O Retorno da Gula Coreana

Tradução: Teverrr

Revisão: Melão


Volume 1

Capítulo 20: Recompensas Condizentes (3)

Viu a jovem que havia os guiado, mas ela não era a única. Em pé no palco havia 9 mulheres, todas vestidas com a mesma roupa e com as mãos entrelaçadas na altura do estômago. No entanto, ao observar melhor aquela cena, pôde ver que a do meio não usava um uniforme francês de empregada como o resto, atraindo boa parte da atenção para si.

Não sabia se era o efeito da luz, mas o cabelo dela tinha um tom de vermelho semelhante ao sangue. Um casaco repousava nos seus ombros, os olhos estavam fechados e os braços cruzados próximo ao peito como se estivesse em um estado de contemplação.

— Parabéns.

Começaram a cantar.

— Que porra tá acontecendo? — perguntou alguém no fundo. Ele não era o único surpreso, já que todos acenaram com a cabeça indicando não terem entendido a situação também.

A música acabou. Os olhos da mulher que estava no meio se abriram. Ela elevou o queixo e começou a analisar a plateia. O teatro estava em silêncio. Aqueles que eram encarados por ela ficavam nervosos e baixavam a cabeça ou tentavam disfarçar.

Descruzou as pernas, levantou-se da cadeira e, com muita elegância, caminhou em direção ao público. Aquela mulher era alta. De repente, ela parou de andar e passou a observar com mais atenção os sobreviventes da Área 2. Nesse instante, a garota que havia o cumprimentado levantou a mão.

— Você também é uma Guia do Tutorial?

“Ela pode fazer uma pergunta mesmo com essa atmosfera opressora?” Ficou impressionado e, ao mesmo tempo, preocupado. Até mesmo ele sentia um perigo inexplicável emanando daquela mulher. Caso precisasse descrever, diria que ela lembrava uma besta selvagem e indomada.

Não obteve resposta. A mulher continuava em silêncio, mas dessa vez tirou um cigarro do casaco. A luz produzida pela chama acesa do tabaco foi o suficiente para revelar uma cicatriz que começava no olho e terminava na bochecha. Caso fosse mais astuta, a garota teria abaixado a mão. Porém, ou ela era muito corajosa ou ousada por fazer uma nova pergunta.

— Como eu devo te chamar? Quem é você?

A mulher fez um momento com a cabeça. Então, uma empregada deu um passo à frente.

— Área 2, Odelette Delphine. — Ao ouvir aquele nome, os olhos antes semicerrados da mulher alta se abriram por completo, fazendo com que ela a encarasse de volta.

— Pode me chamar de Cinzia.

— Do que elas tão falando?

— Aquela altona lá disse que o nome dela é Cinzia. A pessoa que perguntou deve ser chamada de Odelette Delphine e é da Área 2 — respondeu Shin Sang-Ah em uma voz baixa.

— Cinzia? Othello Delphine? Que tipo de nomes são esses?! — sussurou de volta Yi Seol-Ah.

— Eu acho que Cinzia é um nome italiano. E não é Othello, é Odelette. 

A sincronização começará.

De repente, uma dor lancinante atingiu a todos que estavam na audiência. Uma careta formou-se no seu rosto. Gemidos e reclamações vieram de todo o público. Por sorte, aquilo não durou muito.

Sincronização completa.

Logo após esse segundo anúncio, aquele incômodo quase que insuportável parou.

— Parece que a sincronização foi adiada. Bem, acho que agora vocês podem me entender.

Cinzia olhava em volta como se estivesse se divertindo. A fala daquela mulher era limpa e clara. Parecia coreano.

— É muito melhor assustar esse pessoal logo de cara, né? Se eles começassem a falar sem parar igual a uma puta velha eu ficaria bem irritada. — Ela voltou a andar. — Como uma demonstração de respeito por não terem feito confusão durante a sincronização, falarei algo importante antes de começarmos. Eu não gosto de ficar enrolando. Vocês também devem ter uma ideia do que este lugar é. Portanto, irei direto ao ponto. Aqui é a Zona Neutra. Um santuário criado a partir da combinação dos poderes das sete divindades.

Lembrou do que Han o havia dito.

“Boa sorte na Zona Neutra. Era isso?”

— Aqui, vocês terão a chance de provar se são capazes de viver no Paraíso. Todos receberam Pontos de Sobrevivência, certo?

Tinha 21500 pontos na sua conta. O Guia tinha afirmado que era a maior pontuação da história.

— Resumindo, vocês devem aumentar a sua pontuação para mais de 1000. É a única forma de sair daqui. Apesar de termos preparados vários métodos para que vocês possam fazer a suas pontuações crescerem, sintam-se à vontade para fazer o que mais lhes agrada. No entanto, vocês possuem apenas um mês para alcançar tal objetivo.

Muitos ficaram irritados. Haviam sido informados de que, assim que completassem o Tutorial, poderiam entrar no Paraíso. Aquilo era contraditório. Claro, alguns pareciam tranquilos em relação à tal informação. Eram aqueles que já tiveram contato com uma explicação mais aprofundada antes de chegarem ali.

— Caso não consigam reunir a quantidade de pontos necessária no tempo determinado…

— O que significa isso? — perguntou uma voz da Área 4. Uma figura forte e barbada se levantou. Cinzia apenas o encarou com desdém.

Hmph. Se não quiser vomitar esse burrito que você comeu mais cedo, é melhor sossegar essa bunda na cadeira. Odeio ser interrompida.

Surpreso, o homem piscou os olhos alguns segundos antes de explodir de raiva.

— Como é que é? Olha como você fala, sua puta velha! — A mulher começou a rir com aquele insulto.

— Que mexicano mais sem educação. Você é de Sinaloa?

— Como você sabe?

— É óbvio. De todos aqueles com autoridade, o único capaz de mobilizar os Marcas de Bronze está aqui. — A risada parou. Ela acenou com o indicador e a quarta empregada da esquerda deu um passo à frente, a entregando um pedaço de papel. — Vejamos. Estou ficando curiosa pra descobrir se os seus resultados batem com essa audácia toda. — Olhou o papel com um sorriso debochado nos lábios. — 0 pontos? É sério isso?

A empregada concordou com a cabeça.

— Você não é nem um Marca Vermelho. 0 como um Bronze… — Jogou fora o papel e o encarou de volta. — Não posso me incomodar em falar com você. Senta logo, burrito.

— Sua…!

— Senta. Ou farei com que aqueles que te convidaram fiquem arrependidos. — A mudança no tom de voz para um mais sério fez com que todos ficassem arrepiados.

O homem ficou em silêncio.

— Eu acho que vocês não estão entendendo uma coisa — falou enquanto tragava o cigarro e encarava a platéia. — O nome oficial daqui é Paraíso Perdido. Entenderam? Enfatizou estas últimas palavras, especialmente o nome.

Ninguém respondeu. Alguns burburinhos começaram.

 — Pensaram que só porque tem “Paraíso” no nome vocês andariam de montanha russa e se divertiriam? Acordem. O local no qual vocês vão pisar é quase que só tiro, porrada e bomba. É uma zona de guerra. Vocês só poderão sobreviver quando todos os seus inimigos estiverem mortos — disse, batendo no cigarro para que as cinzas pudessem cair.

A plateia continuava murmurando entre si.

— Só porque escaparam de um monstro fraquinho acham que podem vir aqui querer tirar onda? Não entenderam o que o Tutorial significa? Não se enganem pensando que o que encontrarão no Paraíso Perdido será do mesmo nível que o Tutorial.

Aquelas palavras foram efetivas, pois logo todos ficaram em silêncio.

— Isso mesmo. Se entenderam bem o que eu disse é melhor fecharem a matraca.

Nesse momento, uma risada escapou dos lábios de Seol. Ele estava muito concentrado em tudo que era dito, mas perdeu para quando ela disse “matraca”. Logo percebeu que havia cometido um erro e tentou cobrir a boca com uma das mãos, mas já tinha chamado atenção.

— Você é… — Os olhos de Cinzia brilharam. — Ah, entendi. Você deve achar isso tudo adorável.

— Oi?

— Mas tente entender também. Não importa o quão meticulosa a seleção foi, sempre aparece joio no meio do trigo.

Esperava levar um esporro, mas ficou muito confuso quando ouviu aquela voz compreensiva.

A mulher virou a sua atenção para a Área 4 e riu.

— Você vai sofrer bastante, pode ter certeza. Conseguir 1000 pontos quando se tem 0 não é fácil. — Muitas pessoas ficaram tensas com aquela declaração. — Estas são as consequências das suas próprias ações. Quem mandou não fazer nada no Tutorial?

Até mesmo Yi Seol-Ah ficou nervosa. Ela só tinha 46 pontos.

— Agora que já estamos todos aqui, devemos terminar logo a cerimônia de premiação. Da mesma maneira que alguns merecem punições, outros merecem recompensas — resmungou e logo prosseguiu pegando algo do bolso do casaco. — A partir de agora, se eu chamar o seu nome, você levanta. Área 5, Tong Chai?

Um homem magro vestindo um turbante se ergueu.

— Você já alcançou o necessário. Caso queira, poderá entrar no Paraíso imediatamente.

— Escolho continuar aqui.

— Então pegue isso. — Ela jogou algo na direção de Tong Chai. Com facilidade, ele agarrou o objeto arremessado.

— O que é isso? perguntou, curioso.

— O quê? Um membro do esquadrão de assassinos está pedindo informação?

O homem deu um sorriso misterioso e voltou a se sentar.

— Se estiver muito curioso pode perguntar à sua empregada depois. Área 2, Salvatore Leorda

Dessa vez, um homem com buzz cut levantou.

Cinzia não se importou em dizer nada, apenas jogou algo. O surpreendentemente jovem escolhido da vez agradeceu com uma reverência e voltou ao seu lugar.

— Área 7, Hao Win.

Um chinês com cerca de trinta anos se ergueu.

— Julgando pela sua aparência, posso dizer de onde é sem dificuldade. Vai ficar?

— Que pergunta tola. Claro que ficarei.

— Certo. Então, Área 2, Odelette Delphine.

— Também vou ficar — respondeu quase que de imediato. Pegou o objeto que fora arremessado e levantou a mão. — Perdão!

Hmm?

— Acho que peguei o errado. Tá escrito n.º 2 na placa.

— Não. Sei muito bem que você conseguiu 7500 pontos.

Burburinhos impressionados vieram da plateia. A maioria ficou encarando a garota com o cabelo preso.

— Se eu reduzir 1000 Pontos de Sobrevivência que você conseguiu como bônus de início, sua pontuação é de 6500. E a sua Marca de Prata faz com que você tenha uma Marca da Sobrevivência com um multiplicador de 5 vezes o total. Você conseguiu um total de 1300 pontos no Tutorial, certo?

— S-sim, isso mesmo…

— Que pena. Em condições normais você teria ficado no topo do ranking. Mas, dessa vez, foi o suficiente apenas para o segundo lugar.

A garota ficou boquiaberta. Não tinha pensado na possibilidade de alguém a ter ultrapassado.

“Espera. Eu também não recebi alguns Pontos de Sobrevivência como bônus de início?

Agora que lembrava, mas Seol tinha recebido 5000 no auditório. Parece que esses não foram submetidos ao efeito multiplicador. De qualquer forma, aquilo significava que tinha 26500, não 21500.

— Área 1…

— Vou ficar. — Levantou-se da cadeira e sentiu os olhares voltados para si.

— Quantos pontos esse cara recebeu, então?

— 2150 só contando os originais. É maior do que a sua em 850. Não devia ter perguntado.

W-wow…

“Ela não tem vergonha na cara?!” Reclamou para si mesmo e pegou o item arremessado. Era uma chave dourada com o número “1” gravado na placa.

— Sabe, eu acho isso sensacional. — Cinzia demonstrou admiração. — Já é impressionante que o seu pequenino país consiga recrutar pessoas independentemente, e agora um segundo Irregular aparece…

Graças aquela declaração, os olhares antes fixos em Odelette agora estavam todos em Seol. Ele não queria toda aquela atenção.

Por fim, a anfitriã fez um sinal e todas as empregadas desceram do palco e foram para a parte lateral de onde o público se encontrava.

— O que estão fazendo? Levantem-se!

Estava quase se sentando de novo, mas teve que parar no meio do caminho e se erguer.

— A contagem para o prazo de um mês já começou. O quê? Querem tudo mastigado antes de começar a fazer alguma coisa? Quer moleza senta num pudim.

Ouvindo aquilo, pegou a sua bolsa. A empregada loira o esperava em uma porta distinta daquela que usaram para entrar.

 

*** 

 

Todos ficaram surpresos quando saíram do teatro. A Zona Neutra lembrava uma loja gigante de um shopping. O chão era modelado a partir de um grande círculo e, não importa onde olhassem, podiam ver vários salões e produtos. Era quase impossível tentar adivinhar quantos andares aquelas escadas espiraladas podiam levá-los. Ainda não conseguiam sair de lá, mas era difícil imaginar como aquele lugar devia ser do lado de fora — talvez parecido com a Torre de Babel.

Encontrou uma cadeira vazia em uma das salas do térreo e se sentou para analisar a área envolta. A parte mais chamativa daquele “saguão” era um quadro de avisos próximo a uma fonte no meio do piso. Naquele local estavam presos vários pedaços de papel que lembravam os papéis talismãs, chamando a atenção de muitas pessoas, que começaram a se dirigir para tal localização.

Decidiu que iria checar aquela parte depois, já que estava muito cheia. Começou a organizar os pensamentos. No início estava pensando em aceitar a proposta de não continuar aqui, pois já possui o necessário, não precisando perder tempo. No entanto, todas as outras quatro pessoas que já alcançaram os 1000 pontos decidiram ficar sem nenhuma hesitação. Além do mais, aquele Hao Win também disse que aquela pergunta era “tola”.

“Certo. O que eu sonhei sobre esse lugar…?

Não conseguiu lembrar de nada. Deve ter algum motivo por todos terem dito que preferiam continuar aqui. Em momentos como aquele, ficava ressentido por Kim Hannah.

Continuou sentado com a mão no rosto pensando no que fazer. Sentiu alguém se aproximando e olhou para frente.

— Como está? — A mulher que o cumprimentava demonstrava elegância assim que os seus olhos se encontraram.

Vendo aquela roupa familiar, o cabelo bem preso e os óculos, conseguiu reconhecê-la — era a segunda empregada da esquerda que estava no palco.

“Ela é da Área 2, não é?”

— Oi. Posso te ajudar com alguma coisa?

— Me chamo Agnes. Caso permita, terei a honra de guiá-lo para os seus aposentos. — Aquilo era algo maravilhoso para ser ouvido, mas também o deixou alerta.

— Pensei que deveríamos cuidar de nós mesmos.

— De fato. No entanto, iremos lhes fornecer as informações básicas. Inclusive, fornecer informações adicionais por vontade própria também não é proibido.

Pensou que aquele tratamento tinha algo a ver com a Marca de Ouro. Concordou com a cabeça. Ser guiado ao invés de quebrar a cabeça o ajudou a economizar muito tempo.

— Obrigado. Contarei com a sua ajuda.

Ahh, nesse caso… — No momento em que as feições dela demonstraram certa felicidade, logo se endureceram novamente. Olhou para trás e viu a empregada loira do Tutorial parada atrás de si. Ela estava com um estranho sorriso no rosto. Agnes fez o que pode para retribuir.

— M-Maria. C-claro, sei que a Área 1 não faz parte da minha jurisdição, mas o Tutorial já acabou. Não é melhor deixar comigo desta vez?

A empregada loira, Maria, continuou sorrindo. Ao mesmo tempo, começou a levantar o dedo do meio.

— Qual o significado desse gesto?

— Não fode. Por favor.

— Você continua grossa como sempre. — A responsável pela Área 2 deu um suspiro de raiva, saudou Seol e saiu sem dizer nada.

— Ainda com essa mania de meter a porra da cara onde não é chamada, sua Siciliana vagabunda.

Não acreditou no que ouviu. Já tinha confirmado que ela podia falar, mas ver xingamentos tão extremos saindo daquele rosto tão adorável era…

— Bem. Permita-me guiá-lo.

— Você é boa. Falando, no caso.

Ah, aquilo. Eu tenho um voto de silêncio, sabe.

— Voto de silêncio?

— Sim. Estou tentando corrigir esse mau hábito. Sabe, as palavras que eu digo não são filtradas pelo meu cérebro e acabam saindo do jeito que você ouviu. — Ela estava tentando dizer que fala sem pensar.

— É-é, você será a minha guia, então. — Quando se levantou, Maria começou a puxar os cantos da roupa dele e logo apontou para o interior do saguão. O ambiente lembrava uma cafeteria.

— Antes de começarmos, gostaria de comprar algo para beber?

— Ô, Agn… — Virou-se para chamar a outra empregada, mas ela logo o interrompeu.

— Espera, espera!! Tá bom. Já entendi! Mas o que tem demais em comprar alguma coisa pra eu beber?!

— Mas por que eu deveria?

— Seu pão duro. Você tem um monte de Pontos de Sobrevivência, não tem?

Pensou por um instante. Enquanto implorava para que ele comprasse algo, ela mencionou a pontuação. Por quê?

— Isso significa que temos que usar os nossos Pontos de Sobrevivência aqui?

— Sim. Eles são a moeda da Zona Neutra. Precisa deles para comer, dormir, comprar roupas.

Teriam que gastá-los. A dificuldade aumentou muito.

— Como que se consegue mais? — Ao invés de falar, Maria apontou para o quadro de avisos. Muitas pessoas ainda estavam ali.

— Pegando as missões que estão ali e as completando você consegue pontos como recompensa. É o jeito normal.

— Jeito normal, né…

— Eles também podem ser emprestados ou dados para os outros.

Abriu um sorriso. Conectando o que ela acabou de dizer com as palavras de Cinzia de “sintam-se à vontade para fazer o que mais lhes agrada”, conseguiu formar uma boa hipótese. Muitos tentariam pegar um empréstimo ou, o que deve ser mais comum, roubar.

— Agora que eu te contei, você vai comprar alguma coisa pra mim, não vai?

— Me recuso.

— Ehhh? Mas por quê?

— Preciso guardar os meus pontos. Não é como se eles nascessem de uma árvore.

— Por que tão mesquinho?! Você sabe que vai conseguir comida e acomodação de graça.

“O que será que ela quer?”

Ela olhou em volta e disse: — Até aqui vai ter muita discriminação. Os Contratados vão pagar o preço cheio em tudo, mas não é isso que acontece com um Convidado, sabe? Os Marcas de Bronze conseguem 10% de desconto, os de Prata 20% e…

— Se é o caso…

— Como um Marca de Ouro, você consegue 30% em tudo aqui. Além disso, você foi o melhor sobrevivente. Então não deve ganhar só uma moradia exclusiva, mas também 70% de desconto em certos produtos e restaurantes.

Descrente, ficou olhando para ela. Em troca, Maria balançava a cabeça em animação. No final das contas, ela estava dizendo a verdade.

A mais barata custava um Ponto de Sobrevivência. Ela escolheu uma de 10 pontos, mas assim que mostrou a Marca de Ouro e a placa na chave de Seol, ele nem precisou pagar.

— Você foi esperto escolhendo ficar — disse a empregada enquanto os dois caminhavam em direção à moradia de Seol. Ela estava muito feliz com a escolha de bebida que fez.

— Sabe, é bem difícil voltar pra Zona Neutra depois de sair. Como você não precisa ficar aqui, é bom aproveitar todos os benefícios que esse lugar tem a oferecer.

— Que benefícios são esses?

— A loja VIP — respondeu, aparecendo com um panfleto do nada. — Essa aqui é a lista de algumas coisas que você pode comprar lá.

Os seus olhos se arregalaram à medida que via as opções.



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