trejeitos, algo que só meninas faziam. Por mais que eu tentasse engrossar a minha voz, não dava certo.
A tradição e os bons costumes de Salacia também não me importavam tanto. Havia coisas na nossa cultura que eu achava muito mais interessantes do que acreditar em deus ou na história de Arcadia e Agartha terem sido um só mundo no passado.
Para mim, isso não passava de um mito, e mitos não são necessariamente a verdade. Eles podem ter um sentido metafórico e simbolizar algo diferente. Nem tudo deve ser entendido de forma literal. Foi isso que meu irmão me ensinou.
Mais do que lutar e seguir regras, eu amava essas fantasias e filosofias, e por querer eternizá-las nas minhas memórias, recontava tudo o que lembrava aos meus novos amigos.
— Existe um monstro marinho que vive no fundo do oceano. É o Leviatã! Ele é grande, poderoso e protege Salacia dos males externos! — Eu gesticulava, sentado sobre o colchão do beliche. — Dizem que é por causa dele que nossa região não sofre tanto com o Declínio. O bater de sua cauda afasta o miasma da destruição que corre com os ventos marítimos!
— Hã?! Mas o Leviatã não tem cauda nenhuma! Ele é um homem que vive debaixo d'água! — rebateu um deles.
— Eu acho que não — disse outro.
— Pra mim, contaram que ele era uma serpente que engolia a si mesma.
— Serpente? Não era um dragão que engolia a si mesmo?
Como eu não conseguia lembrar de tudo com exatidão, algumas coisas saíam levemente diferentes, mas os relatos dos outros apresentavam disparidades gritantes. Era como se todos nós tivéssemos vivido em universos distintos.
Salacia tinha uma cultura oral, então não devia haver registros de uma versão original dessas histórias. Nem um príncipe, nem um herói original. Nenhum de nós sabia onde esses conceitos surgiram, ou como se tornaram o que são hoje.
Eu corria atrás de referências, coisas nas quais eu pudesse me espelhar, a fim de mudar a mim mesmo. Inspirações melhores do que histórias fantásticas como a de Orpheus e Eurydice. Foi quando me deparei com a alquimia proibida.
Até o mais básico dos metais poderia ser transformado em ouro pela práxis alquímica. Talvez, com ela, eu pudesse me transformar no homem ideal, em corpo e alma, sem ter que me submeter à realidade do reformatório.
Praticar alquimia não era possível sem a chama sagrada, e o aproveitamento de fórmulas alquímicas já instaladas em nossos corpos, como o protótipo das Asas de Simurgh, era estritamente proibido pelas leis do estado.
Os dispositivos vendidos nos mercados ilegais eram módulos mais simplórios, para suporte cotidiano, e eram caríssimos. Sem falar que, se eu ousasse aparecer por aquelas bandas, as notícias correriam como o tiro de uma flecha.
Sem outra escolha, forcei-me a uma conduta exemplar, cumprindo com o que se esperava de mim. Aprendi a lutar. Graças a isso, me foi oferecido o tratamento de reafirmação. Era uma recompensa dada a poucos mercurias do projeto.
Em alguns meses, meu reflexo no espelho já era totalmente diferente.
Minha voz engrossou. Meu odor corporal ficou mais forte. A textura da minha pele e dos meus cabelos também mudou. Comecei a ganhar mais massa muscular. Mais tarde, foi feito em mim um procedimento para a remoção das mamas.
Eu pedi que tatuassem louros dourados sobre as minhas cicatrizes, e assim fizeram. Era o limite do que poderiam me oferecer, e eu estava bem satisfeito com isso. Ninguém, nem mesmo eu, tinha como dizer que eu não era um homem.
De resto, eu deveria seguir em frente e suportar a pressão até minha graduação como MER2340333, ou nº 40. Rumo ao meu nome destinado.
ᛜᛜᛜ
Em uma câmara subterrânea, os participantes entraram em forma.
Diante de nós, ergueu-se, de um fosso, um gigantesco cubo de pedra. Sua entrada era guardada por portões que se abriam vagarosamente, revelando a última provação. Um vapor quente saiu de dentro, com um cheiro velho e úmido.
O primeiro a chegar ao fim do labirinto seria o vencedor e se graduaria do reformatório. Era o único requisito. Quaisquer métodos, até mesmo matar, eram permitidos. Recebemos armas e ferramentas que muitos de nós sequer conhecíamos.
Após aqueles quatro fatídicos anos, eu não tinha como não perceber o verdadeiro propósito daquele programa. Ele existia para que as famílias varressem seus mercurias para um lugar isolado da sociedade, onde ninguém pudesse vê-los.
Não importava se vivessem ou morressem. No fim, eles se livrariam de pessoas que não aderiam às normas sociais, ou seja, os "problemas", até restarem os que melhor se adaptassem, ou que obedecessem, como possíveis heróis.
Era uma fábrica de servos.
Naquela hora, tudo o que pensei foi que... havia uma chance de eu nunca mais ver meu irmão. Se eu entrasse lá, eu podia morrer, e ninguém iria ligar para isso. Nem mesmo o meu pai. Ele era o rei. Ele sabia de tudo, não sabia?
Minhas memórias estavam confusas. Eu perdi a noção do tempo, da época em que eu estava, e se a pessoa que eu era, naquele dia, era a mesma do presente. Depois, ouvi um zumbido. Era uma voz grave, que ecoava dentro da minha cabeça, tirando-me do transe.
— O Messias é algo que confiarei apenas a meu irmão — Kosmo respondia às ameaças de Circe. — Só ele é apto para suportar esse destino.
— Até quando você vai continuar nessa?
Ele fechou a cara.
— Eu entendi o motivo de ele ter vencido todos os outros, exceto os dióscuros. Ele é o Padomektah do seu Koshmayah — ela afirmou. — O Anfiteatro decide arbitrariamente o vencedor. Isto é, aquele que melhor corresponde ao Kush’padme. O vazio e o preenchido. Foi por isso que, ao enfrentar Castor e Pollux de Carmenta sozinho, ele foi destinado a ser derrotado.
— ...
— Você entrou em pânico, até se jogou no meio da arena, na sua tentativa suicida ridícula, pois sabia que ele ia perder.
— Já basta, Circe.
— Já eu, sou sozinha. Não tenho um vazio para ser preenchido por uma contraparte, logo eu não o vencerei, tampouco abrirei os portões do Jardim de Rosas da sabedoria. Sendo assim, ele vencerá a reavaliação, participemos ou não. Não precisa bloquear nossa passagem. Por que toda essa preocupação?
Kosmo se manteve mudo.
— Eu sei o porquê. É porque você é um mentiroso. O conteúdo do pergaminho fugiu do seu controle, mas isso é pouco comparado a tudo o que esconde de nós, fingindo ser pelo nosso bem. O “único desejo” de vocês, irmãos de Vertumnus, é outro além da salvação do nosso mundo.
Elegantemente, ela alteou o punhal, cuja lâmina se alongou para formar uma espada. Então, com um semblante traído, apontou para o outro.
— Como ousa, Kosmo?
Eles não recuariam, nem se eu implorasse de joelhos ou chorasse. A minha voz não era nada contra a determinação deles de lutar e derrubar o obstáculo, como heróis, e Teru não estava mais aqui para me ajudar a apartá-los.
Assim como naquela vez.
Pirithous tinha razão. Não importa quantos amigos fizéssemos no caminho, fomos condenados a guerrear por um poder além da nossa compreensão. Esses laços se quebrariam, e nós nos sujaríamos com o sangue uns dos outros.
Trêmulo, chequei a lâmina da minha espada. Durou um piscar de olhos, mas tive a impressão de ela estar coberta de arranhões e manchas vermelhas. As minhas cicatrizes doíam o mesmo tanto de quando as fizeram em mim.
A adrenalina acelerava minha pulsação. Uma voz inaudível me chamava.
Fui bem familiarizado com labirintos. Existem dois tipos deles: os dos quais podemos sair e aqueles que só têm o ponto de partida. Quando os adentramos, não temos como saber que há uma saída até que cheguemos lá e comprovemos isso.
Sem perceber, podemos ter sido mandados em uma busca vã. Mesmo assim, percorremos o labirinto, de novo e de novo, acreditando que a luz no fim do túnel aparecerá, e que receberemos um prêmio pelos nossos sacrifícios.
Uma hora, acabamos nos conformando de que não há uma saída, e que o caminho de volta se fechou. Fomos mandados para apodrecer e morrer dentro do labirinto. Mesmo gritando, arranhando as portas, não podemos sair.
Mas o homem absoluto não desiste. Ele alcança seu objetivo e não falha. Ele reúne em si o poder de seus súditos e se torna invencível, como o legítimo Leviatã. Irrompendo o conflito advindo das fraquezas do coração, ele impõe a paz.
Se há alguém capaz de criar um milagre e salvar a todos da maldição do ouro, é essa criatura poderosa e inefável.
Passada uma aterradora escuridão, abri os olhos. Por algum motivo, o sistema de contenção de incêndio foi ativado, e gotas caíam em meu rosto. Arbustos e rosas arrancadas, todos espalhados pelo chão molhado.
As pessoas que eu mais amava neste mundo estavam deitadas sobre os escombros, desacordadas. O que os umedecia era apenas água, mas o líquido que eu via escorrer, com meus próprios olhos, tinha a cor do sangue.
Ó, monstro da soberania, eis aqui o teu fiel seguidor. Mostra-me a ponta do fio de novelo que guiará o caminho.
ᛜᛜᛜ
EMBLEMA XX
A natureza ensina a natureza como vencer o fogo.
"A chama que devora tudo, como um Dragão,
se preparava para sobrepujar a belíssima Virgem.
Em lágrimas, ela é vista por um homem de guerra,
equipado da cabeça aos pés, como um homem deve ser;
cobrindo-a com seu escudo, ele avança contra as chamas,
ensinando como afastar a mente das ameaças."
ᛜᛜᛜ
✤ Banco de Dados Psicoalquímico ✤
OPERADOR: MICHAEL_MAIER | R#ID: KINJOTERUMICHI_08081999
Ilustração colaborativa com @HAPI0_
Após a cisão e o início do Declínio, a dinâmica estrutural e sociopolítica de Arcádia foi alterada, e, embora as cidades houvessem continuado a chamar-se "cidades", talvez o termo mais apropriado para as descrever seja "cidades-estado".
Para a tua melhor conveniência como meu receptáculo, recapitularei algumas informações relevantes sobre cada uma delas! Há também dados exclusivos que colhi a partir de minhas pesquisas pelo sistema do Kusntkammer, logo, peço que aproveites.
CIDADE DE VERTUMNUS
Vertumnus é um governo teocrático comandado pelo sacerdócio nomo. Uma cidade arborizada localizada em uma área chamada "Terra Santa", onde há menor propagação do Declínio. Possui um clima tropical, que pode ser explicado por estar acima do núcleo subterrâneo artificial.
Como é sabido, os cidadãos se cobrem com panos devido a uma condição que os faz sentir a pele queimar diante da menor exposição ao Sol. Em tese, essa condição decorreu do uso excessivo do Chrysós Lapulia. A população é pequena, reservada, e rejeita forasteiros.
Culturalmente estrita e tradicionalista. Qualquer um que não pertença ao clã de Vertumnus é expulso para fora das muralhas.
CIDADE DE SALACIA
Uma cidade costeira que já foi um grande centro de navegações. Atualmente, mantem conexões apenas com a capital. O declínio não se propaga pelo ar, logo, suas muralhas terem abertura para o mar não apresenta riscos. No entanto, toda a água salgada deve ser devidamente filtrada.
Seus navios são altamente avançados e resistem ao Declínio por longos períodos. Embora não seja uma teocracia, a família real de Salacia está intimamente ligada à igreja, e, apesar da aparente estabilidade, é uma cidade econômica e politicamente explorada por Juno.
A população é receptiva e acolhedora, mesmo com forasteiros. Riqueza cultural notória, repleta de mitos, histórias, cânticos regionais e hinos.
CIDADE DE APOLLODORUS
Apollodorus é a cidade mais desenvolvida tecnológica e cientificamente, tendo a maior taxa de sobrevivência populacional. Isso se deve à atuação do Ministério das Ciências nos canais de tratamento e manutenção de recursos. É uma maravilha da engenharia e da bioquímica.
É a cidade mais próxima da Torre dos Filósofos. Produção de água e alimentos de máxima qualidade. Centros de preservação de espécies, seja da fauna ou flora. Valoração acadêmica. O soberano é o chefe de estado, mas a cidade possui um parlamento regido pelo ministério.
Diferentemente das outras cidades, todos os postos de poder e tomada de decisões são ocupados por homens, com uma única exceção.
CIDADE DE ANGERONA
É considerada a segunda cidade mais poderosa financeiramente, mas isso advém da exploração extrema mantida sobre a vizinha, Quirinus. Teve o maior número de heróis enviados para a jornada à Torre dos Filósofos, muitos deles comercializados quando eram crianças.
Possui muitas datas comemorativas no decorrer do ano, a maior e mais conhecida sendo o festival de máscaras. Esses muitos eventos têm por finalidade esconder a origem ilícita do dinheiro e bens patrimoniais obtidos pela família real. Em outras palavras, lavagem de dinheiro.
A discriminação, segregação e violência contra habitantes e descendentes de Quirinus é muito presente, sendo reforçada pelo governo.
CIDADE DE QUIRINUS
Vítima de exploração severa por parte da cidade vizinha, Quirinus é hoje a cidade-estado mais próxima de ser extinta. Sua situação é de alta gravidade, desprovida de um governo estável. A violência, criminalidade e fome tiram mais vidas em um dia do que o Declínio.
A omissão da família real de Angerona visa diminuir o número de quirinenses a serem abrigados após o colapso eminente. Doações de recursos e alimentos chegam semanalmente, mas estão longe de ser o suficiente. A população vive da escravidão e do comércio de seres humanos.
Existem pouquíssimas informações a respeito de sua cultura, a maioria delas tendo sido destruída por Angerona no decorrer desses três séculos.
CIDADE DE CARMENTA
A mais próxima da zona desértica do continente arcadiano, é uma cidade com um clima quente durante o dia, e frio durante a noite. É a mais populosa das oito cidades. Por influência do Ministério das Profecias, os cidadãos viam seu governante como uma figura divina.
Após a suposta morte de Amon-Júpiter, Carmenta entrou em um longo interregno. O poder estaria nas mãos da igreja até que o herdeiro ao trono, Castor, completasse vinte e um anos. Ampla diversidade de etnias e culturas. Alto número de imigrantes de cidades extintas.
Possui leis próprias, ignorando o Conselho Estatal de Justiça e permitindo o conúbio entre adultos e crianças ou membros da própria família.
CIDADE DE FORTUNA
Considerada uma das cidades mais “perigosas” para se viver devido às condições climáticas e psicossociais, Fortuna também não segue o Conselho Estatal de Justiça. Suas restrições são ainda menores do que as do governo de Carmenta, e indiferentes à moralidade.
É um polo do comércio humano, vendendo mão de obra escrava e exploração sexual de mulheres, adolescentes e crianças. Diferentemente de Quirinus, Fortuna legaliza a prática, tornando essa uma de suas maiores fontes produtoras de renda e valor de troca.
Enquanto caracterizada como uma cidade “fútil”, o interesse de outras cidades em suas mercadorias torna ela economicamente forte.
CIDADE DE JUNO
Apesar de ser a capital, não é a mais populosa, tampouco possui um poderio financeiro tão superior em relação às outras cidades. Por estar localizada em um lugar distante do coração do continente e receber pouca luz solar, seu clima é absurdamente frio.
Uma metrópole administrativa, e os negócios são conduzidos a fim de obter o maior lucro possível. Dentre seus feitos, estão o aproveitamento dos recursos de produção e da tecnologia dos navios salacienses para construir sua linha de locomoção própria.
A população é austera e introvertida, tendo uma cultura que valoriza resistência, disciplina, competência e trabalho árduo.
ᛜᛜᛜ
Hey, aqui é o Rafa! Muito obrigado por ler Os Prelúdios de Ícaro até aqui. Considere deixar um favorito e um comentário, pois seu feedback me ajudará bastante!
Apoie a Novel Mania
Chega de anúncios irritantes, agora a Novel Mania será mantida exclusivamente pelos leitores, ou seja, sem anúncios ou assinaturas pagas. Para continuarmos online e sem interrupções, precisamos do seu apoio! Sua contribuição nos ajuda a manter a qualidade e incentivar a equipe a continuar trazendos mais conteúdos.
Novas traduções
Novels originais
Experiência sem anúncios