Volume 1

Capítulo 11: Um Velho...

AAAHHHH!

Todos os Goblins gritaram horrorizados — o navio havia virado — já podíamos ver cerca de uma dúzia de rostos saindo da água.

A-ah não… a maioria deles nem sabe nadar — Elvan disse freneticamente. Mas estava claro que ele não sabia o que fazer, e por isso não se movia. No entanto, Riena, sozinha, correu para o barco.

— Nós podemos salvá-los com o barco!

Ao ouvir isso, Varis e Elvan começaram a se mover em sua direção.

Mas poderiam eles salvar todos os Goblins com um barco tão pequeno? Entretanto, não podíamos simplesmente ficar sem fazer nada.

Se ao menos minha crista tivesse alguma habilidade… 

“Espere.”

Decidi usar os [8879] cristais em meu inventário — tinha esquecido de usá-los recentemente e por isso tal quantidade.

〘[8879] Cristais foram Usados.

Somente magia poderia ajudar nesta situação. Assim, levantei minha mão direita em direção ao navio. E então os Goblins se viraram para mim com um olhar de surpresa.

Elvan me questionou rapidamente. — C-chefe? O que você está fazendo?”

— Se eles não sabem nadar, vocês nunca chegarão a tempo de barco… Eu vou ajudá-los com a magia.

Mas que magia? Havia apenas uma.

— Congelar!!! Hã!? — Uma rajada de ar frio saiu correndo da minha mão; foi direto para frente, congelando a água e toda a área ao redor do navio virado.

— O quê? — Varis levantou sua voz em surpresa.

Riena e Elvan ficaram chocados. E claro, eu estava nesse meio; logo olhei para minha mão direita em descrença — sentindo que podia ter continuado a usar tal magia.

“Então este é o poder que os cristais me deram.”

Entretanto, não era hora de pensar nisso.

— Vamos lá! Taran, Shell! Todos vocês, venham conosco!

Eu comecei a correr sobre o gelo — os Goblins, os Slimes e as Aranhas da Caverna —  juntaram-se à equipe de resgate.

— Depressa! Eh?

Como Elvan, Riena e Varis continuavam escorregando e quase caindo na passagem de gelo, Taran os carregou nas costas e foi em direção ao navio.

Quando chegamos lá, vi que alguns dos Goblins já haviam sido capazes de chegar no gelo. Mas, havia muitos outros que ainda estavam flutuando na água.

Não havia tempo a perder. Rapidamente dei ordens.

— Vocês, atirem suas teias em direção aos Goblins!

E assim Taran e as outras Aranhas fizeram — os Goblins flutuantes então se moveram em direção as teias e as agarraram desesperadamente.

No entanto, havia alguns que não conseguiam alcançar elas sozinhos. Eles provavelmente estavam feridos ou doentes.

— Ei, você pode fazer o que sempre faz? E os outros também — eu disse.

E então Shell se transformou em um barco — os outros Slimes seguiram sua liderança.

— Vamos, o restante ajuda aqueles que não conseguem se mover!

— Certo!

No fim, pudemos salvar a todos.


Haa... essa foi quase…”

Voltamos para costa após a missão de resgate, e enquato eu andava por lá; curava os feridos e doentes —  Riena juntos os Goblins saudáveis e foi alimenta-los.

Quanto a Elvan, ele estava reunindo informações com cada um deles... Talvez a pequena Goblin com quem estava falando agora fosse um membro de sua família, pois estava derramando lágrimas enquanto se abraçavam.

— F-Fu, estou tão feliz que você esteja viva! Eu sabia que nos encontraríamos novamente!

— Pai… você poderia me soltar?

Enquanto o rosto de Elvan estava contorcido com lágrimas, Fu parecia muito constrangida. Após eu ter conseguido terminar de tratar o último Goblin, Varis se aproximou de mim.

Eu tinha pedido à Taran e às outras Aranhas que usassem suas teias para puxar o barco virado para a costa. O Goblin ancião ficou responsável por verificar os suprimentos que estavam no navio, e também descobrir os danos feitos.

— Senhor Hiel. Graças a você, nenhum dos Goblins foi afogado. Todos os 203 deles estão seguros. Não sei como posso agradecer-lhe…

— Não, não. Estou feliz por todos estarem seguros.

— Entendo… Senhor Hiel, por causa de sua magia curativa, um dos Goblins gravemente doentes, que antes nem conseguia andar, recuperou completamente sua saúde. Como você…

— Usei apenas alguma magias simples de recuperação e cura… Er, eu acho que foi graças à minha quantidade de mana.

O feitiço de recuperação era eficaz para a restauração de forças e qualquer dano interno, já o de cura funcionava contra venenos e doenças — portanto, os efeitos de ambos aumentariam baseados em sua capacidade de mana.

E como eu já havia utilizado mais de dez mil cristais, parecia ter adquirido uma imensa quantidade de mana. Caso contrário, não teria sido capaz de congelar o mar daquela maneira.

— A propósito, como estavam os suprimentos?

— Tenho vergonha de dizer isto, mas nós sempre fomos pobres. Aquele navio foi feito com a última economia da tribo. Portanto, temos apenas uma quantidade mínima de alimentos e ferramentas.

— Entendo… Bem, mas vocês ainda tem um grande navio.

Era uma maravilha já que a coisa podia flutuar. No entanto, também podíamos pensar nisso como a aquisição de muitos materiais e madeira. E assim eu olhei para o Varis e continuei.

— Além disso… estou feliz em ver que a ilha está muito mais animada agora.

— Tentaremos não atrapalha-lho, senhor Hiel. E se for de seu desejo, permita que eles o sirvam também.

— Eu não me importo… mas, só aqueles que quiserem. Vou pensar também em uma maneira de ajudar aqueles que querem partir.

— Isso não vai acontecer… todos eles devem servi-lo. Mas, o mais importante, já faz um tempo que me pergunto sobre, quem é essa pessoa atrás de você?

Hã?

Eu me virei para ver o indivíduo que Varis olhava.

Um velho muito imponente estava ali parado — em termos de altura, alcançava minha cintura, ele tinha um grande bigode e barba, e estava completamente nu.

— N-não sei... talvez ele estivesse no navio?”

— Não, eu não ouvi ninguém falar sobre. Mas ele estava observando você o tempo todo, desde que esteve tratando os feridos.

Hm… Bem, Taran e outras Aranhas ajudaram muito com a mineração, então talvez o tenha encontrado ele em algum lugar...”.

Não, isso seria ridículo.

Logo então fiz uma pergunta a Varis: — Er… Você tem certeza que ele não estava escondido em uma caixa de madeira no navio ou algo assim?

— I-isso… não é impossível.

— Se for assim, ele deve ser um clandestino.

Enquanto eu pensava, no porque ele estava me obsevando e nu, tentei falar.

Err… me chamo Hiel. E você?

No entanto, assim que ouviu minha voz, ele se virou e foi para a cozinha — ele nem perdeu tempo e foi comer os peixes que Riena e os outros Goblins haviam cozinhado.

Pelo menos, não faltava peixe para comer. Mas, se ele fosse morar aqui, teria que usar pelo menos algumas roupas.

E assim, os moradores do recife Sheorl tinham aumentado em um bom número. Foi somente naquela noite que percebi que o Orbe do Dragão, perto da entrada da caverna, havia desaparecido.



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