O Primeiro Serafim Brasileira

Autor(a): Anosk


Volume 2

Capítulo 93: Força Bruta

Clementius avançou contra a criatura com seu escudo no modo contra-ataque, esperando que a criatura o atacasse.

Em resposta, as antenas do monstro começaram a se mover freneticamente, criando bastante eletricidade que se moveu até sua boca.

Após alguns segundos, a criatura disparou um raio de eletricidade contra Clementius, que capturou o golpe com seu escudo e lançou contra ela.

O golpe a atingiu em cheio, entretanto, nenhum dano foi causado.

Percebendo aquilo, o Pilar da Proteção estalou a língua em frustação.

— Imune a Raio... — disse contemplativamente. — Não tenho outra escolha.

As outras criaturas foram apenas foram derrotadas porque não eram tão poderosos, sem contar que os devotos lançaram ataques com elementos diferentes.

Contudo, essa não só era mais forte, como também era mais inteligente — tanto que cavou um buraco no chão para se proteger do contra-ataque de Clementius — e completamente imune ao próprio elemento.

— Terei que te banir da maneira mais indelicada... — disse frustrado conforme seu escudo trocava para o modo defensivo. — Detesto usar minhas mãos para ferir...

Ao dizer isso, o Pilar da Proteção se virou e cravou seu escudo no chão.

Em seguida, Clementius desfez qualquer proteção.

Então seu escudo brilhou fortemente e criou uma nova barreira, bem menor em tamanho — com apenas 20 metros de diâmetro — contendo a ele e a criatura.

Porém, essa barreira era diferente, pois palavras prateadas cobriam o dourado como correntes, assemelhando-se a uma gaiola.

Quando magia não funcionava, restava apenas a força bruta.

Clementius, sem seu escudo e dependendo apenas da própria força física, encarou a criatura e correu até ela.

Sua velocidade surpreendeu o monstro, vendo-o perto demais de si.

Seus braços se moveram rapidamente, com as lâminas serrilhadas girando, criando eletricidade, e cortou na direção do Pilar.

Para a surpresa de Clementius, a criatura era extremamente rápida e o golpe aproximou-se rapidamente, mas rebateu em uma barreira dourada ao seu redor.

O Pilar saltou; a criatura tentou cortar novamente com seu outro braço, resultando em outro fracasso e sendo atingido em cheio por um soco dele.

O golpe a fez voar contra a barreira, batendo audivelmente e se desequilibrando.

Quando tentou se levantar logo percebeu Clementius perto e preparando outro soco.

A criatura saltou rapidamente e criou uma distância, mas o Pilar surgiu do nada no ar e chutou sua cabeça de baixo para cima.

O golpe forçou sua cabeça contra o solo, fazendo partes de seu crânio quebrarem e o chão rachar.

A criatura não reagiu imediatamente. Estava extremamente confusa, pois estava se movendo muito mais devagar do que conseguiria normalmente, e Clementius estava muito rápido.

Não era cansaço físico, nem danos acumulados já que havia se escondido no subsolo. Até mesmo sua magia estava enfraquecida.

Antes que pudesse reagir, foi bombardeada com socos e chutes, fazendo seu corpo resistente sangrar um líquido escuro viscoso.

Em um momento de desespero, a criatura cravou as duas garras profundamente no chão, que começou a brilhar intensamente e uma descarga poderosa de eletricidade tomou conta de tudo dentro da barreira.

Clementius se afastou da criatura, com um pequeno escudo dourado rachado ao seu redor.

Como estava usando a maioria de seu poder para a barreira, os escudos que usava para se proteger eram mais fracos.

A descarga elétrica perdurou por vários segundos conforme a criatura se recuperava e avaliava a situação, e o Pilar mantinha-se afastado focando em manter-se seguro.

Após olhar com atenção o local, a criatura percebeu o escudo de Clementius cravado firme no chão, interrompeu sua descarga, e correu até ele.

Com uma de suas garras coberta furiosamente em raios, atacou o escudo na tentativa de tirá-lo do chão; sendo atingida por um soco do Pilar e lançada para longe.

— Percebeu o que está acontecendo, é? — perguntou Clementius.

A criatura se recuperou e encarou profundamente o escudo e, em seguida, todo seu corpo começou a brilhar intensamente, assim como o chão.

As pedras de Raio no solo começaram a vibrar estranhamente e, atraídos pelo magnetismo, voaram até o monstro.

O solo inteiro se desfez e as pedras se prenderam nas garras da criatura, brilhando fortemente e cobrindo totalmente as lâminas dela em raios.

Todo seu corpo também foi coberto em uma aura de energia violeta poderosa, capaz de matar seres vivos sem nem mesmo tocar nela.

Com os olhos cravados no escudo, a criatura avançou até ele e Clementius.

Digna de seu elemento, sua velocidade era como um relâmpago, alcançando o objeto em um piscar de olhos.

— Como se eu fosse deixar! — disse o Pilar enquanto se colocava entre a criatura e o escudo.

Não restava dúvidas, ela definitivamente havia percebido que o escudo estava enfraquecendo-a com a gema de Selagem, além do elemento Proteção aumentar as capacidades físicas de Clementius.

Então a única maneira de sair vivo naquela situação seria derrubando o escudo e sair da barreira.

Sua garra rasgava o ar, quando o Pilar se jogou na frente do golpe com uma barreira dourada ao seu redor.

Dessa vez, entretanto, não foi capaz de resistir e se quebrou, permitindo que a enorme garra em formato de uma espada serrilhada perfurasse profundamente seu braço.

Porém, mesmo sendo atingido, Clementius prosseguiu com seu ataque e chutou novamente a cabeça da criatura, fazendo-a voar e bater no teto da barreira.

O monstro se recuperou em pleno ar e estava prestes a tocar o chão quando o Pilar surgiu novamente e lançou uma barreira de golpes.

Em resposta, a criatura contra-atacou com sua garra, em um embate feroz onde ambos se feriam.

Entretanto, por mais que fosse atingido, Clementius se curava rápido demais.

O monstro logo percebeu que se continuasse daquela maneira perderia, pois seu oponente era muito mais resistente em um combate longo do que ela.

Vendo-se encurralada e espancada por aquele pequeno ser, viu-se forçada a usar todo o seu poder para tentar sobreviver.

Em uma troca de golpes, a criatura energizou sua garra, fazendo-a brilhar tanto que lembrava a técnica suprema de Indra.

Movendo-se como um relâmpago, a criatura mirou o pescoço de Clementius, mas ele apenas desviou, atingindo o braço.

Sua lâmina atravessou inteiramente o braço do Pilar — mais que o suficiente para desmembrá-lo —, porém, por algum motivo, o membro continuou no mesmo lugar e sem nenhuma cicatriz.

Se fosse um humano, talvez teria se surpreendido e hesitado por um momento; mas tudo que pensava no momento era sobreviver e nem percebeu que Clementius curou seu braço tão rápido que nem houve tempo para que se separasse completamente de seu corpo.

O Pilar sorriu logo após receber aquele golpe, não estava nem um pouco impressionado ou preocupado.

Hm, então isso é tudo que tens a me mostrar? — perguntou calmamente. — Neste caso, encerrarei essa batalha de uma vez.

Ao dizer isso, Clementius se focou completamente na ofensiva, ignorando qualquer ataque da criatura.

Cada soco se tornava cada vez mais pesado, e o monstro percebeu que em breve morreria.

Como última medida de desespero, focou-se totalmente no escudo e correu até ele, ignorando os golpes do Pilar.

Graças ao seu medo, conseguiu se aproximar e desferiu um golpe poderoso no item.

Porém, quando sua garra energizada o atingiu, apenas ricocheteou futilmente.

— Quem diria que cairia no meu truque — disse Clementius com um sorriso. — Apenas sairá daqui morto.

Ao dizer essas palavras, o Pilar da Proteção reuniu todas as suas forças e espancou a criatura até a morte sem nenhuma dificuldade, transformando seu resistente corpo em um amontoado de carne esmagada.

Quando terminou e se certificou que estava acabado, verificou a si mesmo, percebendo várias marcas de sangue da criatura, além das roupas danificadas.

— Ah... É por isso que odeio lutar... — suspirou. — Além de causar uma bagunça, minhas mãos foram feitas para curar, e não ferir...

Caminhando tranquilamente até seu escudo, o pegou e colocou em suas costas.

— Bem, pelo menos os danos e o número de vítimas foram mínimos — disse.

— Senhor Clementius! — gritou um homem vestindo uma armadura prateada e com algumas pedras de Proteção e Alteração nela, acompanhado de algumas dezenas de pessoas que usavam algo parecido, mas menos elaborado. — A ameaça está contida?

— Sim, o portal está totalmente fechado — disse o Pilar.

— Ah, como esperado do senhor — elogiou o comandante. — Peço perdão por minha demora, isso poderia ter sido resolvido sem seu envolvimento.

— Está tudo bem, o importante é que as vítimas foram salvas — respondeu Clementius. — Contudo, não podemos descansar. Fique por aqui e investigue para se certificar que as Seitas não tentarão nada novamente.

— Sim senhor! — respondeu o homem. — Mas sabe... estive pensando... as Seitas estão muito mais ativas ultimamente... E não apenas a de Elgor...

O Pilar da Proteção caminhou até o comandante.

— Agora que os anjos se foram, faz sentido que se sintam mais à vontade para invadir nosso mundo — disse. — Entretanto, mostraremos aos Deuses da Escuridão que não somos inferiores aos anjos!

— Sim senhor! — concordaram todos com determinação.

Sorrindo carinhosamente ao ver a convicção de seus homens, Clementius se afastou, deixando o resto nas mãos da Vigília.

Enquanto caminhava, apesar de ter se mostrado pouco preocupado com a situação das Seitas, não podia parar de pensar no que estavam tramando.

Suas palavras não estavam erradas, a humanidade poderia sim ser tão poderosa e resiliente — senão mais — do que os anjos. Caso contrário, não teriam vencido a guerra.

Porém, apesar da humanidade ser numerosa, poucos eram abençoados o suficiente para que conseguissem lutar contra um anjo.

Em contraste com os anjos, havia uma diferença enorme, já que qualquer um da raça alada — até os que seriam civis — eram tão poderosos fisicamente e magicamente quanto um soldado treinado.

Por isso, havia algo urgente que precisava ser feito.

“Temos que encontrar o anjo de Fordurn a todo custo... Se ela se tornar nossa aliada, talvez um galho da árvore genealógica dos anjos se enraíze neste mundo e cresçam, fazendo com que mais anjos nasçam futuramente...”

A ideia de tentar fazer com que anjos nascessem em Vilon após a guerra têm sido discutida constantemente, e até mesmo alguns casamentos com humanos descendentes de anjos foram organizados na esperança de que anjos nascessem, mas sem nenhum resultado.

A maneira mais fácil era se outro anjo surgisse e se aproximasse de Ardos.

E é claro, com o consentimento de ambos.

20 anos haviam se passado e as esperanças disso quase sumiram, quando os boatos sobre o anjo de Fordurn surgiram e se provaram verdade.

“Precisamos encontrá-la e protegê-la... a todo custo!”, pensou Clementius com determinação.

Com sua mente ocupada por um turbilhão de pensamentos, seguiu seu caminho para continuar com suas responsabilidades como o Pilar da Proteção.


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