O Segredo no Luar Brasileira

Autor(a): Moonlight Valley


Volume 1

Capítulo 9: O Anjo da Lua

Retomando ao ponto onde Yoru e Dai se encontravam. Ao perceberem que o terceiro inimigo havia ido até os garotos que estavam no porão, eles se apressaram para derrotar esses invasores, o que fez atrapalhar a tomada de decisão de ambos, deixando-lhes alguns danos ao serem atingidos.

— Esses caras são insistentes, não podemos demorar muito!

— Vamos ter que confiar no Ryuu por hora, Yoru. Concentre-se no problema à sua frente primeiro!

— Veja, não quero dizer que seu filho é incapaz. Mas eles são assassinos e estão literalmente atrás da Luna, não dá para confiar que um adolescente pode derrotá-los assim — Yoru reclamou enquanto desviava da rajada de estacas de metais que vinham em sua direção.

Como um pai amoroso, obviamente Yoru iria se preocupar bastante com a sua filha. Mesmo que ele reconhecesse as habilidades do Ryuu, ele sabia que seu treinamento estava longe de estar completo. O garoto ainda não tinha desenvolvido completamente suas habilidades, então proteger uma pessoa de um assassino treinado seria um tanto difícil.

Além disso, ele já estava com suspeitas de que havia algo de errado com o inimigo, mas, ao desviar de seus ataques consecutivos, sem nenhuma brecha para retaliação, Yoru finalmente entendeu a situação por completo.

— Ei, Dai. Não sei se você percebeu a mesma coisa que eu…

— Como assim?

— Não acha que esses ataques estão… fortes demais?

— Agora que você falou, realmente. Ninguém conseguiria lançar toda essa enxurrada de habilidades sem se cansar nenhuma vez.

Yoru e Dai eram praticamente mestres nesse assunto. Tendo dedicado suas vidas inteiras ao treinamento desde pequenos, eles sabiam o que era naturalmente possível. E, analisando as habilidades do inimigo, eles souberam que aquilo não era normal, estava mais para algo como doping.

Enquanto eles estavam desviando dos ataques, um rugido estrondoso ecoou pelo local. Mesmo que ainda distante, era possível sentir que uma grande ameaça havia aparecido. Maior ainda que aqueles invasores. Quando Yoru olhou para longe, viu uma grande massa de luz aos poucos tomando a forma do que parecia ser um lobo gigante.

— Ah merda…

Após escutar o pequeno comentário de seu amigo, Dai virou e deu de cara com o que parecia um lobo enorme que definitivamente poderia ser visto há quilômetros.

— Esse não é o espírito dela?

— Sim… mas não era para ser possível.

Ambos olharam aterrorizados ao perceberem que algo muito anormal estava acontecendo na região onde a Luna estava, mas esse pequeno momento de distração foi o suficiente para que Dai fosse atingido por uma das estacas em seu ombro, a dor era extrema ao ponto de fazê-lo cair de joelhos no chão.

— O que?! Dai! — Gritou Yoru, ao ver seu companheiro ser atingido.

Conhecendo suas habilidades, ele sabia que não era qualquer coisa que conseguia atravessar a dura pele que Dai havia dado duro para fortalecer. Esta era uma das suas características pessoais, resultado de seu treinamento árduo.

Yoru, preocupado com tudo que estava acontecendo, não conseguia nem pensar direito. Então, decidiu tomar uma medida drástica arriscada.

— Não tem jeito. Vou ter que usar aquilo…

Ele possuía uma carta na manga. Uma habilidade extremamente poderosa, mas que pode tirar sua vida caso ele se descuide. Porém, ele não via outra alternativa.

— Não, Yoru! Não faça isso! — Disse Dai, ainda sofrendo com o grave ferimento.

Entretanto, subitamente, um portal se abriu atrás dos dois, distorcendo o espaço em sua volta. E dele saiu uma face conhecida de ambos. Ao ver aquilo, suas expressões se acalmaram um pouco.

— Pro chão. — A figura misteriosa ordenou, enquanto estendia sua mão em direção ao inimigo. Com isso, uma pressão esmagadora surgiu sobre ele, fazendo-o beijar o chão.

— J-Jun?! Como você chegou até aqui? — Yoru perguntou, surpreendido pela aparição repentina de seu outro amigo.

— Bom, a Hana me avisou que havia algo de estranho com um dos colegas do clube de sua filha, então eu ia fazer uma visitinha a vocês para conferir a situação. Mas me deparei com aquele lobinho ali acima. — Jun disse, e apontou casualmente para o ser espiritual que estava fazendo uma bagunça há alguns bairros dali.

— Eh… Devo concordar que ele não é muito discreto para quem está dentro da barreira. Ah, espere! Isso não é hora de conversar! Ajude o Dai aqui comigo!

— Não se preocupem… Não vou morrer só com isso, apesar de que a dor é meio insuportável. — Falou Dai com uma voz trêmula.

Jun ficou surpreso ao ver Dai caído no chão, com uma enorme estaca de metal fincada em seu ombro. Assim como Yoru, pelo longo tempo no qual se conhecem, ele sabia que aquilo não era capaz de matá-lo tão cedo. Mas isso não nega o fato de que ele está gravemente ferido e que precisa ser tratado imediatamente, caso contrário ele poderia ficar com sequelas que irão afetá-lo pelo resto da vida.

Determinado a salvar seus amigos, ele tomou a frente e andou em direção ao inimigo.

— Então apareceu mais um para a festa? Não se preocupe, vou acabar com você rapidinho! — Disse o tal Número 10.

Após falar, ele rapidamente lançou um ataque de estacas de metal. No entanto, os ataques pareciam atravessar o corpo de Jun, como se ele fosse, de alguma forma, intangível.

O inimigo ficou confuso com o que acabara de ver. Nenhum de seus ataques parecia afetá-lo de jeito nenhum, não importava de onde ele os lançava. Mais do que isso, uma barreira parecia ter sido erguida ao redor de Dai e de Yoru, então nem mesmo as estacas que passavam por perto conseguiam tocá-los.

— Mas o quê?!

— Seus ataques não são rápidos o suficiente para me atingir. Vai ter que se esforçar mais do que isso se quiser alcançar seu objetivo.

Aparecendo pelas costas do inimigo, foi possível ver uma katana negra aparecendo nas mãos de jun que em seguida atingiu o homem misterioso, fazendo-o quicar pelo chão até a parede mais próxima, deixando rachaduras pelo local onde passou.

— Esse seu estado é deplorável, mas não darei um fim à tua vida ainda, temos questionamentos dos quais você tem as respostas — Disse Jun, aproximando-se lentamente em direção ao inimigo que estava quase desmaiando de dor.

No instante seguinte, um portal apareceu na parede onde o homem estava caindo, mas só foi possível ver um braço puxando-o rapidamente sem que desse brecha para Jun alcançá-lo.

— Droga, eles escaparam Yoru! Esse portal saiu do nada.

— Desculpa, não pude fazer muito para ajudar, acho que acabei atrapalhando após ser atingi…

Dai teve seu pedido de desculpas interrompido por Yoru enquanto apertava seu punho com força em uma mistura de sentimentos de culpa e arrependimento.

— Não, foi uma falha nossa como equipe, Dai. Não se preocupe.

— Assim, não queria atrapalhar vocês aí, mas a situação não acabou totalmente ainda, o lobo que estava a algumas quadras daqui sumiu.

— A Luna! Temos que correr até lá de imediato para ver o que aconteceu.

Yoru se exaltou ao lembrar da filha, pois se atrasou em reagir à alteração intensa da sequência de fatos que estavam acontecendo um após o outro no momento.

— Ajude Dai a se levantar, vou tentar convocar um portal o mais próximo possível da região de onde vi aquele lobo, devemos encontrar sua filha por lá provavelmente.

Jun fechou os olhos e colocou sua mente para trabalhar, pensando nas possíveis possibilidades de atalhos para chegarem no destino desejado.

 

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Luna acordou em lugar completamente branco, não havia chão, paredes ou teto. Não era possível ter senso de distância, pois não havia nada de referência, a sensação era apenas que tudo ali era um vazio eterno.

Os pensamentos de Luna pararam por apenas um instante.

Estava surpresa pelo susto repentino de encarar o nada. Sua cabeça não processava bem, era um acontecimento difícil de compreender. Sua mente tentou entender o que ocorria e as memórias mais recentes se reavivaram.

Ela desmaiou após recitar o encantamento que Hana havia dito em uma tentativa de domar o espírito, mas acordara ali, no nada, após isso, flutuando nesse branco eterno.

— Oláaaaa? Alguém aí?

Sua voz ecoou na vastidão, carregada de esperança por uma resposta que nunca veio. O que teria acontecido? Como fora parar naquele lugar estranho?

Mas, de repente, algo quebrou o silêncio. Uma doce melodia começou a soar, preenchendo o vazio. A voz parecia vir de uma mulher, suave e acolhedora, em contraste com a frieza daquele lugar.

A melodia suave preenchia o vazio ao redor de Luna, trazendo uma sensação inexplicável de conforto e familiaridade. Conforme ela se concentrava, a música foi se transformando em uma voz gentil e acolhedora, que parecia emergir de uma figura envolta em luz, uma silhueta feminina que flutuava à sua frente. A figura brilhava de forma quase etérea, e embora Luna não conseguisse ver seu rosto, sentia uma estranha conexão com aquela presença.

Ela não sabia quem era essa figura, mas algo em seu coração dizia que era especial, alguém que, de alguma forma, estava ligada a ela.

— Luna... — a voz sussurrou, carregando uma doçura que contrastava com a frieza daquele vazio.

O som era calmante, e Luna se sentiu compelida a se aproximar. Uma parte de si estava confusa e insegura, mas outra desejava desesperadamente entender quem era essa figura e o que significava sua presença ali.

— Quem... quem é você? — Luna conseguiu perguntar, a voz tremendo levemente.

A figura não respondeu diretamente, mas estendeu uma mão na direção dela, uma mão envolta em luz, como se quisesse confortá-la. Luna hesitou, mas o calor que emanava da presença a incentivou a seguir adiante. Ao estender a própria mão, sentiu uma calma intensa e acolhedora.

— Você está segura, Luna... — a figura disse suavemente. — Mas o caminho que se abriu à sua frente exigirá coragem. Precisará ser forte, portanto confie em sua força.

Luna ouviu aquelas palavras com atenção, como se fossem um eco em seu próprio coração. Mesmo sem entender completamente, uma determinação silenciosa começava a brotar dentro dela.

A presença luminosa começou a falar, sua voz gentil ecoando no vasto espaço branco onde estavam. Cada palavra parecia ressoar nas profundezas da mente de Luna, como se alcançasse lugares escondidos em sua memória.

— Você está no seu subconsciente, Luna — explicou a figura, como se adivinhasse o que ela estava pensando no momento.

— Como vim parar no meu subconsciente? Quem é você e o que aconteceu com aquele espírito?

Luna soltou apressadamente essas perguntas, buscando se aproveitar daquela figura feminina que parecia ter todas as respostas que ela precisava.

— Acalme-se, explicarei o que você precisa saber. Como tenho pouco tempo, buscarei ser sucinta.



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