O Primeiro Serafim Brasileira

Autor(a): Anosk


Volume 2

Capítulo 115: O Gigante de Gelo

As garras de sangue de Ubel se chocaram contra a lâmina de Sariel cobertas em Conjuração, com a lâmina cortando facilmente através de qualquer defesa.

Antes que o viajante pudesse contra-atacar, inúmeras magias foram lançadas contra ele e o vampiro se afastou.

— Interessante... sua Conjuração de fato é a única coisa que minha Reanimação não anula — disse calmamente. — Contudo, tamanho poder possui um custo... sua magia está se esgotando rapidamente...

O viajante manteve seu olhar fixo, mas uma leve gota de preocupação surgiu.

De fato, Adalhard havia sido completamente sobrepujado, contudo, por algum motivo, gastava mais magia ao ter seu poder todo convertido para Conjuração.

— Portanto, basta que eu arraste essa batalha e todos vocês morrerão! — disse confiantemente. — Me pergunto que maravilhas poderei fazer com seu corpo...

Antes que Ubel atacasse, todos do grupo — que finalmente mataram os devotos restantes — se aproximaram de Sariel.

— Nós vamos atacá-lo junto, evite usar seu poder — disse Feng Ping.

— Quando encontrar uma brecha, mate-o — disse Aegreon.

— Reanimação também gasta muita magia, e ele está usando muito poder agora — disse Leif. — Vamos te dar suporte.

— Certo — concordou o viajante.

Todos ao mesmo tempo lançaram suas magias contra o vampiro, que ignorou todas e avançou contra Sariel.

Antes que pudesse atingi-lo, o Pilar da Conjuração surgiu na sua frente e bloqueou seu golpe, enquanto o Pilar do Vento tentou perfurá-lo com sua lança, mas o golpe se transformou em um simples empurrão.

Ubel usou os braços e asas para socar ambos para longe, abrindo caminho para Sariel.

Entretanto, Shiina e Leif apareceram na sua frente e tentaram imobilizá-lo.

Uma nevasca poderosa surgiu no local, reduzindo a visibilidade.

— Acham que apenas isso vai me parar? — perguntou confiantemente.

Mais uma vez, suas garras penetraram fundo na carne de ambos e foram arremessados.

Luna surgiu logo atrás com sua espada coberta em gelo, desferindo um golpe descendente certeiro.

Sua movimentação havia sido rápida, e o fato de que havia criado uma nevasca tornava ainda mais difícil de vê-la.

Porém, sem se virar, Ubel agarrou espada da princesa com uma de suas asas.

— Um brinquedinho desses não seria capaz nem de cortar meu cabelo... — disse conforme torcia o metal e quebrava o aço como se fosse um simples galho.

Uma grande onda de sangue queimando em chamas atingiu Luna, livrando-se dela.

Quando estava prestes a avançar novamente, pode ver com Alteração esferas roxas se formando e Sariel avançando em sua direção.

Sua velocidade lhe permitiu desviar das esferas, mas tomou todo cuidado quando o viajante se aproximou com sua glaive.

A lâmina deixava um rastro roxo por onde passava, e Ubel fazia o possível para desviar e conseguir ainda atacar, porém a velocidade dos golpes era demasiada.

Vendo que uma luta corpo a corpo seria desvantajoso, voou para longe enquanto lançava várias magias contra Sariel.

Os companheiros do viajante responderam lançando suas magias contra o vampiro, explodindo em pleno ar e danificando seriamente o local.

Colunas e pedaços do teto começaram a desabar aos poucos, mas graças à ajuda do grupo, Ubel não conseguia atingir o viajante, que permanecia parado e poupando suas energias.

Tsc! Insetos irritantes! — praguejou conforme avançava contra Shiina. — Veremos se continuará parado se eu fizer isso!

Aegreon e Feng Ping foram os primeiros a chegar, barrando o avanço do vampiro.

Entretanto, isso era exatamente o que ele buscava.

Usando suas garras, tentou cravá-las nas cabeças de ambos, que desviaram e foram atingidos no ombro.

O vampiro não se deu por satisfeito, agarrou com força a região atingida e arrancou um grande pedaço dos ombros deles, fazendo seus braços balançarem ao lado do corpo sem forças.

Quando estava prestes a atacar novamente, uma pancada no estômago o arremessou para longe, colidindo com a parede do salão.

— Tudo bem? — perguntou a princesa.

— Sim, obrigada, Luna — agradeceu Shiina.

Antes que Ubel pudesse recuperar controle no ar, foi atingido por explosões roxas, causando-lhe uma dor indescritível.

Novamente tentou lançar magias contra o viajante ao mesmo tempo que avançava contra seus amigos, forçando-o a parar seu ataque e ainda obtendo a oportunidade de matar algum deles.

O alvo mais próximo era Leif, e o Jarl nem teve tempo de reagir quando viu uma enorme garra rubra tomando todo seu campo de visão.

Aquele ataque certamente teria ceifado sua vida, mas Luna apareceu por cima e, com um chute descendente, afundou o rosto do vampiro contra o chão.

Antes que pudesse usar os outros membros para se soltar, Aegreon e Feng Ping ajudaram a mantê-lo no chão.

— Sariel, agora! — gritou o Pilar do Vento.

Logo em seguida, uma lâmina fantasmagórica roxa cortou o ar e voou na direção de Ubel, mirando bem no pescoço.

— Sariel? — perguntou o vampiro, esquecendo-se por um breve momento que sua vida estava em perigo.

A lâmina se aproximava cada vez mais, quando Ubel finalmente despertou e liberou todo o poder do sangue que possuía de uma só vez, queimando, cortando e congelando os três que o seguravam.

Seus músculos saltaram conforme usava toda a força de seu corpo para se livrar de uma vez por todas.

A lâmina estava prestes a atingi-lo, contudo, com sua força de vontade, conseguiu se soltar e desviar do golpe, tendo a parte frontal de sua cabeça cortada.

Voando para longe o mais rápido que pôde, encarou o grupo, que aguardou pelo seu próximo ataque.

Entretanto, como se não tivesse pressa, permaneceu no ar e, com a voz tremulando, disse: — Seu nome... é Sariel...?

Percebendo a maneira como Ubel estava agindo, o viajante pressentiu um alarme soar sem sua mente.

O vampiro aguardou uma resposta por alguns segundos, mas logo desistiu de esperar, levou uma das mãos no rosto e começou a rir euforicamente.

— Haha... HAHAHAHA! ISSO É PERFEITO! — gritou conforme erguia os braços no ar, como se comemorasse. — VOSSO PLANO NÃO PODERIA TER FUNCIONADO MELHOR, VOSSA ONIPOTÊNCIA!

Todos ficaram confusos sem entender o que estava acontecendo, mas o viajante sabia que, por algum motivo, deveria matar Ubel naquele momento.

Usando todo seu poder, lançou uma saraivada de magias contra ele, que apenas o encarou com um olhar enlouquecido.

— Essa cordilheira será vosso túmulo... Sariel... — disse em um tom misterioso. — Levante-se, oh poderoso Semideus da escuridão!

Subitamente, todo o local começou a tremer violentamente.

As colunas que restaram caíram, e o teto passou a ruir, enquanto Ubel aceitava as explosões sem resistir.

Logo o tremor se tornou tão poderoso que o grupo não conseguia ficar em pé.

Grandes partes do salão caiam cada vez mais, com Leif fazendo o possível para levitá-las.

— Temos que sair daqui! — gritou Leif conforme veias saltavam de sua testa. — Não vou conseguir segurar isso!

— O que está acontecendo? — perguntou Shiina. — Por que o lugar está desabando?

— Embaixo... — disse Sariel quase inaudível e sem folego.

— O que... — A assassina se virou para encarar o viajante, percebendo seu olhar fixo no chão bem abaixo de seus pés e completamente pasmo.

— O que... é isso...? — perguntou Luna no mesmo tom de Sariel, também encarando o chão.

— O que está abaixo de nós?! — gritou Feng Ping em uma tentativa desesperada de obter resposta.

— Gigante... gelo... — Foram as únicas palavras proferidas pela princesa.

O grupo ficou sem entender por um tempo, quando Leif ligou os pontos.

— Espera, não me diga que ele está reanimando o cadáver de Ymir?! — perguntou desesperado notando uma aura com centenas, talvez alguns quilômetros de tamanho, esquecendo-se completamente do risco de soterramento.

Quando ouviram aquilo, todos no grupo gelaram e sentiram um frio percorrer suas espinhas.

Se a lenda fosse verdadeira, e pela reação de Sariel e Luna, então estavam diante de uma catástrofe sem precedentes.

— Sariel! Acorde e pense em algo! — gritou Feng Ping chacoalhando com força o viajante.

Como se saísse de um transe, Sariel imediatamente recuperou a compostura e começou a agir.

Seus olhos começaram a mudar para a cor dourada.

— Vamos sair daqui pelo corredor! — gritou tentando manter a calma. — Temos que nos reunir com Raymond!

— Certo! — Seguindo o viajante, todos retornaram pelo corredor com uma esfera dourada os protegendo dos destroços, enquanto a sala que estavam era completamente destruída.

Graças ao esforço conjunto de Sariel, Luna e Leif, todos conseguiram sair da caverna, mas os tremores se tornavam cada vez mais fortes.

Assim que saíram, se depararam com Raymond tentando conter os cavalos que estavam todos assustados.

Percebendo o grupo, o guarda-costas perguntou: — O que diabos está acontecendo?

— O gigante... — O viajante tentou explicar, mas o som estrondoso das montanhas ao redor desmoronando o interrompeu.

Leif olhou ao redor da cordilheira e seus olhos ficaram totalmente pasmos, aterrorizados e desesperados.

Eljudnir, a maior cidade de Helheim com dezenas de milhares de habitantes desabava ao seu redor, com incontáveis pessoas perdendo suas vidas.

Mesmo em meio ao caos, seus olhos treinados infelizmente foram capazes de perceber figuras humanas caindo em um abismo que se formara no chão.

Se não fosse pelo barulho ao redor, teria escutado seus gritos também...

O chão sob os pés do grupo também começou a desmoronar, e o viajante agiu rapidamente para trocar seu elemento para Alteração e carregar todos do grupo com telecinese para longe dali.

Sariel se aproximou da borda da estrada, com seu poder quase trocado inteiramente para Alteração, quando o chão que pisava desabou e caiu.

O viajante manteve a calma, já que poderia se levitar sozinho de volta para cima.

Entretanto, antes que pudesse fazer algo, percebeu uma aura se aproximar pelo ar e salvá-lo da queda.

Surpreso, percebeu estar nas costas de um forte cavalo cinza.

Contudo, este cavalo possuía 8 patas e era capaz de trotar pelo ar.

O animal o levou de volta ao grupo, arrancando um suspiro de surpresa de Leif.

— Sleipnir?! — perguntou surpreso. — Mas o quê...?

— Não temos tempo para isso, vamos! — disse o viajante conforme levitava todos para longe.

O grupo flutuou no ar na procura de um local estável para ficarem, mas não havia tal lugar neste momento, com Sleipnir seguindo-os pelo ar.

E, conforme se afastavam, viram aquilo que esmagaria completamente suas esperanças.

Uma enorme mão de ossos se ergueu no ar, tão alto que ultrapassava em muito qualquer montanha ainda em pé.

Em seguida, uma outra mão surgiu e ambas se apoiaram no que havia por perto, no caso eram algumas montanhas que foram derrubadas por seu peso.

Então, lentamente, uma figura humanoide começou a erguer.

Como se acordasse de um longo sono, o crânio foi revelado, em seguida de sua coluna e pernas.

O gigante se levantou devagar, destruindo tudo no processo.

Buracos enormes em Helheim começaram a surgir, e pedaços enormes do reino caiu em Alfheim quilômetros abaixo.

Não bastava o povo de Helheim morrer, mas dos reinos inferiores também eram levados.

Finalmente, após segundos que pareceram horas, o cadáver de Ymir, o gigante de gelo, ergueu-se ereto e imponente.

Era tão alto que provavelmente superava o tamanho e altura do Pico da Garra Gélida, pelo menos antes de ser destruída parcialmente pelo grupo.

Seus olhos brilhavam em uma cor roxa escura, e essa energia passava por todo seu corpo.

Seu esqueleto era azul-claro, resultado de sabe-se quantos milênios por estar exposto ao frio intenso.

Pedaços de roxa e gelo ainda estavam presos ao seu corpo, como se fossem sua carne.

O grupo pousou em um local próximo e distante, onde iriam discutir o que fazer.

Contudo, a cabeça do gigante de gelo se virou na direção do grupo e aqueles olhos escuros como o abismo encararam exatamente onde estavam.

Todos entraram em choque, tentando se convencer de que aquilo era apenas uma coincidência.

Contudo, o gigante esmagaria suas esperanças ao começar a caminhar até sua direção...


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