O Último Eldoriano Brasileira

Autor(a): Gustavo M. P.


Volume 1

Capítulo 25: O Portal Sagrado

[Reino Élfico, 1 de junho de 812 da era Mágica] 

 

Ao chegar à base do gigantesco caule da Árvore Sagrada da Vida, logo vi um enorme templo que se estendia a sua volta. Toda sua fachada central era composta por jardins, caminhos de tijolos de pedra, fontes e estátuas. Havia também muitos postes com lampiões estrategicamente posicionados por todos os caminhos, para que ninguém acabasse se machucando ou se perdendo a noite. Todo o templo mantinha a mesma arquitetura clássica élfica, com grandes paredes brancas talhadas a mão, cúpulas verdes com detalhes dourados, torres aos seus arredores, além de vitrais lindos que brilhavam com os raios solares. Ao seu fundo, estava a gigantesca Árvore Sagrada, onde mesmo a maior criatura que ali vivesse não passaria de um minúsculo animal ao seu lado. 

A árvore era tão grande, que facilmente poderia ter mais de 500 metros de altura, seus galhos pareciam gigantescas fortificações inquebráveis, uma folha poderia facilmente levar um humano voando sobre a mesma de tão grande e resistente que é. Não consigo calcular ou imaginar os anos de vida que uma árvore daquele porte deveria ter, e até onde eu sabia, essa árvore era mágica e alimentava toda a floresta sagrada através de sua própria energia vital. Estava caminhando confiantemente naquele local, era uma sensação inexplicável de calmaria, conforto e segurança.

— Ah Miyuki... Se você pudesse ver tudo isso... — Observando tudo aquilo lembrei de Miyuki. Ela adora conhecer locais de belezas únicas, e tenho plena certeza de que aquele lugar entraria na sua lista de locais memoráveis.

Observando com mais atenção, pude ver que a movimentação de elfos ali era bem alta, havia muitos envolvidos por um mesmo manto branco, tenho quase certeza de que eram todos membros ou sacerdotes clérigos daquele templo. Havia estátuas dos grandes deuses da Ordem Sacro Mágica espalhadas por toda escadaria, que levava até as portas principais do templo, exatamente abaixo de uma exagerada e bem esculpida fachada de enormes colunas brancas. Após subir até diante das enormes portas duplas, logo fui recepcionado por Astrid Isildur, que sorriu para mim de forma surpresa. Acenamos um para o outro, e então, logo me aproximei dela que dispensou seus servos.

— Não esperava encontra-la tão facilmente... — Sorri para ela de forma gentil.

— Eu não sou inacessível Magnus, afinal como poderia ser uma boa Sacerdotisa Mestra, se nem mesmo meu povo pudesse me encontrar? — Ela carregava consigo seu cajado mágico, e vestia aquelas mesmas vestes de nosso primeiro encontro durante a reunião. Ela então começou a flutuar abrindo seus braços, ficando a frente do gigantesco vitral que continha o brasão da Ordem Sacro Mágica. — Seja bem vindo ao Templo Sagrado dos Deuses, a sede da grande Ordem Sacro Mágica. Que os deuses estejam com você Magnus Wingsfield.

— Sou agraciado por tua benção, e espero que o mesmo sempre esteja contigo. Pois Halwking há de me guiar enquanto for um guardião nesse plano. — Ela rapidamente se voltou a mim novamente, parecendo não ter compreendido o que havia lhe dito. — Astrid, eu preciso da sua ajuda para subir até a morada dos deuses.

— Magnus... Isso é um pedido e tanto, faz eras desde que um simples mortal subiu lá. — Ela flutuou até a minha frente pousando de forma suave. — Como poderia simplesmente deixar isso acontecer? O que você quis dizer com ser um guardião nesse plano, e Halwking guiá-lo?

— Há exatos 22 anos, eu nasci em Eldoria, berço da qual Halwking foi escolhida como sua deusa patrona. Meu pai fundou a cidade em toda sua glória e conquista, e determinou a lei marcial em que abrigaria qualquer pessoa que se demonstrasse fiel à coroa e a deusa águia dourada. — Peguei sob minhas mãos, o brasão dourado de Eldoria e o coloquei sob a mão de Astrid que ouvia minha explicação com grande afinco. — Eu nasci como um príncipe, como um guardião... E como um escolhido. Minha mãe era a receptáculo de Hawlking, e após meu nascimento e o de meu irmão mais novo, Halwking nos escolheu para herdar suas asas e poderes. Eu falhei em defender meu povo por falta de experiência, mas não falharei em defender toda Thâmitris... E é por isso que estou aqui, para atender o chamado de Halwking.

— Você é o escolhido da Águia dourada... É claro! Seus olhos... Pelos deuses! Os seus olhos dizem tudo! — Ela devolveu o brasão a mim e então acariciou minhas bochechas olhando de forma fixa. — Eu consigo sentir a aura da deusa da luz e das trevas dentro de ti, consigo sentir sua mana dourada. Venha! Vamos entrar, vou preparar tudo para seu encontro! Se os deuses te chamam, eu tenho plena certeza de que é por um bem maior!

[...]

 

Após entrarmos no templo, Astrid conversou comigo sobre minha história e sobre meus poderes por um longo tempo. Ela finalmente havia chegado a conclusão de que de fato eu era quem dizia ser, e por isso começou uma série de rituais que iam desde orações a deusa Hawlking, até mesmo passeios por todo ambiente do templo. Tudo para que eu me apresentasse de forma devida às divindades ao me encontrar com eles. Ao entardecer ela me levou até às fontes termais mágicas que ficavam um pouco afastadas do prédio principal. Era possível ver as grandes raízes da árvore que saltavam para fora da terra, se misturando gradativamente com as construções e decorações daquele local. Fui instruído a retirar minhas vestes e me banhar nas águas mágicas que ali estavam.

— É a primeira vez que vejo algo assim... Isso é muito lindo... — Estava admirado com a quantidade de luminosidade que emanava daquele local. A mana estava por todo canto, seja na água que brilhava de forma translúcida e pura, até mesmo nos pequenos vagalumes que ali ficavam sobrevoando o local.

O anoitecer deixava o local mais especial, e eu podia compreender o porquê de tudo ser tão sagrado para os Elfos. Meus olhos não me deixavam mentir, e eu tenho plena certeza de que se não fosse por eles, nada disso estaria do jeito que está na mão de outros seres, não importam quais sejam. Adentrei nas águas completamente nu, deixando com que seu calor aconchegante tomasse conta de cada parte do meu corpo. E aos poucos após me ajeitar naquele local, relaxei deixando meus braços apoiados sobre as bordas daquela piscina natural. Eu comecei a refletir e entender os motivos de Eldrion se fechar diante do mundo, e que eu realmente não poderia julga-lo por isso, se não fosse a situação tão crítica que nós nos encontrávamos agora.

— Você me parece muito preocupado para alguém que tem tamanho poder e autoridade. — A voz de Astrid percorreu meus ouvidos de forma que eu abrisse meus olhos de imediato. Ela estava completamente nua, envolta apenas de um manto fino e quase transparente. Seus cabelos loiros estavam bem presos em um penteado extravagante, porém muito belo e chamativo.

— Não me lembro de ter me dito que iria participar deste momento comigo. — Fui um pouco sincero em meu tom voz, apresentando meu desconforto naquele momento inesperado.

— Relaxe Magnus, como Sacerdotisa Mestra, preciso acompanhá-lo até o final dos rituais. Talvez para vocês humanos, seja algo desconfortável e até mesmo constrangedor... — Ela então entrou nas águas ficando frente a frente comigo me olhando de cima a baixo. — Mas lembre-se, você está em território Élfico, e você não precisa compreender nossos costumes, apenas aceita-los. Não estou aqui para satisfazê-lo de qualquer forma também, estou aqui para conduzir seu Banho Espiritual. E preparar seu corpo para que fique leve o suficiente para subir aos domínios dos deuses.

— Incrível como essas coisas sempre acontecem comigo... — Comentei fazendo piada da minha falta de sorte com momentos constrangedores.

Astrid começou limpando minhas costas, depois meu peito, meus braços e assim por diante. Enquanto isso conversarmos sobre tudo o que vinha me circundando, sejam meus problemas mais íntimos, as minhas decepções, minhas falhas e minhas culpas. Era como se as águas daquele local me ajudassem a deixar meu corpo mais leve, minha mente mais suave e minha alma mais limpa. Astrid tinha uma extrema sabedoria era como uma exímia conselheira, e sua experiência de vida parecia passar dos 100 anos de vida, era como estar ouvindo os conselhos de meus pais novamente.

Por fim, Astrid me revelou que viveu muito e muitos anos de fato, e que está fadada a viver até que o último escolhido dos deuses passe por ela. Ela se tornou a porta-voz que interligaria os escolhidos até as divindades, e que estaria aqui como a grande Guardiã da Lua e do Sol, esperando sempre um novo dia ou noite ascender. Agora eu podia entender a simbologia por trás de toda a sua personalidade, ela também era de certa forma uma escolhida. E é exatamente por esses motivos que suas vestes, características físicas e até mesmo seu cajado, eram remetidos ao Sol e a Lua.

Exatas 2 horas depois eu estava em meus aposentos que foram me concedidos por Astrid dentro do templo. Ela havia me dito que enviou um mensageiro para o castelo, que iria informar a minha situação atual ao rei e a todos no Reino. Amanhã pela manhã eu faria o último passo para ser recebido pelos deuses, e então adentrar aos seus domínios. Deitei-me em minha cama e comecei a pensar que realmente ainda nunca tinha tido a oportunidade de dar um enterro digno a todas as vítimas do ataque a Algardia na caída Eldoria. Era incrível como o tempo passava rápido, e eu não havia me dado chance de viver meu luto de forma correta.

[...]

 

[Reino Élfico, 2 de junho de 812 da Era Mágica]

 

Havia chegado o momento ao qual tanto esperava, após pisar nessas terras. Naquele dia tão importante, o sol estava em seu ápice, o dia estava lindo e parecia que todo o Reino Élfico havia vindo ver a notícia que havia se espalhado. Eu havia sido presenteado com uma nova camisa branca de manga longa com detalhes em dourado onde havia desenhos de asas bordadas por todo peito e costas. Em volta do meu pescoço, uma gola alta abotoada com adornos de cristais de mana o envolvia, fazendo com que logo ganhassem uma cor púrpura por conta da Mana Sombria de Hawlking. Uma nova calça de couro negro e botas da mesma cor com detalhes em dourado completavam minhas vestes.

Eu via um mar de elfos que assistiam atentamente sem nem mesmo acreditarem que aquilo era realmente possível, pois simplesmente da noite para o dia, o escolhido de Hawlking havia aparecido. Eu pude ver cada um dos meus novos amigos, que estavam incrédulos em suas feições, e não pude deixar de acenar para cada um deles em resposta.

— Magnus! — Aralyn se aproximou um tanto quanto eufórica. — V-você tem certeza disso?! Você é realmente o escolhido de Hawlking?!

— Não tenho só certeza... — Criei a sua frente a imagem miniatura perfeita da deusa águia em minha mão usando a mana dourada. — Eu nasci... Cresci... E aprendi sendo exatamente quem digo que sou. Perdão não ter dito antes, mas eu precisava fazer isso do meu jeito.

— Seja como for, espero que realmente consiga as respostas que procura! — Eu assenti a ela em resposta e agradecimento pela confiança.

Estávamos diante a um enorme portal esculpido em pedra, era possível ver cada um dos deuses em sua imagem. Todos estavam sendo representados de uma maneira épica, assim como suas histórias antigas diziam. A frente do grande portal havia também um altar onde uma grande pedra de mana vazia permanecia cravada.

— Se você diz quem realmente é rapaz... Espero que possa trazer a paz ao nosso mundo novamente. Thâmitris precisa de um herói em quem possa confiar. — Eldrion havia se aproximado de mim, dizendo aquelas palavras com firmeza.

— Vossa Alteza Eldrion, não é o que eu tenho dentro de mim ou o que represento que me define... Mas sim o que eu faço — Olhei em seus olhos de maneira firme. — Será mesmo que seu orgulho realmente vale mais a pena do que seu próprio povo nesse momento de crise? Sendo sincero com você, eu consigo entender seus motivos... Mas não nesse momento.

— Magnus! — Ficamos ali nos encarando por alguns segundos até que Astrid finalmente me chamou. — Venha! Vamos dar início.

Aproximei-me de Astrid que ergueu seu cajado mágico e então o bateu no chão, criando uma onda dourada de luz suave, que se dissipou com o seu ressonar acima de todos. A comoção foi cessada e todos passaram a prestar atenção nas palavras que estavam prestes a serem ditas. A ansiedade era possível ser sentida nos olhares daquele povo que se reuniram no pátio principal do portal sagrado, todos queriam ver o escolhido de Halwking.

— Povo do Reino Élfico! Eis me aqui diante de vocês como a própria personificação divina do Sol e da Lua, escolhida pelos grandes deuses da Ordem Sacros Mágicos, para interliga-los aos seus escolhidos. — Astrid começou a flutuar diante de todos. — Após décadas sem a aparição de algum dos grandes escolhidos, hoje temos o primeiro deles junto a nós! O escolhido pela deusa Halwking e o Guardião de uma geração inteira que há de nascer em Thâmitris. Ele aceitou seu destino, seu fardo e o peso de uma coroa destruída injustamente por seus inimigos... E agora ele está aqui para atender o chamado de Halwking.

Astrid pousou ao meu lado e então pegou em minha mão, me guiando até próximo ao altar diante do grande portal.

— Magnus, você deve imbuir esse cristal com sua mana dourada. Essa é a sua chave para adentrar nos Domínios dos deuses acima da árvore. Mesmo que você tentasse sobrevoar de alguma forma, não conseguiria, pois os deuses mantém o palácio escondido através de uma magia divina, onde a realidade fica distorcida. — Astrid me explicou o que deveria fazer naquele momento.

— E assim eles se mantém seguros e fora dos assuntos mortais. — Completei sua frase.

Astrid concordou pegando minha mão e a colocando sobre o cristal. Olhando em meus olhos e sorrindo de forma gentil como se me desejasse boa sorte, ela então se afastou juntando-se aos membros da realeza e líderes das ordens. Respirando fundo e fechando meus olhos, peguei o pingente contendo a oração a Halwking que Elize havia me dado a 2 anos atrás, apertei ele em minhas mãos e então comecei a deixar a mana dourada de Halwking esvair de meu corpo, a enviando para o cristal que estava sob minha mão.

— “Ó grandiosa e majestosa Águia... Que voa livremente sobre os céus” — Naturalmente comecei a recitar as frases da oração a Halwking. — “Nos traga força e a coragem necessária para que não deixemos de trazer a nossa realidade aquilo que almejamos”

O portal começou a reagir a mana dourada que estava sendo enviada ao cristal do altar. Os olhos das figuras na estátua começaram a brilhar cada um em suas cores predominantes, assim como no brasão onde cada cristal representa um deus diferente. Todos pararam para ouvir minha oração, e da mesma forma também todos se ajoelharam para orar junto a mim.

— “Dessa forma, e ao teu lado, voarei junto a ti, para que a Glória de nosso amado Reino se torne tão majestoso quanto tuas penas... Que há de cair sobre nós.” — A luz do cristal começava a ficar cada vez mais intensa, fazendo com que meu dourado começasse a se misturar com a mana sombria da deusa. — “Com confiança! Não iremos desanimar, pois tua eterna proteção trará a nós a luz que há de guiar nossos passos!”

O portal começou a se abrir aos poucos, criando uma ventania em todo aquele local, meus cabelos começaram a dançar com as rajadas de vento. O portal brilhava emanando uma luz celestial, enquanto girava em seu próprio eixo formando uma espiral em seu centro, que crescia lentamente até às bordas da estrutura.

‘— “Erguendo teu estandarte dourado e glorioso que sempre estará bordado com sua silhueta.... Eu... Eu irei gritar! — O portal já estava quase totalmente aberto, e a quantidade de mana que estava enviando para o cristal estava me deixando cada vez mais cansado e fraco. — “Com seu escudo poderoso, eterno e dourado! Estou preparado para qualquer guerra e conflito... Que se emergir. Porém, sempre pronto para a paz que irá reinar! ”

Sangue começou a escorrer de meu nariz como efeito colateral pelo excesso de mana que estava usando, mas eu não podia desistir o portal já estava finalizando o processo de abertura.

— “Que a Glória sobrevoe junto a Halwking, que nos abençoa... Pelo... PELO MEU REINO! A NOVA ELDORIA QUE HÁ DE SE EMERGIR EM SUA LUZ!!! — Gritando ao entregar minhas últimas forças, o portal finalmente se abriu por completo, explodindo em uma rajada de luz fazendo-se necessário que todos cobrissem seus olhos.

Senti meu corpo vacilar, mas quando quase fui ao chão, Yusuf e Astrid me seguraram pelos braços, assim como Elysia e Miriel também se posicionaram para me ajudar segurando meu peito.

— Obrigado... Pessoal... — Agradeci, enquanto me seguravam.

— Você me ensinou muita coisa... E ainda tenho muito a aprender — Yusuf sorriu para mim. — Tenho que retribuir... De alguma forma.

— Assim espero... — Assenti a ele.

— Vai conseguir sozinho depois que passar por aquele portal? Creio que não podemos passar por ele, não sabemos o que pode acontecer com alguém que não tenha a mana de um deus em seu corpo. — Miriel como sempre, muito assertiva.

— Devo concordar com a senhorita cavaleira. — Astrid comentou.

Rapidamente me recompus após me curar ao mesmo tempo que minha energia mágica ia embora.

— Eu estou um pouco fadigado por conta da mana, mas estou bem. Podem confiar. — Eles então me soltaram devagar, deixando com que eu recuperasse meu equilíbrio. — Eu vou passar pelo portal.

— Boa sorte, Lorde Magnus. — Elysia assentiu com sua cabeça e eu a retribui.

Devagar andei até na frente do portal, coloquei minha mão para dentro dele e senti ela formigar, ao mesmo tempo que parecia um pouco gelado. Então cerrei meu cenho e fechei meus olhos entrando finalmente no portal.

[...]

 

Quando abri meus olhos novamente estava deitado olhando o céu, após me sentar, percebi estar diante a uma enorme ponte de pedra que flutuava em meio ao ar. Atrás de mim, estava o mesmo portal da base da grande Árvore Sagrada, mas dessa vez desligado e sem a ação de energia mágica. Eu me levantei calmamente, me sentindo leve, como se todas as minhas dores tivessem sido sanadas. Observei com mais atenção e pude perceber que estava acima da copa da grande Árvore, sobrevoando-a em uma ilha flutuante que abrigava ao horizonte um gigantesco palácio em meio as nuvens.

Caminhando naquela ponte, tudo parecia calmo e muito quieto, eu não sentia calor e nem frio mesmo estando tão alto. Minha respiração estava normal, e a realidade ali parecia simplesmente não fazer sentido. Assim que adentrei o palácio empurrando com certa facilidade suas enormes portas de madeira, pude perceber que realmente tudo estava tão vazio que chegava a ser assustadoramente quieto. Explorei o pátio principal, a biblioteca, a cozinha, os calabouços e não havia absolutamente ninguém. Até que finalmente, cheguei na sala principal, onde uma enorme mesa redonda com o mapa completo de Thâmitris estava perfeitamente desenhado em cores em sua superfície. Em volta da mesa estavam ao todo 8 cadeiras, que ao olhar para o teto acima da mesa, ficavam exatamente posicionadas de forma simétrica com um gigantesco Brasão da Ordem Sacro Mágica.

— Então você finalmente veio ao meu encontro... Não é mesmo? — Uma voz feminina duplicada falou as minhas costas. Quase como se fossem duas pessoas falando exatamente a mesma coisa.

Assim que virei, levei um susto ao ver uma mulher de pele pálida, olhos dourados semelhantes aos meus, e um longo cabelo negro com pontas douradas brilhantes. Seu vestido dourado havia detalhes e adornos de asas e penas por todos os lugares, além de uma capa de penas sobre seus ombros, que ficavam alternando as cores preta, roxo dourado e branca. Em sua cabeça havia uma tiara com asas em sua lateral, além de penas em seu centro. Não havia dúvidas para mim, aquela era definitivamente a deusa Águia Dourada, Halwking.

— Olá Magnus... Nós temos muito que conversar. — Ela pousou suas mãos unidas a sua frente.

E ali permaneci sem qualquer reação diante da divindade.

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