O Primeiro Serafim Brasileira

Autor(a): Anosk


Volume 1

Capítulo 31: O Pilar do Raio

Luna tentava observar e entender o que pudesse daquele combate, mas a única coisa que era capaz de deduzir era que ambos estavam usando o primeiro método de manipulação de magia que Sariel havia dito, onde o usuário canaliza o próprio poder.

Mesmo assim, vê-los cercados por raios e gelo, duelando com suas armas e ainda atirando suas magias um contra o outro tudo ao mesmo tempo, tornava impossível acreditar que alguém seria capaz de tanta coordenação e concentração.

Sariel refletia todos os golpes da espada longa de Indra e, se aproveitando do fato de sua glaive ter duas lâminas, contra-atacava rapidamente, dando pouquíssimo tempo para que o Pilar do Raio continuasse com qualquer investida.

Além disso, suas estacas voavam na direção de seu oponente com precisão e velocidade, mas eram logo destruídas pelos raios que o rodeavam.

Neste ponto, o combate havia escalado numa maneira que forçou o grupo a se afastar para não serem pegos no fogo cruzado.

Dessa vez, quem estava sendo pressionado era Indra, que se tornava cada vez mais incomodado por não ser capaz de derrotar Sariel facilmente.

Na verdade, nem mesmo conseguia tocar o viajante. Seus ataques eram todos refletidos com destreza.

Conforme o combate prosseguia, as nuvens escuras brilhavam e trovões gritavam furiosamente, como se estivessem diretamente conectados à impaciência do Pilar do Raio.

E de fato estavam.

Subitamente, um relâmpago poderoso caiu na direção do viajante, que desviou por muito pouco do ataque, vendo, no local que esteve um segundo antes, chamuscado e com uma pequena cratera.

Após esse primeiro raio, dezenas de outros começaram a cair em conjunto e todos mirando em Sariel.

Indra, aproveitando da pressão que seu oponente estava sofrendo, intensificou seus ataques com a espada e começou a lançar vários ataques mágicos contra ele.

Percebendo que não seria capaz de lidar com tudo ao mesmo tempo, o viajante decidiu intensificar sua ofensiva também.

Em resposta ao comando dele, a temperatura caiu mais ainda e, o que antes era uma leve nevasca, se tornou em uma intensa rajada de gelo.

Apesar disso, diferente dos relâmpagos de Indra, a neve era algo que demorava mais para se acumular, portanto não era o suficiente para protegê-lo.

Alguns dos raios, além dos ataques de Indra, começaram a atingi-lo, embora superficialmente.

— Há! Parece que não está conseguindo acompanhar! — Indra começou a se sentir mais confiante. — Não me feriu ainda, e quanto a você?

Sariel sorriu perante essa provocação e seu corpo passou a brilhar com uma luz dourada.

Seus ferimentos se fecharam instantaneamente e, por mais que fosse atingido mais vezes, sua cura superava a velocidade com que ferido.

Indra tentava com todas as suas habilidades causar um dano pesado, mas Sariel sabia defletir os ataques mais pesados e permitia apenas que os ataques leves o tocassem.

— Maldito! Por que você não morre? — gritou o Pilar do Raio.

— Magia de Proteção, meu caro! Ela cura qualquer ferimento em um piscar de olhos!

Indra se tornava mais impaciente e sua aura assassina terrível faziam Raymond, Shiina e Luna tremerem e se encolherem.

Conforme mais o tempo passado, a nevasca se tornou intensa o suficiente para dificultar bastante a visão.

Obedecendo à vontade do viajante, a nevasca começou a se condensar no ar e formar dezenas de estacas de gelo maiores.

Com tantas estacas, Sariel as usava contra Indra, além de usar o gelo para formar escudos que bloqueavam os relâmpagos.

Foi então que dragões de gelo no formato de serpentes começaram a surgir em pleno ar, tão grandes quanto algumas árvores, e voaram na direção de Indra, buscando abocanhá-lo

O Pilar do Raio respondeu da mesma maneira, e águias igualmente grandes de eletricidade surgiram das nuvens e voavam contra os dragões.

Uma batalha secundária se iniciou. As estacas e dragões de gelo avançavam contra os relâmpagos e águias elétricas, chocando-se violentamente e causando pequenas explosões em pleno ar.

Naquele ponto, as árvores e o chão já estavam completamente brancos e congelados, e a visibilidade não permitia que ninguém enxergasse nada em uma distância de alguns metros.

Contudo, isso não era um problema para Indra, pois seus sentidos aguçados eram capazes de detectar qualquer ataque iminente em na proximidade, tornando fácil prever os movimentos de seu oponente.

— Tentando se esconder é? Eu posso sentir suas intenções! Não vai conseguir escapar!

Indra estava confiante de que, apesar da situação, ainda não estava em desvantagem, pois a habilidade de sentir as emoções do inimigo lhe permitia encontrá-lo com facilidade.

Essa era um segredo que poucos conheciam, mas as emoções de alguém eram refletidas em sua magia, como se os sentimentos da pessoa interagissem com a magia no ambiente.

Por isso, se Sariel, com uma grande ira, tentasse atacá-lo, seus exatos movimentos poderiam ser sentidos.

Portanto, Indra não estava preparado quando Sariel subitamente se moveu atrás dele e, sem nenhuma aura hostil ou nem mesmo um sentimento, atacou mirando suas costas.

Indra se abaixou por reflexo e desviou por pouco do golpe, com sua máscara recebendo um corte superficial.

O Pilar do Raio, ainda surpreso, achou que havia se distraído por um breve segundo, permitindo que o viajante se aproximasse.

Contudo logo percebeu que estava errado.

Indra tentou contra-atacar, mas Sariel refletiu seu golpe e lançou uma sucessão de golpes com sua glaive, combinados com várias magias de gelo.

Aquilo fez o Pilar do Raio gelar. Ele não era capaz de sentir nenhuma emoção naqueles golpes. Não havia raiva, indignação, adrenalina e nem mesmo o prazer de lutar uma batalha difícil.

Era como se estivesse lutando contra um fantasma, um cadáver que não tinha sentimento nenhum e apenas estava tentando matá-lo por matar.

Por um breve momento, a figura de Sariel pareceu trocar para a de um homem alto vestindo um quimono preto, com cabelos cinzas que iam até a cintura.

Sua pose de batalha era impecável, e seus olhos não tinham nenhum sentimento.

Aquela figura avançou contra ele e lançou vários cortas com uma lança.

Então, no momento seguinte, aquela figura mudou para a do viajante, prestes a acertá-lo.

Indra tentou desviar, mas foi atingido várias vezes.

Os dentes gelados de um dos dragões de gelo cravaram em seu braço esquerdo, uma estaca atravessou seu estômago e a glaive do viajante perfurou seu pulmão direito, errando por pouco o coração.

O Pilar do Raio se desesperou e, em uma tentativa de se libertar, levantou sua espada em direção aos céus e uma coluna de eletricidade caiu bem onde estava.

Sariel saltou para trás bem na hora, e Indra saiu imune daquele ataque, mesmo que sua magia tivesse criado uma cratera de alguns metros no chão.

O viajante esperou pela reação de Indra. Percebia que seu inimigo estava se descontrolando, pois os relâmpagos que o rodeavam estavam furiosos.

Contudo o Pilar do Raio ainda era um membro do Conselho. Ele não perderia a calma tão facilmente, caso contrário teria morrido durante a guerra contra os anjos.

Apalpou suas roupas, retirou uma pedra de Proteção e a pressionou, fazendo com que a pedra se tornasse uma luz dourada que fechou seus ferimentos.

Depois, Indra olhou para Sariel em um misto de raiva, entusiasmo e indignação. Estava claro que o viajante era capaz de esconder os próprios sentimentos da mesma maneira que seu rival, Feng Ping, por isso era uma questão de honra derrotá-lo.

Com a espada apontando para o céu, inúmeros relâmpagos foram atraídos em sua direção, permanecendo nele e na sua espada.

Era como se Kura, acima das nuvens, estivesse usando os raios como fios que conectavam a uma marionete e controlando-o.

Estava mais que claro, Indra estava usando todo seu poder e iria lutar com força total.

Tudo em uma área de um quilômetro era totalmente castigado por relâmpagos, abrindo grandes crateras e iniciando incêndios que logo eram apagados pela neve.

O som era absolutamente insuportável. Os trovões eram ensurdecedores e constantes, com se inúmeros meteoros castigassem a terra, e o uivar do vento era equivalente a estar no centro de um poderoso furacão.

O resto do grupo já havia se afastado algumas centenas de metros, e o único capaz de entender brevemente o que acontecia era Aegreon.

Aquela luta não era mais entre dois homens, e sim, entre a encarnação do gelo e a encarnação do raio.

 

***

 

Em uma região afastada, havia uma vila que sofria as consequências daquele embate.

A neve se acumulava na grama e telhados, e alguns relâmpagos caiam ao redor.

Contudo o mais impressionante podia ser visto quilômetros dali. Nuvens negras como a morte e carregadas de raios condensavam-se em um ponto e castigavam a região.

Alguns curiosos permaneciam fora de suas casas enquanto observavam aquilo, mas outros olhavam pelas janelas, temendo que algum relâmpago os atingisse.

— O que será que está acontecendo? — perguntou Uriel, observando as nuvens negras.

— Não sei... Será que tem a ver com o Pilar do Raio? Ele esteve aqui logo depois que aqueles viajantes partiram — respondeu Brian.

— Talvez... É melhor orientar todos a ficarem dentro, ele deve estar enfrentando algo pior que aquele exército de mortos-vivos.

— Tem razão...


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