Volume 1
Capítulo 21: Um Cachorrinho
Afastei minha mão do Kobold que tinha sido arrastado para a costa — abanei minha cabeça — embora tivesse tentado usar magia curativa sobre ele, não houve nenhum efeito.
— Este aqui também está morto… Shell, pode carregá-lo?
O Slime ao meu lado se moveu e pegou o cadáver.
— Com esse, são 24… — murmurei enquanto olhava para o local onde a geléia azul levava um corpo.
Todos os Orcs e Kobolds que haviam sido trazidos até aqui possuíam feridas visíveis e estavam mortos.
Varis era o único perto do amontoado de cadáveres; ele entoava algo.
Riena olhou para mim com uma expressão conflituosa. — São tantos… está havendo alguma batalha nas redondezas?
— Considerando os pedaços de madeira, eu acho que é uma batalha entre navios.
Deveria haver uma razão para tal luta — aqui era uma área onde navios raramente viajavam também. Sem contar que, Orcs e Kobolds costumam viver em terra, portanto, por que vieram lutar aqui?
Se apenas um deles estivesse vivo, eu poderia questioná-lo.
— Em qualquer caso, isso significa que há grupos armados perto de nós. Temos que manter a guarda levantada.
Foi uma boa ter feito os Golens; assim, mesmo que indivíduos armados atacassem a ilha, seríamos capazes de nos defender.
Logo a Princesa respondeu: — Sim! Elvan está atualmente selecionando os mais habilidosos de seus homens para poder aumentar o número de guardas.
— Ótimo... Vou caminhar nos arredores da costa. Talvez alguém ainda esteja vivo.
— Farei o mesmo.
— Certo. Vamos lá.
Olhei para o mar; não havia mais cadáveres flutuantes. E toda a madeira à deriva parecia já ter chegado à ilha.
Os Goblins e as Aranhas das Cavernas tinham começado a mover toda a madeira para um único lugar — Riena e eu nos juntamos e começamos a vasculhar os escombros — depois de um bom tempo mexendo em restos, não encontramos nada de interessante.
A Princesa caminhou até o meu lado, olhou em volta e falou: — Acho que não há nada de útil aqui...
— Sim... O material pesado deve ter afundado.
— Eu esperava pelo menos encontrar sementes...
Foi justamente quando estávamos prestes a desistir que… — Kyuun… — de repente, ouvi um fraco gemido.
— Você ouviu?
— Sim, mas... de onde veio?
— Não sei — visei a área ao redor; porém não havia ninguém.
— Kuuun...
No entanto, eu podia ouvir algo; foquei minha audição e me movi na direção de onde o som estava vindo. E então...
— Uma caixa de madeira?
Meus olhos pousaram em algo que parecia mais um baú do tesouro — estava extravagantemente decorado com ouro — seu tamanho era apenas um pouco maior do que a cabeça de uma pessoa.
Logo um gemido ecoou de dentro.
— É aqui!
Riena correu em minha direção — tentei abrir o caixote — entretanto, por mais que eu colocasse força, aquilo não se abria. Ela inclinou sua cabeça para o lado. — Senhor Hiel, não consegue abri-lo?
— Er, sim... Não abre de jeito nenhum.
— Devo chamar o General? Ou o Mappa?
— Nem, duvido que faça diferença... Deve ser algum tipo de engenhoca especial.
— Alguma magia?
Eu acenei com a cabeça. — Sim… Ele parece ter sido lacrado com "Selamento", um feitiço mágico sem nenhum atributo. Para destravá-lo, preciso usar outra magia.
Coloquei minha mão sobre o caixote e utilizei — Revelar — logo o baú se abriu e, de repente, algo saltou para cima de mim.
— Ruff!!
— Ahhhhh!
Rapidamente peguei a coisa que tinha saltado; era fofo, possuía um pelo branco e olhos grandes lacrimejantes — A criatura que parecia um cachorrinho estava me encarando — suas pequenas patinhas se esfregavam em meu peito, ele logo usou sua pequena língua para me lamber.
— Kyun… Kyun… — O cachorrinho berrou tristemente enquanto continuava a olhar para cima. Não pude deixar de acariciar sua cabeça.
Riena ficou surpresa com o que havia acontecido, entretanto, rapidamente recuperou sua calma e murmurou. — Um ca-cachorrinho?
— Parece que sim... mas, por que estava no baú?
Olhei para dentro do caixote: havia um pano branco no qual o cachorro provavelmente tinha sido embrulhado, junto dumas frutas não consumidas — tirando isso, não havia mais nada.
Enquanto eu estava distraído com o baú, o cachorrinho começou a chorar alto novamente.
— A-Ah, desculpe! Hm... hm… hm..."
Segurei desesperadamente a figura peluda no meu peito e tentei acalmá-lo; depois de um tempo, voltou a ficar quieto. Mas ainda tremia como se estivesse muito ansioso. A Princesa então disse: — Senhor Hiel, você quer que eu o faça dormir?
— Consegue?
E assim entreguei o cachorrinho; Riena começou a acalmá-lo para dormir. — Tudo bem... agora está tudo bem...
— Ruff…! — A expressão da bola de pele logo se tornou serena e lentamente adormeceu.
— Obrigado, Riena. Não tenho experiência com filhotes...
— Tudo bem. No entanto, esse aqui...
— Ah…
Era um cachorrinho, mas não um qualquer; considerando a quantidade de corpos de Kobold que se encontravam em nossa costa, este aqui era provavelmente um bebê Kobold.
— Acho que teremos que cuidar dele por um tempo. Mas...
Todos os Goblins que estavam aqui faziam parte da tribo Beldan, e os Kobolds eram seus inimigos. Como reagiriam ao ver um bebê inimigo?
— Não se preocupe. Independentemente do que aconteceu no passado, este filhote não é o culpado. Vou explicar isso aos outros.
— C-certo... Vou deixar isso com você então.
— Ah, além disso, estou acostumado a cuidar dos pequenos. — Riena sorriu enquanto esfregava suavemente a barriga do cachorrinho.
Era maravilhoso — ela parecia uma espécie de deusa da misericórdia, ou uma mãe.
E assim, a ilha ganhou mais uma vez um novo residente. E, eventualmente, tal ser, seria a causa da chegada de um novo hóspede ao local.
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