Volume 1

Capítulo 43: Um oponente memorável

Os soldados não conseguiam acreditar naquilo que viam. Quando pensavam que já haviam visto de tudo, eles se depararam com aquela visão… Flechas voando em pleno céu, desafiando as leis que regiam a natureza. Suas mandíbulas tremiam, enquanto apontavam seus dedos para aquele evento sobrenatural que tomava conta dos seus olhos.

— Me digam que isso é um sonho… — Um dos soldados esfregava seus olhos, mas sempre voltava à mesma realidade assombrosa. Outros, querendo despertar daquele pesadelo, batiam em sua face levemente, ou ainda, faziam arranhões em seus braços. A dor que percorria seus corpos era um comprovativo claro de que aquilo era a mais pura realidade.

— Mas como?!

Os soldados continuavam descrentes quanto ao que viam.

Aquela mulher tinha as mãos ao alto, manipulando aquelas flechas voadoras.

Humanos assim existem?

Era o que muitos se perguntavam naquele momento.

— Impossível! Eu me recuso a acreditar nessa realidade!

Alguns caíram de joelhos, perplexos. O espanto não era para menos, afinal, aquela visão fazia desabar muitas de suas crenças.

— Então era tudo verdade, os experimentos, era tudo verdade. — Léo arregalou os olhos, observando Valquires que permanecia quieta. — Eu só não pensei que fosse uma coisa tão assustadora assim.

— Léo Raia, eu—

— Você também é um monstro, não é? — Léo cortou, cerrando o punho na alça da espada. — Ah, é por isso que você conseguiu derrotar tantos soldados com tanta facilidade. É mesmo, você… Você abandonou sua humanidade para se tornar esse ser.

— De fato, eu fiz isso. Mas não do jeito que você pensa.

— Você sabe o que estou pensando? Você sabe como estou me sentindo agora, , Valquires?

— Isso é guerra.

— É, mesmo… A guerra tinha dessas, não é? Então, essa era a vossa carta na manga desde o início. — Os traços de Léo se contorciam em profunda tristeza. Seu pobre coração acelerava em perplexidade daquilo que poderia vir a seguir.

— Valdes… — Valquires revirou seus olhos para aquele homem que sentava na fonte. — Por favor, deixe esses homens irem embora. Eu já prometi que deixaria eles fugir, caso este homem me contasse sobre o meu mestre.

— E onde a DEA entra nisso?

— Você sabe muito bem que eu só entrei na DEA para encontrar o meu mestre.

— Planeja nos trair? — Valdes pousou sua taça na berma da fonte, olhando severamente para aquela mulher de cabelos brancos.

— Não.

— Se não me engano, o seu contrato com a DEA acaba daqui a três meses.

Valquires desviou o olhar de Valdes, lançando um olhar entristecido para aquele homem perplexo.

— Sinto muito.

— Não preciso dos sentimentos de um monstro! — Léo correu em direção a Valquires enquanto arrastava a espada. — Como deixou sua humanidade para trás, não haverá ressentimento se eu te matar aqui e agora!

Ah… Sim. — Valquires posicionou sua espada verticalmente, recebendo o ataque do vice capitão agora enfurecido.

As veias de Léo espreitavam a pele tanto do seu rosto, como do seu braço. Suas espadas entraram em choque, lançando faíscas ao vento.

— Bem… — Com um sorriso malicioso no rosto, as flechas apontadas contra os soldados, Maísa desceu suas mãos com velocidade. Aquela concentração de flechas teleguiadas por Maísa rasgava o vento, criando um som semelhante a um assobio enquanto prosseguiam contra aqueles soldados.

— Estão vindo…

Alguns dos soldados, tomados pelo pavor, começaram a correr. Outros, com um punhado de coragem que lhe estava, ficaram para lutar contra aquelas flechas voadoras.

Os que fugiam foram os primeiros a serem acertados, sua guarda havia ficado baixa. As flechas acertaram suas costas, seus joelhos caíram por terra. Suas cabeças embateram contra o chão. Sangue começou a jorrar, manchando suas vestes daquele líquido carmesim. Estavam mortos.

— Idiotas…

Esse soldado rangia os dentes enquanto se defendia com seu escudo das flechas que o atacavam com muita força. Faíscas rolavam pelo vento, mas logo teve seu fim quando outra flecha teleguiada perfurou sua nuca. Ele caiu no chão, lamentando por não ter vigiado seu ponto cego.

— Droga! Se eu soubesse que seria assim…

Mais um soldado que travava uma luta entre a vida e a morte. Ele não tinha um escudo consigo, mas sua habilidade com a espada lhe fazia repelir as flechas por onde quer que viessem. Seus olhos não cansavam de girar entorno de todos os lados.

— Droga! — Seus olhos arregalaram ao contemplar muito dos seus companheiros caírem contra aquelas flechas que ficavam mais rápidas.

— Aquela mulher… — Um dos soldados tentou, com a velocidade dos seus pés e a espada em prontidão, alcançar aquela mulher, mas falhou. Suas costas foram agredidas bruscamente por cinco flechas. Ele caiu no chão, sua visão aos poucos foi ficando turva, enquanto observava aquela mulher… Aquela maldita mulher. Como ele desejava colocar as mãos nela e fazê-la pagar por todo seu sofrimento.

Os restantes soldados, apavorados e endurecidos, continuavam lutando por sua vida, contra aquelas inúmeras flechas que não paravam de voar. Era como se fossem infinitas, porque Maísa retirava as flechas dos corpos dos soldados já caídos e voltava a atacá-los. As mesmas flechas já manchadas pelo sangue dos seus companheiros.

— Droga, se isso continuar assim…

Este soldado havia montado parceria com seu companheiro. Enquanto ele defendia a frente, o outro defendia as suas costas. Haviam pegado os escudos de alguns dos seus companheiros caídos.

— Eu não posso morrer aqui! — O soldado respirava ofegante, o cansaço já tomava conta de si. Não era fácil empunhar aquele escudo pesado, estando constantemente a movê-lo de um lado para outro. O suor tornava sua visão embaçada. Quando deu por si, o escudo havia caído.

— Não… — O soldado imediatamente contemplou seu companheiro cair em pleno chão enquanto era acertado por duas flechas. — Abreu!!!

Aquele também fora o último grito dado pelo soldado, que passado alguns segundos havia sido perfurado por duas flechas no tórax. Lançou seu último suspiro aos céus, enquanto chamava pelo nome da sua filhinha, que ainda era pequenininha.

— Por favor… — Léo avança ainda mais. Seus ouvidos já estavam fartos dos gritos dos seus companheiros, caindo em massa. — Parem com isso!

Ele recuou e voltou novamente a correr em direção a Valquires que preparava sua espada para receber seus golpes. Só que o alvo dessa vez não era Valquires, era aquela mulher que continuava teleguiando suas flechas em direção aos seus companheiros. Valquires apenas arregalou os olhos ao ver Léo contorná-la e correr em direção àquela mulher que não mostrava piedade para seus companheiros.

— Ora, mas vejam só… — Maísa direcionou seus olhos a Léo, que se aproximava dela e dos demais encapuzados. — Tudo bem, vou eliminá-lo com todo respeito que merece! — Maísa teleguiou uma flecha em direção ao Léo, no entanto, o grito de Valquires a fez cessar o ataque contra aquele rapaz.

— Esse oponente é meu Maísa!

— Nossa, o quão rápido você mudou. Agora, você parece mais empática. — Maísa apenas esticou sua mão para frente. Léo sentiu uma força invisível socar sua barriga, logo se vendo arremessado para trás enquanto segurava a espada. Seu corpo rolou pelo chão em direção a Valquires. — Pronto, aí, o seu cavalheiro.

Léo mordeu os lábios, agarrando fortemente sua espada.

— Quer que eu acabe com o seu sofrimento?

— É tão divertido assim matar pessoas para vocês? — Léo, com o corpo dolorido pela queda, arranhões em seu rosto, levantou-se com os olhos severos.

— Isso é guerra, não é diversão. Cada um luta pelos ideias do seu reino.

Ah… — Léo apontou a espada para Valquires. — Tem toda razão. No entanto, acham mesmo que estão lutando por ideias correto?

— Cada parte tem sua visão. O que é certo para um, pode parecer errado para o outro.

— Não me venha com essa! — Léo preparou sua espada. — O certo e o errado são conceitos pré-estabelecidos. Não existem perspectivas diferentes, apenas existem pessoas tentando distorcer a verdade! — Apontou a espada para Valquires. — São pessoas que invertem os valores para sustentar seus próprios interesses e desejos!

— Entendi.

— Tarde demais para entender! — Com a espada erguida para cima, Léo avançou em direção a Valquires com um grito de guerra em honra aos seus soldados. As palavras "por Acácias" foram levadas pelo vento aos ouvidos daquela mulher.

Valquires soltou um leve sorriso ao ver determinação no rosto daquele jovem. Quando próximos, Valquires desferiu um corte vertical contra o abdômen de Léo. Foi tão rápido que ele nem havia visto Valquires dar um passo. 

Ah, é mesmo… Esqueci que estava lutando contra um monstro. — Léo deixou cair a espada, quando podia ter atingido Valquires em seu ombro.

— Por que não finalizou o ataque?

Léo apenas permaneceu em silêncio, observando aquele céu azul. As nuvens negras aos poucos devoravam as brancas, um prenúncio de chuva estava chegando.

— Mesmo os céus lamentam pela maldade dos seres humanos. — Direcionou os olhos contra Valquires, que segurava seu ombro direito. — Mesmo ardendo de raiva, nunca tive coragem de matar ninguém. Na hora, sempre êxito… No entanto, diferente de mim, conheço uma mulher que jamais perdoaria seus inimigos.

— Essas são suas últimas palavras?

— Não… — Léo suspirou.

Valquires permaneceu em silêncio.

— Estou morrendo, mas estou sentindo pena de você...  Não há pior coisa nesse mundo do que viver morto. Espero que encontre redenção.

Os traços de Valquires moviam-se desordenadamente, uma expressão não definida se formava enquanto ela processava essas palavras.

— O único arrependimento que carrego comigo é não ter declarado meu amor... Pode parecer estranho, mas eu quero que Helena saiba das minhas últimas palavras... Quero que diga a ela que sempre a amei do fundo do meu coração.

— A capitã do reino de Acácias a essas alturas deve estar morta. Seu oponente é Melquiore.

— De uma coisa tenho certeza, eu não vim aqui para perder… — Léo foi fechando seus olhos ligeiramente enquanto contemplava por último uma nuvem em forma de pássaro, vagando pelo céu.

— Léo Raia, não é? Você foi estranho até o fim. Mesmo possuindo uma força de matar milhares, não quis matar seus inimigos… Vai entender. Mas, apesar de tudo, suas ações ridículas o levaram a se tornar um oponente memorável. — Valquires sorriu, olhando para o céu azul enquanto tocava no ombro do vice capitão do exército de Acácias. Sua vida, assim como a nuvem que havia contemplado há pouco, havia desaparecido.

— Já terminei — Maísa suspirou, observando aquele amontoado de corpos sobre o chão. Retirou vinte de suas flechas dos corpos daqueles soldados, limpando o sangue nas partes limpas das vestes daqueles homens e teleguiou-as para sua aljava. — E pensar que Valquires um dia iria demonstrar os seus sentimentos por alguém… Só vivendo muito para ver isso!

— O bom é que ela fez o seu serviço — acrescentou Jaru, observando Valquires com um semblante um tanto quanto cabisbaixo.

— Parece que acabou o meu vinho. — Valdes tentava gotejar a garrafa, mas nada saía. — Mas bem, já estamos indo.

— Tem certeza de que o Melquiore deu conta daquela mulher lá?

— Que pergunta é essa, Maísa? — questionou Valdes. — Não percebeu o que acabou de acontecer aqui?

— Ela é um pouco lenta para processar. — Jaru soltou uma leve risada.

Maísa retirou uma flecha de sua aljava, ameaçando-o.

— Não ouvi direito. Poderia repetir?

— Calminha aí. — Jaru sorriu levemente. Maísa suspirou, baixando seu arco.

— O reino de Acácias não tem nenhum usuário de Aurimagia, então mesmo que Melquiore fosse fraco em comparação a Helena na arte da espada, ele sempre tem a possibilidade de usar como último recurso sua Aurimagia — explicou Valdes, olhando para aquela cena da Valquires ainda segurando o corpo do Léo.

— Acácias deveria ter se informado muito bem sobre o reino adversário antes de atacar. Uma desgraça como essa não teria acontecido se tivessem conhecimento do potencial de ataque de Aclasia — disse Maísa.

— Pena que não dá para voltar no tempo. — Jaru soltou uma leve risada.

— E eu que pensei que com aquela declaração de guerra, o reino de Acácias iria aniquilar o exército de Aclasia com os seus fortes usuários de Aurimagia. — Garfiel piscou seus olhos ligeiramente.

Taris, ao lado, sequer falava alguma coisa, apenas observava o pequeno diálogo entre seus companheiros. Ele era, na verdade, Valquires na versão masculina.

— Quanta tolice.

— Bem, vamos embora. Já cumprimos o nosso dever… Hã? — Valdes arregalou os olhos, contemplando aquela que menos esperava ver, a capitã do exército de Acácias. — Melquiore perdeu?

Hã? — Maísa semicerrou os olhos, observando aquela loira ali, com uma expressão que mesclava tristeza e raiva. — Parece que colocamos muita fé no Melquiore.

— Se ela de fato derrotou Melquiore, devemos tomar cuidado! — Jaru arregalou os olhos ao observar Helena partindo em direção a Valquires enquanto gritava as palavras:

"Devolve o Léo!!!"

Todos os membros da DEA ficaram de olho naquela mulher.

— Que rápida… — Valquires removeu a espada cravada no abdômen do Léo e deixou seu ombro de imediato, recuando alguns passos. O corpo de Léo caiu de joelhos, sangue jorrou. — Essa mulher…

Helena deu um grande salto, cruzando a espada contra aquela mulher. Uma troca de olhar intensa se fez sentir. Valquires não resistiu, foi derrubada. Caiu no chão, sendo alvo de ataques de Helena. Valquires rebolava pelo chão para se esquivar daqueles golpes de espadas rápidos e, quando teve chance, conseguiu se levantar.

Mas logo de imediato recebeu um ataque de Helena, um pontapé no abdômen. Ela foi arremessada para a lateral oeste daquela praça. Helena seguiu correndo enquanto Valquires tentava travar seus pés naquele chão.

— Essa mulher… — Valquires arregalou os olhos, abismada com a tremenda velocidade e força que aquela loira demonstrava. Ela mal tinha tempo para pensar em qual movimento iria fazer, apenas reagia aos ataques de Helena, que dispersavam faíscas pelo vento.

— MALDITA!

Com aquele grito, Valquires viu sua espada começar a rachar enquanto era obrigada a recuar com aquela força colossal que Helena aplicava na sua espada.

— Ei… Por que a Valquires não está usando Aurimagia? — questionou Maísa, vendo sua companheira cada vez mais encurralada em meio aos golpes de Helena.

— A resposta é que ela não pode — respondeu Valdes.

— É o quê?

— Francamente, Maísa, você tem amnésia por acaso? — disse Garfiel, direcionando os olhos para aquela mulher de madeixas negras. — Não dá para ativar Aurimagia sob pressão. Há três selos que impedem a energia de fluir livremente em nosso corpo, e para que esses selos sejam libertos é preciso tempo. Em média, creio que um usuário leve 7 segundos para destrancar os selos.

Hum… Nada que eu não saiba. — Maísa deu um sorriso escarnecido, que deixou Garfiel irritado. — Mas isso depende, sabia?

— É por isso que eu disse creio.

— Ei, a espada da Valquires, está prestes a quebrar.  — Jaru arregalou os olhos, vendo mais rachaduras tomando conta da espada da Valquires. Cedo ou tarde, ela quebraria devido aos golpes que Helena dava. Na espada dela também haviam rachas, mas não se comparavam com a espada de sua adversária. — Vou lá!

— Pare — ordenou Valdes, retirando a espada da sua bainha. — Nem se você fosse lá chegarei a tempo. Em menos de 6 segundos aquela espada vai quebrar. — Elevou a espada ao alto.

— Então quer dizer que você já tinha a sua Aurimagia ativada?

— Aquela mulher superou toda DEA em termos de força bruta e velocidade, isso mesmo sem usar Aurimagia. — Valdes arremessou sua espada em direção a Valquires. A espada rasgou o vento em rápida velocidade. — É óbvio que eu estaria de prontidão.

Antes mesmo que a espada chegasse, Valquires sentiu um vento bater no seu rosto. Ao direcionar os olhos para a lateral este, ela viu uma espada diante dos seus olhos. Esticou sua mão esquerda, segurando a espada enquanto se defendia dos ataques de Helena com a direita.

A espada quebrou, estilhaços caíram por terra.

Por sorte, Valquires pôde se defender do ataque que por pouco ia rasgando o seu rosto.

AAAAAAH!!! — Um grito saiu da boca de Helena enquanto ela agachava. Valquires apenas arregalou os olhos, se vendo cair no chão após tomar uma rasteira. Foi tão rápido que pela primeira vez na vida Valquires ficou boquiaberta, enquanto contemplava aquela mulher com a espada direcionada ao seu peito. — Agora esse é o seu fim, MALDITA!!!

"O meu fim?"

O coração de Valquires de repente bateu desesperadamente, pensamentos atravessaram pela sua mente enquanto ela contemplava em câmera lenta aquela lâmina vir sobre si. Naquele curto momento, ela pensava no quão desesperados deviam ter ficado os homens que ela matou.

"Eu não estou preparada para morrer… Eu ainda tenho que encontrar aquele homem."

— Maísa! — Jaru clamou.

— Nem precisava falar. — Maísa, com o arco e flecha em mãos, lançou sua flecha que correu numa velocidade tão absurda que causou um rápido assobio no vento. — Está mais do que claro que aquela mulher é um monstro!

Helena sentiu o vento que aquela flecha havia arrastado bater contra seu rosto, mas quando olhou, era tarde demais… A flecha perfurou sua mão, fazendo com que sua espada caísse por terra. Valquires escapou por pouco. Sem guia, a espada acabou cravando em seus cabelos brancos.

Helena caiu por falta de equilíbrio. Uma dor percorreu sua mão, mas ainda assim, aquela mulher lançou um grito enquanto tirava aquela flecha da sua mão. Ela declarava em seu interior que em hipótese alguma deixaria Valquires viva, mesmo que custasse sua vida, ela iria eliminá-la.

Helena retirou a flecha com esforço, mas logo foi acertada por outra que juntou suas mãos bruscamente. Um grito de dor ressoou da boca de Helena, enquanto outras duas flechas atingiam os seus pés.  Um olhar de raiva foi direcionado para Maísa.

— Adeus, princesa Helena.

— Espera um pouco, Maísa. — Valdes esticou seu braço, mas ela já havia lançado sua flecha em direção ao peito de Helena.

— Já era.

Helena pôde contemplar aquela flecha a centímetros de atingir seu peito. Ela nada podia fazer. Suas forças haviam se esgotado. Aos poucos perdia sangue.

Aquele parecia ser o fim da princesa Helena, no entanto, outra flecha vinda de cima colidiu contra a flecha de Maísa. Bico no bico, faíscas para ali e para cá. As flechas se anularam e caíram bem ao lado de Helena.

— Aquele mascarado… — Maísa olhou para uma pessoa que se encontrava por cima de um telhado, com uma máscara.

Helena ergueu imediatamente o rosto para cima, direcionando seus olhos para a lateral.

— Você me salvou, novamente.

Hum… Aquela não é a máscara da equipe arqueira de Aclasia? — questionava Valdes, observando o mascarado por cima do telhado, que tinha uma próxima flecha mirada para o rosto dele.

— Temos um traidor. — Maísa sorriu, colocando a flecha no fio do arco. — E é dos bons. Ei, você! — gritou. — Estou surpresa de que tenha interceptado minha flecha! Por um caso, já nos conhecemos?

Aquele arqueiro mascarado respondeu à pergunta da Maísa como uma flecha, mas está direcionada para Valdes.

— Parece que o alvo só eu. — Valdes sorriu, observando a faísca causada entre a flecha que Maísa havia lançado e a flecha do mascarado. — Isso está ficando interessante.

— Ei, lindo, sua adversária sou eu! — Maísa sorriu para o mascarado. — Acabe comigo e depois pode enfrentar ele!

— Como desejar, Srta. Maísa. Terei o maior prazer em acabar com você… — O mascarado emitiu uma voz carregada de determinação. Colocando mais uma flecha no fio do arco, apontou para aquela mulher de madeixas pretas.



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