O Guerreiro Solitário Brasileira

Autor(a): Hugo Batista


Volume 1: Cont. Elemental

Capítulo 3: O Início da Vingança

Tatsuya com a sua mão direita enxugava suas lágrimas, depois disso, ele foi andando lentamente em direção à mansão Ice, uma das poucas estruturas ainda em pé. Alguns segundos depois, ele avista o corpo do irmão de seu amigo Reniel. O cadáver estava sem um braço e com uma espada enfiada em seu peito. Com um olhar triste, ele virou o rosto e continuou andando. 

Chegando lá, Tatsuya entra em cada sala para encontrar algo que possa ajudá-lo. Logo percebe que está tudo revirado e entende que o clã Fire levou todas as informações sobre o clã ice. Ele caminha devagar até a sala do líder da seita. Tatsu entra lá, um lugar grande e espaçoso, mas tudo estava bagunçado, com os armários todos abertos.

Ele sai procurando por livros que possam ajudá-lo a evoluir. Depois de alguns minutos de busca, Tatsu encontrou um livro dentro de um armário no canto da parede. Ele pergunta: 

— Que livro é esse, arte marcial Reino da Espada do Ki Supremo? Nunca ouvi falar dessa arte. 

Tatsuya então abriu aquele livro e logo percebeu que tinha algumas anotações sobre essa arte marcial, mas boa parte das páginas estava em branco.

Ele passou mais alguns segundos procurando, mas não encontrou mais nada. Desistindo, Tatsu saiu caminhando em direção a uma vila que ficava ao norte da seita Ice.

Depois de 5 horas caminhando, gotas de suor escorriam pelo seu rosto, suas pernas estavam doloridas, e ele mostrava uma expressão de cansaço. Mas finalmente chegou, lá era um lugar cercado por uma muralha de pedra e um portão de ferro enorme que estava enferrujado. Esse lugar é conhecido como vila dos ferreiros. 

Ele entrou em um bar lotado de gente. Tatsu se sentou em uma cadeira de madeira e levantou a sua mão direita para fazer um pedido. Então, um homem de aproximadamente vinte anos, de cabelo cinza e pele clara, se aproximou dele e perguntou: 

— Boa tarde, garoto, o que você vai querer? 

— Boa tarde, vou querer um ensopado de peixe, por favor. 

— Ok, o ensopado é 5 moedas de bronze. 

Ele entregou as moedas, e após alguns segundos, o homem chegou com o prato. Tatsu então o agradeceu e começou a comer. Depois de 5 minutos, Tatsu terminou de comer e se levantou satisfeito. 

Após isso, ele saiu andando com as mãos nos bolsos, indo em direção a um ferreiro que era amigo do seu pai. Chegando lá, ele entra e percebe que o lugar está vazio, e que só tinha um homem forte com uma expressão saudável. Seu cabelo era vermelho, e seus olhos eram verdes.

Ele estava sentado no balcão, atrás dele havia várias espadas de boa qualidade e algumas armaduras de couro e de ferro. Ele se levantou e foi andando em direção a ele, ficando frente a frente. O homem então colocou a mão esquerda na cabeça do Tatsu e falou: 

— Há quanto tempo, Tatsu? Como está sua mãe e aquele velho que você chama de mestre? 

Com um olhar frio, respondeu: 

— Eles estão mortos. 

— Como assim? 

Tatsuya então explicou o que aconteceu. O homem ficou surpreso com o que ouviu: 

— Aqueles desgraçados fizeram isso? Parece até mentira. 

— Eu queria que fosse mentira, mas é a verdade. E essa verdade dói. Mas eu não vim aqui para falar das minhas desgraças, eu tô aqui para saber se tem como você fazer uma espada para mim. 

— Certo, mas não precisa me pagar, aceite isso como um presente. Mas vai demorar um pouco, então vá lá pra cima descansar. 

Tatsuya então subiu para cima e entrou em um quarto não muito espaçoso, que tinha uma cama. Ele se jogou em cima dela. Depois de um tempo descansando, ele se levantou, esticou os braços e bocejou. Tatsu desceu, chegando lá embaixo, o Hironaka falou: 

— Consegui terminar sua espada, toma. 

Ele entregou a espada na mão dele, que o agradeceu e disse que ia voltar para passar a noite. Tatsu saiu andando em direção à saída da vila. Após caminhar por alguns minutos, ele atravessa uns arbustos e fica de frente para uma cachoeira que tinha várias pedras e era rodeada de árvores. Ele então atravessa a água e sobe em cima de uma das pedras e começa a ler o livro.

Depois de um tempo lendo, Tatsuya havia entendido um pouco dessa arte marcial que está incompleta. 

Tatsu então começou a cultivar e, em vez de concentrar sua energia espiritual no centro, ele a espalhou pelo seu corpo. Uma aura amarela se formou ao redor dele. Após cinco minutos, ele concentra a energia em sua mente, como estava escrito no livro. Tatsuya então acabou entrando no seu subconsciente. 

Ele se levantou e abriu os olhos e percebeu que estava em um lugar totalmente diferente. Lá era tudo branco e para onde ele olhava não conseguia ver nada, parecia que o lugar era infinito. Então, ele ouve uma voz: 

— Quem é você, humano? Não precisa falar nada, porque eu já vou saber. 

Então, um ser sem face e com um corpo humano, todo preto, se aproximou de Tatsu e encostou sua mão no rosto dele. Tatsuya não conseguia mexer o seu corpo. Depois de alguns segundos, aquele ser tirou a mão e falou: 

— Seu nome é Tatsuya, e parece que sua seita foi destruída. Você busca por vingança, mas não tem poder suficiente para isso, não é, garoto? 

Tatsu, assustado, respondeu: 

— Quem é você e que lugar é esse? Me responde imediatamente. 

— Isso é o seu subconsciente, e quem sou eu? Eu sou o criador da arte marcial Reino da Espada do Ki Supremo. 

— O criador? Mas como assim? 

— Você é apenas um mero humano, então não fique fazendo perguntas. Mas uma coisa eu posso dizer: eu tenho o poder que você tanto deseja. É só fazer um pequeno trato conosco. 

— Não estou interessado em seu poder. Agora me tire daqui. 

Com um estalar de dedos, aquele ser o levou de volta para o mundo real, sem entender nada. Ele se perguntava o que era aquilo, mas logo se lembrou que tinha que voltar porque já estava tarde. Chegando lá, o senhor Hironaka falou que era para ele ir comer, então os dois se sentaram na mesa de madeira. Em cima dela havia dois pratos com arroz e uma carne típica daquele local, e também tinha um jarro com uma flor rosa dentro. 

Ele e o Hironaka começaram a conversar sobre o clã fire. Tatsuya queria saber um pouco mais sobre eles. O senhor então explicou que aquele clã é uma das cinco seitas elementais, que são a maior potência daquele continente, ficando apenas atrás das três grandes seitas do continente imperial.

Hironaka falou que, se ele quisesse ter sua vingança, Tatsu teria que começar destruindo o bordel da Flor Flamejante. 
Esse bordel era um dos mais importantes e o que mais arrecadava dinheiro para o clã fire. Os dois terminaram de comer. Tatsuya se levantou e agradeceu pelas informações. Ele foi em direção ao banheiro para tomar banho. Mais um dia se passou. 

Tatsuya estava naquela mesma cachoeira cultivando. Ele parou, desceu da pedra, sacou sua espada com a mão direita e foi em direção a uma árvore. Concentrou sua energia espiritual na lâmina da sua espada e falou: 

— Arte marcial Reino da Espada do Ki Supremo, Thousand Cuts (Mil Cortes)! 

Tatsuya desferiu mil cortes em uma velocidade impressionante, fazendo a árvore ficar em vários pedaços. Ele então continuou o treinamento.

Depois de horas treinando, sua expressão mostrava cansaço, gotas de suor escorriam pelo seu corpo, mas mesmo assim Tatsu continuou.

Estava focado em ficar forte para poder ter sua vingança. Após completar o treinamento físico, ele se sentou no chão e começou a cultivar. 

Duas semanas se passaram, e Tatsuya não era mais o mesmo. Seu olhar não demonstrava mais vontade de viver, e sim ódio. Ele só tinha um objetivo: ficar forte e acabar com os desgraçados que tiraram tudo dele. O senhor Hironaka se perguntava: 

"O que aconteceu com o Tatsuya? Eu sei que ele quer se vingar, mas já faz duas semanas que ele não para nem um segundo de treinar, e se continuar assim ele pode ter um desvio de ki."

Tatsuya desceu as escadas com sua espada na cintura e com um kimono preto que tinha algo escrito na manga direita ("Não olhe para trás") e também tinha um desenho de um dragão dourado desenhado atrás do kimono. Hironaka olhou para ele e falou: 

— Para onde você está indo, garoto? 

— Eu estou indo para a vila central. Tenho coisas para resolver lá. 

— E essa coisa é o bordel da Flor Flamejante. Mas antes de ir, pegue essas moedas. Aí dentro tem 7 moedas de prata. 

— Ok, e mais uma vez, obrigado. 

Ele saiu, e após um dia cavalgando, Tatsuya finalmente chegou na vila. Desceu do seu cavalo com estilo e o deixou preso no estábulo. O local era muito grande e por onde ele olhava avistava várias casas e comércios, mas o que chamava mais a atenção eram os bordéis. 

Tatsuya chegou perto de um senhor e perguntou se ele sabia onde ficava o bordel da Flor Flamejante. O velho falou que era para ele continuar seguindo reto e, depois de passar por três ruas, ele teria que virar para a esquerda. Tatsu agradeceu e foi indo. 

Chegando lá, ele percebeu que tinha dois guardas parados na frente do bordel. Aproveitou que não tinha ninguém na rua, concentrou sua energia espiritual em seu punho e andou lentamente em direção aos guardas. Ficou no meio dos dois e desferiu um golpe no pescoço, fazendo-os cair desmaiados no chão. 

Ele então entrou. Lá tinha algumas mesas e estava cheio de pessoas. O local fedia a álcool. Todo mundo que estava lá olhou para Tatsuya, que, por sua vez, sacou sua espada e falou: 

— Quem não quiser morrer, vá embora. 

As pessoas ouviram e começaram a rir. Um guarda com um corpo bem forte se aproximou dele e disse: 

— Nossa, olha como eu estou com medo. 

Quando ele ia encostar sua mão esquerda no ombro dele, Tatsuya, com apenas um movimento de sua espada, arrancou o braço do homem, que caiu no chão, agonizando de dor. 

Tatsuya repetiu mais uma vez: 

— Eu só vou falar mais uma vez: aqueles que não querem morrer, saiam daqui imediatamente, menos a prostituta. 

As pessoas que estavam ali presentes saíram correndo de medo, restando apenas as prostitutas e alguns guardas. Tatsuya então fechou a porta e logo entrou em posição de batalha, segurando sua espada, não mostrando nenhuma brecha em sua defesa.

Três guardas foram para cima dele, mas com facilidade Tatsuya conseguiu defender um golpe desferido por um daqueles homens e rapidamente mandou um contra-ataque, enfiando sua lâmina no pescoço do guarda, que caiu morto. 

Os outros dois foram para cima dele, mas não conseguiram fazer nada. Tatsuya concentrou a energia espiritual em sua espada enquanto avançava em direção a um dos guardas. Então, Tatsu falou a seguinte frase: 

— Arte marcial Reino da Espada do Ki Supremo, Thousand Cuts! 

Partindo o cara em mil pedaços, sangue se espalhou por todo lugar. Tatsuya, com um olhar sangrento, partiu para cima do outro, desferindo um corte na horizontal e cortando a cabeça de seu inimigo. Ele parecia uma besta indomável, sedento por sangue. Depois de alguns minutos lutando, Tatsuya havia terminado de matar todos os guardas. O local ficou uma bagunça, com corpos e sangue espalhados pelo chão. 

Com sangue em seu quimono e uma expressão assustadora, Tatsuya falou: 

— Ei garota, você aí de cabelo vermelho, vou te fazer uma pergunta e quero que me responda. Você sabe onde tem álcool? 

— Sim, tem lá no armazenamento que fica lá embaixo. 

— Ok, agora prestem atenção. Vou dizer só uma vez, eu quero que vocês vão lá e peguem o álcool e espalhem por todo esse lugar, entenderam? 

— Sim.

Alguns segundos depois, as prostitutas haviam acabado de espalhar o álcool pelo local. Elas então perguntaram: 

— Agora podemos ir? 

Tatsuya virou as costas, acendeu um palito de fósforo e jogou no chão coberto de álcool. O bordel começou a pegar fogo, e ele saiu e fechou a porta. Gritos davam para ser ouvidos de longe, e uma fumaça preta se espalhou pelo céu. Tatsu começou a correr em direção ao estábulo para pegar seu cavalo. 

Chegando lá, ele montou no cavalo e saiu cavalgando em direção à vila do ferreiro. Após passar um dia cavalgando, ele finalmente chegou. 



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