Volume 1

Capítulo 1: A Jornada de Lisa ②

Lisa estava assustada, sentindo uma pressão no peito, como se um peso estivesse sobre ela. Tudo era escuro, e seu coração acelerou ao perceber que se encontrava dentro de um túnel. 

Art e Diana estavam ao seu redor, observando-a com preocupação. 

— Onde estou? — disse a garotinha, em linguagem élfica.

Art inclinou-se e tentou tocá-la, mas o movimento a assustou. Ela se afastou rapidamente, tremendo, repleta de lágrimas. 

Diana revirou os olhos e o cutucou com o cotovelo.

— Idiota! — sussurrou, puxando-o para trás. — Não podemos deixar ela aqui… Talvez devêssemos cobri-la com um capuz — acrescentou, com centenas de pensamentos diferentes sondando sua mente. — Para esconder as orelhas élficas. Não queremos chamar a atenção. 

— Tem razão. Vamos levá-la para minha casa até decidirmos o que fazer. — ele agachou, aproximando-se lentamente. — Estamos aqui para ajudar. Vamos cuidar de você. — explicou, enquanto gesticulava e falava devagar.

Contudo, a garota continuava confusa, com suas mãos ainda segurando o colar com força. 

— Para onde vamos levá-la? — Diana perguntou, claramente nem mesmo percebeu as últimas palavras de seu amigo.

— Para casa. É o único lugar seguro. 

Lisa entendia pouco da língua dos humanos, porém captou algumas palavras. 

Art tentou acalmá-la mais uma vez.

— Vamos cuidar de você. — disse, gesticulando novamente para tentar transmitir calma.

Para surpresa de todos, ela respondeu em linguagem humana, de forma simples:

— Tu…do bem… vou com vocês. 

— Eeeehhh?? — exclamaram quase ao mesmo tempo, a surpresa era evidente em seus rostos.

Ambos ficaram chocados com a resposta inesperada e se entreolharam. A cena era cômica, apesar da tensão no ar.

A escuridão do lugar era um tanto opressiva, com pequenas luzes de tochas fixadas nas paredes, criando sombras tremulantes. 

Art acendeu-as com magia, iluminando parte do túnel. O local havia sido abandonado há muito tempo, com musgo e vegetação crescendo nos cantos. O cheiro úmido era intenso, e o som distante de água gotejando completava a atmosfera sombria.

— Então você fala nossa língua? — Art perguntou, ainda falando devagar para que pudesse ser compreendido.

— Eu... sou… Lisa. — ela timidamente respondeu.

— Ahh... ótimo! Pelo menos o nome dela nós sabemos… — disse Diana, com sarcasmo — Precisamos cobrir a garota antes de sairmos daqui. — acrescentou, preocupada — Se alguém vê-la andando pela cidade vai ser um caos.

Art assentiu, embora não fizesse ideia de onde conseguir algo para cobri-la com sucesso.

— Pode encontrar alguma coisa para usar como capa? — perguntou, tentando pensar em uma solução rápida.

Diana concordou, acenando com a cabeça. 

— Vou procurar algo. Fiquem aqui e não se movam.  

Ela saiu do túnel, enquanto resmungava sobre como tudo estava ficando complicado. 

— Elfos em Aurora? Como se não tivéssemos problemas suficientes. — murmurou, correndo daquele lugar isolado para procurar uma loja ou um mercador que pudesse vender uma capa.

Art, agora sozinho com a pequena elfa, passou alguns minutos olhando ao redor, onde notou as desgastadas paredes e as manchas de umidade, um ambiente estranhamente complementado pela pávida garota. 

Pelo o que podia ver, era um lugar esquecido, uma passagem escondida nas profundezas de Aurora. 

Ele tentou acalmá-la. Foi quando ouviu:

— S... ssss... sétimo artefato. — ela disse em voz baixa, hesitante em utilizar a linguagem humana, como se tentasse lembrar de algo que ouvira antes, mas com medo de se comunicar.

— O quê? O que você disse? — Art perguntou assustado, inclinando-se para mais perto da garota.

Lisa recuou um pouco, se encolhendo, receosa em falar. Ela não disse mais nada, apenas apertou a pedra contra o peito, enquanto o olhava com desconfiança e confusão. 

O jovem striker ficou intrigado, tentando entender o significado do que acabara de ouvir.

— Sétimo artefato. — repetiu para si mesmo, pensativo, com os olhos franzidos e a mão tocando levemente seu rosto, numa tentativa de lembrar onde já escutou aquilo. 

Era algo que soava vagamente familiar, apesar de não se embrar de onde.

O momento tenso foi interrompido por Diana, que segurava uma desgastada capa com capuz.

— Consegui! — exclamou, entregando a capa para o amigo. — Vamos cobrir a garota e sair daqui antes que alguém a veja.

Lá fora, um homem de capuz escuro observava o túnel à distância. Ele era alto e tinha uma presença forte, como uma sombra. Estava imóvel, apenas seus olhos seguiam cada movimento. 

Art rapidamente colocou a capa em Lisa, garantindo que suas orelhas ficassem completamente cobertas. 

Diana deu um leve sorriso ao vê-la com a capa. 

— Pronto, agora você parece uma jovem viajante.disse, colocando sua mão direita gentilmente sobre a cabeça da garota, trazendo um pouco de leveza ao momento.

Com a jovem elfa coberta e o túnel para trás, eles saíram, prontos para seguir em direção à casa de Art. No entanto, o "Sétimo Artefato" ainda incomodava a mente do jovem striker.


Ao chegarem, ele abriu a porta e deixou-as entrarem primeiro.

— Sejam bem-vindas! Desculpem a bagunça, eu não esperava visitas hoje. — disse, um pouco sem graça.

Diana olhou ao redor e gargalhou.

— Bagunça? Você precisa de uma faxina urgente. 

Art sorriu, fechando a porta.

— Eu sei, eu sei. Vamos cuidar dela agora, ela precisa se acalmar.

Logo, ofereceu um copo de água para a pequena elfa, porém antes de entregá-lo, virou-se para Diana, confuso.

— Elfos bebem água, não é?

Diana revirou os olhos.

— Claro que sim, Art. Ela é uma elfa, não uma entidade mística.

Ele entregou o copo para a curiosa visitante, que cobria todos os cantos da casa com o olhar.

— Desculpe, é que... Nunca convivi com elfos antes. — disse, abrindo um sorriso sem graça.

Diana balançou a cabeça o desaprovando, mas sorriu. A pequena interação entre eles trouxe leveza ao ambiente.

Lisa pegou o copo com cuidado — a princípio hesitante — e começou a beber. Sua curiosidade aos poucos superava o medo inicial, mostrando um lado mais aberto e amigável.

— É… estava mesmo com muita sede! — Art disse, com um olhar gentil. — Acho que minha mãe tem algo que possa servir nela, não podemos deixá-la usando esse vestido sujo e essa capa.

Instantes depois, voltou do quarto de sua mãe com uma roupa branca em suas mãos, uma vestimenta suave e delicada.

— Aqui está! — exclamou, deixando a roupa em uma cadeira próxima a garota.

Diana o encarou, tentando voltar para a realidade que presenciavam.

— Precisamos pensar no que fazer a seguir. Isso tudo é muito estranho.

Ele assentiu, apesar de ainda aéreo, pensando no que escutou no túnel.

Ei, Shosckk aqui!

Meu sincero agradecimento por apoiar O Domo de Aurora: Os Sete Artefatos, torço para que goste e acompanhe a história!

*Eu mesmo faço os esboços das imagens, depois finalizo com IA. Te convido a dar uma olhada no canal do youtube, onde até mesmo já postei uma incrível trilha sonora para a obra Youtube Shosckk (E vem mais coisas por ai!). 

*Caso queira fazer alguma doação para ajudar a obra: PIX - [email protected]

Te vejo nos próximos capítulos!



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