Volume 1
Capítulo 12: Margem do rio
Um chute no rosto de Dolgan fez sua coluna flexionar para trás e cair de cabeça contra o chão. Antes que pudesse exasperar ou gemer de dor, um pisão no peito tornou qualquer tentativa de se levantar insignificante.
Era difícil respirar, o peito não se levantava sob a intensa pressão. Dolgan ouviu a voz de um homem com um terno preto, um emblema da Academia Bauchir no peito.
— Seu merda! — O pé se afundou no tórax do anão, incapacitando-o por completo de respirar. — Você nunca mais toca no Cyle, entendeu?!
Dolgan segurou o pé e tentou jogá-lo para fora, mas a força era absurda. Única coisa que conseguiu foi perder mais o fôlego ainda, a face tornando-se roxa.
— Você ainda tem sorte de sair impune assim. Amanhã a suspensão termina — disse o homem de cabelos loiros jogados para trás. — Escória.
Retirou a bota do peito de Dolgan. O anão rapidamente se encolheu ao canto da cela escura de escura e respirou freneticamente, sua barriga subindo e descendo. Seu rosto retornava à cor usual, mas ainda preto de sujeira.
Com uma visão turva, ele assistiu o homem da Academia saindo da cela e fechando a grade enferrujada, que rugia estrondosamente, com um baque que fez as paredes se estremecerem.
O tempo passou. O gosto metálico de sangue na boca de Dolgan lhe causava gastura... Novamente, ele estava fechado, trancado, sozinho. Sem mais nenhuma ameaça...
Em posição fetal contra a parede, o corpo estremecendo pelas surras diárias em meio à fome e à sujeira, ele se lembrava de como tudo começou.
Raiva ardeu em seu peito. Recordou como Cyle quase matou Flamel na frente dele, de Violette e de Guinevere. Dolgan não teve escolha a não ser se jogar em cima de Cyle com toda a sua força para pará-lo. Mas não era o bastante. Não. Ele merecia mais.
Com gosto, o anão desferiu golpes diretos à face do nobre repetidas vezes. Somente quando se manchou de sangue que Dolgan finalmente parou e caiu para trás, não acreditando no que fizera. Porém, ainda assim...
Cyle merecia ainda pior.
Talvez o nobre tenha tido um nariz quebrado, um ou dois dentes trincados que seriam substituídos facilmente com magia, mas Flamel teria morrido. Todos seus sonhos, problemas não resolvidos, amor de sua família, tudo, tudo seria perdido se Dolgan não tivesse interrompido. Aquele monstro mesquinho...
Aquele merda do Cyle tinha que ser filho de um ducado... As ações disciplinares mais pesadas foram colocadas contra o próprio Dolgan – e o anão ainda teve que ouvir guardas ponderando se matariam ele ou não há alguns dias.
Posto em uma cela, sua punição era por dez dias. Hoje era o último dia.
“Preciso de água...” Sua garganta doía, como se a carne seca se atritasse contra ela mesma.
Tin tin.
Os olhos semimortos de Dolgan fitou a grade e avistaram o homem de volta carregando um bule de água quente.
— Você já sabe. Vem cá.
Não havia escolha. Preferiria morrer de sede a passar por isso de novo, mas seu destino seria ainda pior que a morte se desobedecesse...
O anão foi até lá e se colocou de joelhos. Fechou os olhos e estendeu as mãos em forma de concha.
A água fervendo do bule começou a cair diretamente contra suas mãos, as quais imediatamente fizeram-se vermelhas e trêmulas. A água em ebulição passou por todas as feridas abertas nas mãos, entre as unhas. Tudo queimava em dor.
— ARGHHHH!
— Calado. Ou eu paro.
— ...
Após vinte segundos, o guarda finalmente parou. Dolgan, segurando o choro, caiu para trás.
— Por quê... Por quê... — sussurrou, quase perdendo a consciência.
Após um tempo, ele voltou à poça de água no chão, agora mais fria. Lambendo-a no chão empoeirado e imundo, pôde finalmente saciar a sede.
— Uaah... — bocejei enquanto esfregava os olhos.
Levantei-me da cama... Não, não me levantei. Um peso na barriga me impediu. Abri os olhos e encarei longos cabelos loiros, cujo perfume era suave e delicado, como uma rosa.
— O que...
Minha mão preparava-se para acordá-la com um toque no ombro, mas esse cabelo me é tão familiar... A textura dele é macia...
Toquei-o e tive a mesma sensação que esperava, com exceção de estar um pouco mais oleoso do que me lembrava. Minha mão naquele cabelo, acariciando a cabeça de sua dona. Estamos na enfermaria, nesse local sem vida e sem cor, mas por que imagino tanto isso correndo num quarto escuro, iluminado apenas pelo fogo trepidante da lareira?...
— Hmm... — Guinevere se mexeu um pouco, parou por um segundo e virou seu rosto para mim. Seus olhos azuis me encararam, antes de se levantar com alegria.
— Flamel?! — Ela correu até minha cabeça e a envolveu em um abraço. — Você acordou...
Seu abraço era quente, e mais envolvente ainda o carinho com que me trazia para perto de si. Não pude deixar de sorrir e aceitar esse calor e a abracei de volta, minhas mãos acariciando suas costas.
Mas uma dúvida instigava meu coração. Eu... acordei? Por que ela parecia tão surpresa? Espera, por que estou na enfermaria?
— Fiquei tão preocupada...
Preocupada pelo quê?
Logo ela deu um passo para trás e coçou os olhos molhados. Sentou-se num banquinho de madeira desconfortável do meu lado.
— O que aconteceu?
Ela suspirou. Seus ombros ainda estavam rígidos e arqueados.
— Depois que você desmaiou, a Aithne foi procurar por ajuda. Quando ouvi, corri o mais rápido que pude, e te encontrei tão... — A boca dela se contorceu e depois engoliu, como se tentasse não vomitar.
— Foi ela que cuidou de você antes de os grandes magos chegarem — comentou o enfermeiro, que acabava de entrar na sala. — Se não fosse por ela, você nunca mais andaria na sua vida. E ela continuou cuidando de você mesmo depois de o professor Marcus te curar. Dormiu agora de tão exaus-
— Toko! — interrompeu-o Guinevere.
Ah... então o nome do enfermeiro é Toko...
— Haha. — Ele se virou e começou a organizar um armário repleto de poções coloridas.
Meus olhos retornaram à Guinevere, mas com dúvida e incredulidade. O que diabos aconteceu?... Algo ocorreu enquanto dormia?
— D-de qualquer forma... — Ela pareceu se assustar com meu semblante. — Vou ir chamar a Aithne! Ela me pediu que lhe avisasse, ela não pôde ficar com você por causa da biblio-
— Tá tudo bem — eu disse friamente. — Eu só vou... descansar mais um pouco. E aí vou voltar para meu quarto.
— Tem certeza? A Aithne me falou que queria te agrade-
— Tenho certeza.
— ...
Ela olhou para mim, para o criado ao lado da cama e para a porta. Coitada...
— Obrigado, Guinevere. — Sorri para ela. Não sei o que aconteceu, mas ela esteve aqui por mim...
Ela riu levemente. Não deveria magoá-la, mas precisava de descansar um pouco... Sem muito o que fazer, ela sentou-se em silêncio e encarou o chão.
Oportunidades, não as perca, ouvi minha mente. Sim, disso me lembro. A Aithne... E agora a Guinevere. Só... preciso de um tempo. Só um tempo. Mais nada. Eu...
Você perdeu tantas oportunidades. Até quando vai fugir da dor? Suspirei. Não posso nem descansar e tentar pensar no que diabos aconteceu... Mas a voz está certa.
Levantei-me com facilidade. Meu corpo estava bem. Melhor que o normal na verdade. Meus pés estava nor...
Meu coração parou por um segundo. Meus olhos fixaram-se naquelas extensas cicatrizes cobrindo meu calcanhar. Sangue começou a cair, não, jorrar pelos meus pés. O chão não era mais o branco e claro piso da biblioteca, mas um de pedras sujo. Na minha frente, senti meu sangue subir à cabeça quando vi dois pares de olhos vermelhos-
— Flamel? — Pisquei e os olhos vermelhos na escuridão tornaram-se azuis e agradáveis. O ambiente fez-claro de novo, voltei à enfermaria, parado na frente da Guinevere.
— Oi?...
— Tá tudo bem? — falou ela, mas...
— Sim... — O que foi aquilo?...
— Que bom.
Levei minha mão à sua cabeça, e ela se aproximou com um sorriso tímido, aceitando o carinho.
— Obrigado por ter me ajudado...
— Deixa de ser bobo. Só fiz o mínimo...
— Não mesmo.
— Fiz sim.
Ri um pouco. Meu coração já estava melhor. Foi só uma ilusão. Uma ilusão...
— Claro que não, Guine. Você me salvou... — falei honestamente. O enfermeiro não mentiria, e nem a Guinevere ficaria assim na enfermaria por pouca coisa. Será que aquela ilusão foi...?
Engoli em seco. Algo horrível deve ter acontecido. Porém, meus olhos fitaram os dela. Não eram aqueles olhos carmesins que me encaravam, mas os azuis, carinhosos e preocupados da Guinevere...
Ajoelhei-me na frente dela, e a abracei, aconchegando-me na base de seu pescoço. Ela me abraçou de volta.
Durante todo tempo, meu coração protestava e queria que eu só fosse descansar. Só agora que o desconforto se tornava calor e gratidão. Estava feliz. Valeu a pena não ter escolhido mandá-la embora para descansar e refletir.
Ficamos naquele nosso pequeno mundo por não sei quanto tempo. Tudo que sabia era que, uma vez terminado, sentia como se um pedaço de meu peito tivesse se perdido no dela. Um abraço, não por formalidades, não por preocupação, mas só um abraço... Só soube o quanto precisava disso depois de tê-lo.
Limpei com a mão uma lágrima que queria escorrer pelo rosto.
— Aliás... — Guinevere ajeitou uma mecha de cabelo atrás da orelha. — Eu-
— Ah, é, senhorita! — interrompeu-a Toko, o enfermeiro. — Vim aqui na verdade porque a professora Hayek está te chamando. Ela tem um trabalho urgente.
— Sério?! — Seus olhos revezaram entre mim e Toko com apreensão.
— Sim. Até tentei conversar com ela, mas você sabe o jeito que ela é. Difícil...
— É...
Ela se levantou e...
Curvou-se para mim.
— Obrigada, Flamel.
Levantou-se e saiu da enfermaria.
Fiquei lá, parado, atônito, vendo-a sair. O que foi isso?
Olhei para minha mão — não, para a mão de Flamel. O que você viveu nessa vida?...
Suspirei e caminhei para fora da enfermaria também, após me despedir de Toko. A saída dava direto no pátio de pedra, o mesmo que...
Quem se importa? Apressei os passos. Mais uma vez, lá estava eu de roupas brancas caminhando entre alguns estudantes muito bem vestidos. Felizmente, dessa vez minha adaga estava no quarto.
Passei pela entrada do dormitório e naveguei meio perdido por entre os corredores até encontrar meu quarto. Entrei nele e já ia me deitando quando vi a adaga em cima da mesa virada para o lado da porta. Um arrepio percorreu minha coluna subitamente.
Olhei para a porta do banheiro. Não sabia por que, mas algo nela era tão estranho... Andei para trás, mas a janela também me assustava. Era dia, meu quarto bem-iluminado pelo Sol. Tudo silencioso, normal, mas...
Não havia nada de normal.
Peguei a adaga e o livro aberto em cima da mesa, coloquei tudo na mochila e saí de lá sem nem procurar pelo meu uniforme. É mesmo, meu uniforme... Da última vez que fui parar na enfermaria, quem o colocou no meu armário?
Meus passos me levaram para bem longe da porta, bem longe do corredor. Voltei ao pátio. Porém, no meio de todos estudantes, me sentia muito deslocado com aquelas roupas. Andei pela grama, sem nenhum rumo aparente, até chegar num poste de luz falho que permanecia aceso mesmo de dia.
Observei de volta o dormitório à frente dele e vi uma janela aberta. Por ela, podia-se ver tudo dentro: as paredes, a mesa com um livro aberto, um buraco na parede... Espera... Esse é o meu...
Outro arrepio me percorreu. Olhei para todos os lados. Só havia grama e arbustos que se moviam com o vento, embora as grossas árvores pudessem esconder tanta coisa...
Tudo era perigoso. Precisava sair dali. Agora. O problema é para onde...
Perdido, deparei-me com um caminho por entre às arvores, feito de tábuas de madeira que adentravam pela floresta. Os troncos impediam ver por onde ele fluía e onde terminava.
Pisei na madeira, que se afundava um pouco com meu peso. Passo por passo, mergulhei naquele mar verde intenso, recheado de vinhas, grama que chegava às canelas, árvores que escondiam aranhas espreitando nas teias.
Embora fosse distante de tudo e pudesse haver tantos perigos, ainda assim...
Respirei fundo. Senti o ar tão limpo e com um cheiro bem peculiar de selva molhada enchendo meus pulmões. Não sabia explicar, mas... Uma paz estranha que me invadia. Por alguma razão, parecia que nada me ameaçaria naquele momento.
Meus passos me levaram até uma bifurcação. Os dois caminhos pareciam iguais, embora um descesse e outro subisse pela montanha. Descer pela montanha... Tomei essa opção, também sem saber por qual razão.
A colina que encarei era difícil. Corria o risco de escorregar — e a ladeira abaixo que me aguardava já carregava minha sepultura se acontecesse. Contudo, manchando as mãos de barro, consegui descer com certa segurança.
As placas de madeira cessaram-se ao término da descida. Dali em diante, havia uma trilha informal demarcada pela ausência da grama exuberante. Segui por ela. A sensação dos meus pés descalços se afundando na fina camada de lama me trouxe desconforto e até certa repulsa, mas, com o tempo, ela foi se fazendo... macia? E confortável?
A cada passo, mais a grama parecia verde e repleta de vida. Menos as árvores escondiam segredos obscuros. Estava seguro. Impossível não estar.
Por que entrei nessa floresta? Do que estou fugindo? Essas perguntas pareciam já tão distantes...
O som de águas de um rio fluindo roubaram minha atenção. A atração fez-se tão forte que, quando me percebi, estava encarando a mim mesmo no reflexo distorcido da água cristalina. Ali estava eu, Flamel. Roupas brancas e manchadas de marrom em meio a um universo verde. Porém...
Atrás de mim. Erigiu-se uma sombra alta segurando uma faca com o braço que restava da figura. Seus olhos vermelhos miravam no meu pescoço.
Virei-me e... encarei a floresta, aquela figura estranhamente familiar impossível de ser vista.
— O que você quer?
O vento soprou mais forte e balançou minhas roupas. A brisa era úmida e gentil.
— Quem sou eu? — soou uma voz atrás de mim. Virei-me, mas a única coisa que lembrava qualquer forma humana era meu reflexo no rio.
— Sim. Quem é você?
Uma risada infantil ecoou pela floresta. Não me virei para procurá-la. Suspirei fundo, aceitando meu destino. Sentei-me à margem do rio e mergulhei minhas pernas.
— Não vai me procurar? — A voz da criança veio logo atrás dos meus ouvidos. Banhei minhas mãos com água e lavei meu rosto sujo de terra.
— Por que deveria?
A risada ressoou com ainda mais graça. Caí de costas no chão macio.
— Não tens medo de mim?
— Se quiser me matar, vá em frente.
— Te matar?... Não. — A risada retumbou por toda a floresta. — Posso fazer bem pior.
— Então faça.
— Você é mesmo sem graça.
Algo cutucou minha testa. Ao meu lado, surgiu um menino parecido comigo quando mais novo. Sentou-se e observou o rio.
— Não te assusta a maldade do mundo? — falou ele.
Uma dor aguda esfaqueou meu coração com a pergunta...
— O que você fará a respeito disso? — perguntou o garoto.
— ...Não sei.
— Você lutará. É o que se tem a fazer contra o absurdo do mundo.
— Mas... — tentei falar algo, mas as palavras entalaram na garganta.
— É difícil estar longe da família, não é? — Ele pegou um graveto e começou a desenhar algo na terra.
— Nem sei se algum dia a encontrarei de novo...
— Te entendo... Acho que também nunca mais verei a minha... Qual seu nome?
— Michael — disse olhando para o garoto. Ele permanecia desenhando. — E você?
— Você já sabe quem sou, Michael. Fico feliz que seja você quem está aqui...
— Eu?
— Sim. — O garoto virou-se de costas, escondendo a face. — Fará melhor que eu com minha família... Michael, muito obrigado por ter protegido a Aithne, mesmo quando já havia aceitado a própria morte.
— Para ser sincero, não sei o que fiz... Mas queria te agradecer também. Todos parecem gostar muito de você.
— Fico muito feliz... Também queria lhe dizer uma última coisa.
— O que foi?
— ...O passado nos dá história e significado. Ele nos molda, cria defeitos e qualidades em nós. É fascinante. Mas... cuidado. Você divaga muito nele.
— Cuidado?
— Sim... — O corpo do garoto começou a se tornar transparente. — Se o passado nos condiciona, o presente é criação e liberdade... Se estiver perdido na sua própria angústia e dificuldades, nunca poderá contemplar a beleza e a liberdade. Tudo que se pode admirar está no presente. É disso que sinto mais falta...
Seu rosto se virou para mim, e vi uma lágrima escorrendo antes de ele sumir por completo.
“A beleza do presente...”
O recado que ele quis me passar ao final era bem semelhante ao do meu irmão. Porém, Lucas focou nas oportunidades perdidas, e esse garoto na "beleza", na "criação".
...Olhei para o céu. Silêncio pairava naquele mundo. Suspirei. Tanta coisa aconteceu hoje... E antes também, mas não me lembro de nada...
Contudo, se o presente é o mais importante, talvez o fato de não conseguir me lembrar do que me ocorreu para ir parar na enfermaria seja uma oportunidade para viver no agora...
Levantei-me e percebi que havia algumas palavras escritas no lodo ao meu lado. Diziam...
Omnix Beytran.
Esse nome me é tão familiar... Onde o vi mesmo?
Não tendo mais o que fazer ali e o Sol se pondo, caminhei até a subida, quando um grito desesperado ecoou pela floresta clamando por socorro. Olhei na direção que os passarinhos voavam desordenadamente, espantados pelo som súbito. Era do outro lado do rio.
Retirei a adaga negra da mochila e a empunhei com firmeza. Havia alguma pessoa ali em perigo, e não há ninguém por perto para ajudá-la...
Diferente da mata que adentrei até chegar no rio, a que estava diante de mim era escura. As árvores gigantescas criavam um teto de folhas que impedia a luz de adentrar. O espaço entre os troncos era mais estreito, e não havia caminho para trilhar.
Limpei o suor da testa e atravessei o rio. Face a face com aquela floresta obscura, adentrei na escuridão, acompanhado apenas do coração acelerado.