Volume 1

Capítulo 22: Uma Semente

Logo, 1 dia se passou.

Após algumas refeições, o cachorrinho branco dormia profundamente na entrada da caverna — ele estava confortável — Shell havia se transformado num tipo de colchão.

Na verdade, chamar tal ser de "cachorrinho" talvez fosse um erro; mesmo possuindo a aparência de um filhote canino, aquilo era um bebê Kobold. 

— Os filhotes Kobold realmente se parecem com cachorrinhos — proclamei enquanto aproveitava minha pausa na mineração. 

Riena sentou-se ao meu lado e acenou com a cabeça.

— Sim… essa é a primeira vez que vejo um filhote Kobold. E, de acordo com Varis, eles crescem até atingir a altura média para nós Goblins dentro de um ano. Assim, até lá, ele já será capaz de andar com duas pernas.

Oh... eu sabia que tinham uma expectativa de vida semelhante à dos humanos. Porém, certamente crescem muito mais rápido.

Enquanto debatíamos sobre a tal raça, o bebê Kobold abriu os olhos.

Ah, nós acordamos ele...

O filhote olhou para seu entorno com olhos sonolentos.

Mappa logo se aproximou — ele tinha feito algo  — assim, mostrou os produtos acabados ao bebê.

Havia dois bastões com uma bola em cada ponta — aquilo era um instrumento musical chamado maracá¹.

O Anão começou a sacudi-los na frente do filhote enquanto dançava de forma estranha. E embora o bebê não estivesse interessado nos seus passos alegres, mostrou curiosidade nos sons que vinham das maracás agitadas.

"Então... Mappa também consegue fazer instrumentos musicais?"

Logo depois, Elvan e sua filha, Fule, saíram dos túneis. Aparentemente, a dupla também havia dado uma pausa na mineração.

Oh, o pequenino está acordado! Bleh-Bleehhh-Buwaa!!! — O Goblin grandalhão colocou a língua para fora e fez caretas esquisitas na frente do filhote Kobold. 

Eu tinha certeza de que as suas intenções eram de entretê-lo. No entanto, assim que o bebê olhou para ele, chorou muito.

Freneticamente, Elvan mudou de tática e arregalou os olhos. 

"Isso só ia piorar as coisas..."

Sem surpresas, o filhote começou a uivar alto. Portanto, rapidamente, Fule afastou seu pai. — Ei, pai! O que você está fazendo!?

— D-desculpe… mas, quando você era pequena... eu... Não, pensando melhor, sempre te fiz chorar...

— Claro que fez, seu rosto sempre foi assustador!

— E-entendo… — os ombros do General inclinaram-se quando ouviu as palavras de sua filha.

Em seguida, Taran, a Aranha da Caverna, rastejou por cima da entrada até que seu rosto estivesse bem em frente ao do bebê. E assim, abriu bem a boca…

Ela pensava que aquele era o tipo de rosto que faria um filhote rir...? Obviamente, o filhote Kobold se virou e uivou novamente. 

A Aranha parecia estar chocada com isso e permaneceu congelada na posição — Talvez tal método nunca tivesse falhado em relação a acalmar seus próprios filhos.

Depois de testemunhar tudo isso, Riena logo pegou o filhote.

— Está tudo bem agora...

O bebê viu o rosto da Riena e imediatamente se acalmou — parecendo sorrir enquanto voltava a fechar os olhos lentamente.

Elvan, que observava isso, deu um tapinha em Taran enquanto ela também assistia tal cena desanimada.

— Taran, devemos deixar o resto com a Princesa… Somos assustadores...

— … — a Aranha acenou com a cabeça.

Com isso, a dupla caminhou em direção à terra recuperada, de braços dados.

Me senti um pouco mal por eles, mas isso só mostrava o quanto era difícil agradar e acalmar bebês. 

— Riena… vou voltar à minerar. Você poderia cuidar de tudo aqui fora? Incluindo o filhote?

— Sim, deixe comigo. Vou alimentá-lo novamente quando ele acordar.

— Obrigado. Me chame caso algo aconteça.

Peguei minha picareta e voltei para os túneis.

Ontem, cadáveres de Kobold e Orc, que estavam cobertos de feridas, haviam sido trazidos à nossa costa. Portanto, seria normal assumir que uma batalha marítima estava sendo travada nas proximidades — por isso, era difícil ir à mineração e não se preocupar. No entanto, fazer isso era necessário para ajudar a todos nesta ilha. Além disso, Riena podia usar magia agora. E tínhamos Golems e Goblins guardas.

Eu deveria deixar tudo por conta deles e me concentrar no que faço de melhor, que é minerar. — Depois de caminhar por cerca de 10 minutos, comecei a cavar novamente — a picareta Mithril que o Mappa tinha feito para mim era chocantemente eficaz.

"Os cristais estão se tornando cada vez mais raros." Notei isso quando verifiquei meu Inventário. 

Embora eu tenha aumentado minha própria mana o suficiente, ainda queria aumentar a da Princesa. Também poderia chegar o dia em que Fule ou Varis pudessem usar magia…

Entretanto, não havia nada a fazer se não houvesse mais. Porém, talvez eu fosse capaz de encontrar algo que fosse mais útil — continuei a balançar silenciosamente minha picareta — depois de cavar por um bom tempo, fiz uma pausa para limpar o suor da minha testa, e então verifiquei novamente meu inventário.

E assim...

— Semente da Árvore do Mundo...?

Havia algo de que eu nunca tinha ouvido falar antes. Aparentemente, havia desenterrado algo novo novamente.

Não tinha a menor ideia do que era uma "Árvore do Mundo'', assim, pedi ao Conselheiro que me explicasse. Porém...

〘Não Respondível. Dados Insuficientes na Enciclopédia de Minérios.

Em outras palavras, estava fora de sua especialidade. Afinal de contas, era uma semente. 

Bem, talvez Varis soubesse de alguma coisa. Eu teria que perguntar a ele quando voltasse. Em todo caso, estava feliz por ter encontrado algo novo. E senti meu vigor renovado enquanto me movia para balançar minha picareta novamente.

Logo, alguém me chamou...

— Ei, Senhor Hiel.

Oh, é você, Fule. Hm...

Ela estava segurando um cachorrinho branco nos braços… bem, o filhote Kobold. O bebê olhou para mim e depois pulou no meu peito. E então esfregou sua cabeça em mim.

A Fule murmurou com alívio. — Eu sabia. Ele estava procurando por você, Senhor Hiel.

— Eu…?

— Aham. Ele começou a olhar ao redor depois que acordou, parecendo preocupado. A Princesa conseguiu fazê-la parar de chorar, mas também não se acalmou. E então eu pensei que talvez estivesse procurando por você.

— Entendo...

"Ele acha que eu sou seu pai...?"

Afinal, o meu rosto não tinha sido a primeira coisa que viu depois que o baú foi aberto?

De acordo com Varis, este bebê Kobold era praticamente recém-nascido também. Então era possível que ele nem tivesse realmente visto os rostos de seus verdadeiros pais. Portanto, acabou me reconhecendo como um.

Bem, quanto a mim. Eu estava feliz. Mas, se pudesse, gostaria de reuni-lo com seus verdadeiros pais.

Mas considerando que tinha sido colocado em um caixote, era provável que seus pais já estivessem...

Repentinamente, abracei o bebê enquanto ele olhava para mim.

"Pensando bem, eu não lhe dei nome…"

Logo, a voz do Conselheiro ecoou.

〘Há um Monstro Domesticável por perto. Você vai Domá-lo?〙

Certo, os Kobolds também eram monstros — Se eu domasse este filhote, ele também receberia os benefícios da minha crista.

Claro que eu não podia deixar um bebê escavar nos túneis, então não havia sentido fazer isso agora. Além do mais, ainda havia uma chance de que seus pais estivessem vivos. Portanto, por enquanto, eu poderia apenas pensar num nome, mas adiar a domesticação.

Eu acariciei o bebê e disse a Fule — Vou então voltar à superfície. Preciso colocar ele na cama, e também acabei de encontrar uma semente misteriosa... Gostaria de perguntar a Varis sobre.

— Certo. Bem, então vou voltar a cavar!

— Boa sorte… Hã?

Notei que o Golem Mithril estava descendo pelos túneis a uma velocidade enlouquecedora. E, a julgar pelo fato de que estava tocando o sino de alarme, algo deve ter acontecido.

— O que foi? — Perguntei, e o Golem apenas apontou diretamente na direção da entrada da caverna.

— Lá fora... aconteceu alguma coisa lá fora?

O Golem acenou com a cabeça.

Sem rodeios, peguei o bebê e me dirigi para a superfície.

Neste momento, uma certa batalha estava prestes a ser travada no terreno recém-recuperado.


Nota:

1Maracás


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