Volume 1
Capítulo 5: Investida
*Centro do Reino, sete horas da noite*
Art e Diana caminhavam lentamente, se aproximando cada vez mais do túnel onde encontraram Lisa.
A luz esbranquiçada da Lua projetava suas alongadas sombras no chão. O céu estava claro — salpicado de estrelas — proporcionando uma visão serena que contrastava com a agitação do dia.
Enquanto passavam pelo centro da cidade, escutavam os sons da vida noturna. Risos vinham de uma taberna próxima, onde a música alegre de um alaúde ecoava pelas ruas. Vendedores noturnos anunciavam seus produtos, desde frutas frescas até itens para soldados, suas vozes adicionando uma camada de vivacidade à noite tranquila.
As construções de pedra ao redor do centro emanavam uma sensação de segurança, além dos marcantes aspectos históricos, suas fachadas decoradas com bandeiras da Aurora Force e da Guarda Real. O ar estava fresco, e a brisa leve carregava o cheiro doce das flores noturnas que floresciam nos jardins ao redor.
Diana olhou o amigo, notando a expressão pensativa em seu rosto.
— No que está pensando? — perguntou, quebrando o silêncio confortável entre eles.
— As coisas não param de surgir. Não tivemos descanso desde que entramos naquele túnel.
Logo, chegaram ao objetivo.
A entrada do túnel era sombria, quase completamente escondida pelas extensas raízes das árvores e pela vegetação rasteira. A luz que a noite proporcionava deixava o ambiente ainda mais ameaçador. As folhas farfalhavam suavemente, e o som de seus passos ecoava fracamente no silêncio da noite.
— Esse lugar me deixa inquieta. — confessou Diana, ajustando a aljava de flechas nas costas.
— Foi aqui que tudo começou a mudar. Quem diria que um dia encontraríamos uma elfa dentro do domo. — Art assentiu, compartilhando o sentimento.
Eles pararam em frente ao local, observando a escuridão que se estendia além.
— Vamos entrar? — Diana perguntou, com um toque de hesitação na voz.
Art acenou a cabeça em concordância.
— Espero não me arrepender.
Ambos respiraram fundo, olharam em sua volta e avançaram, com a escuridão os engolindo rapidamente. Os passos ecoavam nas paredes de pedra, e a luz das tochas que o striker acendia uma após a outra oscilava, contrastando com a luz das chamas que envolviam sua mão, projetando sombras dançantes. A atmosfera reforçava a tensão.
Enquanto isso, uma figura misteriosa surgiu próximo ao túnel. Envolta em uma túnica escura, o capuz ocultava completamente o rosto, deixando apenas um vislumbre de quão focado seus olhos estavam.
Sem hesitar, moveu-se com uma graça silenciosa, mesclando-se à própria escuridão. Ela parou na entrada, observando atentamente o caminho por onde os jovens haviam passado.
Sem emitir um único som, adentrou o túnel. Cada passo era cuidadoso e deliberado, sem eco, um contraste inquietante com o ruído que os passos de Art e Diana haviam feito momentos antes.
A figura passou por paredes cobertas de musgo e pedras antigas, marcadas pelo tempo. A luz das tochas apontavam um caminho. Ela manteve uma distância constante, seguindo-os sem ser detectada, como um predador paciente esperando o momento certo para se revelar.
— Estamos quase lá. — sussurrou Diana, com a voz ecoando suavemente.
Art assentiu — com olhar fixo à frente — sentindo como se algo invisível espreitasse nas sombras.
Finalmente, chegaram ao local onde encontraram Lisa pela primeira vez. A lembrança daquele momento voltou à mente de ambos, e uma sensação de inquietação tomou conta.
As tochas iluminavam um pequeno espaço aberto, com uma superfície de pedra irregular no centro. O silêncio era absoluto, interrompido apenas pelo som suave do respirar.
Subitamente, uma brisa gelada atravessou o túnel, apagando algumas das tochas. A escuridão envolveu o ambiente e o frio parecia penetrar até os ossos.
Diana segurou firme seu arco , com seus olhos procurando algum sinal de perigo.
Art deu um passo à frente, tentando enxergar através da penumbra.
Então, o ser encapuzado apareceu. Sua túnica negra absorvia a pouca luz restante, e seus olhos os observavam com uma intensidade quase sobrenatural. A figura avançou lentamente, cada passo ressoando como um trovão no silêncio opressor.
Na manhã daquele dia, Art despertou com um cansaço profundo, seus olhos estavam inchados de sono. Piscou várias vezes, tentando afastar a névoa que ainda pairava sobre sua mente. A luz suave do amanhecer filtrava-se pelas frestas das cortinas, lançando raios de sol difusos pelo quarto.
Com um suspiro, se levantou da cama, esfregando os olhos. Cada passo era pesado, enquanto caminhava pelo corredor em direção à sala. Seus músculos ainda estavam tensos das atividades do dia anterior, era como se mover em areia movediça.
Ao entrar na sala, a cena que encontrou o surpreendeu. Sentado no sofá, seu pai conversava calmamente com Lisa.
Gideon tinha uma postura relaxada, porém sua presença imponente ainda dominava o ambiente. Seus olhos negros, normalmente tão sérios, estavam suaves enquanto falava.
A garota, por sua vez, estava tímida, apesar de demonstrar tranquilidade na presença do mago real. Seus grandes olhos roxos brilhavam com interesse enquanto ouvia atentamente.
— Bom dia, filho! Espero que tenha dormido bem.
Art assentiu, ainda tentando processar a cena à sua frente.
— Bom dia, pai! O que está acontecendo?
Gideon sorriu ligeiramente, um sorriso raro que suavizou seus traços fortes.
— Estava apenas conversando com Lisa. Ela tem me contado um pouco sobre sua vida antes de chegar a Aurora, é muito...
— E o sr. Gideon me ensinou sobre como funciona o mundo aqui dentro, é muito interessante. — Lisa disse, o interrompendo.
— Ah é? Então me conte um pouco do que ele te ensinou. — Art respondeu, com um leve sorriso.
— Bom, nada pode atravessar o domo, é como um campo de energia mágica impenetrável. Nem por dentro, nem por fora. Até mesmo se tentar escavar. Mesmo assim, ainda existe vida aqui dentro. Água, animais... a terra é rica em nutrientes... é como se fosse um eco... ecoo...
— Ecossistema. — Gideon completou, com um riso discreto.
— Isso! É como se fosse um ecossistema completo, separado do mundo lá fora, e que funciona perfeitamente. O ar aqui é único, não é tão diferente do que eu estou acostumada, mas parece ser mais puro. A quantidade de espécies de animais também é bem pequena comparada com o mundo exterior. E tem a chuva, ela não atravessa o domo. Então, o pai da Diana desenvolveu chuvas artificiais. Isso ajudou as plantas e animais a se desenvolverem mais, melhorando a qualidade de vida das pessoas do reino. É realmente um reino mágico, só a magia pode explicar o que acontece aqui. Ah... e vocês possuem poderes diferentes.
— Como é? Como assim diferentes? — Art perguntou, um pouco confuso.
— Você vai se surpreender com isso, Art! Vai muito além do que nós imaginávamos.
O jovem aguardava ansiosamente a resposta à sua pergunta. Gideon, então, prosseguiu:
— Os poderes dentro do domo são diferentes dos poderes lá de fora. Pelo o que Lisa disse, aqui é único. Como sabemos, alguns nascem com a capacidade de usar magia, outros não. Nesse caso, geralmente possuem habilidades físicas mais fortes, podendo se tornar guerreiros. Até essa parte, é parecido com o exterior, mas a diferença é que os poderes mágicos em Aurora são limitados a elementos simples: água, fogo, terra e ar.
— Esses são os strikers, mas a magia dos suportes não parece ser somente composta por esses elementos.
— Você está certo! E essa é a explicação para o que a tanto tempo não entendemos. No mundo exterior, chamariam a magia dos strikers de magia pura, e é algo incomum de se encontrar. Em Aurora, os magos também podem nascer com habilidades mágicas diferentes. Os suportes podem criar barreiras mágicas, usar magia de cura e coisas do tipo, além de que podem também chegar a utilizar os elementos simples que os strikers usam.
— Eles são bem raros de nascer… — Art comentou.
— É, eles também são mais fracos em combate porque possuem pouca mana, por isso se concentram mais na defesa, embora consigam utilizar os mesmos elementos que os strikers. E tem... tem a classe dos guerreiros, que nascem com habilidades físicas superiores, principalmente força e resistência. Desde pequenos, o reino os treina para que possam encontrar suas apti... aptid... — Lisa interrompeu, animada em mostrar o que aprendeu.
— Aptidões. — Gideon ajudou.
— Obrigada! Aptidões...
— Bom dia! — Diana chamou a atenção, espreguiçando seus braços, com seus cabelos bagunçados.
— Bom dia! Parece que dormiu bem em… — Art respondeu, com um sorriso sarcástico.
— Não enche, Art! Sobre o que estão falando?
— Bom dia, Diana! Lisa está contando sobre o que a ensinei.
— Bom dia! — Lisa respondeu, com um lindo sorriso no rosto.
— Ah, estou atrapalhando? Pode continuar pequenina!
— É... Depois do treinamento, escolhem uma arma que melhor se encaixe com suas habilidades, seja espada, lança, arco e flecha, ou escudo. Alguns escolhem armas diferentes, ou fazem suas próprias modificações, como uso de machado, ou até mesmo como a Diana, que usa flechas que ela mesma criou. Os magos também passam por um treinamento, e depois todos escolhem o que querem seguir, se querem servir ao reino como soldados ou seguirem suas vidas como cidadãos comuns. Ah, vocês também usam uma coisa que meus pais disseram que é bem raro entre todos os reinos, o encantamento.
Diana desviou os olhos, com algo a incomodando.
— Aqui, algumas pessoas não nascem com habilidades físicas ou mágicas, e desde cedo já buscam uma profissão, para assim conseguirem viver em sociedade, igual com o mundo lá fora. Os reinos também costumam ter um rei ou líder...
— Nossa! Você aprendeu mesmo sobre Aurora! — Diana disse, surpresa com a capacidade da garotinha.
Gideon abriu um sorriso orgulhoso, como um avô que ensinou algo para seu neto.
— É, mas qual a grande diferença para o mundo exterior? — Art perguntou, curioso sobre os mistérios que, ao lado de sua mãe, sempre sonhou descobrir.
— Os poderes... podemos encontrar de tudo. Minha mãe possui uma magia de cortes, ela consegue cortar qualquer coisa. Meu pai possui magia de luz, e ele é o mais forte dos elfos, entre todos os bosques. O mundo lá fora é tão grande! Sei que além de grande, é muito perigoso.
— Qualquer coisa? — Diana disse, pensando alto.
— O mundo é repleto de reinos e criaturas que não fazemos ideia. Eu nunca saí do Bosque dos Elfos do Norte, tudo o que aprendi foi em livros, com meus pais e outros elfos do bosque me ensinando. Eu... nunca tinha saído... até que… — A pequena elfa parou por um momento, e seu semblante se entristeceu, pois percebeu que talvez nunca mais veria seus pais e sua casa.
— Olha, Lisa! Eu não queria te pressionar… — Art disse, cuidadosamente se aproximando.
Lisa enxugou as lágrimas que começavam a cair, e levantou a cabeça com firmeza.
— Não! Meus pais ainda estão vivos e eles devem estar procurando por mim. Eu vou encontrá-los.
Todos na sala se assustaram com a determinação que ela expressava.
— Eu não sou mais uma criança. Eu sou forte como minha mãe.
— Está tudo bem princesa! Nós sabemos o quanto você é forte. — Diana disse, gentilmente colocando sua mão sobre a cabeça da menina.
— Eu vou continuar... existem tantas criaturas. Vocês estão acostumados com os humanos, goblins, ogros e elfos negros que atacam constantemente, mas existem dragões e muitas outras raças, até mesmo gigantes.
— Espera. Elfos negros? — Art interrompeu.
— Sim. Os elfos são divididos em quatro bosques: Norte, Sul, Leste e Oeste. Eu venho do Bosque do Norte. O Norte e o Oeste são bosques aliados. O Bosque do Leste é isolado. E o Bosque do Sul... Bem, lá vivem os Elfos Negros. Eles são chamados assim porque dominaram a magia das trevas, o que fez com que as relações com os outros bosques fossem cortadas. Minha mãe sempre me contava sobre as relações entre os elfos. Então, se elfos estão atacando o domo, eu acho que sejam os Elfos Negros.
— E você sabe a razão desses ataques? — Diana perguntou.
— Não. Já escutei sobre um lugar odiado, que várias raças queriam invadir. Mas sempre que perguntava ninguém me contava. Minha mãe me dizia que ainda não era hora de me preocupar com essas coisas, e nunca encontrei nenhum livro sobre. Agora, já que estou aqui, acho que tem alguma coisa ligada a mim e a esse artefato. — Lisa disse, encarando o artefato pendurado em seu colar.
— E esse artefato? Sabe o que ele faz, Lisa? — Art perguntou, com seu coração acelerando cada vez mais ao saber que estava mais perto da verdade.
— Não, eu escutei sobre um sétimo artefato um dia, quando espiei uma reunião secreta do meu pai. Não sei se essa pedra verde é realmente isso, mas sempre via meu pai ter todo o cuidado com esse colar. Foi a última coisa que ele me deu...
Algumas horas se passaram, e Lisa contou tudo o que sabia.
— Chega por hoje! Já é hora de se apresentarem na linha de defesa. — Gideon interrompeu a conversa na qual todos estavam engajados. — Lisa… Fique aqui e não saia de jeito nenhum, logo estaremos de volta.
Art e Diana se arrumaram, pegaram uma fruta para comer no caminho e correram rumo ao trabalho. Gideon foi se apresentar à Guarda Real, enquanto Lisa ficou em casa mais uma vez.
— Essa maçã está uma delícia! — Diana disse, enquanto saboreava a fruta.
— Porque está assim? — Art respondeu.
— Assim como?
— Fazendo essa voz fofa, acho que a Lisa anda amolecendo seu coraçã… — Art parou ao perceber o que tinha dito.
— Hmmm… você me acha fofa? — Diana respondeu, o provocando com o olhar.
— Eeeeu... Não quis dizer isso.
— Então por que está ficando vermelho? Hahaha!
O momento descontraído foi quebrado pelos gritos dos fanáticos que passavam por perto.
— Agradeçam! Agradeçam! Ó protetor fiel, mágico benfeitor, aquele que impede o inimigo e cuida de seu povo! Cantem ao Rei de Aurora! Pronunciem seu nome! Aldric Everhart! Criador do domo! Ninguém está acima dele!
— Era só o que faltava. Esses fanáticos esquisitos! — Diana sussurrou.
— Parece que eles aumentam cada vez mais. — Art respondeu.
Os dois continuaram caminhando rumo à Linha de Defesa.
— Precisamos nos apressar. — Disse Diana, olhando de soslaio para Art. — Não quero ouvir outro sermão do capitão Edgar.
Art assentiu, mas algo não passava despercebido. Ele estava distraído, seus olhos azuis escaneando o entorno constantemente. Diana percebeu e franziu a testa, preocupada.
— Está tudo bem, Art? Você parece um pouco... diferente.
Ele a olhou, os lábios se curvando em um sorriso tenso.
— Na verdade, eu preciso te contar uma coisa, Diana.
Ela parou de andar, surpresa com a seriedade em sua voz.
— O que foi?
Art respirou fundo, e em um movimento rápido, puxou Diana para um beco estreito, pressionando-a suavemente contra a parede de pedra. O calor de seus corpos, tão próximos um do outro, fez o coração da jovem disparar. Ela começou a corar, surpresa e confusa com a proximidade.
— Art, o que você está fazendo? — perguntou, com a voz tremendo ligeiramente.
Ele olhou diretamente em seus olhos dourados, seus rostos a poucos centímetros de distância. O silêncio entre eles era tangível. Seu rosto estava sério, e ela sentiu seu coração bater ainda mais rápido.
— Diana. — começou, a voz baixa e urgente. — Tem alguém nos seguindo há alguns minutos.
A surpresa e quebra de expectativa substituiu o rubor em suas bochechas.
— O quê? Quem?
Art inclinou a cabeça ligeiramente, ainda mantendo a proximidade para que pudessem falar sem serem ouvidos.
— Não sei, mas precisamos estar atentos. Já fazem alguns minutos...
Diana engoliu em seco, tentando acalmar a respiração. Ela olhou ao redor, procurando por alguma pista no beco vazio.
— O que faremos?
— Vamos continuar andando como se nada tivesse acontecido, mas fique alerta. Não sabemos quem pode ser ou o que quer.
Ela assentiu, ainda um pouco tensa, porém focada.
— Certo, vamos.
Ao chegarem à Linha de Defesa, foram até a base. No refeitório, encontraram Markos e Harold, ambos imersos na habitual bagunça e nos barulhos de soldados jogando cartas.
— Hahahahahah! Venha, Harold, vamos fazer uma queda de braço — disse Markos, gargalhando como de costume.
Harold apenas o encarou com desaprovação.
— Ei! Que bom que encontrei vocês aqui! Venham comigo! — Art sussurrou, aproximando-se lentamente de seus amigos.
Eles os conduziram a um corredor mais afastado, onde poderiam conversar sem serem vistos.
— O que é isso? — Harold disse.
Art suspirou e começou:
— É o seguinte. Preciso da ajuda de vocês dois. Ninguém pode saber sobre o que vou falar agora.
— Desembucha logo! — Markos disse, em tom mais focado que o habitual, entendendo que se tratava de algo sério.
— Eu tenho um plano para capturar um daqueles encapuzados.
Todos olhavam atentos para o que ele dizia.
— E tem que ser hoje.
— O que? Hoje? Já falou com o capitão? — Harold disse, mais agoniado que o normal.
— Não podemos contar para ninguém. Só podemos confiar em nós mesmos por enquanto. Depois de capturarmos ele, chamaremos o capitão.
— E qual é o plano? — Harold respondeu.
— Hoje à noite, ao sairmos da Linha de Defesa, eu e Diana iremos até um túnel, e ele certamente nos seguirá. É aí que vocês entram. Saibam que devem sair alguns minutos depois de nós e ir até o local. Lembrem-se de serem discretos; ele não pode suspeitar que estamos esperando por ele.
— E por que um túnel? — Markos perguntou.
— Se o plano der certo, explicarei tudo a vocês.
— Mas... pode explicar por que está tão confiante que um dos encapuzados vai aparecer? — Harold perguntou.
— Vi um deles nos seguindo hoje. Mas não é um daqueles três.
— Como assim, Art? — Diana perguntou, surpresa.
— Não falei nada, mas naquele ataque que sofremos, não eram apenas três, tinha mais um, que percebi em meio à cidade, bem à distância.
— E por que não falou nada? — Harold retrucou.
— Eu não tinha certeza do que havia visto; foi como um vulto rápido. Quase ao mesmo tempo em que os três sumiram, senti outra presença nos observando à distância. Hoje, percebi a mesma sensação. O estranho é que consigo senti-lo a uma certa distância, mas não sei explicar.
— É, Art. É só isso que é estranho sim. — Diana disse.
Então, todos revisaram e estavam de acordo com o plano.
Ao anoitecer, Art e Diana saíram rumo ao túnel. Minutos depois, Markos e Harold saíram conforme tinham combinado.
Chegando lá, viram uma figura encapuzada se aproximando do túnel e olhando para os lados, desconfiado.
— Vem pra cá seu gigante! — Harold sussurrou agressivamente, puxando Markos para trás de um muro. — Se ele nos ver o plano já era. Uff... Não acredito que aquele louco estava certo. Não sabia que havia um túnel aqui.
O inimigo entrou no túnel, e eles foram logo atrás.
Quando se aproximaram, perceberam que seus amigos estavam encurralados. Era possível escutar o que diziam.
— Quem é você? — Diana gritou.
O alvo pegou em seu capuz e o retirou lentamente. O silêncio foi rapidamente quebrado por um grito incrédulo.
— Paaaai?
Ei, Shosckk aqui!
Meu sincero agradecimento por apoiar O Domo de Aurora: Os Sete Artefatos, torço para que goste e acompanhe a história!
*Eu mesmo faço os esboços das imagens, depois finalizo com IA. Te convido a dar uma olhada no canal do youtube, onde até mesmo já postei uma incrível trilha sonora para a obra Youtube Shosckk (E vem mais coisas por ai!).
*Caso queira fazer alguma doação para ajudar a obra: PIX - [email protected]
Te vejo nos próximos capítulos!
*Deixo abaixo o esboço de uma das imagens*