Livro 1
Capítulo 2: A Fada
Bash fez seu caminho pela floresta.
As árvores grossas afinavam em pontos afiados acima, formando uma densa abertura sobre a cabeça. Não haviam caminhos de verdade, apenas os feitos por animais aqui e ali.
Se um humano tentasse atravessar essas florestas sem a pele dura de um orc, seriam rasgados em fitas. Devido a estarem há muitos anos no campo de batalha, orcs possuíam um alto nível de percepção e bom sendo de direção.
Ele foi em direção ao leste, onde fica o país vizinho dos humanos.
Eles estavam em posse de mais terras que outras raças. Não apenas faziam parte do lado vencedor, mas também ganharam mais batalhas do que qualquer outra raça. Boa parte das terras dos orcs foram perdidas e pegas pelos humanos.
Não reclamaram da perda para a outra raça, claro. O vencedor fica com os bens. É um simples fato da guerra. Então por que Bash estava indo à terra dos humanos?
Bem, a resposta é bastante simples.
"Se for acasalar, que seja com uma humana". Os orcs falavam isso.
Humanas eram muito férteis, fáceis de engravidar e resistentes, além da diferença de tamanho grande. As consideravam bem agradáveis, por sinal.
Para os grandalhões verdes, humanas era a óbvia melhor opção para acasalamento.
O Herói acreditava nisso também.
"Ah, não estive aqui por anos..."
Conforme trilhava o caminho pela espessa floresta, deixou seus pensamentos voltarem ao passado.
Apenas três anos atrás, este lugar foi um campo de batalha.
Acabou, mas era aqui o local que se encontrava a última fortaleza do batalhão orc. Os guerreiros da linha da frente do exército humano vieram render os orcs com um massivo ataque.
Com tudo isso ocorrendo, o Herói trabalhou duro correndo através da floresta, esmagando todos os humanos que visse, numa tentativa de proteger a fortaleza.
Graças aos esforços dele, foram capazes de se manter até o fim da guerra, nunca entregando a fortaleza para os invasores humanos.
Depois da guerra, de qualquer maneira, capturaram a cidadela e acabaram com ela.
Naquela luta, sozinho, matou muitos soldados humanos — centenas.
Muitos dos guerreiros eram mulheres. Se tivesse pego uma delas, poderia ter se livrado de sua virgindade na hora, mas podiam ter perdido antes. Só que o lugar foi destruído e se renderam, de qualquer forma, então que diferença fez? Irônico. Se isso não tivesse ocorrido, Bash não teria o título de Herói...
— Hmm?
Enquanto ponderava o que poderia ter feito diferente, sentiu cheiro de sangue na brisa vindo de longe.
Um animal ferido, talvez? Ou alcateias lutando uma guerra própria entre si mesmas.
— É melhor ver logo — murmurou a si mesmo sem hesitação, disparando numa corrida brusca.
Não era mera curiosidade que o fez querer ver, mas a fome.
Caçar um animal normalmente era complicado, porém se já estivesse ferido, ele perderia forças rápido, e o fato de estar, pelo visto, sangrando, significava que seria fácil. Animais selvagens tendem a atacar violentamente quando estão com algum ferimento, entretanto com a pele grossa de Bash, nenhuma presa ou garra de animal faria muita coisa.
Durante a guerra, ele muitas vezes capturava animais feridos de brigas.
Correu pela floresta com a velocidade e força destrutiva de um furacão. Orcs eram conhecidos por serem pesados e lentos, mas não era verdade para ele. Veloz, era dito como um dos mais rápidos orcs. Com sua pele, nenhum arbusto crescido ou galho de árvore poderia o machucar. Foi capaz de impulsionar seu corpo semelhante ferro pela floresta cheia de obstáculos sem nem precisar diminuir sua velocidade por um segundo.
Com uma velocidade inacreditável, seguiu até seu destino. Quando chegou, a luta estava em seu climax.
Uma carruagem puxada por cavalos com um eixo quebrado estava deitada de lado fora do caminho estreito — que era mais uma estrada de terra, na verdade — marcado pelas rodas de carrinhos que passavam. Alimentos e outros produtos estavam espalhados por toda parte, e o cadáver de um cavalo podia ser visto jogado no chão.
Duas humanas estavam de pé, ambas com espadas, enfrentando o inimigo.
Estavam cercadas por bugbears, bestas em forma de ursos que caminhavam sobre suas patas traseiras. Havia seis deles.
Os olhos de Bash se estreitaram quando logo analisou da cena.
Um grupo de bugbears atacando mercadores humanos.
Não era uma visão incomum. Desde o fim da guerra, o mundo esteve em paz, claro, mas isso não afetou os animais selvagens e sua inclinação natural para caçar humanos. Assim quando saísse da segurança das cidades, estaria à mercê da natureza, onde a sobrevivência era com a força bruta.
— Grawr!
Assim que emergiu com um farfalhar de folhas, os bugbears todos giraram suas cabeças em sua direção.
Então, enquanto três deles mantinham os olhos focados nos humanos, os três restantes cercaram-no e rosnavam ferozmente.
Bash não hesitou. Pelo contrário, simplesmente estreitou os olhos para eles. No momento seguinte, ele soltou um rugido temível, cujo era o único capaz de fazer.
— Graaaagh!!!
Um grito de guerra. O mesmo dado por todos os orcs no começo da batalha. Foi tão alto que balançou as árvores da floresta. Grupos de pássaros decolaram de suas árvores, alarmados, e os bugbears estremeceram, a pelagem se contorcendo.
— Grawr...
Um simples rugido dele foi o bastante para deixar claro o óbvio — não havia maneira de vencer uma luta contra aquele à sua frente.
Perdendo sua vontade de lutar, encolheram, caudas enrolando-se atrás deles mesmos, enquanto se viravam e fugiam para a segurança da floresta profunda. Uma besta selvagem sempre pode sentir quando seu inimigo é mais forte.
— Agora, então...
Após confirmar que os bugbears estavam a uma distância segura e não voltariam, Bash virou para elas, próximas d carruagem arruinada.
Whoa...
Olharam de volta para ele, pálidos e tremendo, agarrando suas espadas. Eram mulheres. Ambas pareciam ter passado um pouco dos trinta.
Pálidas, mas saudáveis, tinham corpos atraentes. Ele ouviu que era melhor escolher uma mulher um pouco mais velha para ser a esposa. Qualquer uma mais nova não estaria preparada para parir crianças. Mais velhas, o número de bebês que poderiam nascer seria limitado. O ideal: aos trinta. Contanto que possa parir bem, é tudo o que importa.
E as duas são lindas! Sendo franco, no olhar convencional de beleza de um orc, não eram bonitas. Mas ele dificilmente viu uma mulher. Para ser mais preciso, viu muitas, mas nunca de tão perto, e não teve a oportunidade de olhar bem uma.
Seu primeiro vislumbre de mulheres humanas em carne e osso. Para Bash, estavam pingando de libido ao ponto de ele estar com medo de começar a babar. Suas primeiras candidatas a noivado.
Após olhá-las por alguns segundos e preparar a mente, limpou a garganta e falou.
— Ahem. Senhoritas... gostariam de ter meus filhos? — Uma proposta normal de um orc.
— Aaaagh!
— Vai atacar e... nos pegar!
Tudo aconteceu rápido demais.
Bash não podia acreditar como eram velozes. Por quê? Não estavam tremendo em choque alguns segundos antes?
Ainda segurando as espadas, deram meia-volta e fugiram, deixando todo o resto da carruagem no chão.
Incapaz de persegui-las, ele ficou ali, com uma mão esticada à frente, os dedos se aproximando da derrota de maneira lenta. Parecia alguém que tomou o primeiro fora.
— ... Mas por quê?
Por que o recusaram? Por que fugiram? Não conseguia entender. Depois de tê-las salvado e tudo...
"Não faz sentido nenhum..."
Com certeza, ele sabia que achar uma noiva não seria fácil. Não havia nem garantia de que fosse achar uma. Lembrando disso, virou, triste, indo embora. Voltou ao seu trajeto inicial: o país dos humanos.
— Hmm?
Ouviu um barulho estranho. Um som maçante. Thump, thump. Colocou a mão em volta da orelha, esforçando-se para localizar a fonte do barulho.
A habilidade de notar os sons mais sutis... uma habilidade valiosa para ter no campo de batalha. Na noite de lua nova, tudo que você tinha que confiar eram seus ouvidos e nariz para identificar a unidade dos homens-fera esgueirando-se em você com passos quase silenciosos.
— ... Ali dentro?
O barulho estava vindo de dentro da carruagem. Aquela, deitada de lado com uma roda quebrada. Se aproximou, seguindo o som, e começou a vasculhar dentro.
Não havia nada, apenas alguns alimentos secos que as mulheres humanas deviam usar, ferramentas aleatórias e utensílios domésticos, coisas assim, e só.
Sem armas.
“Poderiam pelo menos ter me deixado uma escrava pelos meus problemas...” Não podia deixar de pensar isso.
— Hmm?
Seus ouvidos afiados escutaram o som de batida maçante de novo.
Deve ter perdido alguma coisa. Começou a mexer nos destroços, deixando de lado as coisas do monte de itens aleatórios.
Após se afastar de alguns móveis quebrados, notou que podia ver um brilho fraco brilhando de uma fenda nos escombros.
Estava familiarizado com o olhar desse brilho. Suspirando um pouco, mergulhou a mão na lacuna. Quando retirou, tinha uma garrafa de vidro agarrada em seu punho carnudo.
A tampa dela continha um pedaço de papel com um círculo mágico firmemente ligado a ela. A criatura dentro tinha cerca de trinta centímetros de altura e era banhada em um brilho forte. Duas pequenas asas tremulavam em suas costas.
Uma fada.
— Você...
A fada olhou para o rosto dele com surpresa, sua boca pouco abrindo e fechando impotente. Parecia que o feitiço do círculo mágico estava impedindo-a de escapar e também de falar.
Bash tirou o papel da tampa da garrafa. No momento seguinte, a tampa saiu e foi para a vegetação rasteira.
Um segundo depois, a fada saiu da garrafa em uma velocidade tremenda, voou em círculos ao redor do orc várias vezes e então se prendeu em seu rosto com firmeza.
— Chefe! Quanto tempo!
Bash estendeu a mão e deixou aa fada entre o polegar e o dedo indicador. Estava esfregando e cutucando-se contra o rosto dele. Com cuidado, tirou-a e segurou no comprimento do braço.
Apesar do fato de que a tinha firmemente preso entre os dedos, ela não parecia se importar e, em vez disso, jogou os braços abertos, esforçando-se para ir na direção dele pretendendo dar-lhe um abraço.
— Oh, chefe! Você me salvou! Eu estava começando a pensar que ficaria presa naquela garrafa velha e nojenta para sempre! Oh, pior ainda! Se você não tivesse me encontrado, eu teria morrido de fome preso debaixo daquela pilha de lixo! Você sempre vem atrás de mim, não é?!
— ... Hmm?
— Chefe? Algo de errado? Esse olhar na sua cara... não me diga que você esqueceu de mim?!
— Como poderia esquecer?
Ele conhecia essa fada. Seu nome era Zell. O nome verdadeiro era muito longo para ser lembrado, então este apelido encurtado era o suficiente.
Durante a guerra, as fadas e os orcs foram amigos de batalha. A raça delas é dotada da habilidade de voar a velocidades incrivelmente rápidas, além de curarem feridas com a poeira de seus corpos. Eram pequenas em estatura e seu poder de ataque era limitado apenas ao uso de magia do vento, o que significa que não foram feitas para o combate.
Então, durante a guerra, cooperaram com os orcs, servindo como mensageiras, vigias, batedoras, espiãs e curandeiras.
Zell era uma das mensageiras enviadas para o país dos orcs e quase sempre transmitia mensagens, ordens e atualizações de status de batalha para Bash.
Por sinal, a escolha das fadas de se juntar à Aliança das Sete Raças liderada pelos demônios durante a guerra foi provocada pela opressão que sofreram nas mãos dos humanos. Valorizavam fadas como animais de estimação curiosos e também por suas propriedades curativas, e assim as trocavam por preços altos.
No fim da guerra, também assinaram um tratado de paz com os humanos. No entanto, muitos ainda viam adequado capturá-las e mantê-las como pets pelo resto de suas vidas. Mesmo com o fim, ainda estavam sendo oprimidas, talvez até mais do que nunca.
— A propósito, chefe, como sabia que eu tinha sido capturada?
— Eu não sabia. Foi uma coincidência.
— Coincidência?!
Soltou ela, que foi na carruagem e voou curiosamente sobre a cena. Queria dar uma olhada mais do que esperar por uma explicação. Esse era o caminho de um batedor de batalha, talvez.
Depois de ter certeza de que o cavalo estava, de fato, morto, voltou ao Herói e começou a puxar sua orelha.
— Ei, ei, ei! Chefe! Isso é mau! Você não pode atacar uma carruagem humana puxada por cavalos! É contra as regras do tratado de paz! Contra! As! Regras!
— Não fui eu. Foi um grupo de bugbears.
— Ninguém vai acreditar nisso, seu orc idiota! Uma carruagem destruída, um orc à espreita nas proximidades... Mesmo o humano mais burro é obrigado a somar dois mais dois e dizer: "ei, aquele orc atacou a carruagem"! Agora apresse-se; precisamos sair daqui rápido! Se mais alguém aparecer aqui, seremos cercados exército e acorrentados antes que você possa dizer algo!
"O exército? Pode chamar", é o que Bash gostaria de dizer, mas estava em uma missão para encontrar uma noiva no país dos humanos, de modo que provavelmente não era a melhor ideia.
— Entendeu? Percebe o que quero dizer?
Ambos ouviram o som ao mesmo tempo. O barulho de metal.
Bash lembrou da guerra. Era o som de guerreiros humanos movendo-se em formação de batalha, sua armadura fazendo barulho conforme andavam.
Sem demorar muito, saltou até os arbustos para se proteger.
Um guerreiro do calibre dele poderia derrubar um bando de soldados inimigos em uma luta justa sem sequer suar. Só que, entrar em uma batalha sem saber quem era o inimigo nunca poderia ser considerado uma jogada sábia.
O seu objetivo era simples: encontrar uma esposa humana. Sim, encontraria uma virgem agradável, deixaria de lado sua virgindade com ela e então praticaria, praticaria e praticaria até que ele tivesse dominado completamente todas as técnicas do coito. Então, voltaria para a terra dos orcs, triunfante. Esta era a vitória desejada.
Lutar contra um bando de soldados humanos não o deixaria mais perto de alcançar esse objetivo. Mesmo uma criança poderia dizer isso.
Se escondeu atrás do mato e observou em silêncio a cena. Às vezes, um guerreiro precisava manter-se firme e garantir uma boa posição para avaliar o campo de batalha. Nenhum orc jamais ia à batalha sem pensar duas vezes. E ele não era um orc comum; o Herói Orc, um homem de julgamento astuto.
— Aqui não... Mas foi um orc... Sim, tenho certeza...
— ... Ache ele! Se atacar... sim, sim, vá em frente e mate!
Só conseguia pegar fragmentos da conversa, mas pareciam muito preocupados com algo.
Claramente chegaram à conclusão de que a cena era o resultado de um ataque orc e estavam muito raivosos com isso.
Uma coisa interessante: o macho humano que, pelo visto, estava no comando parecia ainda ser muito jovem e tinha uma voz alta.
Jovens comandantes do exército tendem a ser imprudentes. Ele sabia disso por experiência própria. Se esses humanos já acreditavam que um orc seria responsável pela emboscada da carruagem, então atacariam Bash à vista sem sequer pensar em fazer perguntas primeiro.
— Chefe, o que você vai fazer? Vencê-los em um piscar de olhos?
Se fosse uma luta, poderia esmagar esses homens com facilidade. Era um herói, entretanto. Os matar causaria problemas, certeza. As consequências podem até chegar ao território da raça.
Partir para esta viagem causou muita vergonha para ele. Causar problemas para o seu povo em cima disso...
— Não, eu vou seguir em frente.
— Vá lá.
Zell assentiu de acordo, e os dois fugiram da cena o mais rápido possível.
— Então, como você acabou capturada?
Depois de se afastar do lugar por cerca de dez minutos, virou-se para ela, curioso.
Tinha pensado que ela voltou para a terra das fadas após a guerra.
Foram presas pelos humanos, mas a terra delas estava cercada por penhascos imponentes. Eles não podiam chegar perto. Mesmo que, por algum método, conseguissem entrar no país das fadas, ainda não fazia sentido que ela tivesse sido capturada por um mero humano. Era uma das mais rápidas do mundo.
— Bem, sobre isso... lá é muito chato, você sabe. Posso ser pequena, mas tenho o coração de um aventureiro e a curiosidade de um explorador! Então, cá estou eu, em busca de coisas que ninguém viu antes!
— ... Tá, tá. Acho que eu posso adivinhar o resto.
— Ah, chefe, seus poderes de dedução estão tão impressionantes como sempre!
Presumivelmente, ela ficou entediada e deixou o país das fadas por vontade própria. Daí, enquanto se agitava em um canteiro de flores ou algo frívolo como isso, foi enganada por um humano e forçada a cheirar alguma droga potente para dormir, ou de outra forma colocada para o repouso por magia. Então, parou na garrafa.
As fadas eram criaturas efêmeras. Os humanos normais só conseguiam pegá-las por pura sorte.
— Ah, mas você sabe, esbarrando em você assim, chefe... que fada de sorte eu sou!
Estava ziguezagueando em círculos animados em torno da cabeça dele, feliz.
Eram seres caprichosos, energéticos e travessos. Quanto mais animadas ficavam, mais frenéticos eram seus movimentos.
— Aliás, chefe, o que você está fazendo aqui na floresta? Ouvi dizer que estão te chamando de Herói agora no seu país. A propósito, parabéns pelo título! É o segundo da hierarquia, certo? Eu totalmente pensei que você estaria vivendo isso, se aquecendo na admiração de todos da espécie e tendo uma aposentadoria doce!
Ele ficou em silêncio.
— Oh, céus, algum invejoso incriminou você, não? Oh, já sei. Eles te incriminaram em um plano de assassinato para matar o ancião! Então todos os outros não tiveram escolha a não ser te expulsar da aldeia! Trágico, trágico! Uma tristeza. Se você quer vingança, eu vou ajudá-lo! Minha lâmina já quer cortar todas as suas gargantas!
— Orcs não ficam com inveja. E o ancião está vivo e bem.
E era verdade. Ninguém nunca teve ciúmes de um chamado de Herói. Um com esse título já havia se mostrado indiscutivelmente grande pelos critérios decididos por todos os outros. Como poderiam ter inveja de alguém que decidiram por unanimidade respeitar? Embora sempre houvesse uma estranha exceção: a possibilidade de um brilho aleatório de inveja misturado entre o ciúme.
— O que você está fazendo aqui fora, então? Pressionou seus lábios grossos juntos com firmeza.
Nunca poderia dizer que estava em uma jornada para perder sua virgindade. Pode ter sido uma velha amiga de batalha, mas havia limites para o que ele estava disposto a compartilhar, mesmo com amigos próximos.
— Bem, você não tem que me dizer se você não quiser! Mas você sabe, eu te devo a minha vida. Você me salvou muitas vezes no campo de batalha, mesmo agora há pouco. Não lembra? Quando nos conhecemos? Fui pega por um guerreiro humano. "Fadas não precisam de braços e pernas! Tudo o que precisamos é do pó de fada que cai!". Pensei que seria meu fim. Então você apareceu em uma chama de glória. “Você não vai precisar de braços ou pernas no inferno, também”. Foi o que você disse. Aí cortou todos os membros do ser humano! Pá, pá, pá, fwon, swin! Oh, rapaz, isso foi uma bela visão! Eu me apaixonei bem lá! Decidi naquele dia que te seguiria a qualquer lugar, chefe! Bem, de qualquer forma, nosso passado sendo o que é e tudo, estou aqui para oferecer meus serviços! Você é um orc cabeça-dura, então talvez não entenda as sensibilidades delicadas de uma fada corajosa como eu.
Fez uma pose confiante, flutuando no ar na frente do nariz de Bash. Ele acenou para a fada, pensando muito consigo mesmo. Sendo honesto, percebeu que não tinha muito conhecimento de outras raças além da dele mesmo. Na verdade, seu conhecimento só se estendia para quais raças eram boas para a reprodução e quais não eram. Em contraste, ela passou a guerra como mensageira e espiã e sabia tudo sobre o estilo de vida de vários povos. Além disso, era hábil em coletar informações. Considerando o caminho que estava diante dele, ter alguém como ela junto seria um trunfo definitivo.
— ... Estou procurando uma esposa.
— Uma... esposa?
Ela deixou de voar em círculos e parou por completo. Foi à frente dos olhos dele, profundamente pensando, olhando com intensidade ao seu rosto.
Ele desviou o olhar rapidamente, temendo que sua castidade secreta estava prestes a ser farejada.
Depois de uma longa pausa, enfim ficou animada de novo, batendo palmas em voz alta.
— Uma esposa é um grande negócio para um orc, não é? Claro, um orc de sua fama deve ter uma noiva. Mas você não vai encontrar uma noiva adequada no país orc, coisas sendo o que são. Então partiu em uma jornada para encontrar uma noiva, certo, chefe?
— É, tipo isso...
O pensamento dela era idêntico ao do rei.
Qualquer um que soubesse quem era Bash chegaria à mesma conclusão, capaz. Era chamada como "Zell, aquela que tudo vê" devido aos seus poderes de percepção.
Era apelidos que tinham dado a si mesmas, lembre-se.
— Entendo, entendo... Uma noiva para o chefe, hein...? Se eu não fosse uma fada, eu mesmo estaria me voluntariando para o papel...
Têm pequenos corpos. Óbvio, são totalmente inadequados para a reprodução com outras raças. Além disso, os gêneros das fadas não poderiam ser perfeitamente separados em categorias masculinas e femininas. Foi isso o que as tornou as parceiras perfeitas para os orcs em batalha. Resumindo: uma fada nunca seria uma noiva.
— Tudo bem, então!
Após ponderar sobre por alguns momentos, de repente bateu em seu peito.
— Entendi! Se essa é a situação, deixe comigo! Em momentos como este, provavelmente não há muitas damas lá fora que gostariam de se tornar a noiva de um orc. Isso pode ser um problema. Mas um bom sujeito como você, chefe, aposto que pode escolher dez... talvez até vinte candidatas dispostas! Afinal, você é uma boa pegada. Mesmo eu adoraria ser sua esposa!
Bash sabia bem como ela era competente da guerra. Muitas vezes se infiltrou no campo inimigo e trouxe informações vitais. Na verdade, as habilidades dela de coleta de informações eram inigualáveis entre a raça das fadas. No entanto, também sabia que tinha sido capturada pelo inimigo e quase matou muitas vezes, também... Porém agora a guerra acabou. Não haveria perigo real envolvido em simplesmente procurar uma esposa. Que mal poderia vir de confiar na ajuda dela?
— Se isso significa tanto para você, então pode vir junta.
— Yay, yahoo! Ok, então, vamos chegar na cidade! Você não vai encontrar nenhuma beleza à espreita na floresta profunda, você sabe! Cuidado, mulheres, aqui vem Bash! E então se juntou mais uma vez com sua velha amiga de guerra, Zell.
Um orc e uma fada trabalhando juntos mais uma vez.
Em um ritmo acelerado, partiram juntos para o país dos humanos.