Volume 1

Capítulo 6: A Linda Flor ②

Todos, então, voltaram para a casa de Art.

— Que coisa estranha, meu pai nem mesmo apareceu no enterro do seu amigo. — o jovem striker resmungava, com todos ao seu redor preocupados.

— Vai ficar tudo bem. — Lisa disse, colocando suas mãos sobre as mãos dele.

— Obrigado, Lisa!

— O que faremos agora? Temos um assassino à solta no reino e uma elfa com uma pedra preciosa. Se não bastasse ela ter aparecido do nada, o inimigo ainda está atrás dela… — Harold expressou, completamente agoniado.

— Se acalme! Chega disso… — Diana o repreendeu, olhando para a carta fixamente. — Olhem... essa poesia não é algo comum... É isso! Não acredito que demorei tanto para perceber.

— Do que está falando Diana? — Art perguntou.

— Veja... Meu pai nunca demonstrou interesse por poemas, poesias, ou esse tipo de coisa, mas ele sempre dizia que minha mãe adorava. E... 'Minha Linda Flor'...

— É o jeito que ele te chamava na maioria das vezes, né?

— Não, Art... Quer dizer, sim. Mas esse era o jeito como ele costumava chamar minha mãe.

— Ta, mas o que isso muda?

— Olha, aqui diz: 'A verdade oculta, sob o véu do amor... Somente a luz pode revelar o que minha linda flor guarda...' E no fim da carta, ele destaca 'linda flor' — ela disse, mostrando o poema e passando o dedo sobre os versos.

Todos a olharam, sem entender o que ela estava tentando dizer.

— Diana. Me desculpa, mas acho que isso não tem nada...

— Vamos para minha casa. Vão entender quando chegarem lá. — ela interrompeu, com o olhar determinado e esperançoso.

Art, Markos e Harold foram juntos acompanhando Diana até sua casa. E novamente deixaram Lisa para trás.

Ao chegar, Diana olhou ao redor, tentando organizar seus pensamentos.

— Diana, o que queria nos mostrar?

— Espera, Art! Deixa eu pensar. — ela respondeu, enquanto recitava o poema em voz baixa. — É isso! — exclamou, correndo em direção ao quarto de seu pai, onde havia um pequeno armário, que estavam guardadas as coisas que eram de sua mãe.

Diana abriu o armário e encontrou algumas caixas lacradas empilhadas. Sob elas, havia uma maleta retangular, longa e achatada.

— Mas… onde está a chave dessa maleta? — Markos disse.

— Bem… — Diana disse, pensativa. — Acho que devido às circunstâncias, não precisamos mais nos preocupar com isso. 

Então, levantou o baú e o jogou com toda sua força contra o chão.

Blooom! 

O baú foi quebrado, com várias partes espalhadas pelo chão.

— Uma roupa de noiva? — Harold perguntou.

— Isso! Creio que o véu que meu pai se referia era isso. Mas... Não há mais nada aqui. — ela respondeu, já perdendo sua esperança. — Olha pessoal, me desculp…

— Não, Diana! Acho que comecei a entender. Somente a luz pode revelar o que minha linda flor guarda… — Art disse, imbuindo sua mão direita com magia de fogo e aproximando-a da parte do armário que estava em contato com o solo.

— O que a linda flor guarda... É...

Craaashh! 

A base do armário se quebrou com o forte golpe.

— Eu não esperava por isso! — Harold exclamou.

— Vamos? — Art perguntou, com um leve sorriso, encarando os olhares incrédulos de seus amigos.

A base quebrada abriu caminho para um porão. 

Eles afastaram o armário e retiraram os destroços que os impediam de seguir. 

Ao entrarem, ficaram surpresos. Haviam muitos papéis colados em um quadro, indicando os passos das investigações de Raymond. Tinha também uma mesa com mais papéis e livros sobre ela, que caíam sobre a cadeira e se espalhavam por quase todo o chão.

— O que é isso? Não sabia que meu pai escondia algo assim

— Olhem a quantidade de fotos nesse quadro. — Harold disse, totalmente surpreso e confuso.

—Tem quase todos que ocupam altos cargos aqui. Elara, Lucian... Até o rei. O General Lanir da Guarda Real, o Capitão Edgar, e... Esse... É o seu pai, Art. — Markos disse, apontando para uma das fotos.

— Sim. Parece que Raymond também estava investigando ele, mas... Isso ainda não faz sentid...

— Olha o que achei. — Diana interrompeu, mostrando um envelope lacrado que encontrou sobre a mesa.

Ela rapidamente abriu o envelope, e dentro dele havia uma carta. 

Sem hesitar, começou a ler em voz alta.

— Minha Linda Flor!

     Se é você que está lendo, fico feliz por ter entendido o sinal que lhe dei. Você sempre foi uma menina muito esperta. Mas isso também significa que eu não estou mais entre vocês. 

     Me desculpe, minha querida! Eu não pude cuidar de você como gostaria. Também imagino que Art deva estar ao seu lado, então tenho algo para dizer a ele. 

     Art, cuide da minha filha por mim, você é o único que ela tem para se apoiar agora, prometa isso, por favor! Dito isto, preciso contar para vocês todas minhas descobertas e suspeitas, pois agora vocês são responsáveis por proteger Aurora. 

     Descobri há algum tempo que existe uma organização secreta operando em Aurora, eles estão fazendo experimentos com uma espécie de item mágico, mas não sei exatamente qual o seu objetivo final. A única certeza é que esse item parece ser muito poderoso. 

     Na próxima semana vão realizar um novo experimento, e com toda certeza as pessoas envolvidas são de alta influência. Por isso, não confiem em ninguém, seja no rei, em seu capitão, tentem desconfiar até de si mesmos. 

     Meu plano era conversar com vocês após mais algumas investigações. Infelizmente não podia falar agora, pois creio que estou muito perto de ser descoberto, ou até mesmo já posso ter sido. 

     Devem estar se perguntando o motivo de eu não ter mencionado Gideon. Vou lhes dizer. E Art, por favor, escute com atenção. 

     Alguns anos atrás, sua mãe ficou muito doente, apesar de sua saúde sempre ter sido fraca. Sempre achei estranho uma doença que não é curada nem mesmo com todos os medicamentos que temos, até mesmo fortes magias de cura. Então, comecei a investigar, e descobri recentemente que existe a possibilidade de ser um veneno. Essa descoberta me levou a uma busca em que acabei encontrando essa organização. 

     Tenho tentado conectar essas informações, porém sem sucesso. Apesar disso, se isso for verdade, sua mãe está sendo envenenada há muito tempo. Ainda não consegui decifrar a natureza do veneno, que parece ter propriedades mágicas. 

     É aí que Gideon entra, pois ele sempre levava um medicamento para sua mãe. No início, até pareceu ajudá-la, mas depois sua situação piorou muito. 

     Não estou afirmando nada, mas não podemos confiar totalmente nele, infelizmente. Eu não sei como vou te contar isso, mas se estiver vendo essa carta, provavelmente não consegui dizer pessoalmente. Ainda quero confirmar a situação do veneno e coletar algumas amostras do sangue de Marian para ter certeza antes de acusar meu grande amigo. 

     Agora que expliquei tudo, vou contar a localização da base deles. Ela se encontra no subsolo do castelo, a entrada é próxima a uma estátua de ouro do rei, e para abrir a porta eles utilizam uma espécie de chave de mana, combinando todos os elementos. Portanto, é necessário um mago habilidoso para abri-la. 

     Deixei a localização marcada na planta do castelo, bem como as rotas que usei para chegar lá sem ser visto. A planta deve estar nessa mesa onde encontraram a carta. Tomem cuidado, lembrem-se da natureza do perigo. 

     Bom, acho que esta carta está ficando muito longa, mas sinto que, quando terminar de escrevê-la, meus dias aqui terão terminado. Como é difícil sequer pensar em despedir de você, minha linda flor. Mas você deve seguir em frente e realizar seus sonhos, é isso o que quero para você: que seja feliz. Eu te amo!

Ao chegar ao fim da carta, Diana já estava com seus olhos cheios de lágrimas, eram tantas que não conseguiu evitá-las cair, mesmo esfregando o braço sobre os olhos.

Todos ficaram em choque por alguns segundos, e Art apenas pensava em seu pai.

— Ele escreveu essa carta na semana passada, antes disso tudo acontecer? — Harold perguntou, como se estivesse falando sozinho.

— Gideon pode ser um inimigo. Nossa! Acho que já era, estamos falando do mago mais poderoso do reino. — Markos disse.

— Deve ter um engano. Meu pai não faria isso, eu não posso acreditar que ele faria isso com minha mãe. Ele sempre... cuidou dela, de nós. — Art respondeu, com os olhos arregalados, completamente atônito.

— Aqui está a planta do castelo do rei... E olhem! Algo está escrito atrás dessas fotos no quadro. — Markos chamou a atenção, passando o dedo na tinta.  — Essa tinta não parece ser velha, deve ter no máximo 2 dias desde que foi usada.

Art avançou e puxou todas as fotos e papéis presos contra o quadro. 

A mensagem dizia: A garota é a chave.

Art sentiu um arrepio na espinha.

— Lisa! — exclamou em voz alta.

Ele correu desesperadamente em direção à sua casa. Diana e os outros foram atrás, tentando alcançá-lo. 

Lá, encontraram a porta quebrada. E após uma busca incansável, não encontraram Lisa.

Ei, Shosckk aqui!

Meu sincero agradecimento por apoiar O Domo de Aurora: Os Sete Artefatos, torço para que goste e acompanhe a história!

*Eu mesmo faço os esboços das imagens, depois finalizo com IA. Te convido a dar uma olhada no canal do youtube, onde até mesmo já postei uma incrível trilha sonora para a obra Youtube Shosckk (E vem mais coisas por ai!). 

*Caso queira fazer alguma doação para ajudar a obra: PIX - [email protected]

Te vejo nos próximos capítulos!



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