Volume 2 – Arco 6
Capítulo 156: Vermelho, Azul e Roxo
❂CONTEÚDO ERÓTICO NO CAPÍTULO❂
As costas pressionadas contra a parede a deixavam presa entre duas estruturas sólidas: a própria parede e o peitoral de Raizel, que amassava seus seios e amaldiçoava a presença das roupas que impediam o contato direto.
As línguas, como inseparáveis, faziam de suas bocas o palco ideal de um baile eufórico e frenético, que apenas chegou ao fim do espetáculo quando a garota se viu sem qualquer traço de ar em seus pulmões.
— Ah… Ah… — ofegava com calor. Os lábios molhados. A saliva no lugar do batom; mas, assim como seu corpo, ela estava sem espaço para pensar direito. — Aqui… é perigoso, Rai.
A resposta do rapaz — na contramão do aviso dado — veio com o subir da língua dele pelo seu pescoço, deixando um rastro de saliva que fez Petra se arrepiar com a mesma intensidade da mão que puxou a perna esquerda dela para cima.
— “Perigoso”, é? — A voz rouca soou luxuriosa, tentadora. Por mais que Petra quisesse esconder, a ideia de fazer sexo ali dava um certo tesão; era estranho se sentir assim. — Menina medrosa.
E o que mais ele esperava? Até o início da noite anterior, ela ainda era virgem; e pela manhã já estava prestes a transar em um local público? Porque sim, pelo andar da carruagem, era naquilo que aquela proposta indecente ia acabar dando.
— Você ainda me deve aquele boquete, lembra? — O corpo pequeno dela tremeu, tanto por se ver na hora de pagar a dívida quanto pelos dedos que devoravam a pele desnuda de sua coxa. — É um bom dia para quitar dívidas.
— É só que — disse enquanto suas mãos percorriam toda a extensão das costas do namorado — dá um medinho pensar que alguém pode aparecer e pegar a gente.
Mal sabia ela que, no fim daquele beco, uma garota de longos cabelos roxos sofria, sentada, com uma mão tapando a boca e a outra tremendo, clamando para invadir a intimidade de sua própria saia.
— Deixa que eu te dou uma mão. — Passou os dedos pesados pela lateral do rosto da parceira, criando uma venda preta que roubou a visão dela.
— Você gosta mesmo dessas coisas.
— Vai dizer que você não? — Sorriu, perverso, embora daquela vez fosse apenas para ter certeza de que ela ficaria com os olhos bem fechadinhos. — Essa é uma experiência única na vida. Aproveite.
Petra pareceu confusa no primeiro momento: o calor de Raizel havia sumido; mais do que isso, toque, respiração, pressão, era como se ele tivesse ido embora de um segundo para outro.
— Eu ainda tô aqui, ok? — falou, segurando o queixo da garota, mesmo sabendo que ela não sentiria o tato de sua mão. — Você fica muito linda quando tá toda excitada, sabia?
— É culpa sua. — Virou o rosto envergonhado para o lado.
“Culpa”? Sim, ele era um grande culpado. Culpado por esconder seus olhos roxos — olhos que, naquele instante, estampavam a imagem vívida do universo neles.
Uma imagem que durou poucos instantes e que desapareceu levando junto consigo o medo e a insegurança que Petra tinha; uma mudança que a garota sentiu na hora.
— Uh… Ah! — O sangue nas veias dela começou a esquentar do nada. Suor escorreu pelo seu corpo, umedecendo suas roupas, molhando o meio de suas pernas. — O que…?
Foi então que a venda em seu rosto sumiu, permitindo a ela ver, nos olhos vermelhos de luxúria de Raizel, o reflexo dos seus próprios olhos azuis; as pupilas estavam no formato de fendas, iguais às dele.
Mais do que isso, as expressões… Como ela conseguia esboçar um rosto tão cheio de safadeza ? Só em seus sonhos que pensava ser capaz de agir de tal forma.
Se fosse um sonho, ela estava sonhando acordada: um toque qualquer de Raizel em sua coxa, para levantar sua saia, e já foi o suficiente para fazê-la gemer como se ele tivesse tocado em outro lugar.
— Rai… — Deixou suas costas usarem a parede como apoio; as pernas bambas poderiam ceder a qualquer momento.
— Só vai durar alguns minutos — disse enquanto que, ajoelhado, abaixava o shortinho que a garota tinha por debaixo da saia. — É uma experiência única, afi… Olha só o que temos aqui.
Ela sempre teve uma lingerie tão sensual quanto aquela e mesmo assim não a utilizou na noite anterior?
A calcinha não era reveladora em excesso, mas exibia o suficiente para atiçá-lo e fazer o tesão pesar em suas calças.
— Como eu vou me concentrar na luta sabendo que você tá vestindo algo assim? — Passou a língua por cima e depositou um beijo ousado na lingerie, quase a chupando. — Se eu perder, a culpa é sua.
— É culpa sua por ser safado assim. — Abriu a blusa do uniforme, expondo o restante do conjunto de sua lingerie e refrescando-se um pouco daquele calor avassalador. — Se bem que eu até que gosto disso… Mas só um pouco.
Pôs uma mão sobre a cabeça do namorado que — quando abaixou a calcinha rendada — a levou ao êxtase com sua boca, tendo os cabelos apertados pelos dedos finos dela, logo em seguida.
Com o rosto voltado para cima, Petra fechou os olhos e ofegou sem se importar de como aquilo poderia soar depravado ou indecente — algo que consideraria antes.
— Ah… Rai… — Mais do que apenas remover seus inibidores naturais, o Fruto da Luxúria superava de longe o efeito de qualquer afrodisíaco. — Como que você aguenta isso?
Estava tão sensível ao toque que só os dedos de Raizel em suas coxas já ameaçavam fazê-la chorar pelas pernas; com os lábios e língua dele a saboreando, ela gozaria logo se ele não parasse.
Gemia… choramingava… e ofegava… Cada som ousado provindo de sua boca causava excitação e inveja: excitação para Raizel, inveja para Alícia.
No fim do beco, a jovem Necron mordia sua blusa, já toda encharcada de saliva, e perdia o controle sobre suas mãos: uma apalpava seu seio direito; a outra brincava com sua boceta molhada.
Como podia sentir-se tão bem e tão mal ao mesmo tempo? Estava gostoso. Nunca foi tão maravilhoso se tocar quanto estava sendo naquele momento. Mas sabia que o que estava fazendo era errado.
A culpa a consumia a cada batida frenética de seu coração. Que escória ela tinha que ser para se masturbar ao lado daqueles dois, e ainda enquanto imaginava e ouvia o sexo deles? Ela era a pior.
— O seu prazer unilateral acaba por aqui. — Parou de chupar assim que percebeu que a garota tinha chegado ao limite. — Só pode gozar quando o meu pau estiver dentro de você.
Petra sorriu, maliciosa, e colocou uma mão no ombro de Raizel, impedindo-o de se levantar; então, balançando o dedo indicador da outra mão, fez um “nananinanão” sugestivo.
— Eu quero fazer por cima. — Raizel já esperava que sua parceira fosse ficar mais ousada sob o Fruto da Luxúria, mas ainda perdeu a reação quando a ouviu expôr suas preferências. — Vai. Por favor.
— Aprendeu a pedir direitinho, heim? — Criou um tapete colchonete preto no chão, sob o qual se deitou de costas enquanto Petra terminava de se livrar do short e da calcinha, abaixados, com os pés.
— Pedir não foi a única coisa que aprendi a fazer direitinho. — Passando as mãos por debaixo da camisa dele, até chegar no peitoral, desceu com as pontas dos dedos até tirar calça e cueca, juntas. — Já tá duro assim.
Poderia enfiar direto; dava para sentir pela rigidez entre seus dedos. Com a visão periférica reduzida, todo o foco de Petra se encontrava no movimento de sua mão.
A glande salivava o pré-gozo do pênis que latejava em sua palma. A vontade de sentir o gosto em sua boca só crescia. Petra mordia seu lábio inferior e nem percebia.
— A minha dívida. — Deitou o pênis de Raizel sobre o baixo ventre dele, e só então sentou, sem a penetração, apenas o massageando com sua boceta. — Eu só vou pagar no final. Tente resistir até lá, ok?
— Me provocar nunca acaba em bons resultados. — E como provocava: as palavras adocicadas; a proposta indecente; a boceta molhada e macia castigando seu pau. — Só não enfia essa porra logo.
— Se você resistir, eu te deixo gozar na minha boca — disse com a voz agridoce, roubando o foco de Raizel para os lábios aveludados, que ela abriu e mostrou a língua. — Juro que vou engolir tudinho.
— Oh! — Em uma ação repentina, apertou a blusa semiaberta da garota e a puxou para baixo; beijou, voraz, a boca que logo estaria no seu pau. — Vou cobrar isso também.
Livre das garras do nefilim ninfomaníaco, Petra ergueu seu tronco novamente e, travessa, levou uma mão até debaixo da sua saia; segurou o pênis que ali pulsava e que deixou penetrá-la superficialmente.
— Ah… — Estava tão gostoso quanto ela se lembrava, ou ainda mais. O risco de transar em local público a fazia fervilhar de tesão. — Olha só o que você fez comigo… É tudo culpa sua… pervertido.
— Falar isso gemendo em cima do meu…? — Rebolando, Petra afundou, devagar, toda a extensão do pênis em sua boceta, arrancando um gemido rouco de Raizel. — Caralho…
Latejou louco e violento, quase cedendo à vontade de despejar todo o esperma de suas bolas dentro dela, e o pior de tudo foi que Petra reparou e não deixou barato.
— Ainda tô nos meus dias seguros. — Com as mãos firmes no abdômen dele, rebolava suave e envolvente com uma cara de safada que deixava Raizel louco. — Pode soltar dentro, quando quiser.
“Que desgraçada.” Ouvir aquilo só dava mais vontade de fazer o que ela pedia. — Diga o que quiser. — Segurou a cintura dela com as duas mãos. — Quem vai gozar primeiro aqui é você.
— Uh… — Gemia do jeitinho que ele gostava, e mesmo assim parecia que, no fim, realmente seria ela a perder. “Diferente da outra vez… Sério… Por quê?”
Repousou o rosto sobre o peito de Raizel, mas sem dar descanso ao movimento de seus quadris, Petra já não conseguia mais parar; mesmo que seu coração parecesse que fosse explodir, levaria seu corpo ao limite na busca pelo prazer.
Aquele era o Fruto da Luxúria. Agora Petra entendia o porquê de seu parceiro ter tanta dificuldade para se controlar ao lado dela; a vontade de foder com ele até seu corpo e sua mente colapsarem era insana.
— Você sempre quis me comer de uniforme, né? — Era a única justificativa na qual ela conseguia pensar para Raizel não ter cedido ao instinto animalesco de rasgar todas as suas roupas. — Safado.
— Só percebeu agora? — soprou as palavras no ouvido corado de excitação da garota febril; suada, parecia que derreteria em cima dele.
Até então o jogo parecia equilibrado: os dois estavam a um fio de perder. No entanto, um fator pesava entre, e esse era o poder do hábito.
Um deles sabia lidar melhor com a intensidade dos impulsos, o excesso de lascívia e a sensibilidade elevada que o Fruto da Luxúria proporcionava.
— Tá, eu desisto! — Tirou o rosto de cima do peito do parceiro, como se tivesse levado um choque, e inclinou a cabeça para trás.
O corpo em convulsão afirmava sua derrota; e embora não conseguisse ver, por causa da cobertura da saia, Petra sentia o tanto que suas pernas haviam molhado; imaginava como o pau do namorado tinha ficado depois de ser coberto pelo gozo dela.
Passou alguns segundos ofegante, ainda sentada sobre Raizel, até que despertou do torpor e foi para o lado, mas sem ficar em pé — diferente do namorado.
— Dificuldades pra se levantar, é? — O safado sabia que não era aquilo, não daquela vez, tanto que a primeira coisa que fez foi agarrar o cabelo dela em um rabo de cavalo improvisado. — Hora de cumprir sua palavras… senhorita.
De frente para a garota, ainda ereto e com veias inchadas, o pênis que devastou a boceta dela esperava, perverso, pelo momento que sentiria o doce toque daquela língua e a suavidade de seus lábios aveludados.
— Uhum! — Percorreu a extensão da rigidez entre seus dedos e, delicada, deu um pequeno beijo na glande rosada antes de engoli-la devagar com os lábios. “É assim que faz, né?”
Que o Fruto da Luxúria a ajudasse a executar com maestria a indecência que rondava pela sua mente, assim como a auxiliou naquela cavalgada deliciosa.
Um sabor salgado alcançou seu paladar, o que a deixou surpresa; não pela novidade do gosto, mas por se sentir presa a ele — uma refém que buscou senti-lo ainda mais.
Afundou-o tanto quanto pôde em sua boca. Faminta, degustou de forma contínua sem perceber que estava cada vez mais difícil de manter a respiração em dia.
Raizel, por sua vez, arfou. As batidas do coração cobriam o tic tac do tempo que insistia em passar e se aproximar do maldito momento da luta.
Ainda estava amador? Sim.
Faltava experiência à garota? Fato.
Ainda assim…
“Puta merda!” Pôs uma mão sobre a cabeça dela.
Quente. Úmida. A boca da qual ele havia desfrutado tantas vezes, naquela hora, o levava ao precipício do delírio; e a vontade de pular era grande demais para ser contida.
Imersa em seu trabalho, o ar faltava nos pulmões, e Petra teria desmaiado, se não fosse pela mudança repentina de sabor em sua boca; acompanhada da contração do corpo de Raizel e de uma sensação viscosa de algo quente sendo ejaculado em sua garganta.
— Ur… Urgh! — Tirou o pênis de dentro da boca ainda no meio da ejaculação, o que, eventualmente, levou-a a receber o resto em seu rosto. — Ah…
— Parece que se empolgou demais. — Se não fosse por esquecer de respirar, talvez tivesse engolido tudo, assim como prometeu. — Você pode pagar o restante da dívida na próxima vez… Com juros, claro.
— Eh?! — Petra levantou a cabeça e encarou o parceiro tendo a certeza de que, entre as muitas coisas em que ele era bom, ser agiota era uma delas.
Afogado em seu próprio prazer e culpa, Alícia encarava o teto do corredor, ainda com os dedos grudentos no meio de suas pernas, pelas quais seu gozo escorria.
O piso molhado, a calcinha e o shortinho jogado para o lado aparentavam olhar para ela com reprovação. A blusa babada guardava todos os gemidos que segurou.
“Eu quero morrer.” E de fato quase infartou ao perceber uma sombra surgir ao seu lado, tão alta quanto ameaçadora. “Hã?!”
Seu peito gelou. A saliva desceu forçada pela garganta. O suor escorreu pela lateral de seu rosto. Por quê? Por que estava ali?
“Rai… zel.” Como se tivesse ignorado a existência dela, o rapaz — que já usava sua calça de novo — sondou a outra extremidade do corredor e caminhou de volta para o beco. — Es…
Antes que sua voz tomasse forma, um muro de tijolos se formou, fechando o caminho por onde o nefilim passou, deixando para trás apenas uma garota com o coração apertado no peito nu.
Após a criação do muro de tijolos, o que Raizel criou foram duas toalhas brancas, das quais jogou uma para Petra, que a agarrou no susto, sem entender a razão pela qual o namorado criou aquele muro.
“Porcaria”, lamentou por ter sido tão descuidado, embora soubesse que tinha assumido o risco de ser pego desde o início. “Tinha que ser logo aquela garota?”
De qualquer forma, Alícia não deveria ter visto ele usar aqueles olhos: a localização de ambos, o curto tempo da ativação… Sim, ninguém tinha visto no fim.
— Huh? — Sentada, com a toalha cobrindo seu colo, Petra estava com as mãos no rosto corado e melado; os olhos dela haviam retornado ao normal. — Então o efeito já passou, heim?
— Eu falei aquilo mesmo. — Por saber que o Fruto da Luxúria não criava emoções novas, apenas forçava o usuário a pôr todos os seus desejos mais íntimos para fora, Petra estava chocada consigo mesma. — Cada coisa esquisita.
Continua no Capítulo 157: Probabilidade Desfavorável
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