Volume 2

Capítulo 83: Um raio de esperança saído de um lamaçal.

“SE.”

A palavra “se” denota essas instancias inesperadas que podem ou não acontecer. Em dicionários, isso é usado frequentemente em suposições e hipóteses, e humanos se prendem a essa palavra no fim para expressar as próprias esperanças ou arrependimentos.

Poderia haver uma chance em dez mil que tal futuro viesse a acontecer. Chegar antes que fosse tarde demais…não, pelo menos, chegar antes que algo acontecesse com os cativos, esse era o sonho dos membros do time de resgate.

Entretanto, não há sentido em tais coisas quando a merda já foi jogada no ventilador.

Paraiso era a realidade. Isto não era um cartoon, uma web novel, nem um filme. Isto definitivamente não era um jogo de computador, em que você poderia salvar o progresso com um clique de um mouse enquanto se senta em uma cadeira confortável. Uma vez que algo acontecesse, não poderia ser desfeito.

Quando as coisas chegaram a esse ponto, coisas como “se apenas” ou “uma em dez mil” são todas suposições inúteis. Os ventos chamados “apenas se” ou “talvez” apenas o levaria para caminho da negação da realidade, e é tudo.

O ‘resgate’ a que Ayase Kazuki não implicava simplesmente o resgate físico dos cativos. Não, era mais próximo de ‘salvar’ eles. Seol não pensava que isso era ruim. Ao invés disso, ter tal determinação para sem hesitação encontrar a melhor resposta em qualquer situação era condizente com um pragmático e realista terráqueo.

Mesmo assim…

Seol não conseguia descartar as chamas de esperança que queimavam em seu peito. Mesmo sentindo que seu corpo estava afundando profundamente em um lamaçal inescapável quanto mais ele descia as escadas, ele continuava buscando o raio de luz em enterrado em algum lugar dentro da profundidade turva. Ainda que fosse apenas um raio, um pequeno pedaço, enquanto conseguisse salvar mais um.

Mas então, eles chegaram no fim das escadas e as chamas de uma vela queimando fracamente no coração dele tremeu violentamente com o espetáculo diante dele.

— Oh, meu Deus…

Mary apressadamente cobriu a boca.

—…

Até Ayase Kazuki ficou completamente sem palavras.

Um verdadeiro inferno na terra!

Luz carmesim iluminava o lugar como se fosse um distrito vermelho, espetáculos de uma natureza verdadeiramente horrenda estava por todo lado, e eles quase não conseguiram manter os olhos abertos. Nem as intituladas cidades da depravação, Sodoma e Gomorra, foram tão abomináveis. O advento de um inferno vivo na humanidade era algo que se encaixaria na descrição desse lugar.

— É a primeira vez vendo um incubatório tão asqueroso em toda a minha maldita vida.

Kazuki murmurou para si mesmo em uma voz quieta, antes de pegar o papel com as direções escritas. Entretanto, ele começou a formar uma expressão de confusão. Primeiro de tudo, seus olhos já podiam ver acima de mil deles. Atravessar essa quantidade já era o suficiente para causar calafrios.

— O que nós faremos?

Mary começou a mastigar as unhas. Kazuki murmurou, “Espere”, e continuou a analisar o papel, antes de sentir o odor no ar. Eles estavam na entrada, ainda assim havia um cheiro doce forte saindo de algum lugar. Ele apenas inspirou um pouco, mesmo assim sentiu uma leve tontura.

— Esse cheiro…??

Os olhos avançados do arqueiro rapidamente se dirigiram para a esquerda. O segundo piso também era dividido em dois distritos, mas não era separado como no primeiro.

— Por enquanto, vamos em direção a área experimental.

Eles quase não viram movimentos. Kazuki prestou cuidadosa atenção aos arredores enquanto liderava o caminho. A localização para qual o arqueiro os guiou era uma estrutura com paredes vermelhas. Quanto mais se aproximavam, mais o doente odor doce se tornava intenso.

O interior da estrutura, que era localizada próxima a incubadora, ostentava por si só uma vista estranha. Havia um único orc mutante dentro do lugar, junto com dúzias e mais dúzias de potes, grandes o suficiente para uma pessoa sentar dentro, no topo deles havia um número correspondente de cordas penduradas no telhado.

A fonte do cheiro era, sem dúvidas, este lugar. O cheiro doce era tão intenso que os fez engasgar. Kazuki parou para olhar o interior do pote mais próximo, então a expressão dele afundou de alguma forma.

O pote estava preenchido por um liquido claro pegajoso. Ele cuidadosamente enfiou o dedo indicador e retirou. Uma pequena quantidade fixou no dedo partindo antes de se soltar, evidenciando a baixa viscosidade do fluido.

— Isso é…?

O arqueiro inclinou a cabeça, a aproximando, para olhar de perto e como resultado a expressão dele afundou em um instante.

— Keuk!!

Ele empurrou seu torso para longe de pressa e se afastou vários passos para trás. Seol apressadamente o ajudou. Kazuki respirou pesadamente para voltar a si, antes de cuspir com uma face enojada.

 — Maldição! Isso é afrodisíaco!

“…Afrodisíaco??”

Mesmo com as coisas um pouco bagunçadas, Seol ainda ficou pasmo. Ele percebeu que todos os vasos continham a mesma substância. Então ele olhou para o orc solitário parado. Com a experiencia que tinha ele percebeu que a criatura não estava ali atoa. Agora que ele prestou atenção, a corda entrando no pote em frente a aquela coisa estava esticada.

Ele lembrava como os orcs baixaram Hugo do teto, então ele rapidamente localizou uma alavanca próxima.

Mesmo incerto, ele correu até lá e acionou o dispositivo.

Creak, creak…

A corda subiu enquanto enrolava na polia.

Splash, splash…

O som de liquido caindo podia ser ouvido de perto.

Eventualmente, uma pessoa com o corpo completamente amarrado com a corda emergiu. As gotas do liquido caíram do corpo oleoso, aparentemente nu1. Vendo o cabelo vermelho comprido enxarcado, devia se tratar de uma mulher. Foi nesse ponto que Mary Rhine se assustou.

— Grande irmã!!

Kazuki se moveu rapidamente. Ele pulou no ar, cortou a corda e segurou a mulher, aterrissando de volta no chão. Seol franziu as sobrancelhas imediatamente, todos os membros estavam intactos, mas quando ela foi colocada no chão, ele percebeu que estavam curvados em ângulos terríveis.

— Caramba, ela se afogou?

— N-não, isso não pode ter acontecido.

Mary falou com uma expressão pálida.

— A grande irmã Erica aprendeu a habilidade de respirar embaixo da água. Então não tem como ela se afogar.

Kazuki rapidamente pressionou a mão perto do nariz da mulher inconsciente e sentiu que ela respirava. O movimento de subir e descer do tórax dela também era fracamente discernível.

 De repente, os olhos da mulher se abriram. Suas íris borradas encararam o teto acima, e então…

— Ahh-ahck!!

Flop, Flap…

Ela começou a agitar o corpo de um lado para o outro. Esqueça sobre os gemidos usuais de dor, ela estava emitindo gritos de horror.

“Essa pessoa é…”

Ela era a cavaleira imperial de nível 6, Erica Lawrence, um ser poderoso em igualdade com Agnes.

— Ah-ah-ehuk…Aaaaaaahrgh!!

Enquanto Erica estava respirando e gemendo em dor, o arqueiro checou os sinais de infecção e o padre recitou o feitiço de cura.

Um momento mais tarde, Kazuki ficou de pé e se dirigiu a Mary.

— Leve ela de volta.

Isso significava que Erica não estava infectada.

— Entendi. Sejam cuidadosos, vocês dois.

Mary Rhine não disse nada desnecessário e carregou Erica. A saída delas foi rápida o suficiente para levemente surpreender os outros.

A segunda pessoa foi resgatada além de Hugo. Agora, faltavam dois.

Eles checaram os potes para ter certeza que estavam vazios. Kazuki se agachou e olhou para o solo. Seol não o apressou. Tudo o que ele tinha visto do japonês o indicava que esse cara era um terráqueo confiável. Se ele não estava se movendo, deveria ter uma boa razão.

— Seol.

Kazuki abriu a boca.

— Será extremamente difícil pesquisar por esse lugar com apenas nós.

Isso era verdade. Mesmo Seol mascarando a frustração, eram várias construções na área experimental, além disso ainda havia a gigantesca incubadora, e haviam vitimas demais ali.

— Então, nós temos que…

Ele estava dizendo que tinham que se retirar agora?

— … pensar sobre isso.

O que ele disse após isso, de alguma forma, estava fora das expectativas de Seol.

— Ambos Dylan e Ali foram infectados, seus membros cortados. O que esses bastardos estavam tentando fazer com eles era claro- sugar a estamina deles, os infectar, e criar mais orcs mutantes. Usar algumas partes do corpo como alimento e o resto para criar mais soltados, e usar eles como reprodutores também.

“Usar como alimento?”

Por um momento, Seol lembrou da porta que Chohong o impediu de entrar.

— Entretanto, a mesma coisa não aconteceu com Erica Lawrence. Apesar dos membros dela estarem quebrados, ela não estava infectada. Não, ela foi deixada dentro de um pote de afrodisíaco…isso provavelmente significa que eles queriam quebrar ela mentalmente. Eles provavelmente sabiam que ninguém seria capaz de sobreviver ao horror da incubadora do lado de fora por muito tempo.

O som de Kazuki murmurando parecia como se ele estivesse organizando os próprios pensamentos ao invés de estar falando com alguém.

— Implicando que os cativos tinham sido separados por sexo.

— Isso quer dizer que as chances das outras duas não ser infectadas são…

— Não, espere. Não é isso.

Kazuki balançou a cabeça.

— Não é que não foram infectados, é que não precisa. Sendo violadas pelos orcs infectados naturalmente as infectara.

Kazuki continuou.

— Erica estava lutando, igual a Hugo.

Se isso fosse verdade, então as outras duas cativas não estavam ali pois não aguentaram. Foi então que os olhos de Kazuki queimaram brilhantemente.

— Eu encontrei.

— ?

— Isso são traços de alguém sendo arrastado. Parece que é comparativamente recente.

— São duas pessoas?

— Não, apenas uma.

Kazuki também parecia confuso.

— Se minha teoria estiver certa, deveriam ser duas, mas…Ayase Yui ou Teresa Hussey…eu não sei qual delas, mas há apenas uma.

— Vamos ver, independente de quem seja.

Os homens rapidamente saíram da construção, mas os passos de Kazuki ficaram gradualmente mais lentos.

— Maldição…por que são tantos traços agora?

Isso era inevitável. Não era como se esse lugar tivesse pouco movimento, qualquer um podia dizer sem ilhar com atenção que os velhos traços seriam cobertos por novos diariamente, já que esse lugar estava cheio com todos os tipos de raças e seres. Mesmo se ele fosse um grande desbravado, estaria impotente aqui.

— Me conte qualquer traço distinto de sua irmã.

— Tem uma verruga próximo do olho esquerdo dela, o cabelo dela é preto e o físico dela é pequena e bonitinha.

Seol diligentemente olhou os arredores. Não importava o quanto olhasse, o lugar todo parecia uma serie de vistas insuportáveis, uma após a outra. Incontáveis mulheres estavam amarradas e presas em pilares e pareces com correntes e cordas. E um número similar de orcs mutantes estavam ao redor em vários pontos dentro da incubadora ou desconfortavelmente perto das mulheres amarradas.

O problema era que nem todas as mulheres eram humanas. Ele olhou atentamente para uma figura que em primeiro momento parecia humana, mas as orelhas eram pontudas; seres animalescos relembrando um lobo; até mesmo seres vegetais, e monstros que ele nunca tinha visto tinham sido capturados aos montes. Implicando, que os parasitas não se importavam com o que capturavam, desde que conseguissem dar à luz.

Com essa visão miserável, ele poderia dizer como os parasitas, supostamente uma raça alienígena, pensavam dos humanos e outras raças naquele planeta. Com essa percepção, uma raiva poderosa ferveu dentro do seu coração.

“Filhos da puta.”

Para parasitas, homens eram apenas bons como alimentos ou escudos de carne. Para as mulheres, elas não eram diferentes de gado. Seol mastigou o lábio inferior tão intensamente que quase saiu sangue e agarrou a lança que possuía. Ele confiou na habilidade passiva da arma para suprimir o coração pronto para explodir em raiva. Então aconteceu.

— Yui?

Kazuki abruptamente avançou como um raio. Seol o seguiu rapidamente, mas seus passos pararam rapidamente. Ele viu o arqueiro parado como uma estatua de pedra, com a expressão de estupefação.

Havia uma mulher agachada no chão, ambos os punhos amarrados no pilar atrás dela. Havia um vago sorriso no rosto dela também. Assim como Kazuki disse mais cedo, ela era uma garota bonita. E o corpo dela exibia toda a violência pela qual tinha passado.

—Heh…

Mesmo pensando que o irmão dela estivesse na frente de seus olhos, ela manteve aquele sorriso sem objetivo e assustador. Ele sem palavras encarou a irmã. Ele fungou ruidosamente com o punho cerrado. Ele então ajoelhou em um joelho e pressionou a testa contra a dela.

—…Eu sinto muito.

O adeus foi curto. Kazuki se levantou e pegou a espada longa. Seol engasgou em surpresa.

— Kazuki?!

— É tarde demais.

— Tarde demais?! Mas…??

— Ela apenas parece bem por fora, mas não precisa olhar mais fundo. O interior dela já mudou.

Kazuki olhou para Seol com olhos tristes.

— Você vai intervir desta vez também?

— …

— Você é livre para isso, mas lembre que fazendo isso irá diminuir o tempo que temos para encontrar a princesa.

Seol era incapaz de dizer nada.

Eventualmente, o pescoço da mulher foi separado do corpo e Kazuki incinerou os restos mortais dela. Então, o arqueiro puxou o jovem que estava em transe.

— Vamos. Nós ainda precisamos encontrar uma pessoa.

Seol olhou para o homem mais velho com grande admiração. Como condizente com um arqueiro reconhecido por Dylan, ele era capaz de controlar a emoções em tal nível e focar nos seus deveres primeiro. Essa calmaria ajudou a acalmar a raiva que continuava bagunçando a mente do jovem desde que ele desceu ao segundo piso. Ele então se sentiu envergonhado pela sua conduta deplorável mais cedo.

“Eu preciso me concentrar na missão.”

Graças a encontrarem as duas mulheres tão rápido, o tempo usado no piso superior tinha sido um pouco recuperado.

Mais determinado que antes, ele olhou em cada canto e recanto para encontrar Teresa. Entretanto, ele não podia ver ninguém nem remotamente parecido. O que era estranho considerando os traços únicos dela, que se destacavam na multidão. O tempo continuou a passar, mas aquele cabelo rose não podia ser visto em lugar nenhum.

Ele até recorreu a usar o ródio, apenas no caso, mas isso também não funcionou. Ele ordenou que os orcs mutantes próximos o guiasse para um humano recém trazido e passou as características dela por garantia, mas as coisas malditas não se mexeram.

— Você viu algum traço da princesa?

— Eu não estaria aqui olhando ao redor se tivesse percebido algum.

Kazuki mordiscou os lábios antes de cobrir a orelha. O cristal de comunicação pendurado no seu lóbulo da orelha estava emitindo um brilho suave e puro.

— Onde está Seol?

A voz pertencia a Chohong.

— Ele está aqui comigo, ainda procurando. E quanto ao seu lado?

— Armadilhas foram colocadas, e todos voltaram. Vocês ainda não as encontraram?

—Ayase Yui estava infectada e eu cuidei dela. Ainda falta Teresa Hussey.

— Vocês têm menos de dez minutos. Não abusem da sorte e voltem. Se tudo falhar, nós podemos tentar novamente em 72 horas, certo?

— Entendido, não se preocupe.

O brilho do cristal sumiu. Os homens não disseram nada e gastaram mais um minuto procurando na vizinhança, mas não tinha nada. Eventualmente, Kazuki suspirou em exasperação.

— Seol

— Sim?

— Volte primeiro.

Kazuki continuou rapidamente.

— Eu não posso ter certeza ainda, mas ainda tem algum tempo restante, então quero pesquisar por mim mesmo.

Kazuki era um arqueiro de alto ranque. Sua velocidade era realmente rápida, então mesmo se ele usasse um pouco mais de tempo, seria capaz de voltar a tempo. Seol sabia que ele estava sendo atencioso. Mas o jovem coreano rejeitou a oferta.

— De maneira alguma. Eu irei ajudar. Estou bem confiante quando se trata de correr.

— Mm?

— Eu tenho isso, lembra?

Seol apontou para a orelha esquerda. Kazuki viu o Festina Earring e começou a ponderar. O time de resgate compartilhou tantas informações quanto puderam antes do início da missão, então ele sabia o que aquele brinco era.

— Você não disse que não conseguia controlar isso apropriadamente?

— Correr em linha reta está bem. Bem, eu até mesmo liderei os parasitas para o desfiladeiro, então correr para o primeiro piso não será difícil.

Isso fazia sentido. Considerando que o primeiro piso era basicamente uma linha reta, sua confiança não era infundada. Além disso, se o efeito fosse acumulado, ele conseguiria correr 100 metros em 3 ou talvez 4 segundos. A velocidade que seria capaz de exibir durante esse um minuto seria o dobro da velocidade máxima de corrida de Kazuki.

— Certo, faremos assim.

Kazuki concordou e entregou outro cristal comunicador preso a um brinco.

— Você leva essa. Nós iremos em caminhos separados. Se e quando o contato for feito, nós voltamos, sem questionamento.

— Entendido.

— Eu irei procurar por quatro minutos e 25 segundos antes de voltar. Você não seve passar da marca de seis minutos e 40 segundos. Não tente arriscar além disso e volte antes da marca final.

Ele então adicionou o contato dele no cristal de Seol antes de voltar, e os homens foram por caminhos separados.

Seol internamente começou a contar enquanto cruzava a incubadora. Ele ainda tinha conseguido localizar a princesa.

“Princesa…Princesa…”

Seol andou cada vez mais fundo antes de perceber que os arredores tinham mudado em algum momento. Ele não conseguia ver nem pilares e nem correntes, que tinham sido substituídos por estruturas parecidas com fazendas.

Seol começou a franzir. Ele estava se perguntando por quê o numero de orcs mutantes era cada vez menor, mas agora ele podia ver porquê; Ele viu muitos orcs mutantes de pequeno tamanho ao redor desses ranchos. Eles pareciam filhotes.

Fêmeas de várias especiaes estavam deitadas na grama verde, gemendo e ofegando laboriosamente. Odor nojento e forte de sangue e outras coisas preenchiam o ar.

—… Ah!

Do nada, os passos dele vieram a parar. Quando ele escaneou a área atentamente, ele finalmente viu a cor distinta que buscava. Apesar de sujo, havia pouca dúvida que era um cabelo rosa.

Uma mulher estava deitada como se estivesse morta, o estomago tão inchado que parecia uma bola. Os olhos fundos e quebrados dela tremiam esporadicamente, suaves suspiros de “Ah, Ah…” saindo da boca dela. Com isso o coração do jovem caiu no estomago.

— Princesa Teresa!

Seol apressadamente correu e estava prestes a agarrar o ombro dela, mas pausou suas ações. Aquela não era a princesa. A cor do cabelo era igual, mas a mulher era de outra raça. Ele viu o as asas pretas descuidadamente estiradas saindo das costas dela.

Ele sentiu-se aliviado, mas ao mesmo tempo, não pode evitar suspirar. O tempo estava acabando.

“Eu deveria voltar?”

Na verdade, ele não tinha o dever de encontrar ela a todo custo. Entretanto, Teresa era uma Paradisiana. Se ela morresse agora, estaria acabado para ela. Não, mesmo se ele deixasse esse ponto de lado, ele ainda lembrava a atração que sentiu na primeira vez que a viu.

“É como se já eu já a tivesse visto antes.”

Ele poderia estar errado sobre isso. Mas, ele sabia que se desistisse e voltasse, se arrependeria para o resto da vida. De fato, ele tinha que fazer o melhor até o fim, então ele não se arrependeria tanto depois.

Não é como se ele não tivesse mais tempo, certo? Seol balançou a cabeça. Certo, ainda era muito cedo.

“Isso não vai funcionar.”

Andar ao redor sem plano não é uma solução. Ele precisava pensar como Kazuki.

“Talvez ela nunca tenha estado na incubadora para começar?”

Até agora, ele tinha rondado a incubadora por causa da teoria do cabeça, mas já que ela não foi encontrada, a teoria poderia não se aplicar para Teresa. Seol rapidamente mudou o processo de pensamento.

“Qual a diferença entre a princesa e os outros cativos?”

Ela era uma paradisiana, enquanto os outros eram terráqueos. Seol ponderou até que de repente pensou em uma nova possibilidade. Ele apenas testou isso em três ou quatro, então a amostra era pequena, mas ainda assim, sua ideia se originou do fato de que os orcs não sabiam o paradeiro dela.

“Talvwz, o valor da princesa como cativo seja diferente dos outros cativos?”

Implicando que era seria usada para algo diferente da reprodução. A maior força de combate da humanidade eram os terráqueos, mas na realidade, alguém poderia dizer que a verdadeira fundação eram os sete deuses. A primeira pessoa que esses deuses contataram era um paradisíano. Não apenas isso, um da realeza.

“O pacto real!”

Considerando esse ponto, seria possível que a princesa da família real de Haramark recebesse um tratamento diferente dos outros? Por exemplo, ela poderia ser levada para algum lugar para que os parasitas aprendessem os segredos dos sete deuses?

A menos que ele estivesse falando sobre a Rainha Parasita que devorou até mesmo um deus, a estrutura de comando dos parasitas poderia apenas ‘controlar’, mas isso não era uma rede de trabalho onipotente. Além disso, um humano iria se tornar em um fantoche sem mente no momento em que fosse infectado. Então, a princesa com informações valiosas não seria tornada em um hospedeiro descuidadamente.

Ele não tinha certeza, é claro, mas a teoria parecia válida. Havia a chance de ele estar sendo muito otimista sobre isso, mas ele não se importava em se agarrar em palha na situação atual se isto o ajudasse de alguma forma.

Nesse caso, a conclusão era que havia uma boa chance de que ela não estivesse na incubadora.

“Nesse caso…”

Ele entrou completamente no segundo piso subterrâneo. Talvez essa fosse a razão porque ali não havia muitos orcs mutantes. Distante a esquerda dele, ele poderia ver a área experimental.

Se ela foi levada para a superfície, não havia nada que ele pudesse fazer, mas ela deveria estar na área experimental.

“Em qual devo entrar primeiro?”

Não havia apenas uma ou duas construções ali. Ele percebeu que poderia precisar procurar em cada uma das estruturas, se ele falhasse me pensar em uma maneira boa, então ele decidiu ativar o ‘Nine Eyes’, apenas para tentar a sorte. Todo o lugar virou um mar amarelo, com exceção de um lugar.

“Isso é laranja?”

Isto era ‘não se aproxime’. Apesar do fato dessa estrutura ser feita de tijolos, lembrava uma estrutura em container, com uma única pequena janela.

Ele não tinha tempo para se preocupar. Seol rapidamente fez seu caminho e pressionou contra a estrutura da parede. A porta estava fechada, então ele não conseguiu ver por dentro. Ele colocou a orelha próxima a parede, mas estava tudo quieto. Não havia sinais de movimentos.

Mas devia haver uma razão para o ‘não se aproxime’. Originalmente, ele não deveria nem pensar em entrar, mas havia uma chance de encontrar ela ali.

“Apenas por precaução.”

Ele agarrou o ródio. Ele tinha um caminho para evitar o perigo, então não tinha razão para assumir o risco.

“Abra a porta o mais cuidadosamente possível. Se você vir seres da mesma raça que você se movendo dentro, apenas finja que você cometeu um erro e saia imediatamente.”

Ele usou o ródio para controlar um orc mutante próximo e enviou o comando. Creak…a porá abriu e uma porção do interior foi revelada.

“Parece ser uma câmara de tortura.”

Seol continuou contra a parede enquanto passava outro comando.

“Acene se houver uma mulher humana dentro.”

 O orc acenou. Seol arregalou os olhos e esqueceu até mesmo de respirar por um momento. o monstro não saiu da estrutura, o que implica, no mínimo, que não tinham parasitas se movendo no interior.

Seol não hesitou mais e entrou na estrutura. E quando ele olhou no interior, ele teve que fechar os olhos em pura euforia. Os punhos dele automaticamente se fecharam. Ele confirmar isso usando o valioso ródio não foi uma perda de tempo.

Ele abriu os olhos novamente e avançou. Uma certa mulher estava amarrada em uma estrutura de madeira em forma de X, presa por cordas amarrando seus punhos e tornozelos. A face dela estava obscura por estar de cabeça baixa. Entretanto, os cabelos rosas em cascada eram definitivamente uma visão que ele conhecia.

Seol colocou sua lança debaixo do braço e lentamente estendeu a mão. Ele tocou os cabelos dela e tocou a macia bochecha dela. A palma dele sentiu ela estremecendo fortemente.

—…Keuk!

Tremor, tremor…

O pescoço de cervo dela começou a tremer. Ele até a ouviu ranger os dentes.

— Me mate!

Quão familiar era aquela voz. Ao invés de responde-la, ele colocou a mão no cristal de comunicação preso a orelha. Isto brilhou suavemente quando ele injetou mana.

— Eu nunca vou me submeter a…

— O que está havendo? – a voz de Kazuki fez com que a mulher parasse no meio da reclamação.

E então…

—…Eh?

Ela girou a cabeça para cima e viu um certo homem falando em uma voz calma, com a mão na orelha.

— Eu encontrei a Princesa Teresa Hussey. Eu voltarei assim que a soltar.

Os olhos de Teresa ficaram em transe enquanto encaravam Seol Jihu.



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