O Primeiro Serafim Brasileira

Autor(a): Anosk


Volume 1

Capítulo 30: Duelo

— Sariel, huh? — disse Indra em um tom estranho. — Vejamos por quanto tempo sobreviverá.

— Você não é o cara que sempre desafiou Feng Ping e perdeu todas as batalhas? Não acha que está confiante demais? — provocou Sariel.

Tsc, tem uma língua afiada demais para alguém que está próximo de morrer. — Seu tom de voz se tornou levemente irritado. — Vejamos se consegue sequer me ferir, pode me atacar primeiro! — disse enquanto abria os braços, mostrando seu corpo totalmente vulnerável a um ataque.

— Geralmente o mais fraco ganha a iniciativa em uma luta, certo? Por que você não ataca primeiro?

— Seu... — A voz de Indra se tornou ainda mais irritada. — Já que deseja morrer tanto, então atenderei seus desejos!

Ao dizer isso, o Pilar do Raio se moveu como um relâmpago, fazendo jus ao seu nome, e em um piscar de olhos já estava próximo e desferindo um corte horizontal.

Shiina, Raymond e Luna nem foram capazes de notar a movimentação do Pilar. Na verdade, ele parecia ter se movido ainda mais rápido que Aegreon e Sariel quando lutaram na arena de K’ak’.

A lâmina negra de Indra estava prestes a atingir Sariel, quando o viajante, em um movimento igualmente veloz, parou o golpe com sua própria espada.

Com este choque, o Pilar do Raio surpreendeu-se e demorou-se meio segundo antes de retrair sua arma e tentar perfurar o viajante.

Dessa vez, Sariel desviou para o lado e a espada longa perfurou o ar. Contudo, dessa vez Indra não deu tempo a ele e o chutou, atingindo os braços do viajante que conseguiu reagir a tempo.

O chute causou um som seco e alto, e Sariel foi empurrado alguns metros pela força do golpe.

— Impressionante, você realmente é rápido como dizem — comentou Sariel.

Hunf! Parece que te subestimei... Neste caso. — Fios de eletricidade violeta correram pelo corpo e pela lâmina de Indra. — Vamos ver se consegue lidar com isso!

Com uma velocidade absurda, o Pilar do Raio avançou novamente na direção de Sariel como um vulto violeta e furioso. Sua lâmina brilhava intensamente como se relâmpagos estivessem presos nela e buscavam por qualquer ser vivo para destruir.

Com um golpe diagonal ascendente, uma miragem violeta mirou o corpo do viajante e cortou em sua direção. Por um momento, parecia que aquele golpe o atingiria, mas ele reagiu a tempo e parou o golpe novamente com a espada.

A arma de Sariel estava completamente coberta em magia, assim como a lâmina de Indra. A espada estava completamente coberta em um gelo, tão resistente e afiado que seria capaz de cortar qualquer aço como se fosse papel.

Neste momento, o que se sucedeu apenas pode ser descrito como uma maravilha.

O Pilar do Raio e o viajante trocavam golpes em uma velocidade invisível aos olhos de Luna, sendo que a única prova de suas existências eram partículas violetas e azuis sendo liberadas toda vez que as duas lâminas se chocavam, criando um espetáculo semelhante a fogos de artificio.

O embate continuou por vários segundos, e parecia que ambos os lados estavam no mesmo patamar, mas não para os olhos de Aegreon.

A cada golpe, a lâmina de Sariel se tornava mais quebradiça e várias rachaduras se formavam na superfície, enquanto a arma de Indra permanecia normal.

O Pilar do Raio percebeu isso e aumentou ainda mais os golpes. Era de se esperar que a arma do viajante não resistisse a tanto poder, já sua espada longa havia sido forjada por ele mesmo, com o mais resistente metal e banhado em todo seu poder destrutivo de Raio, enquanto a arma de seu oponente era feita de aço simples.

Você de fato é um cara interessante! — disse ele com confiança em sua voz. — Contudo, isso acaba aqui!

Colocando ainda mais força e banhando sua arma em mais relâmpagos, Indra golpeou mirando a lâmina de Sariel ao invés dele e, como era de se esperar, ela não resistiu e se partiu.

O Pilar do Raio tentou atingi-lo logo no momento seguinte, mas o viajante conseguiu desviar e se afastar.

Confiante de sua vitória, Indra permaneceu no mesmo lugar.

— É uma pena que não tem uma arma apropriada... Não que isso resolveria, você morreria do mesmo jeito — disse enquanto admirava a própria arma. — Para alguém confiante como você, esperava que pelo menos fosse o suficiente para me divertir.

Sariel, entretanto, não demonstrava abalo ou nervosismo nenhum.

Hunf, parece que terei de lutar um pouco mais sério... — disse ele enquanto levantava a mão direita com a palma aberta apontada para onde o grupo estava.

Vendo aquilo, Aegreon achou que ele tentaria fazer algo contra Luna, mas logo percebeu que a mão do viajante estava brilhando em marrom. Olhando para trás, percebeu um objeto comprido e coberto em um pano no cavalo de Sariel, e ele também brilhava com a mesma cor e tremia, como se estivesse sendo chamado.

Indra, de alguma maneira, sentiu algo dizer-lhe que deveria terminar aquele duelo o mais rápido possível, por isso ele avançou novamente e tentou matar Sariel, que estava com a guarda aberta.

Foi então, que aquele objeto no cavalo do viajante voou para sua mão como se fosse um imã e, com ele ainda enrolado, usou-o para bloquear o ataque do Pilar do Raio.

Contra todas as expectativas de Indra, o objeto — que ainda estava enrolado no pano — resistiu ao golpe. Ele tentou atacar novamente, mas uma explosão súbita — um vento forte e gelado — o empurrou para longe.

Da mesma maneira que havia ocorrido com Luna mais cedo, uma nevasca forte girava ao redor do viajante, com várias estacas do tamanho da espada longa do Pilar do Raio e igualmente afiadas voando ao redor dele.

Porém, a surpresa maior estava no objeto que estava nas mãos de Sariel. Como se não temesse um contra-ataque, o viajante removeu o pano, revelando uma outra arma, tão bela que parecida ter sido feito pela própria Deusa Kura.

Se tratava de uma glaive com duas lâminas em cada extremidade e com cerca de 2,5 metros de comprimento. A arma toda parecia feita de prata, que reluzia intensamente com o brilho do sol, e várias pedras azul-claro estavam encrustados no metal. As lâminas eram igualmente encantadoras, com o formato de uma seta e com um brilho prata tão belo que pareciam ter sidos feitos de um pedaço da lua.

Aquela arma era tão maravilhosa que a arma de Indra parecia feito por uma criança perto dela. Todos olharam perplexos para a glaive com admiração e hipnotizados. Que bela arma ela aquela! Não era à toa que aqueles guardas em K'ak' roubaram essa arma de Sariel.

Aproveitando-se dos olhares de sua “plateia”, Sariel girou a glaive e fez malabares com ela, exibindo-se descaradamente.

Sua aparência havia subitamente se tornado como a de um rei, e uma expressão confiante estava estampada em seu rosto.

Olhando para aquela cena, Indra assumiu uma postura ainda mais séria. O Pilar do Raio não disse nada, apenas aguardou pelo movimento de seu oponente com atenção e se preparando para o próximo golpe, sabendo que aquela batalha seria muito mais difícil que esperava.

Seu corpo se cobriu inteiramente em raios violetas e um círculo de relâmpagos se formou ao seu redor e acompanhando sua postura, nuvens pesadas e negras começaram a se formar, cobrindo o sol e escurecendo o local e acompanhados de sons de relâmpagos.

E em resposta ao som estrondoso dos trovões, que seriam capazes de pressionar qualquer pessoa, um vento forte e frio soprou fortemente, e a temperatura caiu drasticamente ao ponto de nuvens brancas escaparem das bocas de todos os presentes conforme respiravam.

Sariel observou Indra com seus belos e frios olhos azuis como gelo. Seus cabelos e roupas balançavam elegantemente com o vento da própria magia, e neve se formava sob seus pés conforme caminhava.

Após um breve momento de tensão — que pareceu durar muito mais — o viajante e o Pilar do Raio avançaram um contra o outro com uma velocidade ainda superior, e duas forças da natureza se chocaram em uma batalha arrebatadora.


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