Volume 1 – Arco 1
Capítulo 20: Evolução para Grau 2
Estávamos ambos no chão. A noite anterior foi no mínimo divertida. Estava revigorado da luta e tinha um sorriso bobo no rosto.
Ela estava dormindo com apenas uma coberta pequena. Levantei e coloquei minhas roupas, logo fui surpreendido com uma entrada.
Gleen estava na porta que levava ao trono, boquiaberto. Ele logo retomou a compostura e disse, ainda um pouco nervoso:
— B-bom-dia, mestre.
Terminei de arrumar minhas coisas e prossegui em sua direção. Segurei seus ombros o virei na direção contrária.
— Bom dia, Gleen. Podemos continuar com os relatórios?
— É-é... claro, mestre!
Abri um sorriso confortável.
Nada de muito alarmante ocorreu na masmorra nos últimos dias. Continuaram caçando, reproduzindo-se e crescendo.
Mas, como previ, problemas começaram. Goblins descontentes; outros tentando se rebelar.
Ontem foi um dia de folga, mas hoje teria muito trabalho.
— Vamos resolver isso...
Chegamos rapidamente a Floresta do primeiro andar e observamos um grupo a distância.
— Eles estão fazendo confusão?
— Não, senhor. Eles não participam da caça, não cuidam das crianças, não obedecem ordens e vivem por si mesmos. Porém também não parecem querer ir embora ou lutar contra o senhor. Decidiram viver em uma comunidade própria aqui. O senhor quer que eu os elimine?
— Não. Deixe-os. Eles simplesmente são Goblins, Gleen. Já sabia que eles seriam assim.
— E como o senhor fará?
— Hm. Tenho uma ideia perfeita para lidar com essas coisas, mas só poderei implementar futuramente na masmorra. Por ora, mande todos os goblins usarem isso.
Entreguei um pequeno brinco para Gleen. Era uma bijuteria que poderia ser compradas aos milhares por poucos pontos.
— Para os líderes de caça, entregue os azuis, para caçadores, os brancos, para os trabalhadores normais, os pratas e você usa o vermelho.
— Sim, senhor. Mas posso saber por quê?
— Claro. Classes Sociais, Gleen. Agora isso vai servir apenas como forma de diferenciação, mas logo vai se desenvolver um conceito de importância.
— Entendo. Os Goblins que não tiverem brincos vão ser os que não querem viver em grupo e seguir ordens.
— Exatamente. Eles não vão ter apoio e serão isolados dos demais. Também não deixe que subam para o segundo andar. Eles vão viver aqui embaixo.
— Sim, senhor.
— Também aumentarei o primeiro andar para dez vezes o tamanho normal. Avise aos grupos de caça que devem acessar o portal que criarei no centro do vilarejo.
Expliquei mais alguns detalhes para Gleen e comecei a modelar o andar. Agora realmente estava parecendo uma floresta de tão grande. Demoraria dias para alguém mapear todo o andar.
Gleen cumpriu minhas ordens e todos passaram a usar os brincos, não somente os goblins, como também os demais monstros. Apenas os esqueletos que não usavam e os coelhos que morriam e nasciam constantemente.
Terminei a análise das coisas, nomeei alguns outros monstros talentosos e voltei ainda de manhã para a sala do núcleo.
Cristal havia saído para caçar ao amanhecer, então ainda tinha muito tempo livre.
Quando cheguei, tentei fazer silêncio, mas ela acordou do mesmo jeito. Ela apontou o dedo para mim e para ela.
Acho que tenho tempo para mais uma rápida.
Meia-hora depois, estávamos ambos no chão outra vez e apenas os restos de madeira sobraram do meu trono.
Acho que vou precisar de uma cama e um trono novo.
Eu estava recostado na escada que levava ao núcleo. Ela estava deitada no meu colo brincando com a minha cauda afiada.
— Posso perguntar por que decidiu fazer isso? — Essa dúvida ainda ficava na minha mente.
— É parte da nossa cultura como Orcs.
— É? Me explique — pedi realmente interessado.
— Orc machos não tem isso que chamam de vergonha ou pudor. Acaba que pegamos um pouco disso. Virgindade ou castidade não significam nada para nenhuma de nós. Também não precisa se preocupar em ter outras contigo; para orcs isso é irrelevante.
— Oh. Quase o contrário dos humanos.
— Você sabe muito dos humanos, não é... M-mestre. Desculpa, ainda não me acostumei com isso de “mestre”.
— Não tem problema. E sim, sei muito mais do que gostaria sobre humanos.
— Minha mãe sempre dizia. — Ela fez uma expressão que mostrava sua saudade. — Orcs são terríveis. Eles atacam, tiram tudo, matam, traem e desejam apenas poder.
— Ela não estava errada — comentei.
— Mas ela disse que os humanos eram a coisa mais parecida, porém tentavam esconder a todo o custo esse outro lado. Enquanto os Orcs são abertos sobre o que são, os humanos se escondem por trás de máscaras.
— Sua mãe era uma mulher sábia.
— É... Ela era. — Ela abriu um sorriso gentil.
Aparentemente as irmãs dela não eram mais virgens, apenas ela. Disse ter se guardado para alguém que realmente lhe merecesse. Alguém que fosse forte.
“— Coisa de Orc. —” Ela dizia.
Depois da conversa, e da diversão, ela desceu para o vilarejo. Foi ver suas irmãs. Eu aproveitei esse tempo livre para finalmente testar minhas habilidades.
Primeiramente: Maestria com Lança.
A habilidade evoluiu para nível 2. Agora eu tinha uma capacidade melhorada. Não parecia mais um garoto balançando um graveto. Não era nada demais, mas parecia que eu poderia matar alguém facilmente com meus golpes.
Depois, as habilidades novas.
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[Habilidade]
Nome: Vampirismo
Tipo: Ativa
Raridade: Especial | Nível 1
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Ao beber o sangue dos inimigos, eu conseguia roubar o seu poder por um curto espaço de tempo, regenerava meus ferimentos e energia. Conforme subisse de nível, mais poder eu poderia roubar.
Uma habilidade simples de entender e com limitações claras. Entretanto, também era poderosa.
Quanto mais inimigos eu enfrentasse, mais forte me tornaria. Não gastar pontos com poções de cura era um certo alívio.
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Uma habilidade incrível. Durante o combate, não precisaria parar para beber poções de cura e regenerar energia.
Em seguida, a habilidade que me fez pensar ter poder absoluto.
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[Habilidade]
Nome: Força Monstruosa
Tipo: Ativa
Raridade: Especial | Nível 1
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Por um curto espaço de tempo, minha força aumentaria substancialmente. O tempo de duração aumentaria conforme o nível subisse.
Contudo, a habilidade demandava muito a energia física do corpo. Após usá-la, eu ficaria completamente esgotado e, tentar usá-la de novo, diminuiria meu tempo de vida.
Era realmente uma habilidade destruidora, mas precisava ser usada com cuidado. A próxima eu não sabia nada sobre.
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[Habilidade]
Nome: Magia das Sombras
Tipo: Especial
Raridade: Heroico | Nível 1
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A habilidade me permitia controlar, modificar e armazenar as sombras. Magia das sombras tinha grande capacidade ilusória, absorção e furtividade, porém pecava na capacidade ofensiva, sendo usada apenas para dar suporte na maioria das vezes.
Em Vangloria, era raro haver magos com esse tipo de magia, mas era interessante. Talvez eu fosse capaz de cegar o inimigo ou prendê-los em ilusões.
Magia das Sombras era uma derivação do elemento escuridão, então não era de todo o mal. O problema era os feitiços: eu não sabia nenhum.
Por último, olhei a última habilidade que adquiri no fim da batalha.
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[Habilidade]
Nome: Ímpeto Veloz
Tipo: Ativa
Raridade: Incomum | Nível 1
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— Oh! — Era uma habilidade ofensiva.
Eu precisava de uma arma do tipo lança e precisava correr para ativá-la. Correndo, carregava um ataque poderoso em direção ao adversário.
— É a evolução da habilidade Ataque Aprimorados, mas baseado em velocidade e voltado para lanceiros, além do poder ser muito maior. — Parando para pensar, Força Monstruosa era uma evolução da habilidade Força Superior que alguns goblins receberam.
Futuramente, quando dominasse ambas as habilidades, ensinaria para os goblins, assim eles teriam como lutar contra monstros muito mais poderosos que eles
Completando essa tarefa, decidi treinar um pouco.
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Estava parado sem a parte de cima da minha roupa. O suor reluzia nos meus músculos recém construídos e caíam no chão.
Respirava pesado e continuava cortando com a lança de madeira com força destruidora.
2 minutos.
Eu conseguia manter a Força Monstruosa por dois minutos sem ficar completamente exausto.
O treino rápido me serviu bem. Descobri como ativar o Ímpeto Veloz e a Força Monstruosa, porém elas permaneceram no mesmo nível.
— Aparentemente só irão crescer em combate mesmo.
— Bem... é satisfatório.
Assim que terminei, Cristal surgiu no último andar toda suja de sangue. Não me preocupei, pois sabia o que ela estava fazendo.
— Foi caçar? — A encarei com um sorriso. Ela devolveu com um abanar de rabo. — Vamos tomar banho.
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Tomado o banho, sentei-me no chão acariciando o pelo dela. Me lembrei que ela saiu logo depois das semi-humanas.
Será que ela sabia o que ia acontecer? Olhei o seu rosto. Não... Só estou imaginando coisas.
Olhei um pouco para a sala do trono e senti um certo vazio. Desde que vim para esse mundo, acabei pegando o gosto por dormir.
Uma cama seria algo bom. Talvez criar um banheiro para não ter que ficar modificando e gastando pontos atoa toda vez que fosse tomar banho.
Esse tipo de coisa.
Além de que, se eu fosse continuar com minhas visitas noturnas, precisaria de uma cama. Uma muito, muito resistente.
— Acho que está na hora das compras, Cristal. — Ela me encarou com um rosto estranho, como se me julgasse.
Será que ela lê mentes? Não! Impossível... né?
Dei uma rápida olhada na loja, mas não encontrei nada de muito interessante. A loja de grau baixo era muito limitada.
— É, Cristal. — Levantei-me. — Está na hora de evoluir a Masmorra.
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Masmorra
Nome: Nenhum | Tipo: Torre
Raridade: Único | Grau: 1
Servos: 565
Andares: 5 | Andares Subsidiários: 0
Pontos: 17.500
Requisito para próximo Grau: 1000 Pontos | Monstro Incomum | Monstro de Grau: 2
[Bônus]
Monstros Dominados e Domados tem um chance de receber a habilidade Mente Calma
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— Evoluir Masmorra — comandei.
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[Requisitos para evolução foram completos]
[Masmorra Grau 1 subiu para Masmorra Grau 2]
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O núcleo da masmorra brilhou em um azul forte. A concentração de mana circulando dobrou e eu senti o calor penetrar meu peito.
— Revigorante — comentei.
Porém, não parou nisso.
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[Nephelim Superior subiu de Grau para Grau 2]
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Com a evolução da masmorra para grau dois, acabei consequentemente também subindo de grau. Não consegui deixar de sorrir com isso.
Logo, fiquei sabendo das outras novidades. A loja aumentou para o triplo do tamanho e, além disso, recebi alguns novos monstros comuns.
— Slime e Duende... Hm. Muito interessante.
Continuei rondando tudo e comprei algumas coisas. Uma cama de madeira resistente, um par de roupas novas e outros itens interessantes.
Por último, comprei um trono novo. Ainda era um trono simples. Feito de madeira e decorado com algumas peças vermelhas.
Não era grande coisa, mas parecia mais confortável que o anterior.
Assim que me sentei, o arrependimento me abateu.
— Mais duro que o antigo! — Eu tinha algum tipo de azar para esse tipo de coisa.
Suspirei. Quando estava prestes a me levantar para ver as recompensas e outras coisas que recebi do combate com os orcs, uma mensagem surgiu.
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Você cumpriu os requisitos para participar do Leilão dos Mestres.
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Não havia colchetes ao redor da mensagem, então significava que não era uma mensagem direta do sistema. Era algo automático e não era do sistema da minha masmorra.
Além disso, nunca ouvi falar de leilão antes.
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Você deseja participar? (Sim/Não)
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A mensagem piscou acima dos meus olhos.