O Guerreiro Solitário Brasileira

Volume 1: Cont. Elemental

Capítulo 4: Caminhos Obscuro

Capítulo 4: Caminhos Obscuros

Tatsuya então chegou à casa de Hironaka e o chamou. Ao perceber a chegada de Tatsu, decidiu abrir a porta.

— Tatsu, o que aconteceu? Você parece exausto e ferido! — disse Hironaka, conduzindo-o para dentro da casa.

— Eu não podia mais suportar a injustiça, Hironaka. Eles mereciam pagar pelo que fizeram à minha seita.

Hironaka compreendia perfeitamente o desejo de vingança de Tatsuya, mas também sabia que essa busca não traria paz ao coração do jovem guerreiro. Mais cedo ou mais tarde, a vingança se voltaria contra ele mesmo, consumindo-o por dentro. Com toda a serenidade que o caracterizava, Hironaka colocou a mão no ombro de Tatsuya e disse:

— Tatsuya, entendo sua dor e sua revolta, mas a vingança não é a resposta. Ela só nos consome e nos afasta da verdadeira essência da arte marcial e de nossa jornada interior. O caminho que você escolheu não é o único possível.

Os dois se sentaram nas cadeiras e começaram a se encarar. Percebendo que o clima estava tenso, Hironaka decidiu mudar de assunto. Foi então que Hironaka começou a dizer:

— Deixando isso de lado, queria saber se você quer trabalhar aqui. É que eu não quero ver o filho do meu amigo seguindo esse caminho.

— Sinto muito Hironaka, mas esse é o caminho que decidi seguir.

Ao ouvir a resposta de Tatsuya, Hironaka mostrou uma expressão de preocupação e tristeza. Seus olhos, normalmente serenos, refletiram uma mistura de compreensão e apreensão diante da determinação inabalável do jovem guerreiro. Ele respirou fundo, tentando conter suas próprias emoções, e seus ombros pareciam pesar um pouco mais.

Hironaka sabia que suas palavras não seriam suficientes para fazer Tatsuya mudar de ideia. Ele entendia que o coração do jovem estava tomado por um forte desejo de vingança e, apesar de suas tentativas de dissuadi-lo, Tatsuya estava decidido a seguir esse caminho. Tatsu rapidamente se levantou e disse:

— Desculpa Hironaka, mas estou cansado. Preciso tomar banho para trocar esse quimono e depois dormir. Amanhã continuaremos nossa conversa.

Mais um dia se passou, e Tatsuya estava na cama, deitado. O vento passou pela janela, que estava aberta, fazendo-o sentir um arrepio pelo corpo mesmo estando debaixo da coberta. Rapidamente se levantou e disse:

— Nossa! O vento está tão frio, mas isso não importa agora que levantei. Terei que ir treinar. Disse Tatsuya, enquanto caminhava em direção ao banheiro.

Alguns minutos depois, ele estava caminhando na rua. Ao passar perto de dois homens, Tatsu ouviu um deles dizer:

— Você viu? Parece que alguém ateou fogo no bordel da "Flor Flamejante". Fiquei sabendo que depois que o fogo baixou, algumas pessoas encontraram vários corpos queimados.

— Sim! Eles também falaram que foi um garoto de cabelo preto e que estava usando um quimono com um desenho de um dragão atrás. Ele agora está sendo procurado.

Tatsuya abaixou a cabeça e continuou andando em direção à saída da vila para ir ao seu local de treino. Após chegar à cachoeira, rapidamente sacou a espada com a mão direita e começou a desferir cortes de cima para baixo em uma velocidade impressionante. Após fazer dois mil cortes de cima para baixo, ele não demonstrava cansaço, mas sim determinação. Tatsu jogou a espada no chão e começou a fazer flexões.

Alguns minutos se passaram e gotas de suor escorriam pelo nariz e pingavam no chão. Tatsuya, depois de completar cinquenta repetições, lentamente se levantou e foi em direção a uma pedra para poder meditar.

Uma aura saía em torno de seu corpo. Tatsuya começou a espalhar sua energia espiritual, então ouviu uma voz em sua cabeça que disse:

— Como você se sente depois de ter matado aquelas pessoas, Tatsuya? Imagino que esteja feliz por ter dado o primeiro passo em sua vingança.

— Cala a boca, seu idiota. Você acha que vou estar feliz depois de matar? Mas, por outro lado, estou contente por ter conseguido.

— Entendo, parece que você não vai abrir mão de sua vingança, mesmo que isso traga sua morte e a de pessoas inocentes. Eu gosto disso. Mas eu tenho algo para falar com você. Disse a voz, levando Tatsuya para seu subconsciente.

Chegando lá, Tatsu ficou frente a frente com aquele ser sem face. Ele então sentou no chão, e os dois começaram a conversar. Algumas horas se passaram, e aquele ser falou:

— Se você aceitar, nós dois sairemos ganhando, garoto.

— Tá, a única coisa que eu tenho que fazer é te libertar quando eu terminar minha vingança. Enquanto isso, você irá me emprestar o seu poder.

Tatsuya voltou ao mundo normal, se levantou, pegou a espada que estava caída no chão e, com um sorriso no rosto, continuou seu treinamento. Três horas se passaram, e um pedido de socorro podia ser ouvido de longe. Por curiosidade, ele foi em direção ao grito.

Após alguns segundos caminhando, ele chegou a um lugar aberto com grama alta, algumas pedras e árvores ao redor. Então, avistou um urso evoluído. Sua aparência era de um urso normal, mas tinha dois chifres afiados e um corpo resistente a ataques físicos. Sua cor era marrom e tinha manchas brancas.

Um homem magro de cabelo castanho e uma tatuagem de fogo em seu pescoço estava sendo atacado pelo urso. Rapidamente, Tatsu sacou a espada e foi em direção ao animal, concentrando sua energia espiritual na lâmina da espada. Então disse:

— Arte marcial Reino da Espada do Ki Supremo: "Thousand Cuts!"— desferiu mil cortes em uma velocidade impressionante, cortando o urso em vários pedaços, apesar de sua resistência.

O homem ficou impressionado com a facilidade que Tatsu teve para matar o animal. Ele se levantou, agradeceu e perguntou:

— Parece que você está machucado, e essa tatuagem, você é do clã "Fire", né? — Não se preocupe, estou bem. E sim, sou um cultivador do clã "Fire". Eu estava com outros dois cultivadores, só que me perdi deles e vim parar aqui. Esse urso me atacou.

— Ei, você estava na guerra contra a seita "Ice", senhor? — Sim, você tinha que ver a expressão de desespero que eles fizeram. Mas por que a pergunta?

Tatsuya, com uma expressão de raiva, enfiou a espada na garganta daquele homem, que caiu no chão morto. Ele então colocou o pé direito na cabeça do homem, retirou a

espada, a limpou e saiu andando em direção à vila. Após chegar, Tatsu entrou na casa de Hironaka e avistou dois homens. Um de cabelo vermelho, com um corpo um pouco forte, e o outro com cabelo preto e gordo. Eles estavam conversando com Hironaka.

Tatsuya logo percebeu que aqueles dois tinham uma tatuagem de fogo no pescoço. Um deles agradeceu a Hironaka e foram embora. Tatsu foi atrás deles e, ao chegar perto, falou:

— Ei, senhores, aqui vocês são da seita "Fire", não é? É que eu vi um cara com uma tatuagem igual a de vocês na floresta, lutando contra um urso.

— Maldição, deve ser aquele desgraçado. Ele tinha se perdido da gente. Ei, garoto, nos leve até ele.

Tatsu e aqueles homens foram andando em direção à floresta. Depois de um tempo, finalmente chegaram onde ele tinha visto o homem. Os dois homens estavam na frente, e ele estava atrás deles.

Tatsuya sacou sua espada e, com um movimento horizontal, cortou o que estava na esquerda ao meio. O outro se afastou, apontou a espada para ele e disse: — Seu idiota, você nos enganou, garoto insolente! Disse o homem com um olhar de raiva.

Tatsu, sem responder, partiu para cima do homem, desferindo vários cortes. Com extrema dificuldade, o homem conseguiu defender todos os golpes. Ele pegou um pouco de distância, concentrou sua energia espiritual na mão esquerda e disse:

— Arte marcial Reino da Espada de Fogo: "Bola de Fogo Carmesim"

Uma bola de fogo surgiu na mão daquele homem, que rapidamente a lançou na direção de Tatsuya. Uma explosão ocorreu, e uma fumaça preta surgiu ao redor de Tatsu. As gramas em volta começaram a queimar. O homem não parava de rir, fazendo uma expressão de deboche. No entanto, algo apareceu atrás dele e mandou um corte que arrancou a cabeça do homem, que caiu sem vida.

Sangue se espalhou por todo lado, e quem havia feito aquele corte foi Tatsuya, que conseguiu cortar a bola de fogo com os mil cortes. Devido à explosão, seu quimono havia rasgado, e algumas partes de seu corpo estavam levemente feridas. Ele rapidamente apagou o fogo que se espalhava pelas gramas.

Após terminar, Tatsuya pegou os corpos dos homens e os jogou em um rio próximo ao local onde estava. Depois de alguns minutos caminhando, finalmente chegou à casa de Hironaka. Ele entrou, e Hironaka perguntou:

— Meu Deus, garoto, o que aconteceu? Por que você está todo ferido?

Tatsu explicou o que aconteceu e depois subiu para tomar banho e trocar o quimono rasgado. Após o banho, ele estava sentado na cama, enfaixando seu braço direito, quando começou a pensar:

— "Vou ter que perguntar a Hironaka por que aqueles dois estavam aqui", disse Tatsu enquanto descia a escada.

Tatsuya viu Hironaka sentado em uma cadeira de madeira, afiando uma espada. Ele se levantou e falou:

— Tatsuya, você está com esses ferimentos por causa daqueles caras, não é?

— Sim! Eu lutei contra eles, mas isso não importa. Na verdade, eu queria saber por que aqueles caras estavam aqui.

— Eles estavam procurando por você, quero dizer, o garoto que destruiu o bordel.

— Entendi, Hironaka. Você acha que eu consigo derrotar um cultivador do quinto estágio?

— Você está ficando forte, daria uma boa luta. Acho que você tem uma chance, garoto.

Tatsuya agradeceu e foi em direção à cachoeira para treinar seu cultivo. Após alguns minutos de caminhada, chegou e sentou-se em uma pedra no meio da cachoeira para meditar. Uma aura surgiu ao seu redor. Três horas se passaram, e Tatsu ainda estava cultivando. Depois de um tempo, ele se levantou e disse:

— Finalmente alcancei o segundo estágio. Agora, vou testar esse novo poder.

Então, sacou a espada que estava em sua cintura e concentrou sua energia espiritual na lâmina. Ele disse:

— Arte marcial Reino da Espada do Ki Supremo: "Aura Sword".

Fez um movimento vertical em direção a uma pedra, que foi cortada ao meio. Uma aura laranja envolveu sua espada. Essa técnica é capaz de aumentar a afiação, permitindo que até uma espada cega corte um diamante. Tatsuya passou mais alguns segundos testando a técnica, mas logo percebeu que ela gasta muita energia espiritual. Ele só pode usá-la por 15 minutos.

Tatsuya olhou para cima e percebeu que já estava de noite. A lua estava mais brilhante que antes. A floresta estava em completo silêncio; os únicos sons presentes eram da água e de alguns pássaros entoando seus cantos. Tatsu sorriu e saiu andando em direção à casa.

Chegando lá, Hironaka o recebeu na porta, com uma expressão preocupada, e o mandou entrar. Tatsuya perguntou se o jantar estava pronto, e Hironaka respondeu que se ele quisesse comer, deveria ter vindo mais cedo. Os dois continuaram a conversa, e depois disso, Tatsu subiu para tomar banho e ir dormir.

Tatsu acordou com o sol batendo em seu rosto. Levantou-se, seu cabelo estava bagunçado, mas antes que pudesse arrumá-lo, Hironaka abriu a porta e, com um olhar assustado, disse:

— Tatsuya, você deve fugir agora. Aqueles sujeitos descobriram que você matou aqueles homens. Alguém viu você levando-os para a floresta e depois voltando machucado e com sangue no quimono.

— O quê? Mas como... — Pegue isso. Dentro desta bolsa, há comida e dinheiro. Vá agora, Tatsuya.

Tatsuya pegou a bolsa e sua espada, olhou para Hironaka, agradecendo por tudo. Pulou pela janela e saiu correndo. As pessoas ao redor começaram a gritar: "Ele está aqui!" Tatsu acelerou os passos em direção à saída da vila.