Volume 2

Capítulo 78: Eu Não Quero Viver Assim. (2)

Uma cena interessante se desenrolou no terceiro andar do escritório da Carpem Diem. Seol e suas questões afiadas como facas procurando a verdade, Chohong seriamente entrando em pânico e balançando as mãos em negação. Se qualquer terráqueo que conhecesse a personalidade verdadeira dela, a que fez ela estar no top três das ‘seis malucas’, visse esse espetáculo, essa pessoa provavelmente iria colapsar com o peso do choque mental que receberia.

Um momento mais tarde, Seol finalmente terminou o interrogatório e suas sobrancelhas arqueadas relaxaram um pouco.

— Então, você está dizendo que definitivamente não é um problema sério, certo?

— Exatamente~~ certo!! Eu estou te dizendo, não é algo fácil subir para um alto rank.

 — Mesmo assim, eu me sinto sendo deixado de lado, sabia? Eu acho que ao menos poderíamos ter tentado resolver isso juntos. É mais fácil resolver o problema com duas cabeças do que com uma.

— Qual é, eu tenho meu orgulho também.  É vergonhoso eu pedir ajuda apenas porque eu não posso resolver um jogo de quebra cabeças. Supostamente, eu sou uma pessoa nível 4 afinal.

Chohong riu e apressadamente completou.

— Além disso, eu quero fazer as coisas com minhas habilidades. Desse jeito, eu posso me manter ereta e agir com orgulho quando me tornar um Alto rank. Então não seja assim e seja mais compreensivo, okay?

Ela riu e bateu nas costas dele. A palavra ‘jogo’ atingiu os nervos dele por alguma razão, mas ele ficou com a boca fechada. Ele não acreditava nele, mas já que ela está assim, ele não podia dizer muito.

— … eu entendi.

No fim, Seol escolheu dar um passo atrás. Chohong parecia notavelmente aliviada.

— Ainda assim, se isso for muito difícil, me conte, certo? Quem sabe eu possa ajudar em algo.

— Deixa eu tentar a sorte um pouco mais. Se eu não conseguir, então pedirei ajuda a você. Bem, como você disse, um problema é mais fácil resolver com…uh, o que era mesmo?

— É mais fácil resolver um problema com duas cabeças do que com uma.

Seol formou um sorriso amargo.

— Certo…oh.

Ela coçou o lado da cabeça, antes de perguntar a ele do nada.

— Ei, você não vai para casa?

— Casa? Por que você está falando da minha casa de repente?

— Já está na hora de checar o que aconteceu em casa, certo?

— Não. Eu não quero ir.

Seol balançou a cabeça como se não houvesse razão nem para pensar sobre o assunto. Chohong o encarou por um tempo e suspirou suavemente.

—… Entendi.

No outro dia.

Pela primeira vez em algum tempo, Chohong tinha uma atitude relaxada pela manhã. Eles tomaram café juntos, e ela até mesmo participou na rotina de treino matutino dele. Era como se ela se preocupasse pelo um pouco com ele.

Entretanto, isso durou pouco. Em algum momento a tarde, ela recebeu uma ligação pelo cristal de comunicação pessoal e correu do escritório. Ela nem mesmo disse onde estava indo. Na verdade, ela estava tão apressada que o lanceiro nem pensou em para-la para perguntar.

“Ela definitivamente está escondendo algo.”

Ele estava prestes a seguir com sua agenda usual, mas decidiu parar o treino. Ele precisava focar sua atenção no treino de habilidade e mana afinal. Já era difícil melhorar com dedicação total ao treino, ainda assim ele estava cheio de pensamentos distrativos, então era impossível treinar assim.

“Eu deveria ir e visitar Maria para saber como ela está?”

Já que ele não tinha foco, decidiu fazer isso. Ele se sentia um pouco culpado pela situação dela. Ele rapidamente arrumou o térreo e saiu do escritório.

“Parece que a construção está quase pronta.”

Quando ele estava prestes a sair, notou que a construção do outro lado do escritório estava quase completa.

O jovem parou no caminho e comprou comida e bebida. Quando ele solicitou permissão para visitar um dos pacientes deles, a dama trabalhando no lugar demonstrou uma expressão chocada.

— Você veio visitar quem aqui?

— Maria Yeriel.

— Que incrível, até mesmo ela tem visitantes. Uau.

A mulher usando uma bata branca murmurou para si mesma e levantou a mão alto. Um padre probatório ocupado varrendo a entrada colocou o esfregão no chão e se aproximou do balcão.

— Você poderia escoltar o cavalheiro para onde a Srta. Bosta está residindo?

— Merdaria?? Não, uh, quer dizer Srta. Maria? Eu entendi.

 O homem que era o sacerdote probatório respondeu cortesmente e guiou Seol.

A rota foi diferente da última vez, eles não foram para a área residencial. Em vez disso foram mais fundos no templo onde a quantidade de pessoas diminuiu cada vez mais. Após chegar em um corredor escuro e pequeno, o homem confirmou o quarto e cuidadosamente bateu na porta antes de dar no pé.

“…”

A mesma coisa aconteceu na última vez. Por que eles correm após baterem na porta? Era um tipo de cultura aqui? O jovem pensou sobre todo tipo de coisas idiotas antes de falar.

— Srta. Maria? Sou eu, Seol.

Ele não ouviu nenhuma resposta, apenas um som suave da porta sendo destrancada. Ele esperou um pouco antes de cuidadosamente abrir a porta.

— Estou entrando.

Abrindo a porta ele se deparou com um quarto inesperadamente espaçoso. Era tão limpo e organizado que ele quase se sentiu culpado tentando comparar esse lugar com o quarto anterior da sacerdotisa. E então, seus olhos alcançaram a cama branca e uma garota de baixa estatura respirando pesadamente deitada lá.

— Srta. Maria?

Seol ficou surpreso e rapidamente se aproximou e viu que os cabelos dela estavam encharcados de suor. Havia uma toalha pequena na testa e ela quase não conseguiu abrir os olhos para o encarar com o canto dos olhos.

— Seol…?

— Você está bem? Parece estar sofrendo bastante.

— O que traz você aqui? Não, não pode ser…outro favor?

— Claro que não. Eu apenas vim visitar você e ver como está. Só isso.

— Ver como estou?

A voz da mulher, que momentos atrás era como alguém no leito de morte, agora estava visivelmente melhor. E então ela viu o que o jovem trouxe com eles e seus olhos se acenderam.

— Ah, eu estava preocupada atoa!

Swish!

Maria jogou a toalha que tinha na testa e apressadamente se sentou. Ela enxugou a água na face com as mangas e então pegou a comida das mãos dele.

Quando a expressão do jovem começou a ficar completamente confusa com a descoberta de um borrifador de água na mesa próxima da cama, Maria parou de fuçar o cesto de comida e o perguntou.

— Onde está minha bebida? Você não trouxe?

— Você está em recuperação, sabe. Então sem bebida alcoólica, mas eu trouxe suco.

— Eiii, eu pareço uma criança para você? Onde está seu senso comum?!

— Mas, uh, eu pensei que você fosse uma criança…

— Vá se fuder! Eu já tenho dezoito anos, saiba disso! Quem diabos você está chamando de criança?

“Huh, então ela tem 18 anos, eh. Ela continua no ensino médio então. Espera, ela é equivalente a alguém do segundo ano do ensino secundário na Coreia do Sul e ainda assim bebe mais que um opala?”

— Talvez. Isso é por você ser estrangeira??

— Do que você está falando agora?

Hng, ela bufou infeliz e mordeu uma fatia de pão em vingança. Vendo-a agarrar o pão com as duas mãos e apenas mexer a cabeça da direita para a esquerda para comer de alguma forma lembrou de uma lontra comendo molusco, e ele pensou que ela parecia bem adorável.

Maria inchou as bochechas para falar.

— Bem, eu tenho que elogiar você. Eu digo, você se deu ao trabalho de vir me ver assim quando deveria estar ocupado.

— Eh? Uhm, eu…bem, eu apenas vim, você sabe, por causa de outra coisa…

Ele quis dizer que veio durante a recuperação dela para estreitarem a relação de amizade deles.

— Heh, por causa de outra coisa?

Maria sorriu e continuou a mastigar.

— Eu espero que você não esteja me tratando como uma segunda opção.

— Não, na verdade não. Eu não quis dizer isso.

— Bem, não pode ser evitado. Quero dizer, Carpem Diem deve estar bem ocupada agora, de qualquer forma. Se anime, certo?

Do que ela está falando de repente? A compleição de Seol se fechou em um instante. Entretanto, Maria estava tão focada em comer que não percebeu.

— Desde que se preocupou em trazer isso, eu devo gratamente aceitar. Eu estou bem agora, então você deveria ir. Eu vi a face de Chohong mais cedo, e cara, não era brincadeira.

“Chohong esteve aqui?” – o jovem estava para perguntar a Maria sobre o que ela estava falando, mas teve uma ideia. Ele podia perceber que ela sabia de algo que ele não sabia. Ela parecia estar equivocada sobre algo também.

—…Ah, bem, nós viemos separados. Eu suponho que deveríamos nos encontrar em algum lugar aqui. Você, por acaso, sabe onde posso encontrar com Chohong?

— Ela provavelmente está na última sala nesse caminho.

A ultima sala, que estava no lado esquerdo do caminho, tinha a porta entreaberta, e uma luz prateada de luz saia da abertura. Seguindo sua intuição, ele parou seus passos e espiou dentro da sala. Primeiramente, ele percebeu algumas pessoas dentro.

Múrmuros suaves entraram e saíram de seus ouvidos, mas seus olhos vagantes foram fixados em um único ponto. Era uma certa mulher deitada no leito. Talvez ela sentiu o olhar nela porque direcionou o olhar para o jovem. Nesse momento, ele esqueceu de respirar.

— Mm? Agnes?

Cinzia viu que Agnes silenciosamente olhava para a porta e olhou para ver do que se tratava. Então a porta emitiu som de se abrir de vez. O olhar da multidão foi atraído pela comoção. Chohong, parada ao lado, saltou em surpresa.

— O que?!

— Srta. Agnes!

Seol correu sem hesitação e parou ao lado da Agnes acamada.

O estado dela era realmente miserável. Entretanto, o cheiro metálico amargo de sangue flutuando fortemente no ar e tornava essa simples descrição inadequada para a situação. Toalhas ensopadas de sangue estavam ao lado da cama e o corpo inteiro de Agnes estava envolto em bandagens. Não apenas isso, mesmo a face dela, com exceção do olho esquerdo estava coberto firmemente. Se não fosse por isso, ele não a teria reconhecido.

O que na terra aconteceu com ela? Agnes era uma poderosa arqueira de nível 6 da classe assassina, apenas a um passo de se tornar um ranque único. Ela era um dos grandes chefões do Paraiso, e mesmo Kim Hannah a elogiou.

— Srta. Agnes…Srta. Agnes…

Como um robô com defeito, Seol repetia as mesmas palavras. Apenas por olhas, alguém poderia dizer como ele se sentia, então Agnes virou o olhar para longe e deixou um gemido escapou da boca dela. Ela se moveu apenas um pouco, mas foi o suficiente para encharcar o pescoço dela em vermelho carmesim.

— Quem é esse bastardo?

— Pare. Ele não é estranho. É um membro da Carpem Diem também.

A ultima voz era de outra pessoa familiar. Era Ian, que estava em outro leito similar ao de Agnes. Ele levantou a parte superior do corpo e acariciou a barba com uma face amarga.

Ian também não parecia bem, apenas melhor que Agnes.

— Mestre Ian.

— Como você tem passado? Conseguiu resolver o mistério?

Ian piscou com o olho. Seol estava confuso agora. Ele apenas não entendia o que tinha acontecido. Enquanto isso, Chohong estava mordendo o lábio inferior com uma expressão complicada no rosto. Ele olhou para ela por um segundo ou dois antes de mudar os olhos para outro lugar. Ele queria que alguém, qualquer pessoa, o explicasse.

Após um momento de silencio, Cinzia, parada com os braços cruzados e seus indicadores batendo levemente nos braços, deixou um longo suspiro escapar.

— Parece que um pedido de desculpas é necessário.

Um pedido de desculpas? Essa única palavra foi o suficiente para dar ao jovem um pressentimento ameaçador.

— Chohong não quer envolver você nesse assunto, mas eu…

— Noonim!

— Fique quieta, Chohong. Essa criança tem o direito de saber.

Cinzia reprendeu com um rosnado e estudou Seol com um par de olhos animalescos. Ele se dirigiu a ela imediatamente.

— Por favor, me conte o que aconteceu.

Muitos dias atrás, no terceiro piso do escritório da Carpem Diem.

— Um ogro mutante?

Dylan congelou no meio de levantar sua xicara de chá.

— Exatamente. As notícias vieram da Federação.

— Primeira vez que eu ouço sobre isso. Os ogros não haviam sido aniquilados?

— Essa são notícias frescas. Eu mesma não acreditei, mas então, eles viram a situação deles piorou grandemente com a aparição do ogro mutante. Eu ouvi que eles não podiam se defender e abandonaram a Fortaleza Tigol no fim.

Tang!

Dylan colocou a xicara na mesa de vez.

— Eu não consigo acreditar.

Ele abriu a boca em surpresa, o que era uma vista rara dele.

— Não é essa fortaleza um dos pontos estratégicos mais importantes da Federação? Eles desistiram fácil assim?

— Isso é apenas para mostrar quão poderoso é o ogro mutante.

— Que porra. Como as coisas chegaram a esse ponto?

Os Parasitas são uma raça que fundamentalmente sobrevive por parasitar outras formas de vida. E para isto não importa se é um cadáver ou não, eles confiam em tomar o controle dos corpos para fortalecer a força de combate deles.

Nem a federação, nem os humanos são idiotas, então uma vez que a aliança dos homens bestas foi destruída e seus corpos usados como hospedeiros em números massivos, as forças restantes decidiram incinerar os corpos dos caídos, sejam eles aliados ou inimigo, assim o inimigo não se aproveitaria disso.

Entretanto, A Rainha Parasita não ficou sem fazer nada. Como se para ridicularizar os esforços dos inimigos, ela criou os chamados ‘Ninhos’.

Originalmente, Os Parasitas eram uma espécie que não conseguia dar a luz. Ninguém sabe que tipo de feitiçaria foi utilizada, mas os ‘Ninhos’ agem como mães gravidas e novos tipos de parasitas nascidos deles deram um incrível choque as forças opositoras.

Isso sozinho já era uma fonte gigantesca de dor de cabeça, e agora, a raça supostamente aniquilada de ogros fez uma aparição.

— Essa Rainha quenga está provavelmente querendo nós dizer que ela não vai ficar só olhando o desenvolvimento da situação.

Huuu…

Cinzia exalou a fumaça do cigarro e continuou.

— Essa vadia está provavelmente preocupada com uma coisa. Nós e a Federação juntando as mãos.

Isso parecia plausível.  A Federação pode ter recebido a Caverna das Fadas na coalizão deles, mas, mesmo assim, eles estavam conseguindo apenas segurar contra o ataque concentrado dos Parasitas e um delicado balanço estava inclinando contra eles por causa do Ogro mutante entrando em cena.

Entretanto, a história poderia ser diferente com a aliança entre Federação e Humanos. Apesar da humanidade ser o mais fraco, eles eram apoiados pelas sete divindades representando os sete pecados, isso com a introdução em massa dos terráqueos tornava difícil continuar os ignorando.

Mas, vendo a situação se tornar assim…

— Parece que essa vadia está certa disto após o incidente na Fortaleza Arden. Ela mostrou uma nova solução para o problema dela.

— Essa deve ser a minha primeira vez não querendo ouvir sobre uma solução.

A fraqueza fingida de Dylan fez Cinzia rir, mas ela continuou independente disso.

— A Federação pensa que essa aparição do ogro é uma demonstração de uma evolução na habilidade parasita de produzir novas vidas.

— Eu posso entender essas palavras como você dizendo que o numero de ‘Ninhos’ vai aumentar no futuro e novos tipos de Parasitas vão aparecer?

— O ultimo está correto, mas não o primeiro.

Cinzia balançou a cabeça.

— Dylan, o tipo de evolução de que estou falando não é de melhorar os talentos inatos de espécies já existentes.

— Okay, então o que é?

— É a mudança do método em si.

Dylan inclinou a cabeça sinalizando incompreensão.

— ‘Ninhos’ são vistos como recursos inestimáveis para os Parasitas já que até mesmo as ‘Medusas’, chamada de forma final evoluída de seu tipo, nascem dessas coisas. Um ‘Ninho’ nunca apareceu no campo de batalha, e, de acordo com o boato, eles nem são numerosos para começar. Você sabe o porquê?

 — Não tenho ideia.

— Exatamente. Ninguém sabe, mas existe uma razão para tudo. Talvez eles experimentaram algum tipo de perda desconhecida. Independente do que seja, tem algo que não sabemos ainda. Senão, ‘Ninhos’ teriam aparecido como um exercido maldito e nós varrido um longo tempo atrás.

—…

— A conclusão? Ninhos não podem ser produzidos em massa. Entretanto, se a Rainha Parasita começar a pensar nesse problema desse jeito? – A voz de Cinzia subiu um pouco quando ela chegou nesse ponto. — É realmente necessário aumentar o numero de ‘Ninhos’ enquanto sofre perdas desconhecidas?

— Mm?

— Se você está falando da habilidade de reproduzir, você pode pegar emprestado os corpos de outras espécies, não?

A expressão de Dylan congelou instantaneamente.

— Cinzia, isso não é possível.

— Por que não? A habilidade de dar à luz… – Cinzia formou um sorriso súbito e colocou a mão no peito. — Eu possuo isso.

Ela então apontou para Agnes atrás dela.

— Agnes também. E, mesmo se não forem fêmeas humanas. Eu estou certa de que os parasitas estão lotados de fêmeas férteis. Você não acha?

Dylan balançou a cabeça.

— Isso não faz sentido.

— Por que você acha?

— A força de combate principal dos Parasitas é o exército de cadáveres. Nós sabemos isso. Essas coisas assumem o controle do corpo e começam a controlar isso, certo, mas isso continua sendo um maldito zumbi e nada interno funciona mais. Mas você está dizendo que os órgãos internos continuam funcionando?

— E se eles forem capturados ainda vivos?

As palavras vigorosas de Negação de Dylan vieram a uma pausa abrupta. Cinzia cuspiu o cigarro e quietamente continuou.

— Por exemplo, sendo pegos como prisioneiros.

— Você quer dizer que existem prisioneiros vivos?

— Dylan, você deveria parar com seu processo de pensamento indiferente. O Império, a Aliança dos Homens Bestas… o número de nações destruídas pelos Parasitas não são apenas um ou dois. Apenas o número de espécies que viviam aqui, você não seria capaz de contar. E bem, eu não penso que a Rainha Parasita seja uma idiota que não sabe o conceito de pegar prisioneiros enquanto ela foi capaz de devorar a deidade chefe desse mundo.

— Ainda é difícil de acreditar.

Dylan parecia em perda agora.

— Mesmo se dissermos que sua suposição estiver correta, você ainda precisa…

— Você deveria descartar também a ideia de os prisioneiros serem apenas mulheres.

Cinzia falou com um tom quase que de ridículo. Dylan agora parecia não ter mais nada a dizer.

— E então…

Capturar homens e mulheres, infectar eles com Parasitas, e transformar o interior deles no que quiserem. E então…

— Extrair todo o sêmen dos machos até a morte, e engravidar as fêmeas repetidamente e as fazer dar à luz…uau, apenas imaginar isso me dá calafrios. Essa crise é muito pior do que qualquer um esperava.

— Eu acho que é o momento de eu falar o motivo da minha visita.

Cinzia descruzou as pernas e se inclinou para frente.

— A Federação nos forneceu essa informação. A solução que a Rainha Parasita trouxe dessa vez não é um único ogro mutante. Não, são Orcs mutantes.

— Orcs Mutantes?

— Certo. Diferente dos ogros, você pode produzir Orcs em massa. Eles nascem em boa quantidade por parto e a carga no corpo da mãe é baixo. Acima disso, eles podem se tornar uma força viável rapidamente.

— Do que se trata isso tudo agora?

— Me ouça. O exercito parasita tomou a Fortaleza Tigol, mas escolheu não pressionar mais. Não, eles decidiram fixar e tomar o tempo deles. Não apenas isso, eles até mesmo enviaram algumas tropas para o território fronteiriço com os humanos. Entretanto, ainda não invadiram. O que isso significa?

— …Porra.

Dylan fechou os olhos.

— A Federação pensa que o inimigo já possui a habilidade de se reproduzir em massa. Se nós esperarmos sem fazer nada, rapidamente haverá inundação de orcs mutantes em números extravagantes invadindo em todo lugar.

Fortalecer a força militar mudando o método anterior, se esse esquema for real, não haverá mais significado em a Humanidade e Federação juntarem as mãos. Não, você poderia dizer que os sonhos e esperanças estariam completamente perdidos.

— E mais uma coisa. As fabricas para produzir os soldados deles em massa estão espalhadas em todas as nossas fronteiras. Então, agora, você pode imagina onde quero chegar?

Em poucas palavras, eles vão produzir tropas descartáveis de orcs mutantes e invadir os humanos, enquanto a força principal dos parasitas irá focar na Federação. Isto foi a conclusão em que Dylan chegou.

—Então, o que os sete reinos decidiram?

— Eles já estão se mobilizando. Haramark não é exceção. Nós precisamos destruir as instalações deles.

— E o exército?

— Eu não já disse? Os Parasitas realocaram algumas de suas principais forças de combates e colocaram eles em várias posições próximas a nós. No momento em que o exército de Haramark tentar algo, eles serão rapidamente devorados.

— Então qual a conclusão?

— Pegar alguns terráqueos para formar um pequeno esquadrão de elite e se infiltrar no acampamento inimigo.

Dylan esfregou a face.

— Maldição. Eu estou dizendo a você, eu queria ir em uma missão que não fosse colocar o meu na reta pelo menos de vez em quando.

— Hehe. Eu me sinto da mesma maneira. Como esse assunto requer pressa, Agnes foi escolhida para agir como cabeça. E da família real, o velhote e a rosa obsceno irão participar. Também…

Dylan, que estava ouvindo em silencio até agora, abriu a boca.

— Tem alguma chance de Hugo poder participar também?

— Hugo?

— Eu estou pensando que vou precisar de um guerreiro com quem eu esteja acostumado.

— Bem…eu acho que no nível de Hugo deve ficar tudo bem. Faça como quiser.

Cinzia deu de ombros.

— Oh, e também…

Dylan finalmente levantou o copo de chá novamente e perguntou.

— Onde está a instalação?

— E bem, eles de alguma forma evitaram as patrulhas e chegaram perto ao alvo deles, mas…

Cinzia finalmente terminou a explicação e soltou uma baforada grande de fumaça enquanto olhando para Agnes na cama.

— Encurtando a história, a missão terminou em falha completa. Apenas duas pessoas voltaram vivas. Esses que estão deitados.

Seol esperava o melhor. As faces de Dylan, Hugo e Teresa piscaram em sua mente. Ele sentiu o coração cair no chão e hesitantemente perguntou.

— O que significa…

— Nós não podemos ter certeza ainda.

Ian fez uma interjeição.

— Eu vi com meus próprios olhos. Orcs mutantes vagando ao redor, o que significa que o inimigo possui instalações para produção em massa…

Ian não terminou a sentença, mas o jovem conseguiu entender onde queria chegar.

— Eles devem estar sendo mantidos como prisioneiros.

—… Eu não posso ter certeza, mas parece ser o caso.

Ian formou uma expressão envergonhada.

O time de expedição estava próximo ao destino deles, mas foram descobertos e tiveram que lutar para sair do cerco das forças inimigas correndo por todos os lados. A única razão do mago ter voltado vivo foi graças a Agnes. Se não fosse pela luta desesperada dela, esses dois não teriam voltado vivos.

Entretanto, Agnes ainda era humana e no fim do dia não havia muito o que pudesse fazer. Eles já tinham lutado com tudo que podiam e ela simplesmente não tinha habilidade para socorrer todos quando os membros da expedição estavam separados.

Um momento de silêncio mais tarde, Seol deu voz a sua questão.

— Nós precisamos resgatar eles, não é?

— Nós estamos aqui para discutir isso.

Ian respondeu primeiro.

— Mesmo colocando a missão em si de lado, nos obviamente temos que ir ao resgate.

— Mas, então por que…?

— Mas como?

A cabeça de Ian vacilou quando uma expressão indescritível nublou a face dele.

— Nós formamos o melhor time possível de Haramark e, ainda assim, falhamos. Desde que nós fomos descobertos uma vez, a segurança deles deve ter sido fortificada. A menos que arrisquemos aniquilação total e formos em um ataque frontal, estimamos que a chance de resgate é quase nula.

Mesmo a opção de um ataque frontal tem um problema. A diferença entre atacar e defender era grande como o céu e a terra.

Os humanos nunca tomaram a iniciativa de atacar primeiro desde o início da invasão. Não apenas isso, eles já estavam com dificuldade para defender-se, mas, agora, eles estavam indo atacar o acampamento inimigo? Já era difícil saber se o ataque iria pelo menos acontecer, e mesmo se acontecesse não seria diferente de entrar na boca de um tigre.

— E quanto a cooperar com a Federação?

— Nós já pensamos sobre isso. Eles foram os únicos que nos deram a informação, então eles deveriam ter seus próprios esquadrões de infiltrados, mas…

Ian ponderou profundamente um pouco e balanço a cabeça.

— Parece que sofreram perdas tremendas tentando se defender até agora. Mais importante, julgando o fato de que eles abandonaram a Fortaleza Tigol, deveríamos considerar isso como a Federação passando por um momento difícil também.

Seol inconscientemente apertou seus punhos.

A diferença nas forças é tão grande? Isso significa que ele não tinha escolha a não ser assistir de lado enquanto chupava o dedo?

— A noção de uma rocha e um lugar duro nunca foi mais real na minha vida antes.  Nós estamos tentando encontrar um jeito, mas sem resultados até agora.

“O que eu deveria fazer?” – O jovem desesperadamente procurou nas suas memorias. Infelizmente, não tem como ele lembrar do sonho que aconteceu tanto tempo atrás. – “Eu deveria ter anotado tudo assim que acordei…”

— Se apenas alguém como Sung Shihyun estivesse ao redor… – Esse foi o lamento abatido de Ian sem energia.

Foi nessa hora que Seol abriu a boca novamente.

— Onde?

— Essa instalação. Onde é localizada?

Ian não respondeu à pergunta, mas escolheu esperar a resposta de Chohong. Entretanto, apesar de ela parecer infeliz agora, ela não disse nada. Não, ela simplesmente resmungou e evitou contato visual. Ian imaginou o que ela tinha em mente e cuidadosamente falou.

— Seol, eu devo enfatizar que isso não é um assunto com o qual você possa interferir. Isso não é possível, nem deveria ser.

— Mestre Ian.

— Por favor, não me entenda mal. Eu não estou subestimando você. Entretanto, ambos os eventos, seja a Floresta da Negação ou a defesa da Fortaleza Arden são jogos de criança comparado a isso. Não, ainda mais importante, esse assunto pode ser considerado transformador de época que decide o fluxo da história de agora em diante.

— Você ainda pode me dizer a localização, certo?

Ian lambeu o lábio. Ele demorou um tempo para decidir, então…

—…Bem, se é apenas a localização.

Ele falou com uma expressão de impotência.

— É no Ducado Delphinion.

E, nesse momento…

— É no laboratório real.

… Os olhos de Seol Jihu acenderam brilhantemente.



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