Volume 1
Capítulo 13: Conveniência temporal
Semana seguinte. Depois daquele ensaio bem meia-boca, voltei para casa com o Liel e seguimos nossa rotina como em qualquer outro dia. Se passaram três dias desde aquela sexta-feira, e desde o início dessas 72 horas, não fui capaz de colocar nenhum plano em prática para elaborar a letra. Sem ideias, sem inspirações e muito menos ânimo.
E bem, não foi por falta de um local adequado para pensar. Durante esse final de semana, fiquei boa parte do meu tempo no silêncio do apartamento. Numa situação cotidiana da Marcy Rosenheim de 19 anos, esse ambiente faria essa tarefa ser a coisa mais fácil do mundo, só que não tenho mais essa idade, muito menos os mesmos sentidos. Todo e qualquer ruído me distraiu nesse meio tempo, então foi impossível fazer algo que prestasse.
Se já não bastasse essa humilhação, tive a brilhante ideia de tentar escrever durante a aula de hoje. Quando o primeiro professor ainda estava dando aula no início da tarde, até que não tinha muito barulho, mas só foi dar seu horário e ele sair da sala que o barulho começou de novo e não fui capaz de continuar minha elaboração.
E ficou nesse ciclo. Professor vai, conversa começa, professor vem, tento escrever no meio da aula dele, falho miseravelmente e todo o ciclo se repete.
A essa altura do campeonato, já era difícil entender se o problema era realmente o ambiente em que eu estava ou se só havia me tornado tão incompetente para algo tão simples. Não vinha nenhuma palavra para começar o primeiro verso, muito menos uma ideia de título ou de algo que eu pudesse dizer “isso é meu!” Ok, entendo que faz muito tempo desde que criei algo autoral, só que todo esse período me deixou tão enferrujada assim?
Tá, isso não importa. É fato que tenho um tempo limitado, então cada hora, cada minuto que eu estiver elaborando a letra, deve valer a pena. Por mais que me arrependa de ter tomado essa responsabilidade, a última coisa que quero é decepcionar meus amigos. Sendo assim, tenho que fazer algo a respeito.
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Depois do final da matéria do último professor, a aula acabou. Já era por volta das 18:00, então aproveitei o horário para fazer uma pausa e ir jantar. Assim que saí da sala, segui os corredores cheios de alunos até o restaurante universitário, onde dei de cara com uma fila enorme. Como não tinha achado ninguém mais na frente, fui pro final esperar a minha vez. Só que, antes de chegar lá, veio uma ligação em meu celular, a qual logo atendi e apenas escutei:
Estou perto da porta. Vem logo antes que a fila passe pro lado de dentro do refeitório.
Era o Liel. Quando escutei sua voz falando isso, não imaginei que fosse ter a bondade de fazer isso. Achei engraçado, mas de qualquer forma, aproveitei a oportunidade e fui até onde ele estava. Não demorou muito para avistar o baixinho, ainda mais que suas vestimentas estranhas de sempre entregavam sua localização. Se não fosse pela altura, teria percebido ele mais cedo.
— Pensei que você fosse me deixar passar fome, moleque. Enfim, muito obrigada. Pelo visto você não é tão teimoso assim. — Me aproximei de onde ele estava, ficando na sua frente.
— Estou apenas retribuindo um favor. — Ele entregou uma ficha em minhas mãos com uma feição entediada. — Imaginei que cê não tivesse comprado suas fichas, então fiz isso pra você.
— Quanta gentileza.
Depois de ignorar meu comentário, ambos passamos pela recepção e, depois de fazer nossos pratos, nos sentamos no final do salão, onde tinha menos gente. No momento que começamos a comer, diferente dos outros dias e do momento antes de entrarmos aqui, não puxei muita conversa. Fiquei contida dentro dos meus próprios pensamentos, ainda preocupada sobre minhas próprias questões. O resultado disso foi o demônio ficar incomodado com a minha inatividade.
— Você parece meio avoada, Marcy. — Liel ficou mexendo o garfo sobre o macarrão que estava no seu prato.
— Pareço? — Tentei disfarçar.
— É, parece. Pensei que hoje você fosse vir com alguma piadinha sem graça.
— Não vou mentir que adoraria te chamar de brega de novo, mas hoje não estou com saco pra isso.
Nos calamos por um momento. Após mastigar um pouco da carne que tinha no prato e respirar fundo, decidi abrir a boca sobre o que estava acontecendo.
— Liel, me diz uma coisa. Você já tentou escrever uma música ou teve que se expressar alguma vez?
Quando fiz a pergunta, ele inclinou a cabeça enquanto me olhava, talvez pensando ou até confuso com meu questionamento. Ele só veio a responder depois de alguns segundos.
— Olha, lembro que quando era mais novo, eu lia muito alguns livros que tinha uns textos meio estranhos que não iam até o final da linha e eram todos desorganizados. Quando entendi sobre o que eles falavam, tentei replicar alguns, mas foi somente isso.
— No caso, você tentava fazer poemas?
— É, acho que era esse o nome.
É, já podia imaginar que não sairia coisa boa disso. Tentei pedir ajuda para o moleque primeiro pois seria vergonhoso chamar o Aspen e o Alex depois de toda a minha confiança no ensaio passado, mas vendo a minha situação, me vejo sem opções.
— Mas qual foi o motivo dessa pergunta? — questionou.
— Então, sabe aquela letra que falei que ia tentar elaborar? Tem algumas coisas me impedindo e estou procurando ajuda. Isso está sendo mais difícil do que eu imaginei.
— Ué? Você não está conseguindo escrever? Aconteceu alguma coisa?
Tentei evitar falar demais sobre o que eu sentia, mas terminou que não tive escolha. Depois de explicar toda a minha dificuldade em elaborar, foi que ele entendeu o que estava tentando dizer desde o início. Sua reação, pelo menos em primeiro momento, foi de alguém pensativo. Ele mexia o garfo na sua comida constantemente, como se não soubesse o que falar. Conforme o tempo ia passando, ficava mais claro que, pela sua falta de experiência, era provável que não saberia me ajudar nessa situação.
E não, eu não ia pedir pro demônio elaborar a letra pra mim. Estava procurando apenas uma sugestão de algo que fizesse eu ter uma ideia de como começar. Qualquer ideia que funcionasse, serviria, por mais idiota que fosse. Eu apenas precisava disso.
— Olha, tenho uma ideia. — Liel levantou um pouco as sobrancelhas. — Por que você não tenta pensar no tema da sua música?
— “Tema”? O que diabos seria isso? — perguntei de boca cheia. — Cê tá se referindo ao que será abordado na letra?
— É, isso mesmo. Porque, por exemplo, cê já notou que muitas músicas, apesar de bem diferentes, tem uma temática parecida? Tem umas que falam sobre solidão, outras que falam de superação, lidar com os próprios medos… Coisas desse tipo.
— Sim, isso eu sei. Até tentei pensar por essa linha, mas não tive nenhuma ideia de tema que me agradasse. Já que você está dando essa ideia, tem alguma sugestão?
— Hm… Por que você não procura algo que a maioria das pessoas fazem? Tipo uma música de amor?
Quando o demônio falou “amor”, engoli a minha comida de mal jeito e dei um berro por causa da minha garganta. Após me recuperar do engasgo e tossir bastante, arregalei os olhos e exclamei:
— Amor?! Como é a história?!
— É, ué. Digo, entendo pouco como isso funciona, mas vejo que a maioria esmagadora das músicas são sobre isso. Sei lá, sobre uma pessoa especial que alguém ama e coisa do tipo, sabe?
Não é que sua sugestão fosse ruim. Pelo contrário, era uma ideia até que óbvia e que, por mais que eu odeie admitir, passou pela minha cabeça. O problema, na verdade, era que não teria como escrever sobre algo romântico ou “amor” sem expressar o que realmente sinto. Ou seja, se fosse pra colocar isso na prática, talvez eu pensaria sobre alguém que gosto ou que já gostei, algo que não quero mais nem fodendo.
E tem outra coisa… não é como se a pessoa especial que tenho em mente me desse razões o suficiente para escrever.
Não quero uma canção para me lembrar desse alguém, ainda mais depois de tudo o que aconteceu.
— Uf… É, eu entendo o que você quer dizer, garoto — falei de maneira meio desanimada. — Bem, vou pensar melhor nisso depois.
Pelo desconforto, achei melhor mudar de tópico.
Durante o tempo que passamos no refeitório após essa conversa, discutimos sobre algumas coisas aleatórias. Quando deu meu horário, me levantei e, tanto eu, quanto Liel, saímos do restaurante universitário. Após andar pelos corredores, chegamos na entrada da universidade e, enfim, seguimos rumo ao nosso apartamento. Por ser um dia de folga, minha ideia era aproveitar para descansar um pouco mais.
No meio do caminho, peguei meu celular e fui checar a minha lista de afazeres de hoje. Fui descendo e logo me dei conta que havia esquecido de algo, então logo parei de caminhar.
— Liel, acho que não vou para casa agora. Acabei de ver que esqueci de algo.
Ele, que estava caminhando em minha frente, se virou.
— O quê que foi? Aconteceu algo?
— Era pra eu ter ido de manhã no mercado comprar umas coisas. É, vai estar lotado de gente agora de noite, mas não tenho muita escolha. Se você quiser, pode voltar para casa sem mim.
Sem enrolar, me virei após a minha fala e comecei a andar em direção ao mercado, me despedindo do garoto. Só que no momento que dei os primeiros passos, apenas escutei um “ei, ei, ei!” me chamando. Quando parei para ver o que era, o demônio estava me seguindo e logo falou que gostaria de me acompanhar. Não havia motivos pra se incomodar com isso então o deixei fazer o que quisesse.
Em pouco tempo, chegamos no nosso destino. Como imaginei, estava lotado de gente, mas tentei não me preocupar com isso, então logo peguei o carrinho e fui andando com o moleque pelo estabelecimento.
Enquanto passava por algumas das sessões, o baixinho ficou olhando tudo bem de perto, de maneira curiosa. Algumas coisas ele sabia o que era, mas outras ele fazia questão de perguntar de que planeta aquilo tinha vindo. Se ele estivesse se referindo a algo absurdo, até entenderia, mas não foi o caso. Ele me questionou de como que colocam cheiro de “rosas” na porcaria de um desodorante feminino.
Depois de comprar metade dos produtos que havia planejado, segui até as sessão de frios, pães e bolos. Ao chegar lá, pedi algumas embalagens de presunto e queijo e também para colocar mais algumas coisas. Nesse meio tempo, terminei de calcular o valor das minhas compras, recebi o pedido e, quando olhei pro lado…
— Liel? Espera… Liel?!
O demônio simplesmente havia sumido.
Procurei em volta, nada. Decidi retornar nas sessões que havia passado e nada. Dei uma volta em quase todas as sessões do mercado e só fui encontrá-lo lá na sessão infantil. Quando cheguei lá, pensei que tivesse ficado curioso com alguma coisa e tivesse voltado pra ver. Não é que ele não estivesse. O que eu não esperava era que ele fosse se transformar no meio do corredor pra levitar e pegar um ursinho de pelúcia.
— Moleque, que porra tu tá fazendo?!
Minha reação foi a mais óbvia de todas: corri até ele e o puxei de volta para baixo para que ninguém o visse. Por conta do meu grito, sua reação ao segurá-lo foi de susto, o que provavelmente o fez perder equilíbrio dos seus poderes e destransformar no mesmo segundo, deixando de flutuar e jogando seu peso por cima de mim. O resultado não podia ser diferente: tomamos um tombo daqueles. Mas, para a nossa sorte, não havia ninguém no nosso corredor.
— Ai, ai! — Liel ficou por cima de minhas pernas depois de cair com a pelúcia em suas mãos. — Precisava gritar comigo desse jeito!?
— Fica quieto, desgraça. Esqueceu do que te falei sobre não se transformar no meio de outras pessoas? Você é maluco? — falei de maneira agressiva, mas mantive o tom baixo para não me escutarem.
— Ah, mas eu só queria pegar isso aqui lá em cima e…
Antes de terminar de falar, tampei sua boca. Por um momento, algumas pessoas passaram perto em outros corredores e fui capaz de escutá-las. Esperei elas saírem para retomar minha fala e deixar o demônio dizer o que quisesse novamente.
— Uf… Sua sorte é que não tinha ninguém por perto — afirmei. — Já pensou o que acontece se ficam sabendo de algo? O escândalo que ia ser? Tome mais cuidado.
Apesar de estar falando com um pouco mais de calma, o moleque ficou com a feição irritada após o puxão de orelha que dei. Para não perder a minha paciência, respirei fundo e, com calma, tirei o garoto de cima de mim e me levantei, depois o ajudando a fazer o mesmo. Quando ficamos de pé, pedi para que me seguisse para buscar o meu carrinho onde tinha deixado, mas como era de se imaginar, ele não obedeceu. Ao invés disso, ficou em frente à prateleira olhando para a pelúcia que havia pegado mais cedo.
— Puta que pariu. Cê só pode tá de brincadeira.
Como das outras vezes, eu só ia conseguir o que queria caso fizesse o que ele quer. Podia arrastá-lo à força se eu quisesse, mas sinceramente, isso ia pegar muito mal num mercado e não estava afim de ter que lidar com as consequências disso, então preferi pagar pelo maldito ursinho. Quando falei que ia fazer isso, o moleque foi correndo igual um foguete pro caixa, onde pagamos todas as compras e, pouco tempos depois, seguimos de volta rumo ao nosso apartamento.
No meio do caminho, enquanto eu e o demônio conversávamos sobre coisas completamente aleatórias, comecei a sentir o cheiro da umidade no ar. Desde de manhã cedo aparentava chuva, mas até o momento não tinha caído água. De repente, comecei a sentir os pingos em minha cabeça e só foi questão de tempo até eu alertar o Liel.
— Chuva?! — exclamou.
As gotas que caiam logo começaram a engrossar e, sem muitas opções, eu e o demônio saímos correndo para nos escondermos. Quando encontramos um lugar para ficar, já era um pouco tarde. Nossas roupas já estavam quase que totalmente encharcadas e, pra piorar, agora estávamos ilhados num ponto de ônibus, sem poder voltar pro nosso apartamento. Se fosse pra voltar pra casa, teríamos que esperar.
O demônio apenas ficou quieto, observando o tempo. Quando fui olhar para ele para saber se estava tudo bem, a única coisa que vi foi o seu rosto ficando meio branco do nada por causa de um clarão. Pensei até que tivesse parado um ônibus ao nosso lado com os faróis ligado, mas quando veio o som forte, percebi que havia sido um trovão.
Liel, assim como eu, tomou um susto daqueles. Havia sido um daqueles que caiu com força, e talvez bem próximo de onde estávamos. Ou talvez fosse só a sensibilidade dos dois que tivesse feito o estrondo ser maior, mas de qualquer forma, não me preocupei tanto depois, o que não foi o caso do garoto. Ele havia se encolhido por cima do banquinho de madeira, abraçando suas pernas como se tentasse se proteger. O moleque não parava de tremer e constantemente batia os dentes, visivelmente com frio.
— Francamente. — Suspirei ao ver a situação, logo abrindo minha bolsa e tirando meu casaco. — Ei, vista isso.
No momento que o garoto viu o que eu estava oferecendo, ele olhou pra mim com estranheza. Não sei se era por achar estranho eu carregar um moletom dentro da mochila ou por alguma outra razão, mas de qualquer forma, ele aceitou e vestiu o agasalho. Perguntei se havia melhorado um pouco daquele frio, mas sua resposta foi apenas um “melhor do que nada.” Tive expectativas de um obrigado, mas não foi dessa vez.
Depois disso, a única coisa que restou foi o silêncio entre nós. A chuva continuava a cair e vez ou outra vinha o som dos trovões, mas nenhum de nós dois se assustou tanto depois do primeiro. Fiquei olhando para as poças d’água no chão e não me impedi de relembrar de momentos da minha vida, momentos que foram marcados por um tempo igual ao que eu estava vendo diante dos meus olhos. As gotas batiam no chão numa velocidade assustadora, mas para mim, parecia que era lento.
Toda a ambientação me dava calafrios; uma sensação nostálgica. Não é como se eu estivesse triste, mas não significava que estava feliz. A chuva me trazia uma vontade de chorar que eu nunca sabia o verdadeiro motivo. Minhas únicas hipóteses era que isso tinha relação com algo da minha mente, algo que nunca havia superado ou deixado para trás. De qualquer forma, era fútil fugir, mas sempre continuei a fazer isso durante boa parte da minha vida.
Deveria parar com isso. Não queria dizer que estava pronta, só que seria patético morrer sendo atormentada por algo. Respirei fundo, pensei duas vezes antes de fazer qualquer coisa. Quando tomei a coragem, decidi tomar a iniciativa.
Ao abrir de novo a minha mochila, peguei aquele bloco de notas. Estava um pouco úmido por causa do tempo. Depois de abrir uma das páginas em branco, escrevi o que sentia. Falei sobre a chuva, os lapsos de memórias que tive e tudo que poderia servir como uma ideia pra letra que eu faria. Talvez fosse descartar toda essa melancolia depois, pois ninguém se interessaria por algo tão pra baixo. Mas de qualquer forma, deixei anotado.
— Marcy? Você conseguiu ter alguma ideia? — Liel perguntou ao perceber que estava escrevendo.
— Não exatamente. — Fechei o caderno e me encostei de novo no banco. — Só lembrei de algumas coisas e achei que fosse ser conveniente pra música.
— É, faz sentido. Mas aconteceu algo que te trouxe essa inspiração?
— Nada demais. Lembrei daquela sua sugestão de mais cedo sobre “alguém especial” e tive algumas lembranças. Sinceramente, não sei se devo usá-las como um tipo de inspiração, pois não acho que quero escrever sobre a pessoa que tenho em mente.
Ele olhou com certa preocupação em seu rosto.
— Você ama ou odeia essa pessoa? — indagou.
— Não sei. Também adoraria saber.
O demônio se calou por um tempo, voltando a observar a chuva que estava em sua frente. Alguns segundos depois, ele perguntou mais uma vez.
— Marcy, você quer ajuda?
— Ajuda? Com o quê? — Franzi as sobrancelhas.
— Com a música. O tempo todo parece que você está tentando carregar essa responsabilidade sozinha. Eu posso te ajudar com algumas coisas.
Ver o garoto dizendo tais coisas tão repentinamente, ainda mais conhecendo sua personalidade teimosa, foi algo que me surpreendeu. Questionei se de fato ele estava disposto a fazer isso, mas prontamente respondeu que sim, pois gostaria de saber qual seria o resultado dessa canção. Era meio óbvio que era um interesse particular dele, mas na situação em que estava, era melhor aceitar, por mais duvidosa que eu achasse que fosse a ajuda de alguém que não entende muito sobre música.
Quando concordei, ele sorriu e voltou a ficar no seu canto. Depois de um tempo em silêncio mais uma vez, enquanto ainda esperávamos a chuva passar, Liel chamou minha atenção de novo.
— Aliás… sobre mais cedo. — Ele se encolheu no moletom, cobrindo um pouco o rosto. — Obrigado pelo urso e pelo casaco. Acabei me esquecendo de agradecer.
Não sei qual foi o motivo, mas o fato dele ter agradecido me fez ficar meio sem jeito, não é atoa que desviei o olhar depois disso.
Mas bem, após esse momento, demorou cerca de uns 20 minutos até parar de cair água. Quando o tempo ficou mais limpo, fomos capazes de continuar nosso caminho com as compras e voltar para casa.
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Olá, leitores! Gostaria de ter um papo com vocês. Como já devem ter notado, esse capítulo foi bem maior em comparação aos outros. Devido a sua extensão, fui capaz de trabalhar com muito mais detalhamento os cenários e as situações que acontecem na história, o que me deixou satisfeita com o resultado.
Entretanto, temos que considerar que capítulos maiores como esse são mais trabalhosos — o que, mantendo o ritmo de publicação de uma vez por semana, não é um problema de escrever. O ponto que quero chegar é que gostaria de um feedback de vocês no final deste capítulo. No caso, se gostaram desse modelo mais extenso, ou se preferem capítulos mais curtos ou qualquer outra sugestão ou opinião sobre o que você está achando da história até o momento. É meio chatinho pedir essas coisas, mas toda avaliação é bem-vinda e me motiva a continuar escrevendo essa história para vocês.
Enfim, somente isso que tenho a dizer. Espero vocês nos próximos capítulos!