Volume 1 – Arco 2
Capítulo 23: Retribuindo o Favor (3)
Kim podia ver diversas pessoas rezando por toda parte.
Logo, furtivamente, Hans se aproximou e sussurrou: — Jovem mestre, acabei de ver o filho mais velho da família do marquês Stan.
— Como você sabe sobre essa pessoa...?
Cale genuinamente ficou surpreso.
Ao sorrir, o vice-mordomo apontou para a cabeça e declarou: — Hehe~ Praticamente toda e qualquer informação sobre os nobres está em minha cachola. Eu também vi a cobra vermelha, o símbolo da família do marquês, na cadeira de rodas.
— Hans...
— Sim?
— Você é mais perspicaz do que parece.
— Obrigado?
Hans encolheu os ombros com uma expressão de satisfação. Ele então indagou o ruivo: — O que planeja fazer?
Ao mesmo tempo, Kim pôde sentir o lado esquerdo de seu rosto aquecer — já, ao se virar naquela direção — viu Choi Han o encarando.
Logo então, balançando a cabeça, os respondeu.
— Ignorá-los.
Com isso, oficialmente, o passeio deles se iniciou.
Depois de olhar em volta, Cale ficou chocado; o ponto principal da cidade, a atração turística, não passava de um lugar onde apenas pequenas torres de pedra ficavam.
— Elas são… — Kim parecia estar em descrença. — Mais feias do que eu esperava.
Ele não conseguia entender o sentido daquele estilo arcaico; mesmo já imaginando que iria ver pilhas de pedra.
Lá havia todo tipo de rocha com formatos diferentes, elas pareciam interessantes, no entanto, definitivamente não eram bonitas.
Cale espreitou os gatinhos nos braços do Hans; a dupla parecia estar extremamente desapontada.
Contudo, havia alguém que parecia estar mais sério do que Kim esperava. Orando, como as outras pessoas, Choi Han estava com a sua cabeça curvada.
"Deve tá desejando voltar pra Coréia."
O protagonista teve a sorte de ter crescido em um ambiente familiar feliz. Portanto, ele era um tipo de pessoa diferente de Cale, Kim Rok-Soo. Com suas experiências antigas e por ter tido influências positivas, ele foi capaz de aguentar diversas situações desastrosas enquanto ainda era uma boa pessoa.
Kim manteve seu olhar em tal figura; ela logo levantou a cabeça e fez contato visual.
— Cale.
— O quê?
— Tem algo que quero te perguntar e um relatório a fazer.
Repentinamente, o ruivo sentiu um mau pressentimento.
— Primeiro a pergunta.
Antes de começar a falar, Choi Han se mostrava pensativo enquanto olhava em direção às torres de pedras que estavam erguidas bem no centro deste amplo local.
— Não vai fazer um desejo?
"É isso que ele quer saber?"
Cale apenas respondeu casualmente. — Eu não faço desejos.
— Por que não?
— Isso me faria ter expectativas.
Ao declarar isso, todos de seu grupo, incluindo os gatinhos, viraram seus rostos. Já em resposta, como Choi Han tinha feito, o ruivo apenas voltou sua visão para as torres de pedra no centro do local e lentamente continuou a falar.
— É muito mais fácil viver sem elas.
Realmente, seria ótimo caso raspasse um ticket de loteria esperando por 100 Wons e acabasse ganhando 500, no entanto, se tivesse feito isso com a esperança de ganhar o grande prêmio e só conseguisse os 500, ficaria frustrado.
Tap.
Kim, após sentir um toque em seu ombro, virou seu olhar apenas para se deparar com Hans sorrindo e falando: — Você até que está certo, jovem mestre. Não há sonhos ou esperanças neste mundo~!
— Só fica quieto...
— Sim, senhor!
O vice-mordomo respondeu alto, mas parecia estar um pouco decepcionado também, pois assumiu a liderança e começou a caminhar com a dupla felina.
Cale também optou por fazer o mesmo, no entanto, foi impedido assim que o protagonista se aproximou e sussurrou em seu ouvido.
— O dragão entrou na cidade.
Aquele era o relatório que ainda não havia sido dado.
— Só finja que não percebeu.
— Entendido.
Kim deu uma olhada ao redor; contudo, não pôde ver nenhum sinal da pequena figura. Para ser mais exato, para ele, a única coisa visível, além de torres de pedra, eram as pessoas orando.
O ruivo então voltou seu rosto para a direção oposta daquele cenário: Agora visava a pequena montanha atrás do lugar onde residiam os cidadãos mais ricos da cidade Pursal.
Cale olhava para o local onde o túmulo da pessoa que viveu até os 150 anos estava.
No dia seguinte, Kim estava pronto para ir ao seu destino. No entanto, ele tinha plena consciência de que precisava se livrar daqueles que queriam segui-lo...
Felizmente, não demorou para que todos parassem de expressar suas reclamações assim que declarou que uma única pessoa o acompanharia.
— Levarei apenas Choi Han comigo.
Sem dúvidas, tal figura era a pessoa mais forte lá; assim, com sua companhia, tanto o vice-capitão quanto o vice-mordomo não tinham nada a dizer.
Na verdade, como resposta, o vice-capitão apenas franziu a sobrancelha e disse que precisava treinar os cavaleiros...
Logo depois, enquanto Cale observava um bando de cavaleiros se reunirem com um olhar de desespero, Hans falou algo.
— Não se preocupe, vou cuidar dos nossos gatinhos-nims.
Ao escutar isso, Kim apenas se afastou e saiu da pousada; Choi Han seguiu atrás.
— Está planejando fazer algo de novo hoje?
— "De novo"? Alguém poderia entender isso errado caso o ouvisse.
O protagonista não respondeu, no entanto, Cale não se importou e apenas se dirigiu para a montanha atrás do bairro de alta classe...
Já, no meio do caminho, ele voltou a falar.
— Preciso ir até aquela montanha ali. Você pode simplesmente esperar por mim na entrada.
— Entendido.
Choi Han não disse mais nada — Kim preferia alguém assim. — Ele era um indivíduo que mesmo seguindo o ruivo suspeito, não possuía nenhuma curiosidade sobre o que fazia. Bem, isto provavelmente só era possível porque pensava que poderia descobrir se realmente quisesse e, pelo fato de que não temia nada que Cale fosse causar.
Depois de passar pela área marcada, chegando na pequena montanha, Kim parou seus passos após ouvir Choi Han chamá-lo.
— Cale-nim.
— Quê?
— Irei embora amanhã.
— Eu sei. Fui eu quem lhe disse para ir, não foi?
O protagonista fez contato visual com o ruivo, que estava impaciente na entrada da montanha. Choi Han recordava do ato de proteção que lhe foi concedido por aquela mesma pessoa que também havia dito que ele podia proteger.
— Tenho pensado nisso há algum tempo, é algo que preciso lhe dizer.
O relatório de ontem, sobre o dragão, não era realmente o que o protagonista queria relatar.
Hesitando por um momento, seu olhar foi para além do ombro de Cale, numa árvore perto da entrada da montanha.
— Ron... é um homem muito perigoso.
Kim, com este alerta que pousou sobre suas costas sem nenhum aviso, vacilou por um momento.
Ele deveria falar que já sabia? Ou apenas fingir que não?
O ruivo rapidamente tomou uma decisão; mesmo ainda surpreso com um alerta como este.
— É mesmo?
— Você não está surpreso!? Há um odor de sangue nele. E, além de ser muito forte, Ron é alguém que derramou muito sangue. No começo, achei que você já soubesse disso e apenas tinha resolvido deixá-lo ao seu lado.
Para Choi Han, se Cale realmente soubesse, ele teria levado o velho mordomo junto no resgate do Dragão Negro — no entanto, o ruivo não tinha feito isso. — O protagonista então supôs que ele não sabia da verdadeira força de Ron ou que não confiava nele.
— Mas parece que nem você e nem ninguém mais sabe.
No começo, por ter escutado Cale dizer que não possuía algo como "expectativa", o fez decidir não dizer nada sobre o velho mordomo. Entretanto, quando foi escolhido como seu guarda hoje o fez se sentir culpado.
— Era isso que eu queria te contar.
— Oh, sério? Eu não sabia que Ron era forte.
Choi Han perguntou mais uma vez após ouvir a resposta calma.
— Você ainda vai mantê-lo ao seu lado? Ele parece ser uma pessoa má.
O ruivo suspirou ao se deparar com essas palavras.
Manter Ron ao seu lado? Logo o Kim? Aquele que desde do início está planejando empurrar o velho para o protagonista no momento em que chegassem na capital?
— Você e ele são iguais...
— Hã?
— Você diz que Ron tem uma grande força, certo? Então por que não fez nada em relação a ele?
— B-Bem, isso é porque...
Choi Han, de repente, não conseguiu dizer mais nada.
— É porque ele não fez nada com você.
O protagonista não conseguiu contestar tais palavras.
Houve um mal-entendido no início que levou à pequena luta entre eles, mas depois que isso foi resolvido, Ron o ajudou a encontrar uma espada e até a cuidar do assunto envolvendo seu vilarejo.
Cale apenas o observou silenciosamente.
Não era apenas com Choi Han, o velho mordomo não havia feito nada a ninguém. A única coisa que fazia era dar limonada ao seu jovem mestre e, de vez em quando, assustar ele com uns papo de carne de coelho.
— E de qualquer forma, ele tem sido meu criado por 18 anos.
Não importava o que fosse, todos sabiam que Ron era dedicado ao seu trabalho.
Até mesmo o vice-capitão, que se preocupava muito com a hierarquia, não se zangava quando o velho, um servo, caminhava de igual para igual com ele. O mesmo se repetia para Hans, que não se chateava quando seu trabalho era feito pelo velhote.
— Você o odeia?
Choi Han balançou a cabeça depois de ouvir a pergunta.
— Não.
— Então?
— Só achei que seria bom que soubesse que ele era uma pessoa perigosa.
— Você e Ron são iguais.
O protagonista olhou fixamente para o ruivo depois de ouvir isso mais uma vez.
— Vocês são a mesma coisa para mim. Então, ambos também são perigosos.
Kim olhou para Choi Han com uma expressão estóica e continuou a falar.
— Vocês também são fortes.
— Ha~
Mesmo escutando o suspiro repentino da figura à frente, Cale não sabia a razão por trás disso e continuou a falar.
— Para mim vocês dois são similares.
Ron era alguém que não se importava com nada e nem ninguém, a não ser com seu filho e consigo mesmo. Então, por que alguém assim causaria qualquer tumulto envolvendo o filho de um conde?
Kim apenas ficava com o pé atrás porque sabia que Ron era um velho perigoso. E por isso queria se livrar dele o mais rápido possível, para que pudesse viver em paz.
— Enquanto ele for meu criado, isso é tudo o que ele é. Assim como você, que só está aqui para me recompensar.
Cale checou seu relógio — a força do vento dentro da caverna era diferente com base na hora do dia. — Ele precisava se apressar.
— Você não tem mais nada a dizer, certo? Não me siga.
Choi Han acenou silenciosamente com a cabeça em resposta. O ruivo nem sequer olhou para trás enquanto se dirigia para a pequena montanha...
Assim que não pôde mais enxergar Cale em seu alcance, a figura olhou de volta para a árvore na entrada da montanha e começou a falar.
— Você o ouviu, certo?
Ron pulou suavemente da árvore; ele olhou de relance para Choi Han e começou a sorrir.
Após isso, com uma voz ríspida, começou a falar.
— Troquei as fraldas dele e o criei.
Essa era a verdade.
O protagonista se colocou em frente ao caminho para a montanha e começou a falar.
— Cale disse que ninguém deve segui-lo a partir daqui.
— Eu sei, seu idiota.
Ron virou as costas para a montanha sem hesitar.
Depois de ouvir que seu jovem mestre só iria sair com Choi Han, e até mesmo deixando as crianças da Tribo dos Gatos para trás, o velho optou por segui-lo no caso de algo acontecer.
"Parece que vim por nada."
Dizem que quanto mais velho, mais frequentemente situações inesperadas acontecem.
Ron começou a voltar para a pousada a um ritmo muito mais lento do que quando tinha saído, Choi Han o assistiu desaparecer antes de se sentar em uma rocha para esperar o retorno do ruivo.
Fora do caminho da montanha, Cale estava de pé diante de uma caverna. Sua entrada estava coberta de videiras que dificultavam sua localização a menos que olhassem cuidadosamente.
— Droga.
Kim começou a franzir o sobrolho.
Vendo que a entrada era bem pequena, ele olhou para baixo, para suas roupas simples, mas delicadas.
— Haaaaaaa…
Cale soltou um longo suspiro antes de rastejar para dentro da caverna.
Tanto a árvore devoradora de homens quanto este lugar de agora, tudo relacionado a poderes antigos, parecia ser uma loucura.
O chão junto da entrada agora tinha as marcas indicando que alguém rastejou para dentro… Segundos depois, pequenas pegadas de réptil apareceram no mesmo local...
Depois de rastejar por cerca de cinco minutos, Kim já podia ver sua passagem se alargando.
"Taylor realmente deve ter ficado desesperado. Ele rastejou até aqui, mesmo com seu corpo inferior paralisado."
Como você teria que empilhar uma torre de pedra com suas próprias forças, o filho mais velho Taylor teve que vir pessoalmente para cá.
O que Cale levou cinco minutos para fazer, provavelmente, levou de Taylor muito, muito mais tempo.
Assim que a caverna tinha altura o suficiente, o ruivo se levantou e começou a caminhar mais para dentro; quanto mais fundo chegava, mais alto ficava o ruído em seu ouvido.
Swiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiish.
Swiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiish.
Era o barulho do vento.
O som que era produzido quando as rajadas de ventos se chocavam uma na outra se tornava mais forte à medida que ele caminhava para dentro da caverna.
Finalmente, Kim localizou um pano e um pilar que provavelmente foi uma cabana há muito tempo.
Depois de dar uma única olhada, ele continuou a caminhar mais para dentro.
Swiiiiiiiiiiiiish.
O barulho do vento havia se tornado ainda mais forte.
Boom.
Boom.
Ele até podia os ouvir bater contra as paredes da caverna como se fossem um punho gigante.
As rajadas de vento começaram a ficar ainda mais rápidas.
"Poderei fazer algo assim quando tiver o "Som do Vento"?"
Escudo, Recuperação. Em seguida, Pés rápidos: Esse era o plano de ação de Kim.
Enquanto pensava no próximo poder antigo que obteria, ele parou de andar; bem, na verdade, ele foi forçado a parar.
— Uau!
Aquilo era extremamente pior do que tinha imaginado.
Ao mesmo tempo que uma grande área subterrânea tinha aparecido em frente, um forte tornado de vento era exibido.
Boom!
Boom!
As rochas nas paredes da caverna estavam se desmoronando lentamente por causa do tornado.
Havia também diversas rochas no chão fazendo Cale perceber que aquela área estava se expandindo aos poucos.
Olhando para trás e para frente, entre a área subterrânea e o caminho que percorreu para chegar até ali, ele sentiu que seria empurrado para trás pelo vento se chegasse mais perto. Bem, não apenas empurrado para trás, mas sim esmagado contra a parede, o que provavelmente o machucaria seriamente; Isso era o quão forte o vento poderia atingi-lo.
— Hm...
Felizmente, ele já sabia que no centro daquele tornado seria calmo, afinal era o olho da tempestade.
"Acho que teria sido impossível para Taylor sem a ajuda de Cage."
Kim agora entendeu porque na novel dizia que os dois haviam "lutado" durante uma semana inteira.
Subitamente, o ruivo começou a sorrir; agora seria uma batalha contra o tempo.
Sem qualquer hesitação, junto ao flutuar dos fios vermelhos de seu cabelo, Cale começou a se aproximar do tornado.
Contudo, ao mesmo tempo…
— N-Não! Você é muito fraco, vai acabar se machucando!!!
O Dragão Negro apareceu do fundo da caverna e gritou com urgência.
Mas, também ao mesmo tempo...
— Hã!?
O pequeno dragão pôde ver um grande escudo com asas de prata aparecer e rodear Cale.
As asas, que brilhavam tão intensamente que podiam ser chamadas de sagradas, circulavam o ruivo enquanto um grande escudo bloqueava o vento.
O escudo e as asas mantinham o ruivo a salvo.
Kim se virou, seus olhos se abriram amplamente quando pousaram sobre o pequeno penetra.
— O que você está fazendo aqui?
O Dragão Negro não pôde dizer nada em resposta.
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