Volume 1
Capítulo 42: Não Adianta Chorar Pelo Leite Derramado (1)
— Depositei um dinheiro na sua conta — contou Kim Hannah, assim que chegaram perto do portal.
— D-dinheiro? Mas eu nem… — Fora pego de surpresa, pois estava parado e pensativo, observando aquela construção de formato oval capaz de levá-los de volta à Terra no momento em que recebeu a notícia.
— Não é um bônus. Isso aí você só vai conseguir depois de assinar o contrato. — A agente logo lhe cortou, esclarecendo a situação. — Encare isso como um presente meu, uma forma de te agradecer. Graças a você eu vou ficar um pouco mais livre também.
— É-é, então tá bom. Mas não tem problema eu receber dinheiro?
— Claro que não. É uma recompensa que você mereceu, então sinta-se à vontade para gastá-la da forma que achar melhor.
— O-obrigado.
— Como assim “obrigado”? Sou eu quem devo te agradecer. De qualquer forma, confirma na sua conta se o valor chegou depois. Eu só te dei um pouco do que eu mesma tinha, então não vai achando que vai ser muita coisa. E mesmo assim, acho que tem umas coisas que você deve resolver antes, né?
— Muito obrigado mesmo. — Ela estava certa. Não tinha apenas dívidas para pagar, mas possuía alguns outros assuntos pendentes que precisava resolver.
— Relaxa, gasta do jeito que você quiser, mas te recomendo resolver os assuntos mais urgentes antes, beleza? Não as coisas inúteis. Se certificar de não ter problemas na Terra é um dos princípios que os Terráqueos devem seguir.
Seol Jihu estava parado de frente para o portal. No interior da estrutura, havia uma substância azulada, responsável por formar ondas e emitir uma espécie de luz.
— Deve ser, mais ou menos, meio de Abril quando você voltar. Vou passar mais um dia aqui antes de ir pra Terra também. Te ligo em umas oito horas em horário terrestre.
Toda a sua atenção estava focada na estrutura à frente, então apenas balançou a cabeça em concordância na tentativa de demonstrar que tinha a escutado. Então, com cuidado, deu um passo e entrou. Quase que no mesmo instante, o dorso da mão começou a emitir um brilho claro até que um brilho, ainda mais claro, o engoliu. À medida que parecia se distanciar do Paraíso, pôde ouvir Kim Hannah gritando enquanto acenava para ele.
— É melhor você responder a minha ligação, entendeu?! Se ficar de fogo eu vou direto pra sua casa! Seol Jihu!
Por fim, fechou os olhos.
***
Quando os abriu, conseguiu reconhecer onde estava: no seu quarto alugado.
Estava preocupado se conseguiria mesmo voltar para casa, pois sempre pensava na possibilidade de ser teletransportado para um local aleatório e distante, mas acabou que foi um sucesso. Não sabia quem era aquele homem asiático, mas ele era bom de conta.
No entanto, a sensação de alívio não durou muito. Ao sentir um cheiro horrível, fez uma careta e cobriu o nariz. Analisando todo aquele cômodo com mais cuidado, pôde ver que estava uma bagunça. Então, abriu as janelas para tentar ver o ambiente, certificando-se de olhar para a rua e ver se tudo estava normal. Percebeu alguns estudantes conversando entre si e rindo, e um táxi acelerando logo que o sinal abriu.
“Voltei. Mas, pera, que horas são?”
Enfiou as mãos no bolso para tentar pegar o celular, mas não o achou.
— Ah…
Lembrou-se de que o celular era um dos itens proibidos para entrar no Paraíso, o que significava que o seu devia ter ficado para trás na frente da casa da Yun Seonhwa há um mês, assim como o cartão de crédito.
Ainda com vontade de saber as horas, ligou o seu antigo notebook que, apesar de estar coberto de poeira, ainda funcionava bem. 17 de Abril, Segunda-feira.
09:14:07
“Fui sumonado no dia 16 de Março…”
Parecia que aquela diferença de 3:1 era mesmo verdade. Porém, agora que pôde confirmar isso, estava no meio de um dilema.
“O que eu faço agora?”
Não era como se não tivesse nada para fazer. Pelo contrário, tinha várias coisas que queria resolver. Havia uma razão para Kim Hannah querer que ele voltasse para a Terra, e essa era de se certificar que o Marca de Ouro conseguiria voltar para o Paraíso com os seus problemas resolvidos. Caso estivesse sendo considerado desaparecido, daria uma boa dor de cabeça para todos os envolvidos.
No entanto, nesse aspecto, podia ficar tranquilo. A menos que falasse com eles primeiro, a sua família e Yoo Seonhwa nunca o ligariam por vontade própria. Não fizeram isso nos últimos anos, por qual motivo o fariam agora? Até mesmo os amigos mais próximos que tinha pararam de contactá-lo há muito tempo.
“Eu acho que eu não devia ficar feliz por isso…”
Precisava consertar todos os erros que cometeu e, para isso, necessitaria de dinheiro. Agora entendia o motivo daquele depósito feito pela agente.
“Certo, primeiro…”
Entrou na internet e logo foi ao site do banco para conseguir acessar a sua conta. Quando viu a quantia que tinha, ficou boquiaberto.
“O quê?! 150 milhões de won?!”
Nunca tinha visto a própria conta com tantos zeros. No máximo, esperava alguns milhares, mas aquele valor o deixou completamente assustado.
— Que porra, aquela mulher disse que tinha transferido o próprio dinheiro, como é que… — Como não tinha ideia do quanto ela ganhava por mês, até fazia sentido ter tido uma reação assim.
Continuou a analisar o site até que encontrou a transação de 2 milhões de won que Yoo Seonhwa tinha feito, o que o levou de volta para a realidade. Já tinha devolvido esse valor em dinheiro, mas já havia “pego emprestado” muito mais do que aquilo. Ao verificar o histórico de transações nos últimos três a quatro anos, um sorriso formou-se nos lábios.
“Preciso pagá-la de volta primeiro.”
Demorou um tempo para conseguir contar tudo que devia, mas persistiu e continuou.
“Papai me deu cerca de 28 milhões; mamãe 16; meu irmão me emprestou 2,2; Jinhee 600.000… Ah, verdade. Eu roubei o notebook e o carro dela também.
Já tinha vendido o notebook e havia deixado o carro em uma loja de penhores próxima ao cassino. À medida que as lembranças dos antigos atos que cometeu vinham à mente, a sua consciência ficava cada vez mais pesada. Talvez acabasse pagando mais do que devia, mas não se importava e nem queria algo em troca.
Ao terminar de contar o valor que tinha pego de Yoo Seonhwa, ficou em choque.
“E-eu peguei tanto assim dela?”
Um cálculo superficial revelou o valor de 46 milhões.
“Como é que ela conseguiu tanto dinheiro assim pra começar?”
Deu um suspiro. De repente, o valor de 150 milhões de won não parecia tão absurdo. Lógico, não iria economizar para resolver as pendências financeiras que tinha, já que aquele era o primeiro passo para começar uma nova vida.
“Mas eu não tenho nem o meu celular, nem o meu cartão…”
Pegou a carteira e um par de sapatos, e saiu de casa. O primeiro destino era o banco. Conseguiu um novo cartão e pagou todos os 30 milhões de won que devia aos agiotas. Por fim, sacou o restante do dinheiro que tinha, pegou um táxi e saiu. Já tinha cuidado da parte mais urgente e estava com os bolsos cheios. O próximo destino era o cassino.
***
Logo que chegou ao Casino Seorak, pediu para que os seguranças o banissem permanentemente de entrar em apostas. Com medo de encontrar algum conhecido, correu para a loja de penhores e recuperou o carro. Era o sonho da sua irmã ter um carro, então quando ela conseguiu ser aprovada em uma universidade renomada, nosso pai a deu esse de presente. Pode não ser tão caro assim, mas possui um grande valor sentimental.
Motorizado, não precisava mais usar um táxi. No caminho da casa dos pais, parou em uma loja de eletrônicos e comprou o melhor notebook que tinham à venda. Por fim, estacionou o carro e andou em direção ao destino final: a porta da frente.
Ao ver a campainha, ficou paralizado, não conseguindo erguer as mãos. Nunca tinha imaginado uma situação daquelas, então logo pensou em deixar todos os itens que tinha comprado à vista e sair antes de ser notado. Passou vários minutos parado em frente à porta de entrada, tremendo, e, apesar de todo o esforço, não conseguindo reunir a coragem necessária. Decidiu respirar fundo e simplesmente bater na porta.
Sem respostas.
“Ninguém tá em casa?”
Engoliu em seco e tentou abrir a porta, que não ofereceu resistência. Com muito cuidado, começou a entrar na casa, mas logo parou. Um homem usando um par de óculos o encarava com um rosto raivoso da escada que dava acesso ao segundo andar.
— H-Hyung. — Era Seol Wooseok, irmão mais velho de Jihu.
— V-você ainda não foi pro trabalho…?
Não respondeu.
Ele o encarou e logo se virou, retornando para o andar superior.
Batida!!
Segundos depois, pôde ouvir o barulho de uma porta sendo batida com força, fazendo-o hesitar.
“É claro…”
Não estava em uma posição para esperar algo diferente, mas ainda queria se desculpar. Então, chegou a conclusão de que o melhor a ser feito era acabar com tudo o mais rápido que pudesse. Colocou um envelope cheio de dinheiro em frente ao quarto de Wooseok e foi em direção ao quarto da irmã mais nova. Ela estava dormindo, agarrada em um travesseiro. Vestia apenas uma blusa sem manga e uma calcinha.
“É, pelo jeito, faltar as aulas de segunda de manhã eram um ritual bem importante para ela.”
Com cuidado, ele puxou o cobertor para cobri-la e colocou o notebook na mesa. Tirou as chaves do carro do bolso e mais um pouco de dinheiro, escondendo-o na bolsa dela. Quando estava prestes a sair…
— Você. — Era uma voz ainda sonolenta, mas nem um pouco amigável. — O que você quer? — Logo depois de falar, ela se levantou o mais rápido que pôde, fazendo com que o Marca de Ouro hesitasse.
— V-você estava acordada?
— Quem caralhos é você pra ficar entrando no meu quarto sem a minha permissão? — Deu um passo na direção dele, mas logo desviou o olhar para o objeto em cima da mesa. — Você veio aqui pra me dar isso?
— S-sim.
— Pega isso e enfia no cu. — Com uma cara de nojo, ela agarrou o notebook e o jogou no chão.
— E-espera, Jinhee…
— Jinhee o caralho. Eu não me importo. Vaza daqui! — disse, aproximando-se dele e o empurrando.
Como não planejava resistir, ele acabou caindo no chão com a força aplicada contra si.
— Que piada. O que foi, finalmente arranjou dinheiro no cassino? Ou teria um outro motivo pra um merda igual a você começar a pensar na irmã mais nova? — Ainda raivosa, decidiu olhar a bolsa… — Que porra é essa aqui? — Ao examiná-la com mais cuidado, encontrou uma boa quantia em dinheiro e as chaves de um carro, o que a fez piscar os olhos várias vezes em surpresa. Porém, logo levantou a cabeça. — Irmão?
Ela não estava falando com Seol Jihu.
Antes que os dois percebessem, Seol Wooseok já estava na porta com um envelope nas mãos. Estava preocupado na possibilidade do visitante causar problemas, mas a situação era totalmente oposta. Tudo o que pôde fazer foi ficar alternando os olhares para os outros dois presentes no quarto.
— O que é isso aqui? — perguntou, com uma voz firme. Ao terminar de falar, jogou o envelope no chão, fazendo com que as notas se espalhassem.
— O quê?! Quanto tem aí? — Surpresa, começou a contar. — 55 milhões?! — Exclamou após somar o valor do envelope com o que tinha na bolsa. Porém, aquilo não era tudo, lembrou-se também lembrou-se das chaves do carro e do notebook. — Ah, mas você deve ter dado muita sorte.
— Jinhee, devolva tudo para ele.
— Por quê? Tá doido?
— É óbvio que ele conseguiu esse dinheiro com as apostas.
— Mas mesmo assim ainda é dinheiro, não é? Eu não vou devolver!
Seol Wooseok tentou pegar o dinheiro das mãos da garota, mas ela foi mais rápida. A jovem conseguiu pegar todas as pilhas de dinheiro e as colocou embaixo das roupas que vestia.
— Seol Jinhee!!
— O que foi?!
— Você quer mesmo esse dinheiro sujo?
— Sujo ou não, esse dinheiro pertence à nossa família! Sempre foi nosso, pra começo de conversa, entendeu? Não sabe quanto os nossos pais estão sofrendo hoje em dia?
Quando os dois começaram a ficar mais agressivos, Seol Jihu interveio e logo os separou. Não tinha ido lá para vê-los brigando, e sim resolver algumas pendências que tinha há muito tempo.
— Hyung, Jinhee, vocês entenderam errado. Eu não consegui esse dinheiro apostando.
— Vai se foder — disse a irmã, parando de brigar e se virando para falar com ele. — Se você quiser mesmo mentir é melhor se esforçar mais, tá bom? Ah, talvez você tenha roubado. Você participou de um assalto a algum banco?
— Tô falando a verdade — respondeu, bastante frustrado com a reação que recebeu. — Eu parei de apostar. Já até pedi pro cassino me proibir de entrar lá. E o dinheiro é de uma comissão… Não, melhor ainda, é do meu trabalho.
— Você parou de apostar?
— Uma proibição pro resto da vida? — Perguntaram os dois irmãos ao mesmo tempo.
— Parei há mais ou menos um mês. E eu acabei de sair do Seorak. Fui pedir para me proibirem de pisar lá de novo. Por favor, acreditem em mim. — Tentou explicar da maneira mais clara que conseguia. No entanto, o problema não era eles não entenderem, mas sim confiarem no que estava contando.
— Então você tá dizendo que parou de apostar, foi pedir para ser banido do cassino por vontade própria e que esse dinheiro é legítimo. É isso?
— Para de encher o meu saco. Tá achando que eu vou ser trouxa de novo? — replicou Seol Jinhee. — Ah, então quando a gente te suplicou pra você parar de ir tu fingiu que nem escutou. E quando tentamos pedir pra eles te proibirem lá você ficou todo nervosinho. Tá achando que agora a gente vai acreditar?
— Jinhee…
— Oi? Como que você tem a cara de pau de mandar essa pra mim?! O que foi? Pensou que só porque você apareceu aqui com dinheiro todo mundo ia passar a mão na sua cabeça? Acorda, seu bosta. O dinheiro sempre foi da nossa família!
— Eu vou confirmar — retrucou Seol Wooseok.
Mesmo estando muito suspeito, pegou o telefone e começou a discar um número. Três, quatro toques depois, ficou boquiaberto.
— Oi, aí é da Seorak? Sim, sim. Eu gostaria de perguntar se uma pessoa foi proibida de entrar… Sim, sou o irmão mais velho. O nome dele é Seol Jihu. — Começou a ficar com a voz cada vez mais alta. — Ele pediu mesmo pra ser banido pra sempre? Hoje? Pessoalmente?
A jovem escutava tudo em silêncio, mas à medida que o irmão falava mais alto, mais assustada ela ficava.
— N-Nesse caso, tem como saber quando foi a última vez que ele frequentou… Sim, a última vez… Dezesseis de Março?! — Pouco tempo depois, desligou o telefone. As atitudes da irmã tinham ficado um pouco mais delicadas, mas ela continuava a encarar o Marca de Ouro.
— Eu ainda não acredito — falou, ainda não muito convencido.
— Hyung. Sério, eu…
— Tá bom, então. Digamos que vocês esteja falando a verdade. Da onde você tirou esse dinheiro?
— É-é, bem…
— Eu sei que a Seonhwa te deu 2 milhões mês passado.
“Ele sabe disso?”
— Também sei que você devolveu tudo noite passada. Há pouco tempo atrás você não tinha nada, então como conseguiu juntar tanto dinheiro assim sem ter apostado? Sem contar as chaves de um carro e o notebook que você trouxe. — Fez uma pausa para analisar o computador e logo continuou: — Pera aí. E não é qualquer pc da Xuxa, não. É a porra de um notebook gamer.
Ao ouvir aquilo, Seol Jinhee olhou para a caixa que tinha jogado no chão e ficou ainda mais suspeita.
“O que é que eu faço agora?”
Percebeu que não tinha outra escolha a não ser mentir. Caso hesitasse e perdesse muito tempo, os dois começariam a suspeitar de alguma coisa estranha.
— É por isso que eu tô aqui hoje, pra falar sobre tudo que tá acontecendo. — Pronunciava cada palavra com cuidado. Se dissesse tudo que vinha à mente poderia contar uma história cheia de furos. Portanto, pensava bem antes de contar algo.
— Uma pessoa que eu conheço me apresentou um emprego. E esse emprego paga bem.
— E que tipo de emprego paga tão bem assim?
— Ah, isso. É que eu tive sorte. Algo grande aconteceu e eu ganhei um bônus.
— Rinha de galo? Ou aposta esportiva?
— Hyung.
— Loteria?
Corou. Mais uma vez, pôde confirmar o que a família pensava dele. Porém, como poderia culpá-los? Merecia tudo aquilo.
— O dinheiro não tem nada a ver com apostas.
— Consegue repetir isso na frente dos nossos pais?
— Queria muito, mas preciso ir. — A realidade é que planejava falar sobre esse assunto na frente dos pais, mas a situação mudara. Os dois podiam não conseguir encontrar os furos na história que contou, mas já podia até prever o pai fazendo várias perguntas desconfortáveis.
— Daqui a pouco ele chega.
— Mas eu já tô todo ocupado. Tava trabalhando fora do escritório hoje, por isso consegui vir. Então, por favor, fala com o papai por mim. Por favor?
— O que você quer que eu diga?
— Em pouco tempo eu vou estar fora da cidade de novo. Posso ficar longe uns dois ou três meses e você não vai conseguir se comunicar comigo nesse tempo, mas fica tranquilo que tudo vai estar bem. — Conseguiu explicar mais ou menos a situação. Os irmãos pareciam confusos, mas não tinha muito mais o que fazer, pois não podia contá-los nada concreto.
“Acho que eu até que me saí direitinho.”
— Preciso ir. Tô bem em cima do horário. Da próxima vez eu falo com a mamãe e com o papai — disse, forçando um sorriso e se despedindo. Abriu a porta, desceu as escadas e foi em direção à saída. Porém, por alguma razão, começou a se sentir exausto.
“Pensou que só porque você apareceu aqui com dinheiro todo mundo ia passar a mão na sua cabeça?”
As palavras da irmã começaram a ecoar, fazendo com que a sua mente se tornasse um caos. Como se soubessem que ele merecia sofrer, esse golpe o atingiu.
“E-eu queria pedir perdão de uma forma decente…”
Estava tão preocupado em criar uma história para justificar tudo que não conseguiu se desculpar nem mesmo uma vez. Apesar do primeiro passo do plano não ter ido muito bem, ainda tinha uma pessoa para qual devia pedir por clemência.
Com a cabeça ainda baixa e os ombros desalinhados pelo baque que recebeu, Seol Jihu caminhou em direção à estação de metrô mais próxima.