O Nefilim Primordial Brasileira

Autor(a): Ghoustter


Volume 2 – Arco 5

Capítulo 124: A Sós

Apreensivos, tanto o público quanto os duos das Academias de Batalha esperavam a atualização do placar geral do Campeonato Sojourner.

Uma vez que Alícia e Milene desmaiaram praticamente ao mesmo tempo, a dúvida de quem receberia os 3 pontos pela vitória do primeiro confronto dos Top 2 Rank S pairava sobre o ar.

Foi então que, ao ocorrer a alteração dos números, todos se surpreenderam com a confirmação do primeiro empate da competição; dos 3 pontos, 1,5 para cada lado.

Ehhh… — Sentada no colo de Klaus, que a abraçava pela cintura, Eirin suspirou desanimada. — Só a gente que ainda tá com aquele zerão bem redondo.

Lamentava, em parte, por saber que aquela pontuação se dava por causa da sua derrota na primeira luta; entretanto, Sophie se levantou de seu assento e tomou a responsabilidade para si e Trevor.

— Nós vamos mudar isso — disse após respirar fundo e, então, oferecer uma mão, sorridente, para o parceiro. — Você vem comigo nessa?

— Sim, milady. — Segurou a mão da moça, com delicadeza, e a acompanhou até a saída, despedindo-se dos companheiros no processo. — Eu te acompanharei aonde for preciso.

Sophie quase engasgou com aquelas palavras. O que ele disse contava como uma confissão? Era difícil saber. Tudo o que ela podia afirmar era que Trevor, nos últimos dias, estava com um pouco mais de atitude do que o normal.

Ainda levaria alguns minutos até consertarem as camadas destruídas da barreira de proteção da arena; então, naquele pequeno momento a sós…

"Eu… Eu quero… Trevor…", pensava enquanto era guiada pela mão do Designer Polivalente, Trevor Foster.

Quem também se levantou de seu assento, porém sem esboçar nem um pouco de empolgação ou interesse pelo campeonato, foi Raizel.

Com poucas palavras, apenas disse que iria se ausentar por um momento, o que deixou Klaus não muito feliz.

— Você perdeu boa parte da minha luta — disse e, sem perceber, apertou a cintura de Eirin com um pouco mais de força. — Vai perder a do Trevor também?

— Aqueles dois são fortes o suficiente para se virarem sozinhos. — Sem nem ao menos olhar para trás, proferiu, antes de passar pela porta e a trancar logo em seguida: — E não é como se eles precisem da minha torcida ou coisa do tipo pra vencer.

— Não é disso que eu tô falando… — Deixado para trás, Klaus repousou o rosto sobre o ombro da parceira, sentindo a doce fragrância do perfume gostoso dela, em busca de se acalmar. — Aquele mestre louco… Você notou algo estranho nele?

Embora tivesse perguntado para Eirin, foi Petra quem abriu a porta da sala e saiu correndo às pressas atrás do rapaz emburrado.

— Aquele cara é sempre estranho. — Eirin levou um dedo aos lábios, pensativa. — Se bem que ele tava bem mais estranho que o normal.

De qualquer forma, após tanto tempo, ela pôde ficar a sós com Klaus na Sala dos Top Rankings; não queria desperdiçar o momento de intimidade pensando em coisas ruins.

Pegou umas das mãos do parceiro e, provocativa, inseriu o dedo indicador dele na sua própria boca, onde o lambeu de forma sugestiva com a língua, pegando Klaus de surpresa.

Mademoiselle…

Hehe! — riu, ousada. — Parece que a gente tem uns minutinhos.

Raizel se encontrava tão submerso em seus pensamentos, relembrando cada um dos acontecimentos recentes, que não percebeu a voz que o chamava baixinho.

Só ao ter uma das mãos seguradas por um par menor do que as dele que o rapaz interrompeu as passadas largas e rápidas.

— Senhorita? — Virou-se para trás e observou o olhar úmido e lábios vacilantes de sua parceira. — O que houve?

— Sou eu que deveria te perguntar isso, Rai. — Ainda segurando a mão dele, como se tivesse medo de que o mesmo evaporasse na sua frente caso o soltasse; em sua insegurança, Petra indagou: — Você… vai atrás dela… não é?

No reflexo daqueles esbeltos olhos azuis, o nefilim pôde contemplar a imagem de si mesmo mudar de uma figura perturbada para uma de surpresa, sem reação.

Por sempre se considerar como uma existência irregular, a qual jamais faria falta ao mundo — que muitos até mesmo desejariam ver desaparecer — Raizel, às vezes, se esquecia de como aquela garota se importava com ele mais do que ele mesmo.

— É, eu vou até a Alicia — disse enquanto terminava de segurar as mãos dela, com a sua que ainda estava solta. — Vou acabar com isso logo de uma vez.

— "Acabar com isso"? — Dada a personalidade do seu parceiro, Petra já podia imaginar a que final aquilo chegaria. — Rai, você… vai matar a Alicia?

Lentamente, soltou as mãos dele e suspirou com pesar. Em todo o tempo que passou ao lado de Raizel, ela o viu causar verdadeiras chacinas no campo de batalha.

Mas com a Alicia era diferente, ela nunca tinha cometido nenhum mal contra ele; mesmo assim, era como se Raizel quisesse matá-la apenas porque ela existia.

— Por que está tão preocupada com ela, senhorita? — Dando um passo à frente, puxou-a pela cintura; então, com a boca perto do ouvido da parceira, foi inquisidor. — O que rolou entre vocês duas, afinal?

Notando que a moça tremeu um pouco e ficou em silêncio, com o rosto colado no peito dele, Raizel constatou que, de fato, algo aconteceu — algo que ele não sabia.

— Foi ontem, durante o festival… — respondeu baixinho, com um certo receio de que o parceiro ficasse chateado ao saber do encontro dela com Alícia. — Eu não queria esconder nada, eu só… A gente participou de um jogo e conversou um pouco.

O aperto do abraço de Raizel se afrouxou, o que a fez pensar que ele a soltaria e se afastaria com raiva; entretanto, pondo uma mão na cabeça dela, a manteve coladinha em seu peito.

— Eu pareci rude? — falou enquanto afagava aqueles cabelos sedosos e brilhantes, agora com um abraço bem mais confortável e aconchegante. — Sinto muito.

Ver Alícia usar a emanação do seu Nether acabou por deixar Raizel mais incomodado do que ele imaginava: a ponto de usar um tom de voz pesado para falar até mesmo com a garota gentil em seus braços.

— Então, depois de se aproximar dessa Alícia, a que conclusão você chegou, senhorita?

Petra pensou por um segundo.

Não só as lágrimas que Alícia derramou no dia anterior, mas também a determinação que demonstrou durante a luta há pouco, a levavam a apenas uma conclusão.

— Ela não me parece ser uma pessoa ruim — disse, agora um tanto mais tranquila com a aceitação do parceiro. — Acho que matar ela pode ser um erro.

Raizel soltou uma breve risada. Ele mesmo tinha dificuldades de acreditar no que estava para fazer.

— Sério, o que você me pede chorando que eu não faço sorrindo? — Lá estava ele, o descendente de um anjo da morte, cogitando a ideia de poupar a vida de alguém. — Se esse é o seu desejo, tudo bem, eu não matarei a Alicia.

Feliz por ouvir aquilo — tranquila por saber que seu parceiro não cometeria um engano ao tirar a vida de um inocente — Petra se soltou do abraço do rapaz… ou tentou.

— Rai? — indagou, sendo capaz apenas de contemplar os olhos de rubi, que a encaravam enquanto brilhavam com o encanto de uma serpente. — Er, bem…

— Presa em meus braços — sussurrou enquanto que, com o polegar, acariciava o lábio inferior dela, cada vez mais próximo aos dele. — Vai dizer que esperava se libertar sem me dar ao menos um beijo?

Vez ou outra, fosse pelo descuido de cair no carinho de Raizel ou apenas por inocência sua, Petra se esquecia de como baixar a guarda perto daquele cara poderia ser fatal.

"Que perigo", pensava enquanto as batidas de seu coração ecoavam pelo corredor vazio, e Raizel roubava todo o ar presente em seus pulmões.

Quando os lábios famintos pareciam que iriam parar de devorá-la, veio uma nova sensação: com certa pressão, os dentes dele morderam a carne macia de seu lábio inferior.

"Que… gostoso."

Abraçados, Raizel deu alguns passos para frente, fazendo-a caminhar para trás até que suas costas parassem contra uma das paredes do corredor.

Encontrava-se encurralada, como se já não estivesse mais do que presa pelos braços que a puxavam com força contra o corpo do namorado; os dois poderiam se tornar um só.

— Rai… — choramingou o nome dele. Raizel beijou o seu pescoço, faminto, enquanto uma mão sem vergonha percorria a coxa dela, levantando a saia de leve.

Se não fosse pelo shortinho que usava por baixo, aqueles dedos — com os seus toques cheios de luxúria — já teriam penetrado por dentro de sua calcinha, e sem o menor pudor.

— Se alguém ver a gente…

Com exceção dos dois amantes, o corredor se encontrava vazio, mas quem poderia garantir que permaneceria assim por muito mais tempo?

— Rai…

Ah! Isso é gostoso — disse, ao passo que girava o corpo da parceira e segurava uma das mãos dela contra a parede. — Meu nome em meio aos seus gemidos…

O rosto de Petra pressionado na parede, assim como a mão presa pela esquerda de Raizel, encontrava-se corado e quente.

A mão direita de Raizel, tendo levantado a blusa dela, havia se apossado de um de seus seios — acariciando, estimulando por debaixo do sutiã.

— … Isso é gostoso pra porra, Petra.

Com os corpos dos dois tão colados, agora com Raizel por trás, Petra sentia o volume da protuberância que a enquadrava lá em baixo.

Como seria sem aquelas roupas separando o contato direto de suas peles? Quão intensa seria a troca de calor e suor de seus corpos? Como seria aquilo dentro dela?

Aqueles pensamentos faziam o coração da garota palpitar a mil por hora. O corpo — quente em demasia — começava a suar; a pele, a ficar úmida; a calcinha… também.

— Pode usar a desculpa do corredor pra escapar dessa vez, assim como fez ontem à noite. — Soltou a mão dela que estava presa na parede e, com um pouco de força, puxou o cabelo dela para trás. — Isso só tem dois finais, você sabe.

U-Uhum…

Com a cabeça inclinada para trás, assentiu, ofegante, enquanto era cativada pelos olhos felinos de Raizel e sentia as pontas dos dedos em seu seio começarem a descer — em carícias — pela sua barriga, umbigo e um pouco mais para baixo.

— Dois finais…

— Um em que seus gemidos fracos e submissos imploram por mais e mais. — Como um oráculo profeta, predizia o futuro inevitável que a aguardava: — E outro no qual você morre de tesão.

Fosse em um cenário ou em outro, em ambos os casos, era certo que ela sempre colapsaria de prazer.


Continua no Capítulo 125: Fake

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