Volume 1
Capítulo 10: Um Barco?
Meio-dia, no dia seguinte.
— Uau, já está começando a nascer! — Riena disse enquanto estava em frente à pequena colheita que foi feita num canto da ilha.
A semente de maçã, na qual eu havia recem-plantado, estava brotando com apenas 10 segundos passados — tudo isso foi por causa das Pedras Solares — as havia extraído do mesmo local onde acabei encontrando Taran, e seu efeito era encorajar o crescimento de todos os tipos de seres vivos.
Ainda assim, era estranho poder vê uma semente crescer tão rápido com seus próprios olhos. Eu acenei para Riena.
— Isso foi o que aconteceu com apenas uma... Acho que vou tentar usar mais.
E assim tirei mais Pedras Solares do meu inventário e comecei a adicioná-las uma por uma — imediatamente começou a ficar maior — antes que eu percebesse, a semente havia se tornado uma grande árvore, mais alta que eu.
Quando olhei para cima, vi folhas verdes brilhantes e maçãs vermelhas. Os Goblins devem ter ficado surpresos também, logo levantaram a voz.
Elvan, estava com sua testa suando.
— I-incrível…
— Sim… eu não esperava que fosse crescer tão rápido.
Varis também estava suando enquanto acenava com a cabeça.
Quanto a mim, fiquei muito atordoado para dizer alguma coisa — bem, eu já havia conhecido pedras que prolongavam sua vida ou que aumentavam sua capacidade de mana, então acho que é meio tarde para ficar surpreso...
Entretanto, tínhamos pego todas as Pedras Solares da caverna agora. E eu não tinha sido capaz de minerá-las em nenhum outro lugar... assim, como não sabia quando poderíamos obter mais, não podia desperdiçá-las.
No meu inventário ainda tinha [678] Pedras Solares, tendo acabado de usar [11] para esta árvore, isso significava que eu podia criar mais 60 macieiras.
Os pequenos cogumelos — dentro do ex-ninho das Arahas — ficaram com um bom tamanho apenas com uma única Pedra Solar. Assim, parecia que o número de pedras usadas mudava dependendo do que se queria cultivar.
Independentemente disso, era bastante reconfortante ver o verde depois de tanto tempo... aqui, tudo o que você podia ver era preto ou cinza. Eu nunca pensaria que ia ficar tão comovido vendo uma árvore.
— Elas parecem tão deliciosas! Posso coletá-las? Quero fazer algumas maçãs assadas.
— É claro. Pegue o quanto quiser. É ótimo ter comida doce.
Estávamos prestes a ficar sem os suprimentos alimentares que eu havia trazido. Em outras palavras, estávamos prestes a ser forçados a viver só de peixe — ficaria enjoativo se tudo o que comêssemos fosse apenas salgado.
— Certo! Vou colher apenas 20 delas... — Riena murmurou para si mesma enquanto usava uma vara para derrubar as maçãs. Ela parecia estar realmente interessada em comida.
“Muito bem…”
— Ei, Riena. Você tem um minuto?
Riena se virou enquanto carregava um braço cheio de maçãs.
— Sim? O que foi senhor Hiel?
— Vou deixar o resto das Pedras Solares com você. Assim, pode decidir como usá-las.
Nós planejamos fazer uma fazenda, mas eu não sabia nada sobre comida, então pensei que seria melhor colocar a Princesa no comando.
— Eu? M-mas isso é valioso…
— Essas coisas devem ser encarregadas à pessoa que cozinha, não concorda? Então você é a pessoa certa.
— Mas enquanto eu cozinhar, o cultivo…
— Quanto a isso…
Voltei meu olhar para Varis. O Xamã parecia adivinhar o que eu queria.
— Princesa, embora não seja muito, tenho alguns conhecimentos sobre agricultura. Podemos criar a colheita juntos.
Riena ouviu isso e acenou com a cabeça.
— Se Varis me ajudar… acho que posso fazer isso. Sim, eu não vou decepcioná-lo, senhor Hiel!
— Certo, obrigado.
Desejei que ela não pensasse muito sobre. Mas, dito isto, eu tinha grandes expectativas. E sabia que ela não me decepcionaria.
Entretanto, nós só tínhamos sementes de frutas. Isso realmente limitava o que podíamos cultivar. Portanto, seria melhor adquirir outras sementes de fora o mais rápido possível.
Mas, bem, agora só teríamos que fazer o que pudéssemos.
— Muito bem, vou minerar de novo.
Com os Goblins me desejando sorte, mais uma vez me dirigi para a caverna.
Nas profundezas mais distantes, Taran já balançava suas picaretas, e desta vez, com a ajuda de seus filhotes. Shell e os outros Slimes começaram a carregar os materiais até mim.
— Sim, sim. Vocês estão todos ajudando.
Eu disse, mesmo que não houvesse maneira deles entenderem. E então eu comecei a bater nas paredes com minha própria picareta.
Como sempre, as rochas caíram. No entanto, desta vez vi uma pedra incomum, era branca.
— Hmm? O que é isso?
〘Orbe do Dragão: Permite Reviver um Cadáver.〙
Que pedra ridiculamente apelona... Primeiro, foi uma que prolongava a vida, agora uma que podia reviver cadáver. Entretanto, era como se tivéssemos um segundo nível de segurança; se alguém morresse por acaso, ainda estaríamos bem.
— Uma nova pedra, hm… Certo, tenho que continuar cavando!
Porém, não importava o quanto eu continuasse a brandir minha picareta, não fui capaz de encontrar outro Orbe do Dragão — aquilo deveria ser algo muito raro.
“Talvez eu devesse deixá-lo perto da entrada… Para que pudesse ser usado em emergências.”
Pensando nisso, tirei o orbe do meu inventário, se eu deixasse-o lá dentro, era provável que ninguém mais conseguisse tirar ou usar caso eu morresse.
Enquanto estava pensativo, ouvi um eco de voz de longe.
— Chefe! Chefe! Chefe…!
Era a voz de Elvan. Ele deve estar gritando perto da entrada.
“Aconteceu alguma coisa?”
— Estou indo! — gritei de volta alto enquanto subia as escadas. No caminho, Shell me deu uma carona, assim não fiquei muito cansado.
Quando cheguei à entrada, vi que o Goblin grandalhão estava pálido e paralisado.
— Elvan, o que aconteceu?
— C-chefe! O navio com nossos camaradas está aqui! Por favor, venha!
— Oh!
Coloquei o Orbe do Dragão junto à entrada e me dirigi para a costa rochosa. E então vi, Elvan, Riena e Varis acenando para um veleiro que estava no mar.
Já o navio, seus tripulantes para ser mais exato, estavam agitando uma bandeira, provavelmente duma tribo — era negra com um machado pintado nela — portanto, também tinham notado a nossa presença.
— Entendo. Então, seus amigos estão vivos.
Riena virou-se para olhar para mim.
— Sim! Pensei que estivessem todos mortos. Isso é um grande alívio — disse ela com os olhos cheios de lágrimas.
Varis e Elvan também choravam lágrimas de alegria.
— Ah, estou tão feliz… Minha filha também deve estar naquele navio — Elvan disse enquanto acenava com a mão.
“Filha…”
— Elvan, será perigoso para aquele navio chegar tão perto daqui. Você deve usar meu barco para ir até eles.
— Sim! Mas, você tem certeza?
— Eu não vou usá-lo de qualquer maneira. Portanto, não há problema. Ah, espere…
Retirei algumas safiras e outras pedras preciosas do meu inventário e as entreguei a Elvan.
— Chefe, o que é significa isso?
— Um presente de despedida. Pegue-as. Se você tiver isto, a tribo Beldan poderá ter um novo começo, não importa em qual continente estejam.
— Hã? Do que você está falando, chefe?
— Bem, seus amigos vieram em um navio. É claro, que nenhum de vocês gostaria de ficar em preso num lugar como este.
Ao ouvir isso, os Goblins olharam para mim com surpresa.
Elvan abriu sua boca. — Certamente que não. Mas, já nos oferecemos a você, chefe. Se eu vou até lá, é só para que possa fazê-los jurar lealdade a você também.
— Sim! Agora somos seus servos, senhor Hiel! Nós já decidimos servi-lo — disse Riena.
Varis concordou com um aceno de cabeça.
— E-esperem um minuto. Sou grato por isso, mas se levassem isso poderiam comprar terras e armas. Vocês não precisam viver em um lugar como este…
— Então, você virá conosco, senhor Hiel? — Riena perguntou.
Agora que pensei sobre isso, era o que eu esperava no início — fugir desta ilha em um navio — e agora era possível. Entretanto, já não podia mais imaginar viver em qualquer outro lugar. A mineração aqui tinha se tornado minha razão para viver.
— Não, eu…
— Então também não queremos sair — declarou Riena. Elvan e Varis acenaram com a cabeça.
Se eu estivesse no lugar deles, eu teria partido e vivido no luxo. Mas eles queriam ficar. Ficar comigo… Então, não pude deixar de chorar de alegria.
Meu pai e irmãos sempre me odiaram, com isso eu estava sempre sozinho... Porém, aqui, estavam pessoas que queriam ficar comigo.
— V-vocês… Obrigado.
Elvan balançou a cabeça.
— Não é nada... Certo, já vou indo, lhes direi onde ancorar o navio.
— Tá bom. Tenha cuida...
Quando eu estava prestes a responder, uma onda gigante atingiu o navio, e ele foi virado.