O Mago de Água Japonesa

Tradução: Soll

Revisão: Mon


Volume 1

Capítulo 3: Para o Mar Azul!

Ryo dominou o Jato de Água e o Jato Abrasivo tão completamente que caçar com sua magia agora era moleza. Isso acabou alimentando uma ambição insaciável nele de afirmar seu domínio sobre outros aspectos de sua nova vida – o maior de todos sendo o mar!

Sol: arittake no yume wo kakiatsume ( Juntando todos os nossos sonhos ) | Moon: Gênio?

A aproximadamente quinhentos metros a sudoeste de sua casa estava o oceano, ou pelo menos era o que o Falso Miguel havia informado. Ele também contou que, uma vez que Ryo se familiarizasse mais com sua magia da água, seria capaz de extrair sal da água do mar.

Apesar de ter usado uma quantidade considerável de seu estoque de sal para fazer o molho de peixe, ele ainda tinha o suficiente para durar meio ano. Mesmo assim, ele precisava confirmar quanto sal poderia extrair do mar.

E também tinha as riquezas do mar. No que diz respeito a peixes, ele conseguiu pegar alguns peixes de água doce no rio para satisfazer seu desejo inicial – aqueles parecidos com piranhas – mas o mar abrigava sua própria coleção saborosa de vida marinha.

Mariscos, ouriços-do-mar, lula, polvo e mais... Bem, ele precisaria mergulhar para pegá-los. Felizmente, isso não era um problema para Ryo. Crescer no interior o tornou um bom nadador!

Uma praia de areia branca se estendia pela costa, a quatrocentos metros a sudoeste da barreira. Parecia algo de Phuket ou Bali! Claro, Ryo nunca tinha estado em nenhum desses lugares... então ele baseou sua impressão em imagens que viu muito tempo atrás. Afinal, as imagens são muito importantes!

N/T: Phuket (Tailândia) e Bali (Indonésia) são duas ilhas mundialmente famosas por suas prais paradisíacas de areia branca e águas cristalinas. São frequentemente usadas como referências universais de "paraíso tropical" em culturas pop do mundo todo.

Ele perdeu a noção do tempo enquanto olhava sonhador para a cena à sua frente. Depois de um tempo, voltou a si.

"Vou tentar extrair o sal."

Ele começou criando um barril de gelo de um metro de diâmetro e um balde de gelo para pegar a água do mar. Usando o balde, ele pegou água do mar e despejou no barril. Encheu e despejou de novo. E de novo. E então mais uma vez.

Quando encheu o barril até a borda, ele imaginou a água se dissipando.

"Evapore."

A água desapareceu, deixando para trás grãos brancos e levemente coloridos. Ele experimentou lamber alguns dos grãos brancos.

"É, isso é salgado. Isso é sal."

Sucesso.

"Agora, o que seriam esses grãos coloridos... Ah, areia..."

Como ele coletou a água perto da praia de areia, não era de admirar que a areia também tivesse ido parar no balde.

"Devo conseguir extrair apenas o sal se eu pegar água de um lugar mais longe da praia."

Ele jogou o balde e o barril de gelo no mar, junto com o sal que estava dentro, porque afinal era apenas seu primeiro experimento. Depois de fazer isso, Ryo seguiu para um trecho de costa rochosa mais ao norte.

"Eu adoraria conseguir alguns frutos do mar."

Ao chegar na área rochosa, ele tirou toda a roupa e mergulhou no mar sem hesitar. Lá, descobriu um mundo lindo, exatamente como imaginava. A água era tão clara que ele podia ver o fundo do mar. Viu peixes coloridos, corais e outra vida marinha desconhecida.

E então ele avistou: um peixe com cara de delicioso!

Ryo nadou até a superfície para respirar mais ar, depois mergulhou em direção ao fundo do mar. Ele segurava sua habitual faca-lança de bambu na mão direita. Um peixe branco de cinquenta centímetros de comprimento, parecido com um pargo, chamou sua atenção.

N/T: O peixe Pargo é um peixe de aparência clássica - corpo alto e lateralmente achatado, com coloração que varia do rosa ao vermelho característico. Muito valorizado na culinária por sua carne branca, firme e saborosa, sendo frequentemente preparado grelhado ou assado, a descrição do peixe como "branco" na narrativa refere-se à coloração prateada/branca das laterais e ventre, comum em muitas espécies de pargo quando vistas na água.

Ele usou sua faca-lança de bambu como um arpão e o espetou de uma vez. Um ataque perfeitamente executado.

Naquele momento... o mundo mudou. Pelo menos foi assim que Ryo sentiu. Parecia que o paraíso que era o mar se transformou abruptamente em inferno.

Porque, em sua empolgação, ele havia esquecido algo crucial – isso não era a Terra. Ele estava em Phi, e monstros habitavam este mar.

No segundo em que matou o peixe parecido com o pargo, ele se tornou o inimigo deste mar. Os cardumes coloridos ao seu redor fugiram, alertando-o para uma mudança dramática na atmosfera. Por mais que ele odiasse admitir, sabia que o mundo tinha mudado. Não era apenas sua imaginação.

Isso é ruim. Hora de cair fora.

Mas ele estava tarde demais.

Quando olhou por cima do ombro, viu um grupo massivo de monstros tipo peixe se coalescendo em uma formação de bola de isca com vinte metros de diâmetro... grande o suficiente para engolir um pequeno barco de pesca facilmente. Sardinhas se aglomeram em bolas de isca para resistir a atuns e outros peixes atacantes. Uma bola de isca cheia de sardinhas poderia parecer fofa, mas a que se formava na frente de Ryo parecia consistir de monstros.

Sim, parecia. Ele não tinha ideia de que tipo de monstros eles eram, pois "O Compêndio de Monstros, Edição Iniciante" não incluía nenhuma entrada sobre monstros marinhos. Tinha apenas uma frase sobre o tema: "Para monstros oceânicos, consulte 'O Compêndio de Monstros, Edição Marinha'." O fato de um volume inteiro ser dedicado aos monstros do mar só comprovava a miríade de variedades de monstros que ele poderia encontrar no oceano.

A essa altura, suas chances de vitória estavam caindo rapidamente. "Se conheces o inimigo e a ti mesmo, não precisas temer o resultado de cem batalhas." Como o provérbio de Sun Tzu confirmava, Ryo sempre teve informações sobre cada inimigo que encontrou anteriormente, graças ao seu estudo minucioso do Compêndio de Monstros. Ora, ele conseguiu enfrentar aquele falcão assassino por causa da entrada no livro, mesmo que vaga.

Moon: Eu tenho esse livro aqui em casa, do Sun Tzu, mas nunca achei nenhum dos provérbios que já vi… Ai você pergunta, “Moon, mas você já leu?” “Não! ;D”

Nesta ocasião em particular, porém, ele não tinha dados algum sobre o inimigo. Nada.

"Se te conheces a ti mesmo, mas não ao inimigo, para cada vitória ganha, também sofrerás uma derrota."

De acordo com o provérbio, então, a taxa de vitória de Ryo caiu pela metade para cinquenta por cento de uma só vez...

Ainda assim, outras palavras também se aplicavam a este mundo de batalha: "O momento, o lugar, as pessoas." Deixando de lado o primeiro, seu oponente tinha a vantagem no "lugar", já que o mar era seu território. Para Ryo, que nem conseguia respirar debaixo d'água, isso era definitivamente um 'jogo fora de casa'. No que diz respeito às "pessoas", a incrível bola de isca formando-se diante de seus olhos dava testemunho... da comunicação impecável que devia existir entre todas as criaturas dentro dela.

Sol: O Vasco é o time da virada fora de casa hein….

Independentemente de como ele via a situação, Ryo não tinha chance de vencer. A opção mais inteligente seria bater em retirada.

Nesse ponto, porém, ele notou algo incomum. Não consigo nadar... ou mesmo usar minha magia nisso... Seu corpo não estava afundando, mas ele não conseguia mover seus membros na água.

Ryo era um mago da água. Apesar de este encontro ser um 'jogo fora de casa' por ocorrer no mar, ele simplesmente não conseguia entender sua incapacidade de manipular a água nessas circunstâncias.

Infelizmente para ele, o inimigo não o esperou enquanto ele caía em um estado semipânico. Um monstro saiu da bola de isca, correndo direto para ele como um míssil ou torpedo.

Muralha de Gelo.

Apesar de sua dificuldade em compreender a situação no mar, ele sabia que a defesa era sua única opção no momento, porque sua incapacidade de se mover significava que ele também não poderia desviar de nenhum ataque. Depois de repelir apenas alguns dos torpedos-monstros, Ryo perdeu o controle de sua Muralha de Gelo.

Será que eu realmente perdi o controle da magia?, ele pensou, observando a muralha de gelo dissipar diante de seus olhos.

Os torpedos de monstros marinhos continuaram a atacá-lo implacavelmente. Para se proteger, Ryo gerou uma Muralha de Gelo atrás da outra, mas cada uma se partia um segundo após aparecer.

A água ao meu redor está sob o controle deles? Isso também explicaria por que não consigo nem me mover.

Ele era um mago da água, que treinou com bastante diligência para controlar sua magia. Como resultado de seus esforços, ele se destacava em controlar a água em nível molecular também. Infelizmente para ele, ele estava em desvantagem contra seus oponentes atuais.

Porque eles eram monstros marinhos... a magia da água estava literalmente em seus genes, dando-lhes o uso inerente de miríades de técnicas. Além disso, eles controlavam essa magia há gerações como uma parte central de suas vidas. Apesar de sua rotina de treinamento incomparável, Ryo se tornou um mago da água apenas alguns meses atrás. Em outras palavras, um novato como ele não tinha a menor chance.

Sem mencionar que o inimigo somava milhares... Bem, ele não podia ter certeza absoluta de sua contagem devido à formação de bola de isca, mas duvidava que houvesse menos de mil.

No momento, ele mal conseguia manter seu equilíbrio contra os torpedos de monstros marinhos com sua geração de Muralha de Gelo. Ele executava cada nova Muralha de Gelo momentos antes do próximo ataque, então a Muralha de Gelo desaparecia logo depois.

Embora ele pudesse se defender bem o suficiente no momento, o problema era seu suprimento de oxigênio. Graças à sua rotina de treinamento diário, ele conseguia ficar quatro minutos sem respirar. Nesta situação, porém, ele tinha apenas quatro minutos. Como ele deveria quebrar esse impasse?

Será que consigo colocar a água ao redor dos meus membros sob meu controle?

A água do mar ao seu redor rejeitou suas tentativas de manipulá-la com magia até agora. A sensação de resistência era a mesma de quando ele tentou descongelar a carne congelada que o Falso Miguel deixou para ele no silo gelado, só que a resistência que ele encontrava agora era muito mais forte.

Como estava agora, Ryo percebeu que provavelmente não poderia arrancar o controle da água do inimigo. Não era surpresa, dada a natureza de seu oponente. Talvez sua incapacidade de fazê-lo estivesse no grande número de oponentes. De qualquer forma, as chances de ele vencer uma batalha pelo controle mágico eram mínimas.

Nesse caso, ele teria que tentar investigar por que a água do mar estava sob o controle do inimigo.

Vamos verificar a água ao redor das minhas mãos e pés. Ela está bem fina, provavelmente por isso não consigo usar minha magia nela. Não importa, porque acho que meu método ainda deve ser eficaz. Tenho que tentar nesse ponto! Em teoria, é igual ao Jato de Água, então deve funcionar!

A essa altura, ele produzia Muralhas de Gelo quase inconscientemente. Enquanto continuava a fazê-lo, ele conjurou uma imagem mental de Jatos de Água saindo das solas de ambos os pés. Em vez dos fluxos finos que ele fez no início, ele visualizou fluxos grossos de água – trinta e dois para ser exato.

"Jato de Água 64."

Imediatamente após entoar o feitiço, jatos de água dispararam de seus pés e propulsionaram Ryo em direção à superfície com tanta força que o momentum o lançou para fora do mar.

Mas não acabou ainda.

Assim que seu corpo atingiu a água, ele respirou fundo e mergulhou de volta no oceano. Seu plano era lançar um ataque surpresa na bola de isca diretamente de cima.

Como esperado, sua propulsão súbita para fora da água havia lançado os monstros no caos. Independentemente de quão perfeita fosse sua cooperação e comunicação, monstros em um grupo seriam incapazes de lidar com uma situação que nunca experimentaram antes.

Ryo entrou na briga por cima, espetando repetidamente com sua faca-lança de bambu. Ele manuseava a arma para todos os lados, indiferente ao seu redor. Ele esperava que a água causasse algum arrasto, mas a resistência não foi tão ruim quanto ele esperava.

Ele causou dano em vários dos monstros. Embora possuíssem um poderoso controle mágico, eles eram tão frágeis quanto peixes normais. Ele os abateu um por um usando sua lança de bambu.

Levou apenas um minuto para destruir a formação de bola de isca e forçar os monstros a se dispersarem em retirada.

Desmaiar não significava apenas que ele perdeu a consciência... também significava que sua presença efetivamente se foi. Então talvez, quando ele desmaiou, sua existência não apresentasse mais uma ameaça. Nesse caso, era possível imaginar que a vida marinha voltou à sua luta constante habitual pela sobrevivência uma vez que "Ryo, o inimigo do mar", não mais "existia". Isso explicaria por que o camarão e o caranguejo começaram a lutar logo após ele perder a consciência.

"Hmmm, eu não entendo direito, mas acho que faz sentido. Embora tudo que eu possa dizer é que tive muita sorte... Definitivamente não haverá uma próxima vez, huh?"

Havia muitas habilidades que ele precisava treinar mais. Ele pode ter ficado um pouco convencido depois de derrubar dois javalis maiores e aprender a usar o Jato de Água em um nível prático, mas os monstros do mar acabavam de ensiná-lo que ele ainda não era páreo para eles. Foi assim que Ryo decidiu pensar. Afinal, não havia sentido em ficar deprimido para sempre.

A partir do dia seguinte, ele praticou o controle mágico enquanto corria. Nada de novo naquela frente. Enquanto corria, ele criou uma Torre de Tóquio do tamanho de uma palma da mão com uma grande pagode de cinco andares.

N/T: Uma pagode (ou pagoda) é um tipo tradicional de edificação religiosa, comum em países como Japão, China, Vietnã e Tailândia, trata-se de uma torre templeira com múltiplos andares (geralmente em número ímpar), caracterizada por seus telhados curvados e sequenciais, que se repetem em cada pavimento. A descrição de "cinco andares" é classicamente associada a essas estruturas na arquitetura budista do Leste Asiático.

Além disso, ele também conduziu um pequeno experimento em uma de suas caçadas. O sujeito era um coelho menor, que provaria ser saboroso depois.

Cerca de sessenta por cento do corpo humano consistia de água e o mesmo era verdade para os monstros. Embora a quantidade exata difira com base na espécie do monstro, na maior parte, sua composição física de água variava de cinquenta a setenta por cento. Nesse caso, como um mago da água, Ryo se perguntou se ele poderia manipular diretamente a água dentro do corpo de um monstro.

Ele criou uma imagem em sua mente. Especificamente, ele visualizou o sangue correndo por todo o monstro congelando enquanto ele pulava na sua frente.

"Congelar Sangue."

...

Magia repelida! O mesmo que quando ele tentou descongelar a carne congelada do Falso Miguel. Assim como naquela ocasião, ele sentiu a resistência em sua mente.

"Posso usar isso para o meu treinamento."

A partir de então, toda vez que caçava um monstro do tipo coelho ou javali, ele tentava congelar seu sangue antes de finalizar sua presa. Infelizmente, o feitiço Congelar Sangue ainda não teve sucesso nenhuma vez. Não funcionava nem no sangue jorrando de seus ferimentos. No entanto, uma vez que o monstro morria, tornava-se possível congelar seu corpo inteiro com sucesso.

Como uma extensão lógica de seu experimento, ele se perguntou o que aconteceria se ele congelasse monstros vivos. Mais precisamente, ele poderia fazê-lo congelando as moléculas de água no ar ao seu redor?

Os resultados falaram por si. Ryo não conseguiu. Embora ele pudesse congelar moléculas de água a dez centímetros ou mais de distância de um monstro, ele encontrou sua magia sendo repelida quando tentou congelar moléculas mais próximas do monstro. Em suma, isso indicava que a área dentro de dez centímetros do corpo do monstro estava sob seu controle.

Espaço pessoal, huh...

Ele se lembrou da batalha em que ele espetou um javali maior na cabeça criando inúmeros fluxos de Jato de Água de perto. Agora ele entendia que o ataque foi bem-sucedido porque ele os produziu e lançou a uma distância de trinta centímetros. Então, quanto mais ele experimentava com sua magia, mais claras se tornavam seu funcionamento interno, juntamente com a extensão de seu controle sobre a referida magia.

"Preciso aprender mais. Muito mais."

Ryo fez esta promessa a si mesmo.

 

Sol: Pow se ele conseguisse congelar sangue de qualquer um o bixão iria ser imparável, ainda bem que nerfaram ele…..

Moon: Ou será que é só um “Agora não…” ???

 

Traduzido por Moonlight Valley

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