Volume 2 – Arco 4
Capítulo 103: Na Calada da Noite
❂CONTEÚDO ERÓTICO NO CAPÍTULO❂
O dia foi cruel e impiedoso, marcado por ossos quebrados e músculos rasgados. Klaus esperava que, ao menos durante o sono, encontrasse um pouco de repouso.
Debaixo das cobertas, refugiava-se do frio da noite e torcia para que seus sonhos não fossem perturbados pelas imagens do fracasso, ainda recente em sua mente.
Seus olhos pestanejaram. Sua consciência começava, enfim, a se perder no fluxo inflexível das águas do sono, quando um dedo pequeno e caloroso tocou-lhe no abdômen nu.
— Huh?
Foi quando, ao passo que uma pequena figura esguia se esgueirava por debaixo das cobertas, aproximando-se de seu rosto, o toque úmido de uma língua deslizou pelo seu peito, fazendo uma sensação vibrante espalhar-se pelo restante do corpo.
— Mademoiselle…
Mesmo com as luzes apagadas e o ambiente pouco iluminado, pôde vislumbrar, de leve, a silhueta da moça que lambia os lábios, enquanto repousava o rosto sobre o peito dele.
Como era de praxe, Klaus se deitava sem camisa para dormir, o que permitia à sua parceira desfrutar, por completo, do calor dele naquela posição.
— Tá com dificuldades pra dormir, né, Klaus? — O pulsar constante do coração do seu parceiro encontrava-se acelerado. Será que tinha gostado da surpresa? — Eu também tô, sabe?
— É, pode-se dizer que si…
Ao abraçá-la pôde constatar algo que suspeitou enquanto Eirin se esgueirava até ele: o tecido do pijama dela era bem fino e leve, o que lhe permitia sentir o que estava por baixo dele, ou melhor, o que não estava.
— Mas você não me perturbou a essa hora da noite apenas por um abraço, não é?
Pôde sentir o corpo da moça se contrair em resposta às suas palavras. Com um movimento meio forçado, ela levantou-se e — sentando-se sobre ele — ficou com o rosto próximo ao do seu parceiro; então, falou em tom repreensivo, porém, sem moral para tal:
— Que falta de delicadeza… pra alguém que diz que é um cavalheiro. — Vendo que seu argumento tinha pouco efeito e que Klaus passava a envolvê-la em seus braços, Eirin começou a perder o pouco de firmeza que havia em sua voz. — Isso faz parecer que eu…
Segurou um gritinho quando Klaus puxou-a de forma repentina para o lado, invertendo a posição dos dois na cama, ficando por cima dela.
Até gostaria de tê-la na posição anterior; mas, agora, estava na hora de assumir o volante.
Já que ela começou, então ele terminaria.
— "Isso faz parecer que você" o quê, Eirin? — Olho no olho, e com o polegar na ponta do queixo dela, a impedia de desviar o olhar, deixando-a sem rota de escape.
— Que eu… err…
— Você é uma garota indecente, Eirin, e nem tente negar — sussurrava, conforme seus lábios se aproximavam dos dela. — Só tem nós dois neste quarto. O que acontece aqui fica aqui, você sabe.
O beijo, que se iniciou mais intenso pelo lado de Klaus, aos poucos começou a ganhar o retorno devido por parte de sua parceira.
— Huh…? — Por um instante, quando sentiu uma repentina dor aguda afligir suas costas, Klaus quase separou seus lábios dos dela; era como se várias agulhas o tivessem espetado.
Como um felino que mostrava suas garras numa tentativa desesperada de se agarrar a algo antes de cair, assim também a moça havia cravado suas unhas com força nas costas dele.
Era como Klaus havia imaginado: a derrota ocorrida pela manhã a afetou mais do que qualquer um poderia imaginar.
Aquela garota nunca mudava: sempre tão confiante e extrovertida; mas, quando se deparava com o fracasso, não passava de uma princesinha insegura.
Todavia, os finos filetes de sangue que escorriam de suas costas, mostravam para ele que a companheira que sempre conheceu começava a retornar.
Ainda com o sabor dos lábios de Eirin em sua boca, aproximou-se do ouvido dela e sussurrou de forma sedutora: — Já tava demorando.
Logo, algumas tochas flutuantes surgiram, uma após a outra, ao redor da cama, espalhando tanto luz quanto um certo calor entre os dois.
— Klaus… — Sentia-se hipnotizada pelas chamas, mas não o suficiente para que evitasse sentir a mão dele recair sobre seu peito naquele momento.
Tentou falar algo, mas já era tarde demais; um dedo deslizava quente por entre seus seios, dividindo-os de cima a baixo, enquanto a blusa do pijama soltava uma pequena quantidade de fumaça e era cortada pelo calor.
Com um sorrisinho, um tanto quanto safado, ela esboçou uma falsa insatisfação: — Eu gostava desse pijama, sabia?
— Que pena… — disse, ao passo que seus dentes mordiam o tecido delicado e o puxava para o lado. — Fica melhor sem ele.
Iluminado pelo fulgor crepitante das tochas de Klaus, um harmonioso e perfeito par de seios encontrava-se vulnerável às suas vontades.
O alvo estava claro em sua mente: o seio esquerdo, o mais próximo ao coração. Beijou-o de forma suave, permitindo aos lábios desfrutarem da textura agradável do mamilo.
Sua língua prosseguia em movimentos circulares, no ritmo do palpitar do coração de Eirin. Conforme sua mão descia pela coxa dela, sentiu o mamilo enrijecer-se, excitado; não resistiu, deu uma mordidinha.
"Ele vai…?" A moça, por sua vez, encontrava-se focada em seu parceiro, e a tensão em sua mente só aumentava ao passo que a mão dele se aproximava cada vez mais da… — "Huh?"
A mão parou.
Na parte interna de sua coxa, apenas as pontas dos dedos de Klaus se mexiam em movimentos suaves.
"Esse safado...!" Com as unhas do polegar e do indicador, beliscou as costas do rapaz, como forma de repreensão por brincar com ela.
No entanto, tudo o que conseguiu foi fazer com que os beijos de Klaus começassem a subir novamente em direção ao seu rosto.
Passando por ombro e pescoço — não sem antes deixar sua marca por lá — viu Eirin contrair os lábios, enquanto inclinava o rosto para o lado em meio a um pequeno gemido.
— Essas suas expressões… não resisto a elas.
A garota abriu a boca para falar algo; mas, quando seus olhos se encontraram, apenas permitiu que suas línguas se encontrassem em um argumento não-verbal.
Querendo estar mais próxima a seu parceiro, colocou uma mão sobre a nuca dele e, ao pressioná-la para baixo, sentiu o beijo cada vez mais intenso.
Foi então que os dedos de Klaus, que estavam sobre a coxa dela, voltaram a se mover, deslizando até onde Eirin tanto queria.
Por cima do shortinho fino, sentiu o tecido levemente úmido; então, prosseguiu com movimentos circulares por um tempo.
Quando estava para subir os dedos novamente — visando se afastar um pouco — uma mão pequena e macia repousou sobre a dele.
— Não… — disse a moça enquanto seus lábios deslizavam pela boca dele e seus rostos ficavam lado a lado. — Não para agora.
Por outro lado, puxou a mão dele e, com uma condução vagarosa, a levou de volta aonde estava, só que dessa vez… por debaixo do short.
Klaus esboçou um leve e velado sorriso sádico. Nunca foi sua real intenção parar. — Como desejar.
Bem mais úmido e escorregadio do que antes, prosseguiu com os estímulos, mas, agora, com a mão dela sobre a sua e com movimentos suaves de baixo para cima.
Fosse para guiá-lo rumo ao baú do tesouro ou apenas para garantir que Klaus não brincaria com suas sensações, ameaçando recuar mais uma vez, ela se recusava a deixá-lo sozinho.
Encarando-a nos olhos, desfrutou da face quente da moça para lançar a cartada final: — Não me diga que você vai se contentar só com isso. — Foi quando seus dedos entraram, tirando outro gemido de Eirin.
— Olha só… quem fala — disse, ao passo que seus olhos se voltavam para o volume evidente na calça dele. — Cê não me engana… Klaus.
Com a ponta dos dedos acariciando-a — desde o quadril até a ponta dos pés — Klaus puxou a última peça do pijama, com as duas mãos.
De cima, Klaus devorou seu corpo com os olhos, o que fez a moça — com uma pequena risadinha de perversão — levar um dedo até os lábios e mordê-lo com lascívia.
Independente da forma que se olhasse, ela era uma verdadeira obra de arte, uma escultura perfeita em forma de gente.
Fosse a pele macia ao toque, os seios redondos e firmes, ou as curvas esculturais, tudo nela atiçava os seus instintos mais primitivos.
"De fato." Ela estava certa. "Eu não me aguento mais". Sentindo o calor o rodear — fosse das tochas crepitantes ao redor ou de si próprio — jogou-se, com um só movimento, no fluxo da união iminente.
— Me fez esperar bastante, sabia? — sussurrou a moça, enquanto o trazia para mais perto de si e sentia-o, a cada penetração, cada vez mais e mais fundo. — Que homem… cruel.
De olhos fechados, Eirin deixava-se afundar nas águas da volúpia. Sem que percebesse, voltou a apertar as largas costas de seu parceiro; mais uma vez, filetes de sangue escorreram.
No ambiente, até então silencioso, apenas os doces e incessantes gemidos de prazer reverberavam pelas quatros paredes e, especialmente, pelos ouvidos de Klaus.
Quando estava para transformar seus beijos e carícias em um forte chupão no pescoço dela, a moça proferiu com a voz arfante: — Tudo… Me dê… tudo….
Cruzando as pernas, puxou-o com força para o mais profundo do seu íntimo, enfiando tudo até o talo. Sua mente flutuou até os céus do prazer e desceu de volta aos domínios terrenos.
Foi então que, em um movimento súbito, Klaus aproveitou-se das suas capacidades atléticas como lanceiro para rolar os corpos dos dois para o lado, ficando, dessa vez, por baixo.
Por um instante, Eirin pensou que a conexão entre eles seria interrompida, até que sentiu as mãos do seu parceiro se firmarem em sua cintura, mantendo-os juntos.
— Ei, isso foi perigoso! Já imaginou se… — Direcionou o olhar para baixo, onde se encontrava o precioso. — Se ele quebra.
Sua diversão acabaria ali; mas o rapaz apenas ignorou a reclamação e, focando no que era mais importante, disse:
— Você já sabe o que tem que fazer, não é? — Claro que sabia. Ele nunca se colocaria na posição de cavalinho à toa. — Faça.
Com as mãos apoiadas no peitoral sólido de Klaus, começou a mover seu quadril de forma sutil, desfrutando da flexibilidade que a posição anterior a impedia de explorar.
— Não há nada mais gratificante do que vê-los balançando. — Ao ouvir isso, Eirin sorriu e intensificou o movimento, fazendo seus seios balançarem ainda mais.
— Eu sei que você… gosta… deles.
Mais ofegante devido ao maior esforço físico, se viu inclinando-se para a frente, onde os seios dela se encontraram com o peitoral de Klaus, assim como suas línguas.
Sincronizando seus movimentos, conforme o tempo passava, viam-se a ponto de explodir com a mesma intensidade que as tochas flutuantes crepitavam ao redor.
E, assim como foi a explosão de suas emoções, as chamas se elevaram em um só instante, quase atingindo e queimando o teto do quarto.
Esvaindo-se aos poucos, a luz das tochas os afundou na escuridão um do outro, ao passo que apenas suas respirações pesadas se encontravam audíveis.
Continua no Capítulo 104: Karen Necron
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