Volume 1
Capítulo 26: A Ordem Sacro Mágica
[Palácio da Ordem Sacro Mágica, ??? de Junho de 812 da Era Mágica]
Hawlking me olhava com ternura e gentileza, sua presença chegava a ser sufocante de tão intensa e poderosa naquele lugar. Eu nunca a havia visto em sua forma humana, essa era a primeira vez em toda a minha vida. Era tão bela que chegava ser uma imagem hipnotizante, mas sua aura era tão familiar que parecia estar diante a minha própria mãe.
— Você está surpreso? Estava esperando encontrar uma enorme águia? — Ela se aproximou de mim e então me abraçou — Está tudo bem agora, eu preciso que converse comigo... Estou feliz que tenha realmente vindo ao meu chamado.
— E-eu não posso acreditar... Depois de tantos anos... Depois de tanta luta. Eu finalmente pude me encontrar verdadeiramente com você? Eu consegui cumprir esse objetivo? — Hawlking então pegou em meus ombros, e então olhou novamente em meus olhos.
— Sim Magnus, você está aqui e agora, diante de mim. — Ela então enxugou uma lágrima que começou a escorrer de meu rosto — Você é meu escolhido... Mas não só meu. A de Thâmitris inteira.
— Ela tem razão rapaz — Uma grave voz estrondosa adentrou aquele local. — Todos nós esperávamos você.
Uma enorme coruja adentrou o espaço voando sobre nossas cabeças, até que pousou atrás de Hawlking. Seu enorme bico era negro com uma ponta prateada, suas penas eram todas brilhantes, indo de um degradê prateado, ao cinza escuro, terminando em um preto absoluto. Seus enormes olhos brilhavam em um verde-ciano claro, enquanto que as penas que formavam uma máscara em seu rosto se mantinham também em preto com pontos brilhantes como as estrelas do céu noturno. Ele então revelou sua forma humana enquanto caminhava em nossa direção, demonstrando ser um homem alto elegante e forte. Segurando um cajado dourado e trajando roupas de gala de mesma cor que sua forma bestial, o seu smoking ostentava uma bela cauda que imitava grandes penas de uma coruja. Em seu rosto havia um monóculo prateado, e seu cabelo era claramente platinado. Sua barba cheia era muito bem aparada, e assim como Hawlking sua presença era inigualável.
— Meu nome é Glauximus Nyximus, mas pode me chamar apenas de Glaunyx. Eu sou o deus coruja da noite e da estrelas. — Ele se aproximou de mim e então estendeu sua mão. — É um prazer conhecê-lo, Magnus Wingsfield.
— O prazer... É todo meu. — O comprimentei ainda perplexo com aquelas divindades a minha frente.
— Eu e Glauximus somos os deuses primordiais, somos nós que criamos o princípio. — Hawlking começou a me explicar.
— E do princípio, criamos o caos, a luz as trevas e por fim o universo.... — Glauximus ergueu seu cajado fazendo com que todo universo fosse mostrado a mim em uma apresentação magnífica e irreal.
— Eu me certifiquei de trazer luz e trevas de forma equilibrada ao universo, criando assim o sol e as sombras. Sendo também a responsável por ser a mãe de todas as mães... Pois me apaixonei e me casei com Glauximus. — Ela então se aproximou do deus coruja prateado, entrelaçando gentilmente seu braço ao dele — Deste casamento, nasceram 3 filhos ao qual eu concebi.
— Arbor Gaiates, a deusa Jaguar da natureza. Mãe de toda fauna e flora existentes em todo o universo! — Glauximus esticou seus braços, colocando as criações de Arbor em sua apresentação ilusória — E também, a mãe da grande Árvore Sagrada da Vida...
— Meu segundo filho foi Fenrir, o Deus Lobo Gélido do Norte, ao qual tomou para si a responsabilidade de criar climas favoráveis a outras espécies glaciais, além do solstício de inverno e verão junto a sua irmã mais nova. — Hawlking também colocou as criações de seu filho na ilusão a minha volta até que o calor do sol raiou em meu rosto, se opondo ao clima gélido de Fenrir. — E minha terceira e última filha foi Hemera, a deusa grifa do sol e do verão... Ao qual decidiu assumir a responsabilidade de minha criação, além de querer ajudar as criaturas que sua irmã Arbor havia criado. O sol nunca havia estado tão brilhante e radiante antes dela no céu.
— Arbor e Hemera se envolveram mutuamente com seu irmão Fenrir, e ambas deram a luz a outros deuses. — Glauximus contava aquela parte da história com certa naturalidade, mas devo imaginar que as leis mortais, não se aplicam aos divinos, então para eles deve ser um ato de normalidade unir divindades, mesmo que sejam irmãos — Da bravura de Fenrir e dos fortes sentimentos de Hemera, nasceu Tiamat, o deus dragão da guerra. Porém, do acolhimento do deus Lobo e dos intensos sentimentos da deusa do sol, nasceu Ática, a deusa raposa do amor.
— Da união de Fenrir e Arbor, nasceu o último membro da Ordem Sacro Mágica, esse que foi nomeado como Nekron, o deus corvo da morte — Hawlking por fim adicionou todos os outros fatores da grande criação, dando forma ao mundo em que eu conhecia.
Eu estava maravilhado com tudo aquilo que estava sendo me mostrado, realmente algumas das inscrições que lia antigamente em alguns livros que falavam sobre a origem estavam corretas. Mas então tudo a minha volta se tornou a pior visão que poderia ter sobre tudo aquilo, chamas haviam dominado a terra, o céu estava cinza e totalmente tomado por fumaça, as pessoas estavam morrendo de maneiras brutais enquanto se matavam para sobreviver, e acima daquilo tudo estava uma figura muito familiar para mim que observava de cima da colina os resultados de seu trabalho obscuro. Um calafrio percorreu todo meu corpo, ao mesmo tempo que senti meu braços e pernas tremerem de raiva.
— Ignis... Scarlett... — Eles estavam me mostrando o futuro, o que estava para acontecer se nada fosse feito. — Não... NÃO! Eu me recuso a deixar essa criatura vil e imunda viva nesse mundo!
— O que você acabou de presenciar Magnus, é mundo ideal dos demônios, Ignis Scarlett é apenas um deles. — O deus coruja colocou as cartas na mesa. — Após Algardia fazer pacto com os demônios para garantir seus poderosos meios de dominação mundial, Tiamat olhou para tudo isso e viu que poderia se beneficiar com tais acontecimentos.
— Como ele poderá se beneficiar em um futuro aonde os demônios são os governantes? Isso não faz sentido! — Apontei para a figura da demônia que continuava a fazer o completo caos naquela visão.
— Tiamat pretende trazer uma era de guerras e aumentar assim sua influência entre os mortais. Quanto mais pessoas e criaturas rogarem seu nome, mais poderoso ele irá se tornar... Até chegar ao ponto onde nem mesmo os demônios irão conseguir controla-lo.
— Ele vai se beneficiar dos objetivos dos inimigos para poder alcançar a sua própria dominação universal, que está acima de todos e qualquer plano envolvendo Thâmitris. — Fiquei incrédulo após perceber que Algardia era somente a ponta de todo esse problema. — Onde estão os outros deuses? O que aconteceu com eles?
— Infelizmente não sabemos Magnus... — Hawlking teve sua voz tomada pela tristeza. — Como mãe primordial de toda a criação, eu temo pela existência e pela vida de meus filhos. Após os planos de Tiamat serem descobertos, e todos entrarmos em um consenso de que era necessário se afastar do mesmo e encontrar nossos escolhidos, eu nunca mais os vi.
— Então para que eu possa unir vocês novamente, eu vou precisar encontrar cada um de seus representantes... — Olhei para eles firmemente — O que me leva a crer que se Glauximus está aqui, então o seu escolhido já despertou.
— De fato caro Magnus. — Ele concordou com a cabeça. — Ele é umq mulher de muita fé, está entre o povo mais inteligente de Thâmitris, mas ainda nega a todos custo a sua realidade. Além de passar por problemas pessoais e preocupações quanto ao seu pai e o futuro do Reino.
— Está me dizendo que a um dos escolhidos aqui? No Reino Élfico? — Me aproximei dele — Essa descrição... Você está falando da Aralyn, não está?
Ele me olhou por alguns segundos e então assentiu com a cabeça. Eu arregalei os olhos em espanto, em seguida me vi a pousar uma mão em minha cabeça, levando lentamente meus cabelos para trás.
— Eu precisei escolher alguém do Reino Élfico, alguém que seria capaz de proteger a grande Árvore Sagrada da Vida. Mas não esperava que sua imaturidade e falta de coragem sobre as coisas, iriam atrapalha-lha em sua missão. — Glauximus colocou sua mão sobre meu ombro — Magnus... Você e Aralyn, precisão proteger a árvore a todo custo. Ela é a fonte de equilíbrio e paz nesse mundo.... Se árvore cair, a Era Mágica ao qual vivemos agora, irá ruir e ser apenas uma lembrança na história. Arbor criou essa árvore com um único propósito... Garantir a possibilidade de que todos os seres vivos desse planeta sejam ou tenham as mesmas possibilidades. Algardia e Tiamat pretendem acabar com isso, e entregar ao mundo uma nova era... Uma Era de puro Caos.
— Você não é mais o escolhido de Hawlking, Magnus... Agora, você é o escolhido de Thâmitris. — A deusa gentilmente falou aquelas palavras para mim enquanto meu coração se enchia de emoções.
Diante aquele dois deuses a minha frente, eu sabia que minha responsabilidade e compromisso com o mundo todo, agora havia se tornado real. Eu tinha uma missão divina, e minha vingança pessoal já não passava de um mero detalhe no meio de todos os acontecimentos que viriam. Entendi que mesmo passando por tudo o que passei, eu ainda estava tendo sorte nesse plano, haviam pessoas que necessitavam muito mais do que eu. Famílias pela qual não haviam forças e muito menos poder para lutarem por aquilo que amam. Eu havia nascido com um propósito, honrar a minha família destruída, passar adiante meus dogmas, colocar a prova os meus valores e enfrentar aqueles que nada constroem de bom a esse mundo. Mas muito mais do que tudo isso, muito maior do que a mim mesmo, ainda existia uma infinita quantidade de pessoas e culturas ao qual deveria proteger.
— Eu vou honrar o legado de vocês. — Após minha fala, Hawlking e Glauximus se entre olharam em um sorriso gentil e acolhedor.
— Está na hora de você ir Magnus, você deve voltar ao seu plano e proteger a capital da grande árvore. — Senti o peso do sono tomar conta do meu corpo.
— E-espera! Eu... Eu tenho tantas perguntas ainda. O meu irmão! O meu irmão está vivo? — Em uma tentativa desesperada de obter mais respostas, tentei dizer a primeira coisa que me veio a mente.
— Ele está mais próximo do que você imagina... Magnus Wingsfield. — Com essa última resposta, eu adormeci naquele salão.
[...]
[Reino Élfico, 5 de junho de 812 da Era Mágica]
— Irmão... Irmão? Acorde! — Ao abrir meus olhos lentamente, a silhueta familiar de Max estava dançando a minha frente.
— Max...? — Em uma faísca de esperança que brilhou em meu coração, ergui minha mão para tentar tocar seu rosto, mas então minha mão foi pega com firmeza pelas mãos de quem estava tentando me ajudar.
— Ah você acordou! Fico feliz em te ajudar... Desculpe-me, mas meu nome não é Max — Um jovem demi-humano com características de felino e trajado com roupas do templo, se fez na imagem distorcida que agora havia ganhado forma a minha frente. — Você é Magnus Wingsfield não é? Fique aqui... Vou chamar a Sacerdotisa Mestra!
Calmamente me levantei, me apoiando com cuidado no grande aro do portal ao meu lado, ainda estava tonto com a viagem abrupta a minha própria dimensão. O dia estava lindo, o céu azul estava límpido, e o sol estava tão radiante que quase me cegou naquele lugar.
"Ele está mais próximo do que você imagina... Magnus Wingsfield"
A frase de Hawlking ainda estava martelando em minha cabeça, e era impossível não sorrir pelo menos um pouco com aquela informação.
— Max está vivo... Meu irmão vive... — A esperança estava viva no meu coração, após tanto tempo, meu coração queimou em alegria. As lágrimas vieram sem nem mesmo ter vontade para chorar, e a emoção era tanta que não pude conter.
O membros do templo junto a Astrid Isildur, apareceram correndo ao meu encontro, o demi-humano que antes havia me ajudado e um novo fiel élfico do templo, me ajudaram deixando que me apoia-se neles. Astrid então se aproximou me trazendo um pouco de água para beber.
— Você finalmente voltou... Depois de 3 dias você voltou para nós... — Astrid sorriu de forma gentil para mim.
— Eu vi... Eu vi tudo! Eu falei com eles, eu abracei Hawlking! Eu conheci Hawlking e Glauximus. — Os dois ao meu lado se entre olharam surpresos. — Temos muito a se preparar e fazer, eu preciso falar com a princesa Aralyn.
— Magnus... — Astrid pousou suas mãos de forma gentil em minhas bochechas. — Acalme-se, antes de qualquer coisa você precisa descansar nesse momento. Eu sei que você tem uma grande experiência, sei que os deuses devem ter te dado uma missão e tanto.... Mas agora, você precisa descansar primeiro.
Aceitei as palavras de Astrid e apenas assenti com a cabeça, me permitindo ser levado por eles até o meu aposento naquele templo. A sacerdotisa mestra me falou que iria avisar a todos na corte real e ao reino todo sobre a nova notícia de meu retorno. Deitado naquela cama, percebi o quanto estava cansado e o quanto de minha mana eu havia gasto. Aos poucos minha visão foi ficando pesada, minhas pálpebras foram se fechando, até que finalmente eu deixei que o sono me leva-se. Então acordei em um sonho, eu estava rodeando por uma enorme floresta de mata densa, só havia um pequeno círculo aberto a minha volta e eu não estava sozinho naquele lugar. Abruptamente eu olhei para trás após perceber a poderosa presença as minhas costas, e me vi diante a um enorme Jaguar de olhos tão verdes que pareciam esmeraldas. Seus pelos alternavam entre o dourado e o verde intenso, suas patas pareciam ser protegidas com troncos de árvore, e em sua cabeça haviam adornos em madeira e pelos saltados da cor azul. Suas pintas pareciam brilhar em dourado ao reluzir do sol e o os mesmos pelos saltados em azul também eram presentes nas musculaturas de suas patas.
— Você provou seu valor jovem monarca, estou impressionada com seu desempenho até aqui, vou lhe ajudar em sua caminhada. Sua jornada a partir de agora não será fácil, terá de enfrentar inúmeras provações para proteger Thâmitris. — Ela ficou me rodeando enquanto eu a acompanhava com meus olhos. Seu olhar era firme, mas sua aura era incrívelmente gentil. — Acredito que com a ajuda das pessoas que você ama e daqueles que foram predestinados a serem os escolhidos dos deuses, você irá atingir o que tanto busca. Encontre uma donzela élfica chamada Anna Calen, ela é a minha escolhida.
— Você... É a deusa Arbor... Não é? — Ela sentou-se sobre suas patas olhando diretamente em meus olhos e então soltou um pequeno riso.
— Boa sorte, Magnus Wingsfield. — Então a enorme Jaguar levantou sua pata dianteira, em seguida a pousando com um pouco mais de força no chão, me fazendo acordar abruptamente.
Coloquei as mãos sobre a cabeça, ainda um pouco ofegante e assustado com todas as coisas que estão acontecendo uma atrás da outra em minha vida. Aquilo realmente era bem confuso e talvez descansar um pouco não era uma má ideia de fato.
[...]
Ao entardecer, me vesti adequadamente para seguir adiante até o castelo novamente, todos no Reino já sabiam que eu havia voltado e o Rei havia convocado mais uma reunião com os líderes para decidir o que seria feito após minhas novidades. Após pensar um pouco sobre o que Astrid havia me dito anteriormente quando havia retornado, cheguei a conclusão de que o tempo não funciona da mesma forma na dimensão dos deuses, pois haviam se passado 3 dias aqui no plano terreno, enquanto que lá não parecia ter passado nem mesmo a metade de um único dia. Isso é potencialmente perigoso, qualquer pessoa que ficar presa nessa dimensão poderá deixar passar tanto tempo que quando retornar, não saberá mais em que tipo de realidade estará.
Assim que cheguei ao local de reunião nos jardins do castelo, todos já estavam lá da exata mesma forma que da última vez. Assim que viram, eles se levantaram e se curvaram em respeito e reverência. A princípio não havia entendido o motivo deles estarem agindo assim comigo, mas então logo a resposta veio em uma única frase.
— Seja bem vindo, escolhido de Hawlking. — Astrid levantou sua cabeça olhando diretamente em meus olhos. — Ou melhor devo dizer... Escolhido de Thâmitris.
Todos eles me olhavam com certo afinco, estavam ansiosos para ouvir o que tinha a dizer, desde o Rei Eldrion a Grão-Mestra da Ordem dos Assassinos Élficos, Elysia Zephiros.
— Muito bem... Vamos iniciar essa Reunião. — Anunciou Eldrion, e então todos se sentaram em seus devidos lugares. — Por favor, sente-se também Magnus. Acredito que tenha muitas coisas a nos dizer, e estamos prontos para ouvir o que os deuses te disseram.
— De antemão, já gostaria de dizer que teremos muitos trabalhos pela frente. — Sentei-me diante a Eldrion olhando profundamente em seus olhos. — As notícias não são nada boas, e acredito que a influência da coroa real élfica atual, só irá atrapalhar os planos para defender a capital da Árvore Sagrada da Vida.
— O que está querendo dizer Magnus? — Orion entrelaçou seus dedos ao ouvir minhas palavras.
— Eu estou anunciando aqui e agora, meu golpe de estado temporário, retirando o Rei Eldrion de seu cargo atual, e os entregando nas mãos de sua filha... A escolhida de Glauximus, Aralyn Midgard. — Aralyn deixou sua xícara cair no chão após ouvir que seu segredo havia sido revelado. Sua expressão era de puro choque enquanto o ruído da xícara se partindo tomava conta do ambiente.
— O QUE? — Orion se levantou rapidamente da mesa olhando diretamente para Aralyn que parecia ter engolido em seco.
— MAS ISSO É UM ULTRAJE! COMO OUSA DESAFIAR A SOBERANIA DO REI ÉLFICO? — Berrou Eldrion de raiva enquanto se levantava em um ato de protesto.
— Eu não só ouso, como vou fazer! — Rebati seus gritos em uma resposta clara e dura. — Se for pelo bem de Thâmitris e pela continuação da liberdade, não irei mais correr riscos desnecessários por conta do orgulho de um rei extremamente conservador!
Todos ficaram quietos ao ouvir minhas claras intensões com aquela decisão inesperada. Astrid e Elysia pareciam até mesmo um pouco mais calmas, mas Orion realmente estava um tanto assustado com tudo aquilo.
— Eu vou mandar mata-lo por tamanha petulância! — Gritou ele ao apontar seu dedo a mim
Me levantei calmamente apoiando minhas mãos sobre a mesa o encarando de igual para igual, deixando apenas os meus olhos brilharem em dourado. A expressão de raiva dele fazia enfrentamento a minha seriedade fria e assertiva.
— Eu quero ver você tentar... — O respondi mantendo meu tom de voz baixo e calmo, mas claramente mostrando total controle sobre aquela situação.
— GUARDAS!!! GUARDAS!!! PRENDAM ESSE HOMEM!!! — Berrou ele apontando em direção ao meu peito.
— Papai!!! Não!!! Não faça isso!!! — Gritou Aralyn ao seu pai em protesto.
Os guardas rapidamente saíram de trás das colunas a nossa volta e vieram em nossas direções, mas eu não me movi um único centímetro, ainda encarando aquele Rei orgulhoso do qual pagaria por sua própria arrogância. Os guardas roderam o Rei e apontaram suas lanças em sua direção, o surpreendendo com aquela atitude inesperada.
— M-mas... MAS O QUE VOCÊS ACHAM ESTÃO FAZENDO SEUS IDIOTAS!? — A Incredulidade havia tomado conta de sua feição. — O QUE VOCÊ FEZ COM ELES MAGNUS!?
— Eles não são só seus soldados Eldrion... Eles são membros da Ordem dos Assassinos Élficos, liderados por Elysia! — Durante minhas falas Elysia se levantou. — Você ignorou ela, ignorou seus medos, ignorou suas perdas. E assim como ela... tem muitos aqui no Reino que estão com medo, estão tentando convencê-lo de que este não é o momento para se priorizar tradições. Eu não queria que tivesse tomado tais proporções, mas você não me deu escolha...
— Eu concordo com a decisão do Magnus, pois é palavra dos Deuses. — Astrid se levantou olhando solenemente para aquele Rei orgulhoso.
— Eu tenho que admitir que estou surpreso com tamanha petulância! Não posso dizer que concordo com seus atos Magnus... O que você diz é verdade. — Orion olhou para mim enquanto discursava. — Eu admiro sua coragem, e agora com o Rei Eldrion retirado do poder, os seus planos e os dos deuses irão seguir adiante. E nesse caso, vou ajudá-lo a proteger meu lar... Mas acho que alguém aqui nos deve explicações mais específicas...
Todos olharam para Aralyn que de imediato baixou duas orelhas ao se sentir acuada. Suas bochechas ficaram vermelhas e seu semblante pareceu estar nervoso.
— Aralyn... Você é realmente a escolhida de Glauximus? — Astrid se aproximou dela com gentileza.
— Eu... E-eu... — Ela juntou sua mãos a frente de seu busto ainda parecendo estar um pouco desesperada. Mas sem ter pra onde ir ou correr, ela simplesmente baixou a cabeça e admitiu. — É verdade... Eu sou a escolhida de Glauximus, a Coruja das Estrelas.
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