Volume 1
Capítulo 54: Dia da Invasão
É o dia da invasão ao vilarejo.
E se as últimas palavras do membro do Caminho da Aurora forem verdadeiras, a Vila Torino seria atacada nesta quinta-feira pelo exército da seita.
Para o terror de Daniel, o horário da invasão continuava um mistério. Eles poderiam atacar nas primeiras horas da madrugada, talvez durante seu expediente na firma, na hora do almoço ou na volta para casa.
Buscando manter-se atualizado, combinou com seus amigos dentro do jogo para o alertarem de qualquer movimentação suspeita dentro do vilarejo. Se fosse necessário, inventaria uma desculpa qualquer para sair do trabalho e retornar para casa a fim de participar do evento.
E foi nesse clima de ansiedade que o dia transcorreu em câmera lenta. Tudo parecia demorar o dobro para acontecer. O celular não saia da mão, pois qualquer coisa era uma desculpa para checar as notificações.
— Tá tudo bem? Tu parece preocupado com alguma coisa. — Samara o assustou durante uma das vezes que puxou o celular.
Daniel largou o aparelho na mesa e girou a cadeira para ver sua chefe parada em pé diante de sua estação de trabalho.
— Aham… é um assunto pessoal. Desculpa.
— Ok. Não tem problema olhar o celular pra lidar com esse tipo de coisa. Só tenha cuidado para nosso chefe não achar que você está vadiando no trabalho. Ele pode ser bem chato com isso.
Daniel concordou, Samara seguiu adiante e retornou aos seus afazeres. Desde então ele tomou cuidado para não ser repreendido outra vez, e isso o deixou ainda mais paranoico.
O celular vibrou sobre a mesa. Daniel olhou ao redor e viu Mário, seu chefe, olhando em sua direção.
Merda! Aposto que os mortos chegaram ao vilarejo, Daniel pensou enraivecido.
O chefe se afastou e entrou em sua sala, sumindo de vista. Daniel agarrou o celular. O coração disparou ao se deparar com uma mensagem de Júlia, dizendo: “Tudo tranquilo por aqui”.
Largou o celular na mesa. O expediente prosseguiu com ele aflito, distraído, nervoso e um tanto paranoico, porém tomando cuidado para não ser mais flagrado com o celular na mão. E deu certo, não foi mais repreendido e pôde voltar para casa com uma preocupação a menos.
Na viagem de volta, manteve-se atualizado da situação. Para sua felicidade, não houveram avistamentos de invasores.
Um tanto mais tranquilo, chegou em casa, fez tudo que tinha de ser feito e mergulhou dentro do jogo
***
Ragnar surgiu no santuário já na intenção de correr até o vilarejo, mas quando pisou no vão entre o paredão rochoso que era a entrada do refúgio, Hardgart o chamou. O druida se adiantou dizendo na forma de urso de ferro:
— Agora eu não posso, fica para depois.
— Qual é o problema? Deixe-nos ajudar. — Ouviu Hardgart dizer enquanto se distanciava.
Será? Pensou, freou seu avanço, olhou para o urso, e disse:
— Um vilarejo será atacado por uma seita sob a influência do necromante Mergraff. Caso eles tomem o vilarejo, a população será sacrificada para um ritual que trará o rei dos necromantes de volta.
Quando terminou de falar, Hardgart, o novo líder dos ursos de ferro, se aproximou e parou em sua frente para lhe dizer:
— Minha intenção era ensiná-lo os deveres do Protetor com seu santuário, mas a situação que você narrou é preocupante, muito preocupante. Mergraff… eu conheço esse nome. Ele é um inimigo histórico, uma ameaça ao santuário. Sim, sim, nós podemos ajudá-lo.
Ragnar recebeu uma mensagem do sistema.
Nova função desbloqueada
A Guarda de Elite |
O Protetor tem o direito de fundar uma Guarda de Elite para defender os interesses do santuário. O Protetor tem o direito de escolher um nome para a Guarda de Elite. O Protetor tem o direito de escolher os membros da Guarda de Elite, desde que esses membros concordem. A quantidade de integrantes dependerá do nível do Santuário. O Refúgio dos Ursos de Ferro está no nível 1, isso lhe dá o direito de uma guarda com no máximo 12 membros. O Protetor tem o direito de convocar a Guarda de Elite para combater fora do Santuário, desde que em situações de interesse do Santuário e seus habitantes. Utilizar a Guarda de Elite fora do santuário para assuntos não relacionados resultará na perda temporária do direito de convocação, perda de reputação com o Santuário e perda severa de reputação com todos os membros da Guarda de Elite. |
Interessante, muito interessante, pensou antes de dizer:
— Você poderia reunir os onze ursos de ferro mais fortes além de você?
Hardgart concordou balançando a cabeça. Em seguida, disparou para dentro do Refúgio dos Ursos de Ferro.
Enquanto esperava, Ragnar enviou uma mensagem aos seus amigos informando que iria se atrasar um pouco. As respostas foram:
Skiff: Ok….
Niki: Estou nada surpresa.
Havoc: Ok.
Julie: Se eles chegarem e a vila for destruída, a culpa é toda sua!
A resposta de Artic não veio, mas cerca de quinze minutos depois, Hardgart apareceu acompanhado de onze ursos enormes e imponentes. Um detalhe chamou a atenção do druida, e ele a verbalizou:
— Nenhum dos outros líderes de clã quis fazer parte?
— Troel, Knudsen e Inga são líderes por serem os mais velhos e sábios entre seus semelhantes. Diferente de mim, aqueles três não estão mais aptos a fazer parte de um grupo combatente de elite.
Ragnar estudou cada um dos membros selecionados. Não havia dúvidas que todos eram fortes e merecedores de ingressar em sua guarda, mas precisava se certificar de uma coisa.
— Irei direito ao ponto. Vocês foram convocados porque são os mais fortes e corajosos desse santuário. Eu preciso de vocês para formar o grupo de elite que irá lutar na vanguarda contra as forças nefastas que nos desejam o mal. Portanto…
Ragnar foi interrompido por um urso negro:
— Sabemos do que se trata. Hardgart já nos contou tudo a respeito do trabalho. Nós aceitamos fazer parte da Guarda de Elite do Santuário.
— Então…, sejam bem-vindos à Guarda Trovejante.
O mesmo urso negro disse para Hardgart:
— Gostei do nome.
Tal aprovação reverberou dentro das outras feras, que rejubilaram o ingresso na guarda do santuário. Eles se levantavam, rugiam e esbarravam um no outro de maneira amigável. Ragnar não lembrava se já viu um urso sorrir antes, mas aquilo parecia o mais próximo de um sorriso.
O druida assumiu a forma de urso de ferro e dirigiu-se aos seus guerreiros:
— Vamos, precisamos impedir o retorno do rei dos necromantes.
***
Após uma longa viagem, Ragnar avistou a silhueta do vilarejo despontando no horizonte.
— Aquela é a vila que devemos proteger.
— É enorme, como eles planejam tomar esse local? — Hardgart respondeu.
Essa é a pergunta de um milhão de reais, ponderou o druida.
Comentários semelhantes foram feitos conforme se aproximavam, mas Ragnar os ignorou quando viu as centenas de soldados posicionados na muralha e em frente ao portão sul.
Já estão em alerta.
Estava prestes a anunciar sua chegada aos amigos da guilda quando ouviu um berro. Os soldados tanto na muralha quanto em frente ao portão ficaram em formação.
— Que merda é essa? — praguejou.
E uma rajada de flechas caiu sobre ele e sua Guarda Trovejante.
— Druida! Você nos levou a uma armadilha — Hardgart berrou ao seu lado.
As doze feras rosnaram exibindo suas presas afiadas. Alguns envolveram as quatro patas em chamas mágicas e se levantaram nas patas de trás. Alguns ameaçaram partir para cima do destacamento em frente ao portão quando veio a segunda chuva de flechas. Por sorte o dano que elas causavam era baixo.
Minha Guarda de Elite é foda, mas o que está acontecendo? Porque estão nos atacando?
Foi quando se deu conta do óbvio, aqueles eram simples soldados, deveriam estar tensos, ansiosos e um pouco paranoicos ao sinal de qualquer ameaça desconhecida.
Maldigo jogo ultrarrealista, pensou, avançou em alta velocidade, assumiu a forma humana e ordenou que sua guarda permanecesse onde estava.
Flechas zuniam e caiam no chão ao seu redor conforme avançava, a única vindo em sua direção foi partida ao meio por sua lança.
Ragnar parou a poucos metros da formação de soldados em frente ao portão, perto o bastante para ver a face aterrorizada na maioria deles. Quando os arqueiros preparavam o próximo disparo, ele parou, levantou os braços e disse:
— Parem! Viemos em paz. Sou Ragnar, amigo do prefeito Joshua, e eles… — disse apontando para os doze grandes ursos mal-humorados com patas de ferro flamejantes. — Fazem parte da minha guarda de elite. Viemos ajudar.
O capitão da guarda, um sujeito ruivo de barba longa e desajeitada, relaxou a postura, baixou a lança e ordenou em voz alta:
— Baixem as armas e abram caminho para o druida e sua comitiva!
Ragnar virou-se para sua guarda de elite e gesticulou para que se aproximassem. As doze feras extinguiram as chamas em suas patas e marcharam até seu líder.
O capitão curvou-se de leve ao druida e se desculpou dizendo:
— Perdão pela péssima recepção. A Comandante da Força Defensiva nos deu ordem para não deixar qualquer suspeito se aproximar do vilarejo. Esta será uma noite difícil para todos nós, por isso não podemos dar chance ao acaso.
— Entendo perfeitamente — disse Ragnar, com um sorriso amigável no rosto para não transparecer a preocupação que o consumia por dentro.
O medo na face daqueles soldados ficou estampado em sua memória. Foi necessário apenas ele, um druida, e uma dúzia de ursos para causar todo esse alvoroço.
E quando o momento da verdade chegar? Eles iriam lutar ou correr por suas vidas quando o exército inimigo cercar o vilarejo? De uma coisa ele sabia, algo precisava ser feito.
Com esse problema em mente, Ragnar e sua guarda entraram no vilarejo e se depararam com o caos organizado da preparação para a batalha.
Soldados corriam pelas ruas transmitindo as últimas ordens às guarnições, enquanto moradores andavam para lá e pra cá transportando suprimentos e materiais para a fortificação de pontos estratégicos.
A maioria das ruas e passagens foram fechadas com barricadas compostas de móveis e tábuas de madeira pregadas e amarradas. Apesar de improvisadas, Ragnar notou como tudo era bem-feito e planejado para resistir ao máximo possível.
Tudo isso era acompanhado pelo alvoroço e a barulheira incompreensível de inúmeras vozes berrando umas paras as outras. Ragnar respirou um tanto aliviado ao ver que dentro da muralha as pessoas estavam se preparando para o pior.
— Isso parece um formigueiro — disse Hardgart.
O druda concordou e o grupo seguiu para o centro do vilarejo sob o olhar curioso e assustado dos moradores que avistaram o grupo de Ragnar.
Não é todo dia que se vê uma tropa de ursos enormes andando pela cidade.
A cada quarteirão foram encontrando pequenos grupos de jogadores conversando entre si. Ragnar não recordava ter visto tantos jogadores dentro da vila na última vez que esteve ali.
Chegou a cogitar se a notícia da invasão havia se espalhado. Tal pensamento aumentou um pouquinho mais a sua pilha de preocupações. Porém, elas foram escanteadas quando chegaram no coração do vilarejo.
— Graças aos deuses — disse, aliviado.
O caos que testemunhou ao longo da caminhada deu lugar a ordem e calmaria. Grupos de aldeões estavam organizados em locais específicos para realizarem alguma tarefa importante no esforço de guerra.
No armazém comunitário foi reunido todo tipo de material e suprimentos importantes. Ao que podia perceber, ele era inventariado e enviado a algum lugar que o necessitava, mas de alguma forma, essa burocracia não parecia atrasar o processo.
Nas oficinas a situação era semelhante, grupos de moradores, soldados e até jogadores trabalhavam no reparo e aprimoramento dos armamentos da guarnição e na confecção de munições e equipamentos estratégicos.
Entre os jogadores na oficina colaborando no esforço de guerra estavam Niki e Havoc. Ragnar cogitou ir cumprimentá-las, mas decidiu estudar o local antes disso.
Na Praça Comunitária no centro da vila, uma área espaçosa à céu aberto, uma enorme cozinha comunitária foi montada para alimentar toda a população. Nela os cozinheiros preparavam a comida nas mesas dispostas ao redor das dezenas de tachos e panelas, todos acesos e organizados em fileiras para facilitar o vai e vem do pessoal.
— Tudo muito bem organizado — Ragnar admirou em voz alta, e logo encontrou Artic ajudando os cozinheiros na preparação da ceia.
O amigo cavaleiro era um dos poucos jogadores ajudando na cozinha. Ele, em sua armadura reluzente, se destacava naquela multidão de cozinheiros de avental.
Foi nessa hora que Ragnar notou uma melodia vinda de algum lugar próximo. Olhou para um lado, depois para o outro em busca da origem da música. Do outro lado da praça, para além das panelas de sopa e das mesas havia um palco onde um quarteto musical se apresentava para uma pequena plateia.
Olhando o grupo musical uma segunda vez, ele notou algo que havia deixado escapar. Ao lado da cantora estava Skiff tocando o alaúde e batendo o pé ao ritmo da música. O amigo tinha talento, ele dedilhava o instrumento com naturalidade, sem demonstrar esforço algum em sua feição.
Mas ainda faltava localizar uma pessoa. Ragnar abriu o menu de contatos e enviou uma mensagem para ela:
Ragnar: Onde você está?
Não demorou para vir a resposta:
Julie: Na prefeitura. Você está atrasado. Venha logo!
E Ragnar foi. Os doze ursos o seguiram e, em poucos minutos, pararam em frente à prefeitura. O lugar estava mais agitado que o resto do vilarejo. Da janela aberta podia-se ver a correria dos mensageiros encarregados de despachar as ordens sendo tomadas na reunião que Ragnar deveria estar fazendo parte.
O druida entrou na prefeitura, mas antes que pudesse atravessar o primeiro cômodo, uma mão o agarrou pelo ombro, freando seu movimento. Ao mesmo tempo, ouviu gritos e um rugido poderoso vindo de trás.
Seu corpo inteiro gelou. O corpo foi tomado por um calafrio ao imaginar que algo ruim teria acontecido com seus ursos lá fora. Ao virar-se para trás, deparou-se com um dos guardas fazendo a segurança do prédio, ele tirou a mão do ombro de Ragnar e falou:
— O prefeito está lhe esperando, mas seus animais devem ficar aqui fora.
Na entrada da prefeitura, dois outros guardas bloqueavam com suas lanças a tentativa de passagem de Hardgart. Ragnar relaxou a postura e ordenou a sua Guarda Trovejante:
— Esperem do lado de fora, por favor.
Hardgart tentou disfarçar um rosnado irritado, mas acatou o pedido sentando-se ao lado da porta da prefeitura. As demais feras seguiram seu exemplo e proporcionaram uma das cenas mais bizarras já vista em toda sua vida: doze ursos grandes e mal-encarados sentados em frente à prefeitura.
Era difícil dizer se era uma vista intimidante ou cômica.
Ragnar caminhou pelo corredor principal, esbarrou em dois mensageiros e uma secretária até encontrar o prefeito no mesmo escritório que haviam se reunido tempos atrás.
Lá dentro encontrou um grupo de trinta pessoas reunidas ao redor de uma grande mesa retangular. Havia rostos conhecidos como os oficiais de segurança, os grupos de caça e os chefes comunitários, até sua querida Julie estava ali.
— Que bom que você veio. — O prefeito Joshua o recebeu com um sorriso — Se a situação é tão preocupante quando eles estão me dizendo, vamos precisar de toda a ajuda ao nosso alcance.
Um tanto irritado, um oficial de segurança expôs sua preocupação:
— Nós não temos gente que chega para defender igualmente todos os portões durante um ataque em grande escala. — Enquanto falava, apontava para os símbolos de portões desenhados no mapa improvisado sobre a mesa.
Julie se adiantou para rebatê-lo:
— É por isso que temos vigias espalhados pelos arredores da vila em um raio de dois quilômetros. Na melhor das hipóteses, eles avistarão o inimigo chegando de muito longe, então teremos bastante tempo para realocar as tropas conforme necessário.
Ragnar a provocou com um possível cenário.
— E se vierem de duas ou mais direções diferentes?
— Os vigias nas demais regiões continuarão em posição após o primeiro avistamento. Caso os inimigos tenham dividido as tropas para atacar por outra direção, esses vigias irão nos alertar, e assim enviaremos reforços a tempo.
Julie apontou no mapa para diversos pontos da muralha antes de prosseguir:
— Independente de onde vierem e de quantos forem, vamos manter um efetivo mínimo nos portões, torres e pontos estratégicos pelo muro. Não seremos pegos de surpresa.
— Temos quantos soldados?
— Mil e duzentos. Mais alguma pergunta, druida? — disse Julie, olhando Ragnar nos olhos.
— Já elaboraram um plano de evacuação? — ele emendou.
Julie espiou o prefeito, mas virou o rosto quando seus olhos se cruzaram. Então ela respondeu:
— Sim, algo mais?
Ragnar sinalizou que não com a cabeça. Todos permaneceram calados até o prefeito se manifestar.
— O plano é bom, nossos soldados estão prontos, agora só nos resta esperar. Se precisarem de algo, não hesitem em me procurar. Estarei aqui cuidando do meu povo. Que os deuses nos protejam do mal que se aproxima.
O pessoal foi se despedindo do prefeito e retornando às suas funções. Ragnar e Julie se dirigiram à porta, mas antes que saíssem, Joshua falou:
— A vida do vilarejo está em suas mãos, senhorita comandante. Estamos confiando em você.
Julie olhou por trás do ombro e assentiu para o prefeito.
Ragnar a segurou pelos ombros e a conduziu para fora da construção. Quando fechou a porta e voltou-se à amiga lutadora, encontrou-a estarrecida com a presença de doze ursos sentados em formação fazendo a guarda da prefeitura.
— Então, comandante Julie, o que acha da minha guarda de elite?
— O quê? Tu tá brincando?!
Ele explicou a ela as minúcias da sua Guarda Trovejante. Julie demorou a aceitar que aquilo fosse verdade, em especial porque Ragnar era apenas um druida nível baixo. Mas ouvindo toda a relação e a história dele com o santuário e seu antigo protetor, ela acabou aceitando. Terminada a história, Ragnar inquiriu:
— Que história é essa de Comandante de Defesa?
— É isso mesmo o que você está pensando. Acabei me tornando a responsável pela defesa do vilarejo. Tudo começou quando cheguei aqui umas horas atrás. Havia mais gente lá dentro debatendo como deveríamos lidar com uma possível invasão. Acho que por eu ter iniciado a caça à Caminho da Aurora, acabei ganhando credibilidade com o prefeito. Isso além das minhas ideias e estratégias de defesa serem muito melhores que as apresentadas por eles e…, ah! — Julie se exaltou. — Há outras guildas aqui no vilarejo. Eles concordaram em participar do evento, só que acabaram saindo da reunião antes que você chegasse, afinal, estávamos apenas revisando todas as decisões já tomadas… — Finalizou olhando feio pra ele.
Se eu tivesse chegado mais cedo… talvez eu teria sido apontado como comandante.
Um grupo de cinco jogadores entre o nível 18 e 22 se aproximou da dupla. Eles pararam um segundo, olharam para a lutadora e seguiram caminho sem dizer uma palavra.
— Tem muitos jogadores andando por aí. — Julie se manifestou. — É melhor evitar ficarmos muito tempo juntos para não levantar suspeitas de quem você realmente é.
Ela estava certa, Ragnar sabia disso. Dias atrás eles foram vistos juntos em uma estalagem em Salem. Caso situações como essa voltassem a se repetir, alguma hora iriam suspeitar sobre quem era esse druida e porque ele sempre está ao lado de uma figura famosa como ela.
Um expiro de frustração escapou das narinas de Ragnar quando aceitou esse destino.
— Tudo bem, então nos veremos mais tarde, quando o inferno cair sobre o vilarejo?
O semblante sério dela mudou para uma expressão sorridente, até sugestiva.
— Final do ano, quando a temporada competitiva terminar, a Red Crows entrará em recesso por trinta dias. Então… estava pensando em passar uma semana de férias com um certo alguém…
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