O Retorno da Gula Coreana

Tradução: Teverrr

Revisão: Melão


Volume 1

Capítulo 47: Primeira Vez (2)

Não estava imaginando coisas.

Foooo. Pôde ouvir o barulho do vento, parecendo que algo tinha sido arrastado por todo o seu rosto. Duas criaturas semelhantes a um cavalo já estavam correndo a toda velocidade, mas Maktan continuava dando-lhes chibatadas para que acelerassem.

— Estão gostando? Dúvido que estejam.

— Você tinha mesmo que usar esse caminho que passa no meio da floresta? — indagou o homem negro, se equipando com um elmo de batalha que lembrava um balde.

— Eu venho por aqui já tem um tempo! Até nove dias atrás não tinham relatos de nada disso! — respondeu o carroceiro sem olhar para trás.

— Desde quando você usa essa estrada, então?

— Três meses!

— Merda! Você espalhou muitos rastros por aqui nesses últimos três meses! — reclamou o guerreiro, abaixando-se.

— É melhor você se abaixar também! — falou Alex, puxando-o em direção ao chão. — Escuta aqui, de agora em diante, você não sai do meu lado. Entendeu?

Não conseguiu enxergar nenhum sinal de maldade naquele tom de voz grave do Sacerdote. Pelo contrário, aquele olhar sério e focado apenas ajudavam Seol Jihu a entender a gravidade da situação. Portanto, ajoelhou-se, segurando as lanças com ainda mais força. Ao mesmo tempo, ativou o Nove Olhos.

“Filho da…”

Conseguiu segurar o palavrão antes que ele saísse por completo. Toda a floresta estava coberta por um brilho laranja que significava “Manter Distância”.

No entanto, já estava dentro do perímetro de perigo. Era a primeira vez que se encontrava em tal situação. Deveria ter impedido a carroça de seguir por esse caminho, mas, como havia dormido, não tinha ideia de que estavam se aproximando de um local tão adverso.

Estava prestes a sugerir que aumentassem o ritmo, mas logo se calou ao ver Maktan chicoteando os animais com uma expressão de desespero e suor escorrendo por toda a testa. A carroça já estava na velocidade máxima que podia atingir antes mesmo dele ter acordado.

“O que eu faço agora?”

Pelo menos a floresta não estava coberta por uma cor preta de “Escape Imediatamente” ou em vermelho, indicando “Recuo Recomendado”. Porém, aquele brilho laranja já era perigoso o suficiente, pois já quase tinha sido morto ao subestimar as dificuldades indicadas por sua habilidade.

À medida que ficava ainda mais tenso, viu Alex segurando um crucifixo com cerca de um palmo. Contudo, os arredores começaram a ficar muito silenciosos. Podia apenas escutar o barulho de cascos batendo no chão e das orações do Sacerdote, que se preparava para conjurar um feitiço. Perante a quietude, o homem africano começou a ranger os dentes, enquanto a arqueira mantinha uma das orelhas grudadas no piso da carroça.

— Diga alguma coisa.

— Espera…

— Ei! Fala alguma coisa! A distância, direção, quantos são! Qualquer coisa serve, só fala alguma coisa!

— Eu não sei.

— O quê?

— Eu não sei. Não dá pra dizer. — Ela se levantou e, com uma expressão de confusão no rosto, explicou. — Eu consigo escutar um som estranho misturado com o resto, mas é muito baixo, o que dificulta a identificação.

— Hã?! Tem certeza que você é uma rastreadora? — O Guerreiro soltou algumas palavras ásperas, irritando a Arqueira.

— O que você tá tentando dizer?

— Porra, cara. Diz você que é nível 3, mas como não sabe de nada?

— Cala a porra da boca! Eu pareço como alguém de ranking alto pra você? O que você quer que eu faça?! Pra conseguir escutar alguma coisa direito eu preciso colocar o meu ouvido na porra de um chão de verdade! — O orgulho dela deve ter sido ferido, porque a resposta que deu foi ainda mais dura do que a pergunta. 

O homem apenas escutou e não deu sequência à briga, apenas soltando alguns grunhidos de insatisfação.

— Decide logo! A gente continua correndo ou para? Anda! — perguntou Maktan, ansioso.

— Boceta. Que outra escolha a gente tem? Pare a carroça!

— Não! Continua correndo! — No momento que o Guerreiro expressou a sua opinião, a mulher logo o opôs.

O carroceiro estava prestes a puxar o cabresto, mas com toda aquela discussão acabou desistindo da ideia.

— Sua puta. Tá querendo discutir nesta situação?

— É você que tá perdido. E se formos cercados?

— Como você sabe que não tem alguma armadilha mais pra frente? É melhor descermos!

— Calem a boca! — Incapaz de continuar presenciando aquela discussão, Alex interveio. O crucifixo, antes impassível, agora emitia uma pequena luz. — Não importa se somos um time ou se estamos apenas em uma expedição, os Arqueiros sempre decidem. Vamos escutá-la, tá bom? O que você acha, Hugo?

Como o Sacerdote disse o nome do Guerreiro, é provável que eles se conheciam. Assim, após acalmar os ânimos do companheiro, virou-se para a Rastreadora.

— Eu devia dar prioridade às suas opiniões, já que é uma Arqueira, mas eu também acho que seria melhor se parássemos em um lugar adequado e conseguíssemos descobrir contra o que estamos lidando. Só vai dar pra montar uma estratégia com essa informação.

— Eu sei. Mas dá uma olhada em volta, não tem lugar adequado pra parar — respondeu a mulher, com um tom descontente, enquanto mordia o lábio inferior. — É como se estivéssemos sendo guiados para algum lugar. Tem alguma coisa estranha.

Alex franziu a testa, demonstrando a sua preocupação..

— Vai tomar no cu! Não escutou? Apesar de ser uma Arqueira, você está preocupada com os próprios instintos?! — Hugo gritou com raiva.

— Não posso confiar em você se estiver seguindo os seus instintos. As chances são meio a meio. É melhor parar a carroça agora e arranjar um jeito de sairmos daqui — respondeu Alex, mantendo um tom de voz sereno.

— Tá bom. Mas vocês precisam me dar 30, não, 15 segundos. Não tenho certeza, mas acho que estamos contra um grupo de bandidos.

O Sacerdote não discordou daquela ideia. O que ela disse fazia total sentido, mas caso as palavras da Rastreadora estivessem corretas, parar a carroça seria o mesmo que cometer suicídio.

— Maktan! Vai diminuindo a velocidade aos poucos! Qualquer coisa você acelera de novo, entendeu?

— Sim!

— Certo! Mas… O quê?!

Alex virou-se para encarar a mulher mais uma vez, mas acabou ficando muito surpreso com o que viu. Os olhos dela estavam emitindo uma leve luz, que logo desapareceu. Em seguida, ela levantou um pouco o torso e olhou para o caminho que já tinham percorrido.

— Ei! O que você tá fazendo? Senta aí! — alertou o Guerreiro, desesperado com aquela atitude.

— Acho que estão querendo nos guiar pra algum lugar. É melhor desacelerar mesmo.

— Guiados ou não, eu falei pra abaixar a merda da cabeça!

Argh, vê se para de gritar! Você é burro, por acaso? Se fossemos atacados, o carroceiro seria o primeiro a ser atingido!

Hugo ficou ainda mais em choque do que antes. Abriu e fechou a boca algumas vezes antes de conseguir falar.

— V-Você é mesmo uma nível 3?

Ha. — A mulher grunhiu, dando a impressão de não saber o que fazer com ele. Por fim, colocou uma das mãos na cintura e abriu a boca.

Foi então que aconteceu.

Psh! Psh!

Junto do suave barulho de ar sendo cortado…

— De qualquer forma…

Ela parou de falar.

Os olhos da mulher, antes irritados com Hugo, começaram a se remexer. Em seguida, a Rastreadora começou a tremer, balançando a cabeça e os ombros até que bateu com a cara no chão da carroça. O corpo continuou a tremer por alguns segundos, mas logo ficou imóvel. Ela estava morta.

O rosto de Alex enrijeceu-se no momento em que viu uma agulha grudada na nuca da Arqueira.

— Idiota! — exclamou Hugo.

Seol Jihu não conseguiu pensar bem no que tinha acontecido. A Arqueira, que antes estava cheia de confiança, morreu em um piscar de olhos. Parecia que estava tendo um pesadelo.

Alex extraiu a agulha e ficou ainda mais sério.

— Um minuto. Isso é…?

Depois disso, escutaram o barulho de animais à frente. Antes que Seol pudesse dizer “Merda” a carroça tremeu e capotou, arremessando-o no ar. Ainda segurava com força as suas lanças.

Apesar de toda a confusão, viu o pescoço de Maktan sendo forçado para trás, o que revelou uma agulha presa na parte de trás da cabeça do carroceiro.

Por sorte, caiu em alguns arbustos, aterrissando com segurança. Das cinco pessoas que começaram a viagem em Scheherezade, apenas três ainda estavam vivas.

— Bandidos é o caralho! São os Toupeiras!!

Seol ouviu Hugo gritando, mas não teve tempo para se atentar às palavras. Antes que pudesse respirar, quatro mãos pálidas saíram da terra, cada uma carregando adagas com a lâmina extremamente afiada.

Não teve nem tempo de perceber o ataque; largou a lança e desviou do ataque, com uma finta para trás. Ao conseguir realizar uma postura de defesa mais sólida, olhou para o lugar em que estava e viu quatro adagas fincadas. Sentiu um calafrio percorrendo todo o corpo. No entanto, conseguir pegar a sua arma de volta era prioridade, então não podia surtar com o que estava acontecendo.

Com a arma em mãos, utilizou a estocada em cima de onde as mãos tinham saído.

ATAQUE!!

Sentiu a lança penetrando pela terra macia e, em seguida, atingindo algo, dando a impressão de que tinha acertado. Em seguida, atacou mais uma vez, agora rodando o cabo da lança no intuito de amplificar os danos causados. Quando duas das quatro mãos saíram do chão tremendo de dor, teve a certeza de que o movimento havia sido efetivo. Porém, ainda precisava ficar alerta, pois as que restaram também começaram a se movimentar.

— Agora não. — Com pressa, tirou a lança do chão mais uma vez e realizou um outro ataque, atingindo as que restaram.

— Seeeeoooll!! Huuugo!! — gritava Alex, desesperado.

O Sacerdote não conseguia se levantar, já que duas mãos, também saindo do chão, o agarravam, impedindo que se movesse muito. Resistia o máximo que podia, mas, aos poucos, perdia as forças para continuar lutando.

Devido ao acidente com a carroça, a distância entre os dois era maior do que o Marca de Ouro esperava. Com pressa, puxou a lança de volta, criando um arco de sangue ao seu redor. Em seguida, concentrou-se e deixou a mana fluir pelo Circuito. Focou todo o poder que tinha no braço direito e arremessou a lança o mais forte que conseguiu.

Swish!

A arma, toda imbuída de mana, acertou o chão.

Uwahck?!

Chocado, Alex virou a cabeça para o outro lado. Contudo, logo começou a raciocinar de novo, já que não sentia mais uma força puxando-o para baixo. Por fim, conseguiu se desprender dos inimigos.

— Hã? — Apesar de ter chegado atrasado, Hugo conseguiu ver o que Seol fizera e ficou encarando-o com um rosto surpreso antes de gritar. — Bem ali! Na sua perna esquerda!!

Estava prestes a se ajoelhar para pegar a outra lança, mas, ao ouvir o aviso do outro Guerreiro, pulou, fazendo com que uma outra adaga apenas atacasse o ar próximo ao seu pé. Ciente do inimigo, atacou o chão mais uma vez, porém pareceu ter errado. Decidiu pular novamente e, por sorte, conseguiu desviar de mais um ataque. Com uma melhor noção da localização do inimigo, enfiou a ponta da lança no chão mais uma vez. Por fim, o solo começou a ficar vermelho. Tinha acertado.

— Olha só… — Após ver o Marca de Ouro matar quatro ou cinco oponentes sozinho, Hugo ficou impressionado. O rosto do homem parecia dizer “Até que essa criança é esperta.” Porém, logo começou a rir enquanto erguia o machado e deixava-o cair no chão com força.

KWANG!!

O barulho que sucedeu o impacto daquela arma no chão foi muito diferente do que o usual. Toda a terra em volta explodiu e saiu voando. Não sabia dizer se aquilo era efeito de magia ou se era alguma habilidade do Hugo. No entanto, se aquilo fosse simplesmente força bruta, aquele cara era um verdadeiro monstro.

— Esse é o melhor jeito de lidar com essas Toupeiras desgraçadas — disse, descansando o machado no próprio ombro.

Não entendia muito bem o motivo de toda a tranquilidade que o companheiro expressava, mas parecia que Alex sabia bem interpretar a situação.

— Boa! Tirou onda, Hugo! Agora é a nossa vez! — exclamou o Sacerdote pegando o crucifixo do chão com os olhos transbordando de raiva. — Seus filhos da puta. No momento que saírem de baixo da terra serão mortos. — Os significados dessas palavras foram explicadas pouco tempo depois, já que dezenas de pares de braços emergiram do local que Hugo havia batido com o machado.

— Alex! — gritou o Guerreiro, segurando a sua arma com ainda mais força.

— Eu sei! — O Sacerdote suspirou, colocou a mão sob uma das suas feridas e moveu o crucifixo para frente de si. — Luxú Lu Luxúria!! — De repente, uma forte luz foi criada a partir de tal artefato, fazendo com que as criaturas que emergiram do chão ficassem congeladas.

— Agora sim. Hora de me divertir um pouco!

Com muita velocidade, Hugo saiu correndo na direção dos braços congelados para fora do solo. Em seguida, um monstro com dois braços e duas pernas, lembrando o tronco de uma árvore coberto por uma espécie de couro, foi removido à força do seu esconderijo. Sem muito esforço, o Guerreiro cortou a criatura no meio e continuou puxando ainda mais monstros para fora do chão.

Após um tempo, o feitiço acabou, permitindo que todas as estranhas criaturas se movessem novamente e saíssem do chão. Restavam apenas sete, mas todos pareciam estar atordoados com o ataque em conjunto, não conseguindo coordenar uma nova investida contra os três sobreviventes.

— Relaxa. Acabou — falou Alex ao perceber que Seol ainda estava olhando de maneira fixa para o chão.

— Acabou? Como assim?

— Sim. As Toupeiras odeiam mana. Logo, se você conseguir atacá-los com uma quantidade suficiente, elas sempre vão sair do subsolo.

— Toupeiras?

— Sim. Elas são como peixes, só que nadam debaixo da terra — respondeu, um pouco curioso com a pergunta, mas grato pelo jovem tê-lo salvado há pouco.

Seol Jihu continuou confuso. Não conseguia imaginar como seria possível nadar debaixo da terra.

— De qualquer forma, elas falharam em nos matar. Hugo é um Guerreiro Bárbaro de nível 4. Apesar de serem bem irritantes atacando pelo subsolo, quando conseguimos tirá-las de baixo do chão tudo fica mais fácil — disse, apontando para o amigo, que as matava como se não fossem nada. — Na verdade, Toupeiras são inimigos bem chatos e sorrateiros. E essas aí já devem ter lutado contra terráqueos várias vezes.

— Como você sabe?

— É simples. Como você acha que elas conseguiram aquelas adagas? 

Ah.

— Elas devem ter percebido que havia um Arqueiro na carroça, já que cavaram ainda mais pra baixo, tentando nos confundir. Se não tivessem feito isso, teríamos descoberto que eram Toupeiras sem muitas dificuldades. Elas se espalharam e esperaram por uma oportunidade para atirar aquelas agulhas. No momento que conseguiram matar um de nós começaram a atacar com mais agressividade.

— Medo…

— Né? Mas aquela Arqueira foi muito burra! — resmungou Alex. — De qualquer forma, isso não é tudo. Como sempre tentam encurralar o adversário, elas andam em grupos e… Ehehehehe. — O Sacerdote começou a rir e apontou para o Marca de Ouro.

Estranhando a situação, Seol olhou para si mesmo e ficou boquiaberto. Conseguiu ver quatro agulhas grudadas no meio da sua armadura.

— E elas também são inteligentes o suficiente pra designar diferentes tarefas para cada integrante do bando. Ah, relaxa. Os que nos atacaram a longa distância já devem ter fugido.

Ao perceber que o jovem estava analisando a área ao redor, fez com que ele parasse e moveu a cabeça, apontando para um lado.

Hmmm. Mas isso é muito estranho. Não ouvi notícias sobre as Toupeiras aparecendo perto de Haramark até agora.

— Acabei! — disse Hugo, explodindo a cabeça do último inimigo com as próprias mãos antes de gritar com os braços levantados.

— Boaaa.

— Foi bem fácil. Vocês estão bem?

— Bem, me atingiram uma vez.

— Então se cura logo. Não vou poder te agradecer se você morrer.

— Hahaha. Tá bom. — O Sacerdote ajoelhou-se no chão e fez um pequeno frasco aparecer.

— Ei, cara, vi que você se portou muito bem lá atrás. Tem certeza que é só Nível 1? — perguntou o Guerreiro.

— Sim, eu estava pensando nisso também. É mais provável que ele seja Nível 3 e aquela Arqueira Nível 1 — completou Alex pingando algumas gotas do conteúdo do frasco na ferida e fazendo uma careta. Hugo balançou a cabeça, concordando com o que foi dito.

— Aquela piranha. Nunca vi um Rastreador igual a ela. Pensei que fosse morrer de raiva.

— Aquela mulher não era uma Rastreadora — falou o Sacerdote dando uma risada. — E, com certeza, também não era Nível 3. No máximo 2, mas devia ter acabado de upar.

— Oi? — indagou o Guerreiro com um olhar de incredulidade.

— Eu tenho certeza que vi, mesmo que por um segundo, mas os olhos dela estavam brilhando. Se eu estiver certo, essa não é a habilidade “Visão Aproximada” e sim “Visão de Águia”. Você sabe que a Visão Aproximada é uma habilidade obrigatória para os Arqueiros que chegam no Nível 3, né?

— Espera aí. Visão de Águia é uma habilidade que você aprende quando chega no Nível 2 — murmurou, mas logo explodiu de raiva. — Caralho! Era tudo mentira!

Ah, relaxa. Você sabe que tem várias pessoas mentindo sobre os seus níveis em Haramark. As pessoas criam várias desculpas para não te mostrarem as Janelas de Status.

— Merda. Como é que ela conseguiu aquele arco? O equipamento dela parecia ser bom.

— Ela devia ter algum patrocinador bem generoso — respondeu, levantando-se do chão. Em seguida, olhou para Seol. — Seol? Um conselho. Nós podemos ter ganho hoje, mas essa não seria o que chamam de boa vitória. Claro, você excedeu as expectativas de qualquer um, mas pra mim e pro Hugo, essa luta foi ruim.

Concordou com a cabeça. Entendia um pouco o que o Alex queria dizer. Se todos tivessem seguido as instruções dos dois, poderiam ter lidado com os inimigos sem muita dificuldade. Mesmo que um Arqueiro seja o responsável por liderar um time, o resultado de ser comandado por alguém pouco habilidoso sempre seria ruim. A partir do que acabou de passar, conseguiu entender bem a lição.

— Porra, se soubesse que estava lutando contra Toupeiras eu nem teria suado — reclamou o Guerreiro.

— Quem iria imaginar? De qualquer forma… — Alex olhou em volta e deu de ombros. Maktan e a Arqueira estavam mortos e a carroça tinha sido destruída. — E nós também estamos no meio do nada… — Como ele ainda não tinha perdido as esperanças, decidiu perguntar mesmo assim. — Alguém com alguma ideia?

Claro, ninguém levantou a mão.

O homem forte, o jovem e o Sacerdote soltaram um grunhido quase ao mesmo tempo.



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