O Primeiro Serafim Brasileira

Autor(a): Anosk


Volume 1

Capítulo 60: Leopold

Shiina, Aegreon e Raymond aguardavam pacientemente conforme o elevador descia. Este era mais lento que o anterior, já que era bem maior e pesado, portanto a descida era bem demorada.

Conforme desciam, a assassina se lembrou de algo que ocorreu mais cedo sobre o guarda-costas.

— Raymond, mais cedo quando descobrimos o segredo da fonte, você soou um pouco... melancólico, por quê?

— Bem... é uma história um pouco longa... — respondeu tentando evitar o assunto.

— Assim como a descida.

Raymond suspirou percebendo que não teria como desviar, e decidiu contar tudo ali.

— Tudo começa quando eu tinha cerca de 8 anos...

 

***

 

— Raymond — chamou minha mãe com uma voz gentil. — Seu irmão está demorando, vá chamá-lo para o jantar antes que anoiteça.

Estava na sala de nossa pequena casa, e a voz soou da cozinha, mas pude ouvir claramente já que ambos os cômodos basicamente não eram divididos. Havia pouquíssimos móveis, e eu, meu irmão e minha mãe dormíamos no mesmo quarto.

Nossa família era relativamente pobre, e estaríamos em uma situação bem pior se não fosse pela pensão da morte de meu pai, que era um soldado e faleceu durante a guerra.

Eu e meu irmão ajudávamos o máximo possível trabalhando como entregadores de mercadorias ou comidas, ou qualquer coisa semelhante, apesar de ser pouco.

Meu irmão era 4 anos mais velho que eu e planejava se tornar um soldado assim como nosso pai para ajudar nossa mãe, e estava quase dando certo, pois um cavaleiro o viu treinando sozinho um dia e decidiu ensiná-lo. Naquele ponto estava prestes a se tornar um escudeiro o que lhe renderia um pequeno salário fixo.

Normalmente, apenas aos 14 anos um garoto recebe o título de escudeiro, mas o soldado que o viu percebeu o talento dele e estava adiantando as coisas, por isso minha mãe era extremamente orgulhosa dele.

— Tá bom! — disse conforme saia correndo para fora de casa.

— Cuidado para não se machucar! E não fale com estranhos! — avisou minha mãe pouco antes de eu sair.

Se ao menos tivesse seguido aquele conselho...

Corri sem nenhuma preocupação pelas ruas de pedra esburacadas, mas limpas. Outras crianças brincavam lá, incluindo alguns de meus amigos.

— Raymond! Vamos brincar!

— Stefan trouxe uma bola!

— Ah... desculpa, mas hoje não dá, tenho que procurar meu irmão! — respondi conforme segurava a vontade de me juntar a eles. — Amanhã brincamos!

— Ah, qual é! Leopold não vai esquecer o caminho de casa!

Meus amigos insistiram, mas continuei meu caminho.

Conforme me afastava, o movimento nas ruas e a quantidade de crianças brincando reduzia. Morávamos em uma parte do reino relativamente boa, mas meu irmão gostava de treinar nas áreas menos movimentadas, apesar de seu mestre ensiná-lo próximo dos quartéis de Fordurn.

Eventualmente o cheiro de lixo e fezes começaram a se tornar fortes, e as ruas se estreitaram. Entrei em uma rua apertada e me deparei com uma imitação barata do que seria um parque, com uma única árvore morta e sem folhas, lixo espalhado por todo lado e um simples banco de madeira quebrado.

Havia uma cerca de madeira frágil que separava o “parque” da rua, e percebi uma garota ruiva, com cerca de uns 11 anos, olhos esverdeados e sardas no rosto, espiando por um buraco na cerca.

Podia ouvir claramente um som de madeira colidindo com madeira, definitivamente meu irmão estava treinando ainda.

Quando vi aquela garota, fiquei curioso e a chamei.

— Ei...

Mas ela logo se virou rapidamente com o dedo indicador na frente de sua boca e uma cara assustada.

— Shhhh!

Me assustei com aquilo, mas me aproximei o mais sorrateiramente possível.

Quando cheguei ao lado dela, perguntei bem baixo: — O que foi?

— Shh! Se falar alto, Leopold vai escultar.

Quando ouvi aquilo, não demorou para que percebesse o que estava acontecendo.

— Tá espionando ele?

— Err... espiar é uma palavra muito forte... — gaguejou.

— Se não é espiar então é o que?

Os sons da madeira continuavam durante a conversa.

— Que moleque chato! — reclamou. — Digamos que estou... monitorando! Isso, monitorando ele.

— Hmm, tem certeza que não gosta dele?

Quando ouviu isso, a garota se virou pra mim com uma expressão surpresa, além do rosto ter adquirido uma cor avermelhada.

Ela tentou dizer algo, mas apenas conseguiu balbuciar palavras incompreensíveis.

Após se recuperar da surpresa, adquiriu uma postura mais agressiva.

— O que você quer aqui afinal, pirralho? Não está tarde para uma criança andar por aí?

— Vim buscar meu irmão.

— Irmão?

Apontei para meu irmão dentro do “parque”, balançando sua espada de madeira contra a árvore morta.

— Qu-Quê?! Ele é seu... irmão? — A garota instantaneamente entrou em pânico, a acabei me aproveitando disso.

— Uhum, e se não quiser que eu conte pra ele, vai ter que me dar um presente! — chantageei com um sorriso travesso.

— Ora seu... acha mesmo que isso vai fun...

— Ei! Irmão... — comecei a me aproximar do “parque”.

Contudo, a garota me puxou e colocou a mão na minha boca.

— Tá bom, tá bom! Eu faço! — disse ela desesperada. — O que tu quer?

— Mmm. Hmm!

— Ah! — A garota tirou a mão dela de minha boca, esquecendo-se de que tinha colocado lá a princípio.

— Consegue uma espada igual do meu irmão? Gravetos não ajudam muito...

— Espada? Por acaso você também prática?

Balancei a cabeça afirmativamente.

— Mas não é muito novo? Além disso, uma espada, mesmo que seja de madeira, usaria todo a minha mesa...

— O que estão fazendo? — perguntou meu irmão atrás de nós, que finalmente havia nos percebido.

Vestia uma calça de couro e uma camisa branca, que estava toda enxarcada de suor. Tinha cabelos loiros médios e bagunçados devido ao treino, mas seus olhos eram laranjas. Era bem mais alto que eu e até da garota que deveria ter a mesma idade que ele, e apoiava sua espada de madeira no ombro.

— Ah, Lucy, algum problema? — perguntou meu irmão.

— Ela estava te espi...

— Passando por aqui quando ouvi você treinar — disse a garota enquanto me calava novamente com as mãos. — Achei que precisaria de algo, mas seu... irmão chegou!

— Ah, entendo... Já está quase na hora de jantar né? Vamos indo, Raymond. — Meu irmão estendeu sua mão e fui em sua direção, não antes de lançar um olhar para Lucy, que estava claramente frustrada pela minha chantagem.

Com isso, nós retornamos até nossa casa.

Contudo, meu irmão pegou um desvio e foi por umas ruas que eu não conhecia.

— Para onde estamos indo?

— Para a casa de uma amiga — respondeu. — Talvez ela nos dê alguns doces.

— Eba!

Alguns minutos depois, chegamos em uma pequena casa com uma senhora dentro e olhando a rua pela janela.

— Leopold — disse em uma voz doce. — Voltando tarde para casa de novo?

— Sabe como é, perco a noção do tempo quando treino.

A senhora olhou para mim e perguntou: — Quem é este? Seu irmão?

— Sim, o nome dele é Raymond. — Meu irmão se agachou ao meu lado e cochichou. — Se apresente, Raymond.

— É um prazer!

— O prazer é todo meu. Ah, um minuto. — A senhora deixou a janela por alguns segundos e voltou trazendo dois pequenos sacos brancos. — São doces feitos por mim e se chamam Krapfen, aceitem, por favor!

— Agradecido! — disse meu irmão enquanto aceitava o presente. — Agradeça a ela, Raymond.

— Obrigado!

— De nada! Sempre que estiverem perto podem vir aqui, há mais de onde estes vieram.

Depois disso, partimos novamente.

Pelo caminho, conversamos normalmente como sempre fizemos.

— A cada dia que passa tá demorando mais pra chegar em casa, não fica cansado?

— Meu mestre disse que meu poder mágico tá crescendo, e por isso consigo me exercitar por mais tempo, saca só! — Meu irmão mostrou as mãos que estavam arranhadas por segurar tanto o cabo da espada e as curou lentamente. Um leve brilho dourado surgiu e curou totalmente qualquer machucado.

— Uau! Queria saber fazer isso... — disse enquanto escondia minhas mãos.

— Para curar as suas por também treinar muito? — perguntou meu irmão enquanto abria o saco de doces, retirava uma espécie de bolinho redondo e coberto com uma camada de açúcar, e comia.

— Quê?! Co-Como sabe?!

Haha! Já vi você treinado no meu lugar durante a tarde, no horário que geralmente ainda estou com meu mestre.

— Mas... não conta pra mãe, tá?

— Claro, irmãozinho — disse ele enquanto me acariciava com as mãos sujas de açúcar, deixando um pouco de pó branco no meu cabelo. — Eu posso te ensinar algumas coisas também.

— Jura? — perguntei animadamente.

— Claro! Quem sabe você não me supera e se torna um cavaleiro antes que eu? — Meu irmão sorriu com a boca suja com açúcar.

— Eba!

Seguimos animadamente pelo caminho enquanto comíamos os doces rapidamente antes de chegar em casa. Nossa mãe sempre brigava quando comíamos doces antes das refeições, portanto ao invés de obedecê-la, decidimos comer tudo antes que ela descobrisse.

Como estávamos conversando bastante, não percebemos que estávamos sendo seguidos.

— Com licença crianças, mas não é tarde para estarem na rua? Está quase anoitecendo... — perguntou um homem estranho com capuz e roupas discretas enquanto segurava a mim e meu irmão. O tom de voz que usou era suspeito e carregado de malícia, e me fez sentir calafrios só de ouvir.

— Não precisa se preocupar, nossa casa está perto — mentiu meu irmão.

Contudo o homem percebeu a mentira.

— Não se assuste, posso levá-los para sua casa se quiser. — O homem olhava para os lados o tempo todo.

— Não precisa. — Meu irmão tentou se soltar, mas o homem, percebendo que a rua estava totalmente deserta, atacou-o na cabeça e fez ele desmaiar.

— IR... — Tentei gritar, mas o homem fez o mesmo comigo e desmaiei.

Quando acordei, estava em um pequeno quarto escuro. Meu irmão já havia acordado, e estava procurando por um jeito de sair.

— Irmão...? — perguntei sentindo uma tontura.

— Ah, que bom que acordou — disse enquanto se aproximava de mim. — Sente dor?

— Um pouco...

— Ah... ainda não consigo curar outras pessoas muito bem... Não era nem para você sentir dor...

Me levantei devagar e olhei ao redor, me deparando com uma pequena cama, um balde com cheiro de fezes, e uma porta de madeira maciça e fortalecida com metal.

— Onde... estamos?

— Não sei... mas estou procurando um jeito de sair. Tente me ajudar, veja se encontra algum lugar que pareça mais frágil. — Meu irmão voltou a procurar pelo quarto.

Segui o exemplo dele e comecei a procurar ao redor, entretanto não fui capaz de fazer muito devido à tontura.

Eventualmente, desisti e cai no chão, olhando para o teto sem esperanças.

— Se-Será que alguém vai nos achar? — perguntei enquanto tentava segurar minhas lágrimas.

— Não se preocupe! Com certeza vamos sair daqui! — Meu irmão tentou me acalmar. — Meu mestre vai perceber que desapareci e vai nos achar!

Continuei a olhar para o teto, com o espírito um pouco melhor, quando percebi uma rachadura nele.

— Irmão... Olha! — disse apontando para o teto.

Meu irmão viu a rachadura e um sorriso surgiu em seu rosto.

— Boa, Raymond! Vamos tentar quebrar o teto.

— Mas como? É muito alto.

Sem dizer nada, meu irmão simplesmente me levantou e me colocou nos ombros dele.

— Tenta usar magia de raio! — disse meu irmão.

— Como você...

— Eu vi você treinando magia em segredo. Você parece ser melhor com magias de Combate do que eu, portanto tente quebrar o teto!

— Tá bom...

Ergui minha mão em direção à rachadura e faíscas de eletricidade atingiram o teto, não resultando em nada além de fazer pó cair.

— Não consigo... Não sou tão forte...

— Você ainda está abalado por causa do golpe, tente de novo!

Seguindo as palavras de encorajamento dele, fiz faíscas novamente atingirem o teto, dessa vez abrindo um pouco mais a fenda e fazendo um pequeno feixe de luz passar por ela.

— Mais uma vez! — disse meu irmão animado.

Sentindo-me extasiado por estar dando certo, usei todas as minhas forças e lancei raios ainda mais fortes, quebrando parte do teto e causando um barulho alto.

Parte do teto desabou em nós, mas logo nos levantamos sem nenhum ferimento.

— Viu? Eu sabia que você conseguia!

— Va-valeu!

Meu irmão estendeu o punho em minha direção e eu a toquei com meu punho também fechado.

— Agora vamos embora!

Nós escalamos o teto e nos deparamos com o que parecia ser uma adega, com vários barris de vinho por todo o lado. Parecia um lugar normal, contudo havia algo de incomum: pequenas pedras roxas escondidas atrás de alguns barris, que mais tarde eu saberia serem pedras de Conjuração.

O local era fracamente iluminado com pedras de Alteração, então provavelmente ainda estávamos no subsolo.

Havia apenas um caminho a seguir, mas antes que pudéssemos fugir, pessoas estranhas vestindo roupas parecidas com o homem que nos sequestrou apareceram.

— Eles fugiram!

— Peguem-nos!

Os homens correram em nossa direção, com espadas na mão.

— Raymond, fique atrás de mim! — gritou meu irmão.

Leopold se colocou na minha frente e estendeu os dois braços para frente, criando um pequeno escudo dourado que nos envolveu.

Os homens tentaram quebrar o escudo com suas espadas, entretanto sem sucesso.

— Incrível! Eles nem conseguem quebrar seu escudo!

Assim que eu disse isso, os homens começaram a rir, como se tivessem acabado de ouvir uma piada.

Haha! O pirralho realmente sabe usar magia! — comemorou um deles.

— Peguem logo ele! — gritou outro. — Alguém pode ter ouvido o som deles fugindo!

Os homens então ergueram suas mãos e várias magias diferentes — exceto fogo — atingiram o escudo do meu irmão, que não resistiu e quebrou, ferindo nós dois.

Caímos juntos sentindo uma dor intensa, mas quem mais sofreu foi meu irmão por ter ficado na frente.

— IDIOTAS! — ralhou um dos homens. — Não matem eles!

— Irmão... — tentei me arrastar na direção do meu irmão, mas estava muito fraco.

Leopold virou o rosto na minha direção, ainda caído, conforme os homens se aproximavam para nos prender novamente. Devido às magias, um dos barris de vinho rachou e começou a vazar.

Foi quando percebi um olhar de determinação e tristeza em meu irmão.

— Raymond... me... desculpe...

Ao dizer isso, Leopold levantou sua mão em direção ao barril rachado e disparou uma pequena bola de fogo, que imediatamente fez o barril queimar intensamente.

Em apenas alguns segundos, o lugar todo ardeu intensamente, com fumaça sufocando todos que estavam ali dentro e o fogo queimando os homens.

E é claro, eu e meu irmão estávamos no meio disso.

Leopold ergueu a mão em minha direção conforme brilhava em dourado, e um escudo surgiu ao meu redor, me protegendo da fumaça e das chamas.

— Cuide da mamãe por mim...

Essas foram suas palavras finais.

— IRMÃO! NÃÃO! — gritei desesperadamente tentando me aproximar dele, mas não tinha forças para me mover, muito menos quebrar aquele escudo.

Leopold tinha um olhar determinado, como o de alguém que não se arrependia de nada, mesmo que estivesse morrendo tão jovem.

O fogo aos poucos consumiu meu irmão, queimando suas roupas, pele e osso. Vi meu irmão definhar bem diante de meus olhos, até que a fumaça se tornou tão densa que não pude ver mais nada.

O escudo resistiu por algum tempo, mas logo se quebrou e acabei desmaiando por causa da fumaça.

Quando abri meus olhos novamente, me deparei com um teto desconhecido. Meus pulmões doíam como o inferno conforme respirava, o que provou que eu havia sobrevivido.

Senti algo tocando minha mão e, quando me virei, percebi minha mãe sentada ao meu lado, com olheiras profundas e um olhar de preocupação. Seus cabelos loiros estavam bagunçados, demonstrando que não descansava a um bom tempo.

— Mãe... — sussurrei com a voz extremamente rouca.

— Raymond! — Minha mãe instantaneamente se virou e me abraçou, soluçando intensamente.

— O que... aconteceu? Cadê o Leopold?

Minha mãe se afastou de mim, ainda chorando e com uma expressão conflitada.

— Seu irmão... ele...

— Morreu para que você vivesse — interrompeu uma voz masculina grossa.

Um homem alto de cabelos escuros curtos, olhos pretos e vestindo a roupa dos cavaleiros de Fordurn se aproximou. Era o mestre do meu irmão.

— Não... Não pode ser... — Ao ouvir aquilo, por mais que soubesse da verdade, comecei a chorar novamente.

Não queria acreditar no que meus olhos viram, preferia que tudo fosse apenas um pesadelo e que algo diferente havia acontecido, mas o passado não pode ser mudado...

— Garoto, sei que é uma notícia triste — disse o homem. Seu tom de voz era duro, mas pude perceber um leve toque de pesar nele. — Mas preciso que me conte o que aconteceu. Aliás, chamo-me Felix.

Com muita dificuldade, expliquei tudo que havia ocorrido. O homem ouviu tudo atentamente, fez várias perguntas e, quando terminei, se desculpou comigo por não poder ter salvado meu irmão e partiu.

Fiquei vários dias em recuperação, e nesse meio tempo tomei uma decisão: Me tornaria um cavaleiro de Fordurn e protegeria todos de criminosos como aqueles, para que o que aconteceu comigo não se repetissem com outros.

Pedi para Felix também me treinasse, mas a culpa de ter falhado em proteger Leopold o impediu de me aceitar, por isso acabei treinando com outra pessoa.

Treinei duro, e aos 10 anos me tornei um escudeiro, o mais jovem do reino a conseguir isso.

Com 16, me tornei oficialmente um cavaleiro, aprendi sobre as Seitas e recebi a informação de que aquilo que aconteceu comigo e meu irmão foi parte de uma delas, que ouviu sobre os feitos de Leopold e tentaram capturá-lo.

Para piorar, o lugar que nos esconderam era no porão da taverna favorita dos cavaleiros de Fordurn, já que estava logo ao lado dos quarteis... Ninguém suspeitou que estaríamos ali, já que não imaginaram que algo tão ousado aconteceria... Cometer um crime literalmente embaixo de seus narizes.

Com meu poder, ajudei todos que podia, recebendo várias promoções rapidamente, até que o rei me designou para uma tarefa importante e secreta: proteger Luna.

A princípio achei loucura proteger um anjo, contudo logo percebi que ela não era diferente de nenhuma pessoa e de fato precisava de proteção...

 

***

 

Shiina ouvia tudo com atenção e sem interromper, até que Raymond finalmente se calou.

— Então é por isso que pediu que te chamássemos de Leopold...

A assassina permaneceu pensativa por um tempo, até que percebeu algo.

— Você por acaso... vê Luna como sua irmã mais nova?

— Ah... eu... — Raymond ficou levemente envergonhado. — Acho que sim...

— Então tudo faz sentido! Sempre achei que você tinha uma queda por ela, mas pelo visto eu estava enganada.

Subitamente, o elevador finalmente parou e os três se depararam com uma sala larga e com vários móveis destruídos, assim como alguns livros rasgados ou queimados pelo chão.

— Vamos procurar um jeito de achar aqueles dois — disse Aegreon.

Shiina e Raymond começaram a procurar por algum mapa enquanto conversavam.

— Mas sabe — começou a assassina. — Luna está ficando cada vez mais forte e logo te passará...

— Mesmo que ela fique mais forte que eu, ainda a protegerei — disse o guarda-costas convicto.

Ao ouvir isso, Shiina soltou uma leve risada.

— É, típico do que um irmão mais velho diria.

Conforme procuravam, começaram a ouvir passos de um dos corredores, quando Sariel e Luna surgiram dele.

— Olha eles ali! — gritou Shiina conforme se aproximava.


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