Volume 3
Capítulo 140: Contraofensiva
Luna avançou contra o portal protegido por magia e Sariel a acompanhou mais afastado.
Mokosh, que estava focada em manter defender o portal, sentiu-se confiante já que seus oponentes precisaram fugir para não serem pegos na última vez.
Justamente por isso, a bruxa se surpreendeu quando a princesa golpeou o escudo com sua espada — que emitia uma luz azul e gélida — e quebrou instantaneamente a barreira.
— Quê... — A bruxa mal teve tempo de reagir, pois a princesa avançou em sua direção.
Porém, pouco antes que Luna conseguisse conectar o corte, Radica se jogou na frente dela e, usando um escudo de ossos, bloqueou o ataque, salvando-a, mas ainda sendo arremessada pelo impacto.
Em seguida, Jasna se aproximou e lançou um empurrão telecinético que afastou a princesa.
— Você está bem, irmã? — perguntou Jasna, que não mais falava de maneira descontraída.
— Sim... Que porra foi essa? Eles ficaram muito mais fortes do nada.
— “Não foi do nada.” — A voz de Sonya ecoou pela mente das cinco irmãs. — “Eu deveria ter percebido... Eles estavam com os poderes parcialmente selados. Nos engaram. Mokosh, sabe o que fazer.”
— Sim... vamos fuder com eles!
A bruxa começou a recriar o escudo que protegia o portal, além de criar um segundo que cobriu toda a área da batalha.
Luna avançou novamente, e Aegreon fez o mesmo ao perceber a situação.
Todas as bruxas focaram em defender Mokosh, sendo assim, uma floresta inteira se formou no caminho para impedir que se aproximassem.
Graças às armas lendárias que possuíam, foram capazes de avançar, mas não a tempo de impedir a criação dos escudos.
Contudo palavras roxas surgiram na superfície do escudo maior que os prendia ali dentro e cobriram-no completamente.
Assim que essas palavras surgiram, todos que não pertenciam à Seita sentiram-se mais pesados e com dificuldades em lançar magia.
Agora ninguém poderia sair ou entrar sem a permissão das irmãs.
— O que? — Luna subitamente não era capaz de cortar as árvores numa velocidade maior que surgiam.
— Branko! Nos conecte! — Sariel gritou e, quase que instantaneamente, sentiu sua mente se conectar com seus companheiros. — “Jasna está reduzindo nossas magias com um enorme selo através do escudo de Mokosh, tomem cuidado.”
— “O que faremos?” — perguntou Luna, ainda tentando atravessar as raízes negras.
Porém não houve resposta, nem de Sariel, nem de Aegreon.
Havia coisas demais para se lidar naquele momento.
Precisavam eliminar aquela com elemento Proteção, pois ela poderia curar e proteger o portal.
Precisavam matar a que possuía Alteração, pois ela permitia que agissem em sincronia.
Precisavam eliminar aquela possuía Selagem, além de tentar fechar o portal.
O plano era matar Mokosh, já que acreditavam que isso traria mais benefícios, porém as bruxas lidaram com o plano deles com uma eficiência imprevista.
A batalha prosseguiu equilibrada, as bruxas não eram capazes de causar grandes danos contra os invasores, mas o mesmo se aplicava a eles.
De repente, sons de vários animais começaram a ecoar pelo pântano.
Então, para a surpresa de todos, até mesmo do grupo de Sariel, um ataque contra a barreira começou do lado de fora.
Raízes — verdes e envoltos em energia verde — chocavam-se contra o escudo, rachando-o e quebrando-o lentamente.
— O que... Por acaso temos reforços? — Luna, como não esteve por dentro completamente das discussões, acreditou se tratar de uma ajuda de última hora.
— Não... todos que podem lutar estão presos aqui dentro. — Sariel estava igualmente confuso, tentando olhar para fora e ver quem estava atacando a barreira.
Usando Alteração, o viajante percebeu algumas auras cercando o escudo, todas com o elemento Natureza.
Eventualmente, a barreira foi quebrada e uma figura familiar, que não via a algum tempo, se aproximou.
— Leshy?! — Sariel encarou aquela figura simpática, depois olhou ao redor e percebeu que os outros também se pareciam bastante com ele. — Então vocês são vários?
Leshy concordou balançando a cabeça.
O viajante ainda estava surpreso com aquela descoberta, porém logo percebeu que fazia sentido, afinal, Jawia e o vilarejo estavam relativamente longe, e ele era avistado com frequência em ambos os lugares.
— Depois conversamos sobre isso. Preciso que vocês lidem com as criaturas e devotos, certo? — Sariel apontou para os inimigos.
Leshy, mais uma vez, concordou com a cabeça, uivou da exata mesma maneira que um lobo, e avançou.
Seus companheiros fizeram o mesmo, todos produziam algum som que era idêntico com o de um animal.
Graças à essa ajuda, a situação havia melhorado um pouco.
— “Luna, quebre a barreira do portal. Shiina, vou pegar minha arma de volta por um momento.”
— “Beleza” — respondeu a assassina, que lutava contra Devana no momento.
O viajante se afastou do combate e soltou um longo assovio. Momentos depois, Sleipnir apareceu e Sariel montou nele.
Já no ar, ele estendeu sua mão e sua glaive retornou.
Para ter certeza de que não colocaria o cavalo mágico em risco, se afastou várias centenas de metros enquanto começou a condensar o elemento Natureza na sua arma, cobrindo-a parcialmente em uma luz verde.
Enquanto isso, Luna expandiu sua magia e a área ao seu redor começou a congelar.
Uma nevasca impedia qualquer um de se aproximar, ao mesmo tempo que sua arma permitia avançar com agressividade.
As bruxas tentaram pará-la tentando esmagá-la com as raízes, mas sua espada nova as atravessava com facilidade.
Aegreon a ajudou ao atacar Jasna, dividindo a atenção das bruxas ao mesmo tempo que as pressionava.
A espada da princesa começou a absorver o gelo e emitiu um brilho azul.
Avançou imparável até o escudo e, com um único corte, dividiu a barreira ao meio.
— “Sariel!”. — Luna tentou chamá-lo, mas estava longe do alcance da telepatia.
Luna, entretanto, confiou nele e avançou contra Mokosh para impedi-la de recriar a barreira.
— Filha da puta! Vou te estraçalhar! — A bruxa criou uma barreira ao seu redor para se proteger, e ela quase não foi capaz de resistir.
As bruxas imediatamente tentaram avançar contra Luna, mas Aegreon, Shiina e Raymond não permitiram.
A princesa preparou outro golpe, porém algo verde voando rápido como um relâmpago caiu dos céus e atingiu o portal, destruindo-o completamente.
A explosão distraiu as bruxas, o que deu uma abertura para Luna atacar.
Sua espada se aproximou rápido o suficiente para que a bruxa não conseguisse criar uma barreira.
Sem ter outra opção, ela desviou, mas não rápido o suficiente para evitar seu braço direito de ser cortado fora.
— Argh! — A bruxa urrou de dor e, como se respondesse ao seu sofrimento, todo o pântano se revoltou para protegê-la.
Contudo uma explosão de chamas roxas incendiou as raízes e criou um círculo de fogo ao redor de Luna e Mokosh, permitindo assim que a princesa a enfrentasse sem interrupções.
Luna avançou segurando firmemente sua espada, e a bruxa, mesmo em uma posição de desvantagem, não recuou.
— Vou te matar sua putinha! — Ela gritou ao mesmo tempo que corria em sua direção. — Não vou te deixar tocar nas minhas irmãs!
— Palavras demasiada nobres para um ser tão vil — retrucou Luna enquanto estava cercada de gelo e uma ventania que desacelerava os movimentos de Mokosh. — Quantos irmãos e irmãs você mesma matou?
— Cala a boca! — A bruxa, criou uma espada de madeira negra e tentou cortar a princesa.
Luna a observou se aproximar com bravura. Seus olhos possuíam determinação, raiva e um pouco de frieza.
Sua postura era inabalável, de uma guerreira. Não mais uma princesa indefesa.
Sua imagem era magnifica. Todo o gelo e nevasca ao redor não eram nada para ela, a única coisa que causavam era o balançar de seus pelos cabeços brancos como a neve.
A espada em suas mãos não mais hesitaria ao matar alguém para salvar outra pessoa.
Quando a bruxa percebeu o tipo de oponente que enfrentava, sentiu sua vontade vacilar por um momento.
Porém ela não podia recuar, deveria lutar e dar seu sangue pelas suas irmãs.
Lembrando-se do único resquício de humanidade que restava nela — seu vínculo familiar — Mokosh se forçou a continuar.
— MO... — Seu grito de guerra foi interrompido após Luna desaparecer subitamente de seu campo de visão.
A bruxa não conseguiu se mover, e sentiu seu pescoço gelado.
Então, sua cabeça deslizou lentamente e caiu no chão, rolando e virando sua face para onde Luna estava, atrás de seu corpo.
Sua espada não possuía uma única mancha de sangue, como se fosse imune à impureza.
Então a cabeça de Mokosh congelou a partir de onde Luna havia cortado, e a última visão dela foi da princesa de costas para ela, como se nem mesmo a reconhecesse.
Luna se virou, encarou a cabeça congelada e passou ao seu lado.
Quase ao mesmo tempo que a bruxa morreu, várias vozes soltaram um grito gutural e ensandecido ao mesmo tempo.
Aquele era o som do lamento de suas irmãs, que sentiram e viram as exatas mesmas coisas que Mokosh em seus últimos momentos de vida.
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