O Primeiro Serafim Brasileira

Autor(a): Anosk


Volume 1

Capítulo 43: Templo Svarga

De volta ao local onde a cerimonia estava se realizando, havia dezenas de guardas tentando descer a fenda e recuperar as pedras perdidas na grande fenda.

— Ei! Conseguiu achar algo? — perguntou um guarda, gritando para a grande fenda que abriu bem na frente do templo Svarga.

— Só algumas que ficaram presas nas paredes, mas todo o resto está perdido — ecoou uma voz centenas de metros abaixo.

— Tsc! Por que isso foi acontecer logo hoje? — praguejou o guarda. — Pelo menos temos algumas pedras reservas guardadas.

— E o que faremos quanto ao local do ritual? — perguntou o sábio que realizava o ritual de conversão. — Vamos ter que trocar.

— Faremos isso longe daqui, não podemos deixar ninguém saber o que tem dentro do templo Svarga.

Enquanto toda essa discussão acontecia, 6 pessoas caminhavam em meio de dezenas de guardas e monges tranquilamente, mesmo que não deveriam estar ali.

O único que demonstrava nervosismo era Ashoka, que temia fazer qualquer som ou ser visto, e mantinha os olhos fixamente no círculo ao redor de Sariel.

— Aparentemente, aquilo que buscamos está dentro do templo — disse o viajante. — Vamos entrar.

Passando pelas pessoas com cuidado, o grupo se dirigiu à entrada do templo e se depararam com um grande portão de pedra, tão larga quanto as ruas principais de Krimisha.

Quando entraram, viram-se diante de um longo corredor fracamente iluminado por algumas pedras de Alteração, revelando várias artes de criaturas bizarras semelhantes a humanos misturados com animais — e até mesmo uma mistura de dois animais humanoides completamente diferentes.  Estátuas similares às pinturas também eram bem predominantes.

Após algum tempo, chegaram em uma sala circular com 8 corredores diferentes levando a outros lugares, e transitando por ele havia várias pessoas vestindo mantos com escuros, e escondiam parcialmente seus rostos com um capuz. Parecia que teriam de depender da sorte para encontrar o caminho certo, mas havia uma energia desagradável no ar vindo de todo corredor.

— Luna, em qual desses corredores consegue sentir o elemento Conjuração com mais intensidade?

A princesa se concentrou por alguns segundos quando apontou para o corredor ao noroeste e disse: — Definitivamente ali.

— Guie-nos.

Seguindo a direção apontada, o grupo seguiu pelo corredor que era bem similar ao primeiro que acabaram de passar.

— Que pinturas são essas? — perguntou Luna. — Essas coisas existem?

— Não até onde sei — respondeu Sariel.

O grupo caminhou por vários minutos o longo corredor cheio das mesmas pinturas estranhas da entrada. O movimento era ainda maior ali, com dezenas de pessoas transitando constantemente.

Essas pessoas saiam e entravam por vários corredores secundários conectados ao corredor principal, e traziam consigo várias pedras de Conjuração consigo.

— Hmm, tem bastante sacerdotes aqui — comentou Sariel. — Vou reduzir o círculo, portanto fiquem mais próximos.

Quando disse isso, o círculo que demarcava a área da magia reduziu até 2 metros de raio.

Ashoka ficou acanhado de que aquelas pessoas os percebessem, mas eles de fato não os viam, na verdade até tinham que tomar cuidado para que não esbarrassem sem querer com eles.

— Por acaso não conhecem o conceito de banho? — reclamou Shiina tapando o nariz. — Um gambá é mais cheiroso que eles.

— Diz isso sendo que seu cheiro agora não é lá muito agradável — provocou Sariel.

— Eu já estaria relaxando em uma banheira nesse exato momento se não fosse por esses desgraçados — irritou-se a assassina. — Você pelo menos pode usar magia Água e lidar com isso sozinho.

— Mas não sinto nenhum cheiro vindo de você — disse Raymond.

— Ah... é que... — envergonhou-se Shiina.

— Ela está usando magia de Ilusão para disfarçar seu cheiro para você — riu Sariel. — Pena que todos aqui além de você são poderosos o suficiente para resistirem a essa ilusão.

— Ca-Cala a boca!

Sariel e Raymond não se contiveram e acabaram rindo de Shiina, o que deixou Ashoka um pouco mais relaxado já que ambos estavam ignorando completamente o perigo ao redor e conversavam normalmente.

O grupo continuou seguindo pelo longo corredor até que o fluxo de pessoas reduziu aos poucos, com meia dúzia de sacerdotes atravessando os corredores.

Eventualmente, após caminhar por um longo tempo, chegaram tão longe no corredor que mais ninguém transitava por ali, e Luna parou subitamente com uma expressão alerta.

— Consigo sentir 3 auras poderosas à frente — disse ela.

— Quais os elementos deles?

— Todos são de Conjuração.

— Então creio que encontramos o líder, vamos!

Se apressando, todos caminharam rapidamente e o corredor finalmente se abriu em um grande espaço circular. A área era até maior que a pirâmide de K’ak’, e não havia teto, permitindo que a luz da lua iluminasse naturalmente o interior.

Diferente dos corredores, as pedras que formavam aquela sala não eram esculpidas e lisas. Além disso, o local possuía grandes pedras de Conjuração com formato cilíndrico e com cerca de 2 metros de altura, além de outros metais escuros estranhos posicionados de maneira circular no chão ao redor de toda a sala.

Aquele local poderia facilmente ser confundido com um local de obras e que algo estava sendo construído se não fosse por um certo trono na outra extremidade daquela sala.

E flutuando neste trono havia uma figura: Era um homem alto, careca e mantinha os olhos fechados. Vestia roupas douradas e tinha exposto seu peitoral magro e com aparência ressecada. Sua pele era enrugada, contorcida, cheia de cicatrizes e pálida como se nunca tivesse sido tocada pela luz do sol.

Porém, havia algo bizarro nele: possuía 6 braços e 6 pernas, e a pele de sua cabeça se esticava anormalmente para cima, formando uma espécie de coroa de pele endurecida e ressecada cujas pontas tinham um tom de sangue. Seus membros também possuíam uma cor diferente do resto do corpo, tornando-se amareladas a partir da metade e com unhas e dedos avermelhados.

Toda pele em seu corpo crescia anormalmente e se endurecia, formando placas similares a uma armadura.

À sua esquerda, havia uma mulher com um longo vestido vermelho e cabelos escuros, e no lado direito havia um homem com o manto escuro, longos cabelos loiros e olhos afiados e verdes.

— Já temos quase almas o suficiente para construir o portal — disse o homem com manto em uma voz grave. — Foi uma infelicidade o terremoto, mas amanhã mesmo poderemos iniciar sua confecção.

— Depois de anos finalmente mostraremos a glória e bondade de Shiva ao mundo! — disse a mulher em uma voz esperançosa. — Kura será esquecida e abandonada assim como ela fez conosco!

Assim que viu o próprio filho, Ashoka ficou visivelmente nervoso.

— Aqueles são Sharaad e Bhavna? — perguntou Sariel.

— Sim, somos nós — respondeu Sharaad com uma voz estrondosa do outro lado da sala. — Por que não desfazem essa ilusão e se apresentam apropriadamente?


Meu pix para caso queiram me ajudar com uma doação de qualquer valor: 6126634e-9ca5-40e2-8905-95a407f2309a

Servidor do Discordhttps://discord.gg/3pU6s4tfT6



Comentários