O Primeiro Serafim Brasileira

Autor(a): Anosk


Volume 3

Capítulo 156: Um Contra Cem

Antes que Baphomet pudesse agir, os Pilares, agora livres para lutarem à vontade, bombardearam-no com suas magias.

Em um mero instante, sua figura desapareceu em meio a tantos ataques diferentes.

As inúmeras explosões aumentaram ainda mais o tamanho da caverna, que já teria colapsado a muito se não fosse por Koeus.

Baphomet usou de sua velocidade para atacar o Pilar da Alteração, porém, mesmo que não pudessem sentir a hostilidade dele — assim como todas as sombras —, os outros Pilares ainda estavam conectados mentalmente com Koeus, que fornecia sua localização em tempo real.

Feng Ping interceptou o movimento dele ao aparecer na sua frente e lançar de suas mãos um pulso de vento pressurizado, que fez Baphomet voar ao encontro das rochas mais uma vez com um buraco no seu peito.

Ainda se recuperando, precisou desviar às presas de ataques de água que arrancaram partes de seus membros.

Ainda assim, alguns projéteis de madeira o perfuraram e detonaram, causando ainda mais danos.

Foi então que, notando que seria derrotado, Baphomet estendeu sua mão em um mar de chamas negras avançou contra o Conselho.

Clementius colocou-se diante do ataque e segurou o escudo diante de si, com seu modo alterado para contra-ataque.

As chamas ficaram presas dentro do escudo do Pilar da Proteção que, então, as lançou de volta a Baphomet, causando-lhe alguns danos.

— “Esperem um momento.” — Koeus advertiu ao notar que o inimigo seria derrotado em breve. — “Não o matem.”

— “O que...? Por qual motivo deveríamos fazer isso?” — questionou Feng Ping.

Enquanto essa conversa acontecia, os Pilares observavam o corpo de Baphomet se regenerando rapidamente.

— “Se o matarmos, ele apenas voltará ao mundo de Artemis e retornará ao nosso por outro portal. Não podemos permitir isso.” — Koeus explicou seu ponto de vista. — “Preciso capturá-lo e estudá-lo.”

Nesse ponto, o corpo de Baphomet havia se regenerado quase completamente.

— “Será impossível capturá-lo sem Zaphkiela conosco” — argumentou Jeanne. — “Ele não pode ser parado, a menos que seja destruído.”

— “Podemos não ter Zaphkiela, contudo Clementius está conosco. Apenas criem uma oportunidade para que ele o capture com seu escudo.”

— “Isso não resolverá o problema, Koeus.” — Feng Ping demonstrou estar contra a ideia. — “Ele pode até estar contido fisicamente, porém seu poder mágico ainda estará livre.”

— “Não importa. Clementius, apenas o capture. Na pior das hipóteses, convocaremos Zaphkiela e o manteremos aqui alguns dias até que chegue.”

O Pilar da Proteção, contudo, estava em silêncio enquanto considerava as opções.

Baphomet, agora recuperado, fez todo seu corpo entrar em combustão. Um redemoinho de chamas o circulava, tão quente que a rocha ao redor se tornava vermelha e começava a derreter.

Lançou várias esferas negras contra os Pilares, ao mesmo tempo que avançava contra Koeus.

Por terem que se defender contra os ataques, apenas Klara foi capaz de interceptar o inimigo.

Todo seu equipamento estava ativado no momento. Seu machado emitia uma névoa branca do elemento Gelo, suas luvas continham eletricidade, e sua armadura a protegia do Fogo, embora parcialmente, já que estava lidando com um oponente formidável.

Baphomet tentou socá-la, mais com o intuito de afastá-la com sua força do que ferir, já que Klara era, depois de Clementius, o oponente mais difícil de se matar.

Entretanto a candidata à posição de Pilar da Reanimação demonstrou não estar abaixo daqueles ao seu redor. Desviando do ataque, balançou seu machado e atingiu em cheio o tronco do inimigo, congelando instantaneamente metade de seu corpo, mesmo com aquelas chamas.

Ainda, usou a eletricidade de suas luvas e o eletrocutou. Uma reação aconteceu devido à mistura dos elementos Fogo, Gelo, Raio e Conjuração, causando uma explosão que afastou Baphomet, enquanto Klara permaneceu no mesmo lugar.

— He... Isso até que é divertido — disse ao sentir a adrenalina tomar conta de seu corpo.

— “Clementius...”

— “Faremos como Koeus disse, o capturaremos.” — O Pilar da Proteção finalmente quebrou o silêncio. — “Matá-lo não servirá de nada, na verdade, apenas será pior futuramente. Devemos mantê-lo por perto e ter certeza de que não escapará.”

— “Entendido.” — Todos concordaram imediatamente assim que Clementius tomou uma decisão.

Todos agiram em sincronia, e até mesmo Klara, que estava lutando ao lado do Conselho pela primeira vez, observava atentamente a movimentação de cada um e apenas agia quando achasse necessário, demonstrando sua habilidade e observação estratégica.

Baphomet estava totalmente cercado, sem nenhuma esperança de contra-atacar.

Antes a vantagem era claramente dele já que o Conselho não sabia bem como lidar com ele, mas assim que o decifraram, a batalha havia mudado completamente.

A primeira coisa que fizeram, foi arrancar cada um de seus membros, para impedir sua movimentação.

Então, cada um se posicionou em um lugar específico para impedir qualquer fuga.

Finalmente, Clementius se aproximou com seu escudo, ainda no modo contra-ataque.

 

***

 

Em uma ilha distante, o vulcão que havia em seu centro entrava em erupção, destruindo as cidades ao redor.

Como a ilha era relativamente pequena, o povo havia se aglomerado nos portos e tentavam a qualquer custo embarcar em um navio, enquanto os soldados faziam de tudo para barrar o avanço da lava.

Mal sabiam eles que isso estava acontecendo devido à Seita de Elgor, que forçou a erupção para capturar o maior número de pessoas e sacrificá-las.

— Haha! Isso será mais fácil do que esperávamos. — Os devotos riam enquanto assistiam de longe a confusão. — Com todas essas pessoas, será mais que o suficiente para abrir um portal.

— De fato, seremos grandemente recompensados por isso!

A Seita esperou por mais algum tempo, aguardando para quando a maioria dos soldados fossem mortos e pudessem ir atrás dos civis.

— Te-Temos um problema! — gritou um devoto, aproximando-se desesperado. — Uma praga de Artemis surgiu do vulcão e está nos caçando!

— Como?

Os devotos voltaram seus olhares para a montanha, momentos antes de uma bola de fogo atingir e matar um deles instantaneamente.

Antes que pudessem reagir, uma criatura com um corpo humano, mas com patas, cabeça e chifres de cabra, e peluda, avançou como um raio e matou outro.

Seu corpo estava todo coberto de chamas escuras, e seu olhar era faminto.

— Morra! — Um devoto lançou chamas contra a criatura.

No entanto ela simplesmente o encarou e caminhou lentamente em sua direção.

— Imune a fogo?! Maldição...

— Inútil... é. — Para a surpresa do devoto, a criatura começou a falar.

— Como?!

— Devorar... um mano... Eu, Baphomet.

A criatura avançou contra ele e o matou instantaneamente.

Imparável, a criatura derrotou, assassinou e consumiu todos os membros da Seita de Elgor ali, mas ignorou os civis e soldados por não serem muito fortes.

Após consumir sua última vítima, seu corpo já havia assumido uma aparência totalmente humana, já que havia absorvido o corpo de inúmeras pessoas e assimilado sua anatomia.

Após esse banho de sangue, Baphomet retornou ao vulcão, mergulhou no magma, e desapareceu pelos túneis subterrâneos.

Graças a isso, os habitantes da ilha foram capazes de sobreviver à tragédia com pouquíssimas casualidades.

Se dissessem a eles que suas vidas foram salvas por uma criatura, provavelmente acreditariam que se tratava de uma piada.

 

***

 

Ao perceber Clementius se aproximando, Baphomet liberou todo seu poder em uma explosão de fogo, o que alterou sua aparência.

Seu rosto se tornou semelhante ao de uma cabra, chifres surgiram em sua cabeça, e seu corpo se tornou peludo.

Sua forma humana — seus músculos perfeitos —, contudo permaneceram.

Sem dar tempo para o Conselho se recuperar, Baphomet avançou contra Erandi, a mais próxima.

Seus movimentos estavam muito mais rápidos, e ele parecia ter parado de pensar racionalmente e cedido aos seus instintos naturais de devorar qualquer ser diante de si.

O Conselho o interceptou e tentou imobilizá-lo novamente, porém ele desviou e lançou ataques desenfreadamente.

A partir dali a luta entrou em um estado de equilíbrio. Se a tivessem que simplesmente matá-lo, já o teriam feito, porém, como tinham como capturá-lo sem a ajuda do Pilar da Selagem, havia se tornado uma tarefa difícil.

— “Não temos muita escolha, Feng Ping, precisamos de seu poder” — disse Clementius.

— “Tem certeza? Isso tornará as coisas mais difíceis para Koeus.”

O Pilar do Vento lançou um olhar a Koeus, que durante esse tempo todo continuou segurando o teto sozinho, além de ter de lutar contra Baphomet quando se aproximava muito.

— “Isso não será nada, faça.” — O Pilar da Alteração disse indiferentemente.

— “Certo.”

Feng Ping levantou mais uma vez sua mão acima da cabeça, enquanto sua lança começava a girar intensamente e ventos se concentravam nela.

Baphomet sentiu a concentração de magia e avançou contra o Pilar do Vento.

Clementius se colocou diante de Feng Ping e ativou seu escudo no modo defesa, envolvendo-os completamente.

Baphomet atacou inúmeras vezes, porém jamais conseguiria sequer lascar a barreira, já que quanto menor, mais poderosa era.

Koeus avançou e o socou com força, enviando-o para longe novamente, e as candidatas se aproximaram para mantê-lo ocupado.

O som dos ventos se tornou cada vez mais alto, até chegar ao ponto de ser impossível ouvir qualquer outra coisa.

Baphomet tentou de todas as maneiras interromper aquele ataque, mas o trabalho em equipe e habilidade do Conselho era tão perfeito que era como se estivesse lutando contra cem Pilares ao mesmo tempo.

Quando a magia de Feng Ping finalmente atingiu o poder desejado, ele o arremessou contra seu oponente.

Baphomet tentou desviar em vão. A velocidade da lança era muito maior do que poderia superar, e foi atingido em cheio.

A arma de Feng Ping, enquanto arrastava Baphomet, perfurou a rocha como se fosse papel e viajou algumas centenas de metros.

Koeus, que estava ao lado de Feng Ping, puxou todos para dentro da barreira de Clementius.

Momentos depois, uma explosão arrebatou todo o local.

O lugar teve seu espaço aumentado em várias centenas de metros, que logo teria sido soterrado novamente se não fosse por Koeus.

Após a explosão, os Pilares notaram Baphomet com o corpo todo danificado.

— Koeus! — urgiu Clementius.

— Hm. — O Pilar da Alteração empurrou o companheiro com sua magia em uma velocidade absurda, fazendo-o chegar até o inimigo em um instante.

Baphomet lançou suas chamas contra o Pilar da Proteção, que o ignorou.

Então, quando chegou perto o suficiente, Clementius trocou seu escudo para o modo contra-ataque e o prendeu dentro de sua barreira.

Alguns segundos se passaram e Baphomet se recuperou o suficiente para lançar um ataque poderoso, porém tudo que conseguiu foi se ferir pela própria magia.

A batalha havia terminado... por enquanto...


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