Volume 2

Capítulo 84: Por um triz.

— Sério?

Kazuki parecia realmente feliz.

— Onde?…não, espere. E sobre sinais de infecção?

A condição de Teresa não poderia ser descrita como boa nem mesmo da boca para fora. Um dos olhos dela estava roxo, sangue seco era visível no nariz dela, os lábios estavam com ferimentos feios, a bochechas estavam vermelhas e inchadas…

Vários pontos no corpo dela também estavam vermelhos e machucados, e o fedor de todo o tipo de sujeira flutuava pesadamente. A aparência dela naquele momento era testemunha das dificuldades pelas quais ela passou. Mas Seol não viu nenhum sinal de uma infecção se desenvolvendo.

Ele mostrou a condição dela usando o cristal de comunicação e abriu a boca.

— Eu a encontrei na área experimental. Ela parecia estar sendo torturada, mas não penso que ela está infectada.

— Torturada?…Ah!

Kazuki soava como se ele tivesse acabado de entender como ela foi descoberta. Agora que ele a viu por meio do cristal, suas suspeitas foram satisfeitas.

— Hmm. Eu estava voltando, mas se você quiser, eu posso voltar e ajudar você.

— Não, espere. É difícil descrever onde estou. Então, vá na frente.

— Entendido. Eu confiarei em você.

E assim a comunicação foi encerrada. Seol rapidamente checou os pulsos e tornozelos. Se ela tivesse sido amarrada com restrições especiais, as coisas poderiam ter sido problemáticas, mas, por sorte, ela estava amarrada apenas com cordas grossas. Quando ele pegou a adaga, os olhos dele se encontraram com os da princesa, que parecia estar vendo uma miragem.

—…Isso é um sonho?

A voz dela era realmente roca.

— Uma alucinação embelezada?

Ele simplesmente sorriu para ela. Ela deve ter achado a resposta dele mesquinha, porque grandes lagrimas se formaram nos olhos de perola dela. Ela fungou e continuou em uma voz desesperadamente suplicante.

— Por favor, diga que não é. Por favor.

— Isso não é nem um sonho nem uma alucinação.

Seol a respondeu concisamente.

— Eu vim para resgatar você, Princesa.

— Mas, como?

— Eu sei que você tem muitas questões, mas, por favor, espere por agora. Não temos muito tempo restante.

Ele rapidamente se ajoelhou sob um joelho.

—…Ah.

Teresa de repente ficou confusa por alguma razão.

— O que eu deveria fazer? O que eu devo fazer?! Huf, eu não posso me casar agora.

— Eu não posso evitar, aquele pervertido bastardo não me deixou usar o banheiro…

Ela explicou a situação com a voz progressivamente ficando mais baixa.

“…Pervertido bastardo?”

—…Está tudo bem.

Seol quietamente a respondeu.

— Eu estou apenas agradecido que…você conseguiu ficar viva até agora.

Ele estava sendo sincero. Por estar concentrado em cortar a amarração nos tornozelos dela, ele não percebeu a expressão que ela fez quando o ouviu.

—… Eu posso chorar agora?

— Não, não pode.

— E quanto a um beijo quente, então?

— Obviamente que não, você não sabe?

Enquanto brincavam, ele trouxe a adaga para perto da corda perdendo o tornozelo dela, mas então…

Dururuk!!

Ele ouviu um som do outro lado da parede.

Gulp!

Ele prendeu a respiração, suas mãos pararam de se mover, o coração palpitava e os músculos do corpo inteiro se contraíram.

Agora que ele olhava novamente, a forma da estrutura era como um container retangular do lado de fora, mas a câmara era muito mais perto de uma caixa quadrada. Apenas então ele finalmente viu uma porta no canto. Ele rapidamente lembrou do lugar inteiro emitindo o aviso de ‘não se aproxime’. Mas ele esqueceu de tudo por causa da princesa1.

O que ele deveria fazer agora? Infelizmente para ele, antes que pudesse pensar em algo, ouviu a porta sendo aberta. Ele instantaneamente abaixou o corpo e se escondeu por trás do lugar em que a princesa estava presa. Enquanto isso, Teresa rapidamente abaixou a cabeça e abriu a boca.

— Alguém, qualquer um, me ajude. Salve-me. Eu quero ir para casa. Ahhh…

Ela começou a murmurar para si mesma.

Splash, splosh…

Sons de passos molhados podiam ser ouvidos e então uma sombra apareceu perto da estrutura de madeira.

— E eu me perguntava por que estava ouvindo vozes. Você está latindo para si mesma?

Prrr. Uma voz irritante parecendo o barulho de um atoleiro borbulhante veio da figura que tinha entrado na sala.

O pensamento rápido de Teresa o tinha livrado do perigo imediato. É claro, Seol permaneceu vigilante. Se essa coisa podia se mover mesmo com o controle do ródio, então era um alto ranque. Ele não queria acreditar, mas era a realidade.

— Hmm?

A criatura desconhecida começou a franzir.

— Como esse bastardo chegou aqui?

Nesse exato momento, Seol pensou que o coração fosse explodir, mas…

— Eu não o tinha proibido de vir aqui?

…rapidamente ele percebeu que o parasita estava falando sobre o orc que ele tinha feito entrar primeiro no lugar.

Apesar de isso ser algo bom em um mar de azar, era muito cedo para se sentir aliviado. Ele rapidamente pegou o ródio e desfez todos os controles mentais além do reconhecimento amigo-inimigo.

O orc mutante se virou para sair. Até a incubadora, uma vez mortalmente quieta, estava novamente com sons de atividade. O parasita desconhecido inclinou a cabeça enquanto o orc se movia ao redor, mas então…

— Eu, eu estou com sede…

Teresa atraiu a atenção da criatura com o gemido doloroso.

— Água, Água…

— Hoh.

Splash, Splosh…

A criatura se aproximou da estrutura. Saliva começou a se acumular na boca do jovem escondido. Ele sentiu a tensão surgir pelo corpo inteiro e ele nem mesmo podia se mover de onde estava. Ele parou até de respirar.

— Kekeke. Parece que você está alucinando. Então, é esse seu limite?

— Água, dê-me água…

— Em pensar que ela já quebrou. Isso é uma pena. Onde está seu desaparecido espirito agora?

— Euhk.

— Bem, eu acho que isso é por você ser de uma espécie inferior. Ainda assim, você resistiu mais do que o esperado.

A palavras de ridículo forçaram a princesa a morder o lábio.

— Então, você quer água?

Ela quietamente concordou.

— E você quer comer algo também?

—…Sim.

— Então, fale.

Ela formou uma expressão conflituosa.

— Isso não é difícil de conseguir, só é preciso que você me conte.

O parasita desconhecido abriu os braços.

— Nossa rainha é magnânima e misericordiosa.

—…

Mesmo se você for de uma espécie inferior, ela não ria abandonar você enquanto você possuir uma qualidade redentora, por mais insignificante que seja. Fale tudo sobre o pacto feito com os sete deuses. Isso é o único jeito de se provar digna.

Teresa parecia estar em um grande dilema, então baixou a cabeça ainda mais.

— Eu…eu preciso de mais tempo para pensar.

— Que frustrante, pequena tola. Quando mais tempo você precisa? Talvez, você ainda não tenha entendido o que estou dizendo?

— Nós humanos somos diferentes do seu tipo. Eu tenho pessoas que acreditam em mim, minha família, amigos e subordinados. Se  eu fizer como você diz, eu serei uma prostituta que traiu a confiança deles.

— Tsk, tsk. É por isso que você é inferior. Todas essas emoções são inúteis quando comparada ao novo mundo que nossa gloriosa rainha irá criar sobre este mundo.

— Maldição! Eu entendi isso. Eu ouvi você, então me dê tempo para pensar sobre isso!

Seol finalmente entendeu o objetivo da princesa. Ela estava tentando fazer com que o alto ranque fosse para longe, dando a eles uma oportunidade para fugir.

— Fufufu. Você não é divertida? Você pensa que eu não sei o que você que fazer?

— Do que você está falando?

— Não foi isso quatro dias atrás? Você não gastou dúzias de minutos repetindo para mim que você iria pensar sobre isso e começou a me pedir coisas? Você acha que serei enganado duas vezes?

“Ela já usou isso antes…”

Seol se desesperou internamente. Mas então, Teresa começou a gritar.

— Caramba! Mesmo se isso for por um momento, estará bem! Com você ao redor, eu não consigo pensar direito!

O parasita bufou ironicamente, mas não recusou. Mesmo sem olhar, alguém poderia dizer que a criatura estava em conflito interno. Não teria problema dar a ela tempo para pensar, certo? Entretanto, a criatura não se afastou pacificamente.

— Por um momento, certo? Eu acho que não importa realmente, mas se você estiver tentando me enganar novamente, é melhor se preparar.

— Eu vou realmente pensar sobre isso.

— Está bem. Eu espero que você esteja falando sério, senão…

Pow!

— Euh-huuk!!

A criatura deu um soco pesado na barriga dela. Teresa arregalou os olhos. Saliva vazou enquanto ela engasgava. O parasita gargalhou.

—… nós iremos aproveitar outro momento de diversão juntos.

Tosse, tosse!!

A criatura ignorou o humano tossindo e saiu.

— Urgh, isso machuca.

Teresa reclamou amargamente. Enquanto isso, Seol rapidamente moveu as mãos dele. Ele sentiu-se mal pela barriga vermelha dela, mas ele não tinha tempo para perguntar como ela estava agora. Esse parasita tinha o feito gastar muito tempo já. Se não fosse pelo pensamento rápido de Teresa, ele poderia ter ultrapassado o tempo limite.

A cordas eram grossas, mas foram facilmente cortadas quando ele usou mana.

— Você pode andar?

— Yes…uh,eh?

Finalmente livre, os pés dela instavelmente tocaram o chão, seus braços se debateram e ela quase caiu, mas Seol a pegou a tempo. Ele a levantou em um abraço pelos ombros delgados e por baixo dos tornozelos dela. Não era isso o famoso carregamento d princesa?

— Oh, meu~?

Ela piscou após terminar nos braços dele sem aviso. Seol escaneou o lado de fora, preocupado que o parasita estivesse próximo.

— Eu espero que essa coisa não se mostra rápido.

— Não, ele voltara bem rápido. Lembre, eu tentei enganar isso uma vez, e além disso, o bastardo tem pavio curto.

Teresa falou em um tom retorcido.

— Desde o início, eles enxergam as coisas diferente da gente. E essa coisa é como um bastardo absurdamente insano.

Talvez ela tenha sofrido muito nas mãos daquela criatura, porque ela rangeu os dentes como uma louca antes de se recuperar. Ela apontou para a porta dentro da câmara de tortura.

— Vá por ali. Deve haver outra saída.

Era apenas questão de tempo até serem descobertos. Mesmo assim, isso não significa que eles tinham que usar a mesma porta que ele tinha usado antes. Era uma corrida agora.

“Enquanto conseguirmos sair da prisão…!”

Seol organizou os pensamentos e firmou as mãos segurando a princesa. Ela suavemente passou os braços pelo pescoço dele e sussurrou.

— Vamos, meu príncipe.

E então, Seol começou a correr como uma flecha.

Assim como ela esperava, o parasita de alto ranque voltou rapidamente. Em termos de tempo, foi por volta de dois minutos. No momento em que viu o orc mutante entrando na construção proibida, a criatura sentiu algo errado, então olhou ao redor, mas não encontrou nada de estranho.

“Será que me enganei?”

A corrente de pensamentos que estava nessa linha foi destruída quando voltou para a câmara de tortura. A princesa de Haramark que deveria estar presa na estrutura não estava em lugar nenhum. A única coisa que restava eram cordas cortadas.

Isso se assustou e saiu para olhar do lado de fora, mas era impossível encontrar a princesa em uma respiração. Haviam várias coisas se movendo ao redor, atrapalhando a visão. Claro, a criatura de alta classe não era idiota.

— Cada um de vocês, parem de se mover!

Uma onda mental contendo o poder de controle espalhou por todo o lugar, fazendo tudo dentro do lugar parar de se mover. O parasita rapidamente começou a procurar na área, mas não viu nenhum movimento. Ou ela estava escondida ou já tinha escapado da incubadora.

— Aquela rata prostituta!

A criatura olhou para o telhado e rugiu.

Enquanto isso, Seol estava correndo para subir as escadarias. Foi no mesmo tempo do rugido que o cristal de comunicação na orelha dele começou a brilhar.

— Sr. Kazuki?

Um momento de silencio depois, o cristal de comunicação soou.

— Eu te disse para chegar antes da marca do último minuto, não foi?

Ele soava um pouco irritado.

— Eu esbarrei em um parasita de alto ranque.

— O que?!

— Por enquanto, eu consegui escapar, mas eu não sei quando…

Pant, pant…

Seol acelerou os passos até chegar no primeiro piso e foi quando ele parou de falar. Assim que chegou no primeiro piso, ele viu que os orcs se movendo ao redor começaram a encarar ele. Ele usou o ródio, mas isso não funcionou.

— Oh, merda, Corre!!

Kazuki viu a situação pelo cristal de comunicação e gritou alto.

Kuuuueeeh!!

Os mutantes começaram a avançar nele ao mesmo tempo. Seol ouviu os instintos e subiu em uma mesa de madeira antes de pular. Os atacantes que avançavam nele pararam e olharam em transe para o pulo acrobático. Ele voou acima deles, e no momento que ele aterrissou…

Pang!

…Sem hesitação, ele ativou o Festina Earring e correu.

Os arredores rapidamente ficaram borrados.  A luz ficou embaçada mais uma vez, e ele viu o caminho que o tinha levado até ali. Ele não poderia dizer se era a passagem que tinha se estreitado ou se era o próprio campo de visão. Ele não se importou e continuou olhando para frente e correndo como se estivesse com o rabo pegando fogo.

Rapidamente, ele chegou no meio do laboratório, mas então…

DUDUDUDU…!!

Ele ouviu sons desconhecidos em uma escala enorme vindo do lado esquerdo dele. Mesmo durante a corrida apressada, ele sentiu calafrios na pele.

Essa era a direção do lugar em que encontrou Hugo. E era nesse lugar que as escadas que levavam a superfície estavam. Se ele não ouviu errado, então a elite parasita que guardava a superfície estava descendo para ali.

Em vez de se afastarem, os sons de perseguição estavam crescendo mais altos, tenazmente alcançando a retaguarda dele.

Pang!!

Seol ativou a segunda aceleração do brinco.

Apenas um pouco mais e ele seria capaz de escapar da área de pesquisa. Infelizmente, a realidade não era tão gentil. Os mutantes que ele viu quando estava entrando nessa parte do laboratório subterrâneo estavam rodeando a única saída. Os números não eram grandes, mas com a estrutura robusta das criaturas, seria difícil passar por eles.

— Continue correndo!!

A lança de gelo dele foi direcionada para frente. Teresa tinha pego a arma dele e começou a brandir isso antes que o jovem percebesse.

Eles não podiam lutar aqui. Não apenas eles não venceriam, mas seriam capturados pelos perseguidores, ao invés disso. O que significa que ele só podia ir para frente.

— Keuk!

Seol trincou os dentes, abaixou a postura e avançou ainda mais determinado para frente.

Kuehk? Kuuheehk

Os orcs descobriram os humanos tardiamente, e os olhos das criaturas brilharam perigosamente. Todos as colorações de armas avançaram no humano que avançava como um picador de gelo.

Ele viu um machado ser afastado pela lança de gelo.

Ele sentiu parte de sua armadura se quebrando.

Ele até sentiu algo passando por ele que o fez sentir uma dor queimante das costas e do lado. E então…

Boom!!

Do nada, ele sentiu o corpo esmagar algo duro no caminho. E rapidamente, essa pressão da frente sumiu e sua visão ampliou. Ele tinha finalmente passado pela porta e saído da área de pesquisa.

Ele quase rolou pelo chão da força remanescente do impacto depois dele passar pela porta, mas ele conseguiu evitar cair. Com Teresa nos braços era bem mais difícil manter o equilíbrio.

“Ainda assim…”

Agora que ele podia ver a ponte suspensa, faltava apenas um oitavo do caminho. Passando pela ponte, a passagem além disso, continuando para a sala escondida, tudo era em linha reta. Ainda melhor, não havia obstáculos no caminho.

Ele pensou em ativar a terceira aceleração e foi nessa hora que ele sentiu a sensação de formigamento no pescoço.

Bzz…

Sons de asas batendo nos seus ouvidos. Não apenas isso, a voz distorcida vindo do cristal, os passos estrondosos, todas essas cacofonias de barulho atingiram sua audição. Ele nem teve tempo de atravessar a ponte, mas sentiu como se algumas coisas estivessem se aproximando em uma velocidade assustadora.

— Pule!

O grito de Kazuki atingiu a orelha do jovem.

— Eu estou correndo!

— Não, não é isso! Confie em mim e pule o mais alto que conseguir! Depressa!

— Atrás de você.

Ao mesmo tempo, Teresa gritou para Seol.

Não havia mais nada a perder, então ele parou de pensar e pisou firme na ponte para pular. E aconteceu.

Kwang!

Uma explosão soou. As ondas de choque da explosão varreram o jovem quando ele estava descendo. Ele segurou Teresa firmemente quando o corpo dele desenhou uma parábola, antes deles baterem no chão e rolarem no solo. Apenas após eles atingirem o limite da ponte é que conseguiram para dolorosamente.

— Tosse!!

Tang, Tang, tang, tang!!

Seol tossiu, mas quando ouviu o som de coisas se esmagando na parede, ele rapidamente olhou para cima em pânico. Muitas criaturas voadoras estavam presas em uma parede branca com rachaduras.

— Mas o que é isso…?!

Seu queixo caiu, no bom sentido, é claro.

Metade da ponte tinha sido cortada. Ele deveria dizer que era como se um buraco de repente tivesse sido aberto no meio? O grupo de parasitas que tenazmente lideravam a perseguição caíram no abismo escuro, enquanto o resto recuou.

Imediatamente após isso, os prazerosos sons de ar sendo partido pôde ser ouvido, que fez com que as criaturas atacando a barreira protetiva caíssem do ar uma por uma.

Swish-!Swish-!!

Esses eram os sons de flechas sendo disparadas.

Apenas então Seol entendeu o que estava acontecendo e porque Kazuki o tinha mandado pular.

“A armadilha!”

— Acorde e comece a correr!

Ele rapidamente se levantou. Graças a barreira de Mary, nem ele e nem a princesa estavam feridos.

— Eu irei dar cobertura, então não pare e corra!

Seol olhou para os inimigos rapidamente, que pareciam cachorros perseguindo uma galinha, pegou a princesa, passou pela barreira protetiva e correu.

— Quantos segundos restam?

— 11!

Apesar de apertado, era possível. Os inimigos não podiam alcança-lo, e o resto do caminho era reto como uma autoestrada. Uma situação várias vezes mais simples do que no Vale do Arden.

Sssshwwing!!

Os sons passando pelas orelhas dele eram muito agradáveis de ouvir. Ele não podia ouvir mais nada. Não, ele simplesmente se concentrou em correr.

A passagem era consideravelmente longa com quase 200 metros, mas com o impulso triplicado, ele apenas precisava de seis segundos para cruzar isso.

— Haa, haa!

Quando ele entrou na sala sem uso, faltavam cinco segundos.

Ele viu Kazuki e Mary abaixando o arco e o crucifixo, respectivamente. Yasser estava pulando para cima e para baixo com uma cara corada, gesticulando selvagemente.

Quatro segundos.

A prateleira virada 90 graus estava na frente dele. Seol não diminuiu a velocidade e simplesmente mudou a direção um pouco. Chohong estendeu os braços, pronta para segurar ele.

Três segundos.

Um sorriso fugaz se formou na face de todos. Até mesmo Seol sorriu levemente como resposta.

Nesse momento…

BLAM-!!

Uma arma disparou, e Chohong viu com os próprios olhos. Ela viu o jovem carregando Teresa cair no chão.

“…O que foi isso?!”

Seol formou uma expressão de estupefação. Eles estavam quase lá. Eles quase conseguiram.

Ele sentiu como se a perna estivesse presa em algo. Sua visão borrou. Tudo ficou branco e o teto tomou o seu campo de visão, então tudo de repente colidiu no chão em um louca descida.

“O que diabos aconteceu?”

De repente, ele se lembrou.

— Por favor, não esqueça. Tenha em mente o atirador escondido.

O aviso de Agnes veio a sua mente. Sua cabeça girando atingiu o solo, sua pobre testa foi a primeira suportar o impacto.

— Ah…

Ele sentiu como se alguma parte do corpo estivesse faltando. A dor o atingiu uma respiração mais tarde.

— Argh, ah…

Sangue escorreu de sua boca. Ele se curvou como um verme, mas ainda assim tentou estendeu sua mão tremula.

Enquanto sua mão tateava no ar, ele pensou que tivesse ouvido Chohong gritar como um animal selvagem. Ele dolorosamente levantou a cabeça para olhar.

Ela não estava lá.

Não havia ninguém no altar.

— …

Seol encarou o vazio em transe.

…o circulo mágico em que ninguém estava, com a luz já apagada.

 



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