Volume 2
Capítulo 79: Eu Não Quero Viver Assim. (3)
Chohong não voltou para o escritório da Carpem Diem imediatamente. Não é que não queria, é mais correto dizer que ela não podia fazer isso.
Após a explicação terminar, Seol se virou em transe e saiu. Ele não sugeriu voltarem juntos, nem mesmo falou com ela. À medida que o via se afastar parecia enxergar uma pressão se formando nas costas dele silenciosamente.
“Maldição.”
Chohong ficou rodando ao redor do escritório, até que criou coragem e caminhou para a entrada. Ela respirou fundo e abriu a porta, apenas para encontrar Seol já pronto para sair. Ela ficou parada e o encarou preparando a bolsa.
— Você…
—…
— Ei, você. O que está fazendo?
— Tem um lugar para onde devo ir.
Seol nem mesmo se preocupou em se virar para responder. Chohong quase pulou de susto antes de uma risada irônica escapar de seus lábios.
— De jeito nenhum. Não é isso, certo?
— O que não é isso?
— Você está com raiva e apenas quer me deixar saber disso, certo? Okay, okay. Entendi, vamos nos acalmar e ter uma conversa como adultos, certo? Vamos falar por um momento. Hm?
Seol bufou ironicamente.
— O que você vai fazer? Correr para o acampamento inimigo sozinho?
Se ele respondesse que não, já seria um grande alivio, mas a face dela estava cheia de emoções complicadas. O jovem, por outro lado, nem deu atenção a isso, colocou a mochila no ombro e pegou a lança. Ninguém se vestia assim se não fosse para sair da cidade por um tempo.
— Onde você pensa que vai?
— Você não tem que se preocupar com isso.
— O que é isso?
— Eu vou cuidar disso por mim mesmo. Eu também quero fazer isso com minha própria força, sabe?
Seol passou por Chohong. Ela espremeu os olhos e rapidamente agarrou o braço dele.
— Você realmente vai assim?
— O que você quer dizer com ‘assim’?
— Ei, você!! Okay, espere. Tudo bem. Eu sinto muito por não dizer nada a você, mas…
— Não, não é sobre isso.
Seol parou abruptamente e deu uma resposta curta.
— Você me contou algo, certo. O problema é que você estava mentindo, isso é tudo.
Chohong vacilou um pouco, então. O olhar frio e duro dele permeou o ar do escritório. Ela rangeu os dentes e gritou.
— M-mas, você, você também fez isso.
—…
— Eu seu que fiz você se preocupar, mas mesmo assim você…!!
— Pelo menos, eu disse a você de antemão, não foi?
Ele cortou as palavras dela como uma lâmina afiada.
— E, também, eu nunca menti para você.
A face dela gradualmente ficou pálida. Seol se soltou e saiu pela porta.
— O-onde você está indo?!
Ele silenciosamente desceu.
— Ei, Seol!! Eiii!
A voz dela implorando ecoou pelo ar, mas a figura dele desapareceu de vista.
Seol pegou uma carruagem. O motorista estava pronto para declinar quando ouviu a exigência de partida imediata e esperava o jovem terminar de falar, mas quando viu a moeda de prata mudou de atitude. Os olhos dele brilharam e pensou que não tinha um bom motivo para negar a viagem, afinal não era longe.
Dessa maneira, Seol reduziu o tempo de viagem em ao menos 8 horas. Quando ele chegou no Vilarejo Ramman, o sol já estava nascendo. Pensando que cada segundo importava, ele correu como se quisesse ter um par de pernas extras em direção a uma porta familiar.
— Chefe do Vilarejo! Chefe do Vilarejo!
Foi como um raio do nada, o chefe, que acabara de dormir após passar a noite em claro tentando resolver o enigma, despertou no susto e abriu a porta assustado. Após descobrir o convidado completamente inesperado, a expressão dele primeiro ficou pasma e depois mudou para uma de irritação.
— Colega, onde você esqueceu suas maneiras?!
— Chefe…
— Espera! Você sabe que hora é essa?!
— Eu, uh, me desculpe.
Seol rapidamente curvou a cabeça e se desculpou.
— Mas…– Vendo a urgência do jovem, o chefe parou no meio da sentença, se acalmando. — …Parece que você está com um problema.
— Sim, você está correto.
— E então, você veio aqui coletar a dívida, certo?
— Mais que isso…eu realmente preciso de sua ajuda.
O velho homem levantou as sobrancelhas. O jovem na frente dele era um terráqueo que descobriu a verdadeira identidade dele. Comparado a como ele calmamente analisou cada ponto anteriormente, o comportamento dele parece completamente diferente.
— Entre. E por favor, eu imploro, fale mais baixo.
— Eu entendo, obrigado.
— Sente-se e respire um pouco. Agora, explique o que aconteceu em detalhes. Mesmo se o problema for urgente, tentar resolver isso muito rápido não vai ajudar.
Seol sentou-se, acalmou-se e explicou tudo.
— Que plano idiota.
Essas foram as primeiras palavras do ancião após a explicação.
— Não vamos nem falar em ser capaz de mobilizar um exército, mas para tentar se infiltrar com um esquadrão de elite pequeno e destruir as instalações? Se isso não for subestimar os parasitas, então posso dizer que seus amigos são tolos estúpidos.
Seu criticismo com as ações deles foi selvagem, para dizer o mínimo.
— Fazer reconhecimento o suficiente de antemão é um dever se deseja sucesso em uma infiltração. Entretanto, eles cegamente correram sem informações. É obvio que iriam falhar. Tsk, tsk.
Seol estava prestes a gritar em oposição, mas suprimiu a raiva. Afinal, o velho não disse nada de errado.
— Bem, ainda assim…A aparição desses orcs mutantes certamente é uma surpresa desagradável. É compreensível porque seu pessoal terminou fazendo um movimento errado devido a pressa.
O homem tossiu para limpar a garganta e continuou.
— Nesse caso, suponho que o motivo de você ter vindo até aqui é por cauda do ródio, certo?
— Sim
Seol falou com urgência.
— Eu imploro a você. Eu sei que é um tesouro precioso, mas…
— Certo, por que não?
— O que?
— Se estivéssemos falando do minério original, sim. Mas os materiais bases já foram processados para criar o ródio, então não tem mais valor. E como meu ‘Ninho’ experimental se foi, isto se tornou completamente inútil para mim.
Seol piscou incrédulo.
— Eu estou dizendo que você pode ficar com isso.
— Muito obrigado!
Seol apressadamente curvou a cabeça.
— Bem, apenas pense nisso como eu pagando meu debito. Além disso, é cedo demais para me agradecer. Você não acha?
O velho homem de repente formou um largo sorriso.
— Certo. Então, digamos que você tenha o ródio com você, e depois?
— Isso é…
Nesse momento, Seol não sabia o que dizer.
— Ouça-me, jovem. Eu disse isso antes, e vou dizer novamente. Que tal ir com calma?
O ancião estudou o jovem com olhos sábios um pouco antes de contar sua avaliação.
— Apesar de você tentar parecer calmou, eu posso dizer que você está queimando por dentro agora.
— Eu apenas…
— Você acha que eu não consigo dizer? Colega, você não pode enganar meus olhos. Você finge que não, ainda assim posso ver que suas ações são apressadas e desorganizadas.
No momento em que ouviu a palavra ‘apressadas’, Seol sentiu um impacto como de um martelo atingindo a cabeça dele. Ele instantaneamente entendeu o que o ancião queria dizer. O jovem fechou os olhos por um momento em pensamento.
— Você tomou a decisão certa ao vir me ver, mesmo com sua urgência. Entretanto, você não acha que eu possa oferecer algo além do ródio?
Quando o fecho o direcionou, as coisas finalmente clarearam na mente dele, o ajudando a se acalmar.
— Agora que você mencionou…você era um mago do Ducado Delphinion.
— Fufufu.
— E você trabalhou no laboratório real também.
— Eu trabalhei lá por muitos anos, assim conheço o lugar com a palma da minha mão. – O velho sorriu e se levantou da cadeira. — Agora nossa conversa está indo a algum lugar.
Ele se virou para pegar a caixa da última vez, junto com um pedaço de papel.
— Primeiro de tudo, vamos discutir sobre a situação atual.
O velho já foi um mago de alta reputação, o corpo pode ter envelhecido, mas ainda tinha as experiencias e conhecimentos de outrora.
— Você precisa considerar que não tem mais chance de se infiltrar no acampamento inimigo da maneira usual. Não, talvez eu deva dizer que vocês nunca tiveram a chance para começar. Não é possível que os parasitas não tenham se preparado para algo assim.
A caneta do velho continuou se movendo sobre o papel, enquanto ele falava.
— De qualquer forma…A primeira operação falhou, então a segurança deve ter ficado muitas vezes mais firme agora. Então, a mesma tática não vai funcionar mais. Se você quer ter sucesso, precisa acertar os parasitas de onde eles menos esperam.
— Mas, tem um jeito de os pegar desprevenidos?
— Claro, com o ródio.
O homem abriu a caixa, nela havia uma pedra preta obscura do tamanho do punho de uma criança com o punho fechado.
— Eu disse que isso é consumível, certo?
— Sim.
— Originalmente não era desse tamanho. Quando eu estava escapando com isso do laboratório, era do tamanho de um pedregulho.
Ele abriu bem os braços como se para demonstrar a imensidão do material.
— Com isso em mente, você já pelo menos pensou nisso antes?
— Em que?
— Olhe para mim. Um homem velho e decrepito, com o físico fraco. Então, como eu roubei o ródio e escapei a salvo da segurança estrita do Império e do Ducado?
Isso soou estranho. Mesmo se a ordem de fechar o projeto tivesse sido dada, o valor do minério de ródio deveria continuar considerável. Em outras palavras, cada um deles teria sido estritamente guardado, como esse ancião conseguiu furtar esse?
— A resposta correta é mágica. De fato, mágica é sempre superior a tudo.
— Quando você diz mágica…?
— Cara, você já ouviu falar de círculo de transferência mágica?
Seol arregalou os olhos.
— E se tiver um jeito de cruzar a fronteira sem arriscar a sua vida e entrar no laboratório diretamente?
— Algo assim é possível?
— Existe. Eu usei isso para escapar, não foi? Então? Você não acha que pode acertar eles de onde menos se espera?
Seol apertou os punhos. Se o que o ancião dizia fosse verdade, então…
Enquanto a conversa seguia, o velho finalmente terminou de anotar algo no papel e falou.
— Deixe-me explicar o que eu penso. Agora, olhe para isso.
O papel já estava cheio de texto e desenhos. Mesmo em um olhar casual, isto parecia a planta baixa de um laboratório.
— O laboratório tem dois pisos subterrâneos e dois pisos acima do solo, totalizando quatro pisos.
As habilidades artísticas do homem eram excelentes. Seol expressou sua admiração e focou nas palavras do líder da vila.
— Eu não sou um mágico incrível capaz de usar feitiços de portais de teletransporte, mas quando se trata de círculos mágicos pré-instalados, a história é diferente. No passado, eu usei pesquisa como desculpa para vir visitar Haramark, então eu poderia preparar um esconderijo dentro das montanhas, onde eu instalei o círculo de transferência.
— Se usarmos o círculo mágico, podemos entrar no interior do laboratório.
— Correto. É isto, assumindo que tanto o esconderijo quanto o círculo mágico ainda estejam intactos. E, quando você usar isso…
O homem desenhou um circulo em um certo ponto da planta do laboratório.
— Você será transferido para o primeiro espaço escondido no térreo.
— O primeiro?
— Heh, eu sou do tipo cauteloso.
O homem coçou o nariz.
— Eu preparei dois esconderijos, apenas para o caso de algo inesperado acontecer. Bem, eu vou dizer a você sobre isso mais tarde.
O homem bateu levemente na planta do laboratório com a extremidade da caneta.
— Vamos agir. Eu não penso que irá ser necessário ir para o piso acima do primeiro local.
— Por que?
— Isto pode ser um segredo conhecido, mas ainda é um experimento secreto. Os pisos acima do solo eram usados como locais de dormir ou outras coisas diversas. Os experimentos eram conduzidos no subsolo. Então você precisa procurar no primeiro e segundo pisos, mas… de acordo com minha dedução, há uma boa chance dos seus camaradas estarem sendo mantidos no primeiro andar. Nós usávamos o segundo piso inteiro como uma área experimental e o primeiro como um tipo de deposito. Em outras palavras, nos usamos isso como um curral.
O velho continuou.
— Um plano de operação precisa ser simples. Se possível, você precisa conseguir explicar em uma sentença.
Ele soltou a caneta e apontou com a mão e então desenhou uma linha.
— Ser transferido para o primeiro piso com o círculo mágico, usar o ródio para alcançar o seu objetivo, retornar para a sala secreta para escapar usando o círculo de transferência. Esses são esboços de um plano que sugiro. Você entende agora?
Seol encarou o velho com surpresa e inveja. O jovem estava se sentido perdido e sem esperança, mas, agora, ele sentia como alguém tivesse aberto seus olhos e o peso no seu peito foi liberado.
— Chefe…você é um deus disfarçado?
— Pare de falar asneira.
O nariz do chefe claramente ficou vermelho quando ele abriu a boca.
— Bem, meu plano tem uma chance maior de sucesso que o plano idiota inicial que você me contou. Mas… – Ele hesitou um pouco antes de continuar. — Eu tenho que avisar a você, existem três coisas com as quais você tem que se preocupa nesse plano.
O homem levantou três dedos antes de dobrar primeiramente o dedo anelar.
— Primeiro: o estado atual do esconderijo e do círculo mágico.
— O estado atual?
— Não apenas o que está no Montanha Ardem, mas o de dentro do laboratório também. Nenhum sabe como estão agora. Eu os escondi o melhor que consegui, mas não consigo prever o futuro. No pior dos cenários, você pode terminar no meio de um ninho dos mutantes.
A expressão do jovem enrijeceu.
— Você pode apenas esperar pelo melhor. Infelizmente, não tem nada a fazer sobre isso. Se as coisas tomarem o pior rumo, você precisa escapar imediatamente. Entende?
— Sim.
— O segundo problema é com o círculo mágico em si.
O chefe da vila dobrou o dedo do meio.
— Eu não sei o nível de habilidade dos magos em Haramark, mas uma coisa é que o circulo pode ser mantido no máximo por 30 minutos. E se a estamina do mago acabar ou a mana for cortada deliberadamente, então o círculo irá se fechar automaticamente.
— O que significa que tudo deve ocorrer dentro de 30 minutos.
— Correto. A coisa importante é que independente do suprimento de mana, o circulo vai se fechar em 30 minutos. E você precisa de 72 horas para carregar o círculo que foi fechado dessa maneira. Você entende onde quero chegar?
— Tem alguma maneira de aumentar essa duração?
A pergunta expectante do jovem fez o ancião massagear o queixo.
— Hmm, eu me pergunto…isso pode soar como eu tentando dar desculpas, e eu me envergonho por isso, mas o circulo mágico em si é inerentemente difícil de masterizar. Mesmo na época do Império, quase ninguém conseguia ativar essa magia com o próprio poder. A maioria tinha que usar círculos mágicos. Então não estou confiante em conseguir estender a duração.
— Então não há o que ser feito.
Seol poderia apenas concordar após a declaração do velho homem. O que ele poderia fazer quando a situação era de querer, mas de não conseguir?
— E finalmente, o ródio em si.
O líder dobrou o dedo indicador.
— Os Orcs Mutantes não devem ser criaturas de ranque alto, então você provavelmente será capaz de controlar alguns.
— O que você quer dizer é para ser cuidadoso desde que eu não vou conseguir controlar criaturas de ranque alto?
— Obviamente. Não, o que quero dizer é isso. Isso é pequeno demais. É claro, eu acho que é o suficiente para você usar por 30 minutos.
Seol inclinou a cabeça em confusão, então qual o problema?
— É por isso que você precisa fazer uma escolha.
O ancião falou de maneira mais sombria.
— Usar o ródio para destruir as instalações ou para salvar seus amigos. Isso é um problema independente da duração do círculo.
— Mas eu não posso fazer ambos?
— Você tem que parar de sonhar acordado. Fundamentalmente, esse problema se sobrepõe aos outros dois. Um movimento errado e você vai falhar em alcançar qualquer uma de suas metas. Perseguir dois coelhos vai resultar em perder os dois. Escolha um e foque nisso.
— Entendi.
— Muito bem. E então…
O ancião passou mais informações detalhadas e soltou um suspiro cansado.
— Com isso, eu fiz tudo o que podia para ajudar.
Os lábios do jovem abriam e fechavam. Ele queria expressar gratidão, mas a colheita foi além de suas expectativas e ele simplesmente não sabia com agradecer. Na verdade, ele não esperava que a porta das possibilidades fossem se abrir tanto por ir naquele lugar.
— Ehehe. Parece que você pensa que é muito para o pagamento de uma simples dívida, não é?
— Você está certo, parece que eu vou ficar devendo a você.
— Como você planeja me pagar então?
— O que você tem em mente?
A resposta de Seol fez o velho dar de ombros.
— Bem…eu vou pensar sobre isso depois.
— Obrigado.
— Agradecimentos podem esperar.
O ancião sorriu.
— Você precisa voltar vivo para me pagar. Então não ouse morrer me devendo.
Seol saiu da residência e subiu na carruagem que o esperava. No caminho para a vila ele se sentia pressionado, atormentado e preocupado, mas no retorno ele estava mais calmo, graças ao líder da vila.
Agora que ele estava mais calmo, a primeira pessoa em quem pensou foi Chohong. Com isso, ele sentiu-se culpado.
Sendo honesto, ele não se sentiu traído pelas ações dela, pelo menos não tanto quanto demonstrou. Ele poderia muito bem entender o porquê ela mentiu para ele assim.
Mas antes quando ele ouviu a verdade, ficou com raiva dela. Ele deveria culpar o fato de ter sido magoado e desapontado? Ele não sabia, mas, de qualquer forma, era um pouco disso. A emoção que ele sentiu naquela hora não era algo que poderia ser descrito em palavras.
“Eu tenho certeza que Chohong está sob muito estresse também.”
Independente disso, as ações dele não foram o que você poderia chamar de exemplar quando para analisar. Apenas o que passou na cabeça dela quando ouviu que os amigos com os quais vinha lutando a tanto tempo tinha o destino incerto? Ele deveria ter tido mais considerações pelos sentimentos dela.
“Eu realmente exagerei…?”
“…Eu preciso voltar logo.”
Seol decidiu se agarrar as coisas que o ancião tinha falado para ele.
O sol da manhã estava queimando brilhante no céu quando ele chegou em Haramark. Seol pagou ao cocheiro e correu para o escritório com tudo o que pode. Ele sentiu cansaço por não dormir, mas estava ansioso para mostrar a ela os resultados do trabalho dele.
Ele correu e abriu a porta do terceiro piso. Ele imediatamente correu para Chohong, que estava andando para cima e para baixo na sala. O olhar de ansiedade na face dela afundou.
Inesperadamente, ela não abriu a boca imediatamente. E ali estava ele, pensando que ela ia querer arrancar a cabeça dele. Com o olhar silencioso dela para ele, ele estava ainda mais envergonhado por apenas estar ali. Presos no silencio estranho, o par de jovem homem e mulher podia apenas encarar um ao outro.
O primeiro a quebrar esse impasse.
—…Onde você estava?
A voz dela era baixa, como se suprimisse muitas coisas. Parecia que ela estava irritada também. Seol fechou a porta e caminhou para dentro cuidadosamente.
— Você estava esperando por mim?
— Certo. Porra, eu estava esperando você, seu arrombado.
A voz dela ficou rouca. De fato, também tremia, sinais dela tentando suprimir a vontade de gritar alto que ela tinha.
— Você está feliz que fez para mim a mesma coisa que fiz com você?!
— Fiz o que exatamente?
— Você não fez isso apenas para retribuir?! Seu peixe de mente estreita estupido e bastardo!!
Ela finalmente gritou como queria. Seol se amuou como resposta.
— Se é o que você pensa, eu estou desapontado.
— Desapontado?! Você disse que está desapontado?!?! Você, como você pode…
— Eu sinto muito.
Seol não disse mais nada, em vez disso escolheu juntar as mãos e se desculpar sinceramente. Chohong engasgou, fazendo o som de engolir algo e se virou para longe dele. Ela respirou suavemente por um tempo ante de enxugar os cantos dos olhos com os punhos fechados. Nessa hora, foi a vez de Seol ficar surpreso.
— O que é isso? Você está chorando? Você realmente é a Chohong que conheço?
— Quem está chorando?! É melhor você me soltar! Seu filho da puta fedorento!
Seol tentou abraçar e acalmar ela gentilmente, mas ela virou os ombros e afastou as mãos dele. Apesar disso, não havia força na resistência dela.
— Eu sinto muito, é sério.
— Maldição. Você pensa que eu gosto de mentir para você? Você não sabe o que eu estou passando.
— Você está certa. Eu realmente agi como um idiota de mente fechada.
Seol continuou se desculpando.
— E, e, você seu idiota. Pare de ser assim também. Você está sempre rindo e feliz o tempo todo, mas quando você ficou super sério, você tem ideia de quão surpresa eu fiquei?
Chohong derramou sua tristeza e insatisfação como uma barragem com as paredes se rompendo.
— Eu sei. Eu sei, eu não vou agir mais assim.
— Seu idiota. Bastardo fedorento. Você nem mesmo sabe pelo que eu passei.
—U~tsutsutsu~, minha bebê. Minha bebê está se sentindo realmente machucada?
— Pare de ficar brincando. Ou então, eu posso usar você como saco de pancada.
—O-okay. Vamos nos sentar primeiro. Nós temos que conversar.
Seol se esforçou bastante para acalmar ela. Chohong descansou a cabeça no peito dele e ocasionalmente fungava. Ela não chorou realmente, só os olhos dela que ficaram vermelho.
Ela podia parecer uma mulher feita de puro aço, mas ela também era um ser humano e uma mulher. Ela estava sob um estresse enorme, então quando Seol a fez se preocupar assim, ela finalmente parou de se conter e colocou tudo para fora.
Um momento mais tarde, Chohong direcionou o olhar para ele.
— Onde você estava?
— Vilarejo Ramman.
— Por que lá?
— Tem algo que eu quero perguntar antes de responder isso.
Chohong hesitou, mas terminou aceitando. Agora que as coisas estavam assim, não havia necessidade de esconder nada dele.
— O que vocês decidiram fazer?
— Nós planejamos ter uma nova reunião hoje.
— Para discutir a estratégia? Quando?
— Já deve ter começado, seu idiota. Por causa de você eu não pude ir. Que bagunça.
— Bem, então deveríamos ir agora, mesmo se estivermos atrasados.
— Eu acho que você está certo, mas…
Chohong não terminou a sentença, apenas falou.
— Eu não sei. Eu apenas não sei o que podemos fazer. Nós nos reunimos e conversamos todos os dias, mas, no fim, os resultados são os mesmos. Nós queremos salva-los, mas não sabemos como.
Desde que ele entendia isso, Seol concordou com a cabeça de uma maneira exagerada.
— Você não deveria manter tudo para você, sabe? Em tempos assim, você deveria vir e pedir ajuda a seu Oppa aqui.
— Oppa, seu rabo.
Chohong riu levemente da piada de Seol.
— Okay, certo. Desde que estamos no assunto, deixe-me perguntar. Você tem um bom plano então?
— Lógico.
Ele falou instantaneamente.
—… hein?
Chohong o encarou inexpressivamente. Enquanto isso, Seol se levantou do sofá.
— Ei…? O que você acabou de…
Ele abriu a porta, deixando a luz brilhante do sol entrar e formar um alo ao redor do corpo dele. Ele se virou para olhar para Chohong, que ainda estava sentada, e sorriu brilhantemente.
— Vamos salva-los.