O Condenado Brasileira

Autor(a): Guilherme F. C.


volume 1

Capítulo 8: Um poder imensurável

Quando a carruagem parou no meio da estrada, levando um fim abrupto a uma conversa importante, Eliza não pôde controlar a raiva e berrou a plenos pulmões, expressando o seu descontentamento. No entanto, quando ouviu a notícia de que existia algo obstruindo a estrada, levada pela curiosidade, ela deixou o conforto do interior de seu veículo para averiguar a origem do problema, sendo acompanhada de perto pelo jovem companheiro de viagem.

Enquanto os dois caminhavam na direção do mordomo e do cocheiro armado, Tércio logo avistou a tal “companhia” da qual Kacio se referia.

Bloqueando a estrada, um grupo de Ogros os encaravam com olhares sedentos.

Os Ogros são criaturas cujo comportamento agressivo e territorialista os forçam a passar a maior parte de suas vidas isolados ou, em raras ocasiões, em bandos de três integrantes, sendo dois deles fêmeas. Tão raro quanto é encontrar um grupo composto por dois machos, é igualmente incomum se deparar com um agrupamento maior.

Sua aparência é comumente descrita como repugnante. Embora possuam uma estrutura humanoide, que os permite se locomover sobre duas pernas e de coluna ereta, eles são dotados de uma pele glabra que mescla verde-claro e cinza. Com o pouco de inteligência que detém, usam andrajos roubados de saques para cobrir suas partes e em alguns grupos é comum ver o líder usando uma quantidade maior de trajes, independente das condições apresentadas pelos tecidos.

Ogros são monstros conhecidos por sua hostilidade e por possuir uma imensa força física. Dizem que sua comida favorita são os humanos, portanto é aconselhado aos cidadãos fugirem e alertar a autoridade mais próxima ao se deparar com tais bestas. Mas a verdade é que, como eles vivem em montanhas e florestas densas, sabe-se muito pouco sobre os hábitos alimentares dessas criaturas.

No entanto, apesar do limitado conhecimento difundido acerca de tais monstros, diante de Tércio, nesse instante, havia um grupo de Ogros que contradizia tudo no que se acreditava.

Adiante ― criaturas que no geral passavam suas vidas ao redor de suas tocas ― encontrava-se um bando com mais de vinte bestas.

Uma vez no passado, antes de ser preso, Tércio se encontrou com um Ogro jovem cuja altura não passava dos 1,5 metros e que estava rodeando as bordas da floresta ao fundo do vilarejo no qual morava. Naquele dia, ele até tentou derrotá-lo, mas após receber um pontapé, acabou fugindo e voltou correndo para o seu pai com lágrimas nos olhos.

Quando viu as feras selvagens, as memórias daquele dia voltaram como uma inundação. E com essas lembranças de um passado inocente, o jovem ex-prisioneiro  se viu tomado por uma empolgação pueril. O quão mais forte ele se tornou desde então? Essa pergunta o fez ter vontade de saltar sobre os monstros e testar sua evolução ao longo desses anos.

Aquelas paradas logo ali na frente eram maiores e pareciam ser mais fortes do que a jovem criatura que enfrentou certa vez.

No entanto, apesar de se sentir tentado a iniciar uma batalha, ele se controlou, tomando a decisão de não fazer nada imprudente. Afinal ainda não estava curado e forçar uma luta só o prejudicaria.

― É muito raro ver um Ogro longe das montanhas, ainda mais vinte e três deles ― comentou Eliza, quando se aproximou de Kacio e Kay.

― O que vocês farão? Recuar? ― perguntou Tércio.

― Não, a vila fica mais à frente. Se os deixarmos ir, as pessoas de lá serão massacradas ― respondeu Kacio em um tom calmo. Ele não aparentava o menor sinal de temor mesmo sendo confrontado pelo número anormal.

― Entendo... Nesse caso, vamos chutar umas bundas verdes! ― declarou Tércio, abrindo um sorriso travesso. Chamas brotaram de suas mãos e irradiaram um brilho perigoso.

Não é porque estava ferido e preferia evitar uma batalha direta que recuaria.

Oh! Você acha que consegue ganhar? ― indagou Kacio, olhando para o garoto ao seu lado com interesse.

― Fácil, fácil! ― gabou-se, exibindo um semblante presunçoso.

― Interessante, então vamos ver do que você é capaz... É o que eu gostaria de dizer, mas não posso deixar alguém ferido lutar. Sem falar que, é minha função eliminar aqueles que ameaçam a vida da Srta. Eliza. ― proferindo tais palavras em um tom que chegava a soar como um aviso, Kacio tirou sua espada ainda na bainha da cintura e vagarosamente caminhou em direção aos monstros.

Tércio olhou curioso para o cocheiro. Queria ver as habilidades do homem que lhe passava uma sensação opressora e por algum motivo estava sempre o olhando de esguelha.

― Vai ficar tudo bem se você deixar isso com ele! ― garantiu Eliza, demonstrando confiança em seu homem enquanto repousava uma mão no ombro de Tércio num gesto carinhoso; e esse retribuiu franzindo o cenho. Não demandava de grande esforço para perceber que sua atitude, de quem buscava confortar o próximo, não passava de uma tentativa banal de aproximação.

A duquesa entendia que eles haviam acabado de se conhecer e o garoto não precisava demonstrar qualquer sinal de familiaridade direcionado a ela. Contudo, apesar de já ter deixado claro que não lhe faria nenhum mal, sentia que ele continuava sendo pouco amigável, pois suas palavras soavam sempre ásperas e cortantes, dotadas de um tom vulgar. E ela queria criar alguma intimidade entre os dois.

Portanto, quando teve oportunidade, tentou demonstrar confiança e conforto ao jovem que esteve sozinho por muito tempo.

Mas como era de se esperar, Tércio não deu a menor atenção ao gesto e dispensou, sem maiores delicadezas, a mão repousada em seu ombro.

― Deixarei isso com vocês. ― Aproveitando-se do iminente confronto, Kay, que não demonstrava o menor interesse nos Ogros, deu as costas a Eliza e os outros e saiu correndo para dentro da carruagem, antes de fechar a portinhola com força e se trancar do lado de dentro.

Tércio não sabia muito bem o que pensar do mordomo, mas, nesse breve tempo que passaram juntos, uma coisa ficou clara: ele era um sujeito muito esquisito. Em alguns momentos parecia um homem preguiçoso e desleixado, em outros, mostrava uma disposição atípica, pulando, gritando e badernando feito uma criança. Durante determinadas ocasiões, exibia uma elegância e serventia condizente a alguém destinado a servir uma duquesa. Já em outras, ele se negava a trabalhar, fazendo pirraças e pedidos exagerados.

Embora estivessem viajando há não mais do que algumas horas, Tércio já havia conseguido perceber tais peculiaridades que Kay apresentava, pois sua personalidade flutuava a todo instante, indo do agradável ao ofensivo em questão de segundos. Era como se ele ficasse tentando se achar, sempre procurando o tom e a postura certa para se apresentar.

No entanto, seja como for, de fato iria ficar tudo bem? Os inimigos eram um bando de Ogros, monstros conhecidos por sua brutalidade. E havia tantos deles...

De que maneira, Kacio, que estava sozinho, os enfrentaria? Essa dúvida fez o garoto maltrapilho focar seus olhos nas costas largas do homem de cabelo de argila que se afastava aos poucos, vagando na direção dos inimigos.

Entre os Ogros, alguns deles portavam clavas, que pareciam muito bem polidas para um bando de monstro, outros carregavam pedaços de árvores, troncos e galhos grossos, tratando-os como se fossem porretes, e alguns não tinham nada mais do que os panos velhos cobrindo seus corpos.

A primeira vista, todos aparentavam ser Ogros normais. Possuíam uma aparência selvagem, com um brilho muito discreto e quase imperceptível de inteligência nos olhos. A pele de uns eram dotadas de tons acinzentados e outros mais esverdeados. Poucos eram apenas altos, a maioria possuía braços avantajados e peitoral largo. Contudo, entre eles existia um que saltava aos olhos, exalando uma presença imponente.

Na retaguarda do grupo, um Ogro que aparentava ter mais de cinco metros de altura, trajando um conjunto de vestes sujas e rasgadas, cobrindo todo o tronco e metade das pernas, apoiava em suas costas uma longa espada de ferro, que acompanhada por seus músculos gigantescos, causavam uma sensação horripilante de força.

Quando Kacio começou a se aproximar, a besta segurando a espada estufou o peito e soltou um urro para o alto, feito um lobo uivando em direção à lua. E em resposta, um de seus companheiros, que tinha por volta de três metros de altura e não segurava nada, disparou contra o humano.

Sem esboçar sinais de alarme ou preocupação, Kacio observou o inimigo de três metros se aproximar. Com a mão esquerda, segurou a bainha da espada, e, com a direita, envolveu a empunhadura. E então...

Um movimento tão rápido que Tércio sequer foi capaz de acompanhar com os olhos.

Em um instante, Kacio estava segurando sua espada ainda embainhada, no outro, ele surgiu atrás do Ogro de três metros com a lâmina já desembainhada.

― Que merda foi essa? ― balbuciou o garoto, confuso.

Tércio não sabia dizer ao certo como o fiel seguidor de Eliza foi de um lugar para o outro em um piscar de olhos. Mas, por um instante, esqueceu-se dessa questão quando pela primeira vez viu a lâmina da espada do homem que até então cumpria o papel de cocheiro pessoal.

Ao testemunhar o brilho do objeto, ele ficou encantado, pois semelhante a bainha, o item partilhava de um vermelho marcante mesclado com um tom de ébano profundo.

Começando pela empunhadura, a espada era de um preto abismal, tal qual as profundezas de um precipício sem fim, mas que gradualmente mudava de cor, passando de um tom de puro breu para vermelho-escuro. Até que, por fim, a ponta da lâmina se transformava, exibindo um brilho vermelho-claro, a qual reluzia feito um vidro colorido, quase translúcido, de forma a criar a ilusão de que se alguém se empenhasse muito, conseguiria ver através.

O item era de fato belo e de uma composição que Tércio nunca havia visto antes. Parecia ter sido construído a partir de cristal e não de metal. E o mais impressionante era o preto e o vermelho que se mesclavam, tornando-o um artefato único.

Após o movimento de Kacio, o Ogro de três metros ainda permaneceu em pé por alguns instantes. A impressão era a de que ele sequer tinha sido atingido por algo. Mas de repente um jato de sangue jorrou de seu pescoço e sem ao menos ter tempo de gritar, ele caiu no chão com a cabeça pendendo de lado, presa por uma fina membrana.

― Que rápido! ― exclamou Tércio, chocado, incapaz de esconder sua surpresa. Naquele piscar de olhos, o monstro foi abatido sem o menor sinal de resistência.

― Mas é claro! Afinal ele é um cavaleiro escolhido por mim ― Eliza se vangloriou, como se o mérito da derrota da besta fosse sua. Em seu rosto não havia surpresa, mas sim, orgulho.

Tércio estava estupefato e não havia como negar, mas ele não foi o único a se surpreender com o ataque veloz.

Ao ver a facilidade com que seu subordinado foi derrotado, o Ogro-líder, que empunhava a espada gigante, após um momento de hesitação ou talvez ponderação, lançou um segundo urro para o alto, só que desta vez todas as criaturas dispararam contra o formidável adversário.

Ao que parece, assim como a maioria dos monstros, o Ogro-líder tinha inteligência o suficiente para saber que se subestimar aquele inimigo, acabará morto. Por esse motivo, ele não mediu esforços e comandou seus subordinados para um ataque em conjunto.

O primeiro a alcançar Kacio foi um dos que usava uma clava de madeira, que embora apresentasse uma aspecto grosseiro, estava muito bem polida para uma arma usada por uma fera selvagem.

O monstro balançou seu porrete contra Kacio, mas com um único movimento casual, esse último cortou a clava e a perna da criatura.

A besta debandou de lado e no mesmo instante, sem dar-lhe tempo de pensar em fugir, um segundo ataque arrancou-lhe a cabeça.

Dispensando sentimentalismo pela perda do companheiro, outro Ogro desferiu um pesado soco. Mas Kacio desviou com facilidade e em seguida cortou o monstro que vinha logo atrás, o qual balançava seu porrete contra ele.

Um após o outro, os monstros foram caindo. O cocheiro facilmente os cortava, de uma maneira que sequer parecia estar se esforçando. Os Ogros não lhe representavam nenhum perigo, apesar de seus tamanhos desproporcionais. E enquanto derrotava seus oponentes, a expressão do homem de confiança da duquesa era calma, tão calma que, de certa forma, chegava a ser entediante.

Quando Kacio cortou o décimo quarto Ogro, passando a lâmina pela jugular da criatura, de súbito uma clava sem dono voou em sua direção.

Ligeiramente surpreso, ele saltou para trás, mas no instante em que fez isso o Ogro-líder surgiu em suas costas, como se já estivesse o esperando.

Foi um ataque de perfeita sincronia, tanto é que nem parecia ter sido realizado por monstros, embora fosse algo típico dessa espécie. Qualquer um que fosse pego desprevenido por esse tipo de armadilha teria dificuldade para sair ileso. Guerreiros normais seriam partidos ao meio antes de ter tempo de reagir, pois o mais amedrontador vinha a seguir.

Apesar do tamanho, o Ogro-líder era rápido, muito rápido. No momento em que Kacio recuou, o monstro, em um ato ligeiro, projetou-se para a parte desprotegida dele e com ferocidade balançou sua espada gigante.

O ataque foi tão veloz e feroz que, o barulho do vento sendo cortado soou feito um assobio agudo e agourento. Não havia tempo para desviar, nem se defender. Em menos de um segundo a lâmina da besta brutal já estava ao alcance do pescoço do cocheiro.

E então... “Crash!”

O som da espada gigante se chocando contra algo ecoou.

O impacto foi tão forte que o chão se fragmentou e rachaduras se espalharam pela estrada de terra, jogando nacos ressecados para o alto.

Uma densa nuvem de poeira se ergueu e cobriu Kacio, bem como o Ogro-líder, impossibilitando os espectadores de determinar o que tinha acontecido.

Confiantes na vitória de seu comandante, os monstros remanescentes brandiram suas clavas, ergueram seus braços e soltaram grunhidos ferozes de comemoração.

Tércio ficou inquieto. Aquele Ogro-líder era dezenas de vezes mais forte e rápido do que os comuns de sua espécie. Era um poder que ele nunca imaginaria ver em um monstro daquele tipo.

Eliza, por outro lado, continuava com uma expressão calma, olhando para a nuvem de poeira.

Os outros Ogros mantiveram a festa e a baderna, gritando alto conforme esboçavam expressões felizes e comemorativas no rosto ― se é que dá para chamar um rosto verde e distorcido, cuspindo saliva e muco para todos os lados, de feliz.

Mas quando o enevoado começou a se desfazer, o semblante revelado pelo Ogro-líder era completamente diferente da expressada por seus alegres companheiros.

A primeira coisa a se revelar foi o corpo do monstro gigante. Ele continuava em posição de ataque, segurando firme a espada que ainda estava envolvida por uma densa nuvem de poeira. Seus olhos, que miravam a ponta da lâmina, demonstravam medo.

Foi só quando enfim a poeira se dissipou por completo que o motivo de seu assombro foi revelado...

Kacio segurava o gume da espada gigante com a mão esquerda, nua, prendendo o metal entre os dedos.

Não havia ansiedade ou dor em seus olhos. Ele apenas estava segurando a espada como se fosse um graveto seco ― algo inofensivo, incapaz de transpassar sua pele.

― Você pensou mesmo que poderia derrotar um Cavaleiro de Palavras Encantadas usando esse pedaço de lixo? ― proferiu Kacio com indiferença. E então, no instante seguinte, mantendo uma calma anormal para a situação, ergueu a espada de sangue...

Prevendo o fim, o Ogro-líder abandonou sua única arma e se adiantou para correr; queria fugir dali enquanto podia. Mas isso se mostrou uma ação inútil, pois antes que conseguisse abrir uma grande distância, o impiedoso inimigo que ceifou a vida de tantos de seus iguais desceu sua lâmina de cristal vermelho de maneira tão preguiçosa quanto a subiu.

A espada do cavaleiro, desprovida de força ou maior impetuosidade, sequer estava ao alcance do líder dos monstros que já havia se afastado uns bons dez metros de distância, mas seu ataque foi tão poderoso que esse mínimo detalhe se tornou insignificante.

Com um único movimento casual, o líder dos Ogros foi partido ao meio através de um corte que segmentou seu corpo do topo da cabeça até a virilha. Mesmo o espaço entre os dois, criados pela fuga desesperada, não foi capaz de salvá-lo ou minimizar os danos.

O ataque de Kacio foi tão poderoso que ele não só matou seu oponente, como a própria estrada foi dividida ao meio e uma fissura com mais de um metro de profundidade surgiu ao longo de uma fenda comprida que se projetava até a orla do bosque, circundando a passagem.

Foi apenas um movimento casual, mas se mostrou forte o suficiente para que nem mesmo a própria terra pudesse ir contra.

Tércio estava perplexo. Embora seus instintos tenham lhe alertado, não fazia ideia de que Kacio podia ser tão poderoso.

Amedrontados, os Ogros restantes começaram a correr. Mas o cavaleiro não os deixaria fugir tão facilmente.

Com a espada do falecido Ogro-líder ainda em mãos, ele girou o corpo e lançou-a rodopiando em direção aos fujões.

A arma girou no ar, soltando um silvo funesto enquanto rodopiava, e tão impiedoso e indolente quanto o metal frio poderia ser, cortou três dos monstros antes que fincasse no chão do outro lado. E por fim, sem demonstrar misericórdia, ele caçou o restante...

Não levou mais do que um minuto para que todos os Ogros remanescentes fossem mortos. Um a um eles foram segmentados. Seus ossos ou carne não representavam qualquer resistência para o gume vermelho-sangue que deslizava tão fácil quanto se estivesse cortando o ar.

Foi uma luta assombrosa e curta. No entanto, o que mais impressionou não foi Kacio ter matado os vinte e três Ogros e sim ter saído ileso mesmo depois de ter sido atingido por aquela espada gigante.

Chocado, não era o suficiente para descrever Tércio nesse momento. A surpresa não estava na derrota dos monstros, pois mesmo ele, em seu atual estado enfraquecido, sabia que poderia cuidar de todos juntos sem grandes problemas. O espantoso residia na casualidade com que o massacre unilateral aconteceu, como se fosse uma simples brincadeira, um mero passatempo.

Já imaginava que o cocheiro fosse poderoso, mas talvez tenha o subestimado.

Após Kacio matar todos os Ogros, caminhou de volta para onde Eliza e Tércio estavam...

― Bom trabalho! ― aprovou a duquesa, balançando a cabeça.

― Mas que merda foi aquela que você usou contra o grandão? ― perguntou Tércio, que não parava de pensar na cena do Ogro-líder sendo morto. Mesmo o monstro já estando fora do alcance da espada do inimigo, ele ainda assim foi cortado ao meio.

Ah, aquilo foi Artes Marciais. É a primeira vez que você vê? ― indagou Kacio, lançando um olhar curioso para o jovem.

― Eu já chutei as bundas de uns artistas marciais, mas nunca vi nada parecido ― respondeu, franzindo as sobrancelhas.

Tércio de fato já havia visto Artes Marciais antes, mas de acordo com o que sabia, essa era apenas uma técnica usada para melhorar o combate corpo a corpo e a condição física de uma pessoa. No entanto, aquele ataque de Kacio não tinha nada a ver com isso. Era um poder destrutivo além da imaginação.

Ahahah! Aquilo não foi nada demais ― gargalhou o cavaleiro, com alegria. Em suas palavras não havia arrogância e sim uma confiança absoluta.

― Nós já perdemos muito tempo aqui, vamos indo! ― ordenou Eliza, com uma voz autoritária, dando fim a conversa.

― O que faremos com os Ogros? Deveríamos tirar eles da estrada? ― indagou Kacio, olhando para os pedaços dos corpos dos monstros que estavam espalhados pelo caminho.

― Não, isso tomaria muito tempo. Deixe-os aí. Quando chegarmos à vila, avisaremos os aldeões. Eles podem cuidar disso ― garantiu Eliza enquanto se virava e caminhava rumo à carruagem.

Então, sem perder mais tempo, o grupo voltou para o veículo e seguiu viagem em direção a Vila Cinzenta.

E como antes, mesmo tendo acabado de lutar, quem guiou os cavalos foi Kacio.

 


Página do Facebook

Fique por dentro de lançamentos, conheça curiosidades, saiba em primeira mão sobre novas histórias e interaja comigo quando quiser, a qualquer hora, além de muitas outras coisas.

Instagram

Se preferir, me siga pelo instagram, onde estarei postando ilustrações, curiosidades, novidades e muito mais.

Um Alquimista Preguiçoso

Leia minha outra novel!



Comentários