O Apocalipse de Yohane Brasileira

Autor(a): Henrique Ferreira


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 23: Um rancor de infância

Após alguns minutos, o Impala parou em frente à um prédio antigo, há algumas quadras da Broadway. Desceram do veículo, subiram a escadaria em frente ao prédio e a ruiva bateu na porta ao respirar fundo.

E bateu na porta.

E bateu novamente.

Já estava estressada, sentia que o representante estava tirando sarro de sua cara. Até que, em uma última tentativa, as portas se abriram sozinhas, revelando um hall contemporâneo, feito quase inteiramente de madeira escura envernizada. O lustre no centro era reluzente e parecia feito de ouro e cristais preciosos, e a escada central que levava ao piso superior lembrava a de antigas mansões.

— Quem ousa interromper o silêncio do Grande Bruxo?! — Uma voz grave foi ouvida, vinda de todas as direções.

— Ah, qual é, Steve! Deixa de showzinho e vem logo aqui! — Pride exclamou, irritada.

— Ora, se não é a pequena Yohane Pride. — Um homem de cabelos castanhos e cavanhaque, vestindo um moletom com uma capa vinho de gola alta, surgiu no topo da escada. Sua voz era totalmente diferente da proferida anteriormente, sendo um tanto aguda. — Nossa! Você realmente conhece muitas pessoas importantes, garota! — falou, encarando Nicolau enquanto descia as escadas. — O isqueiro ambulante dos Caçadores e o Papai Noel, bem na minha porta. Esse com certeza vai ser um Natal histórico!

Os recém-chegados ficaram atônitos, não esperavam que aquele fanfarrão, imitando algum bruxo da cultura pop, de fato saberia quem era o velho na entrada.

— Você sabe quem sou? — falou o Noel.

— Oh, meu bom velhinho, sou um bruxo. Se existe algo que sei fazer é reconhecer criaturas mágicas — disse, se aproximando desconfortavelmente de Yohane. — Exceto essa garota. Ainda não consigo dizer o que exatamente ela é.

— Se aproxima mais um pouco de mim e eu serei a garota que vai socar a sua cara. — Rosnou a ruiva, com o punho cerrado.

— Tudo bem, tudo bem. — Se fastou com as mãos levantadas. — Mas, então, à que devo a honra?

— Precisamos da sua ajuda pra rastrear um usuário de vodu que atacou o Nicolau — falou a garota, rispidamente.

— E quem teria a audácia de atacar um santo? — O sorriso torto no rosto de Steve tirava Yohane do sério.

— Demônios, crianças levadas, ateus. A lista não é pequena, por isso precisamos da sua ajuda. Mesmo parecendo um vagabundo irresponsável, você não deve ser incompetente no seu trabalho.

— Você sempre pede ajuda para as pessoas tratando-as assim? Eu quase fiquei magoado. — Ele roeu a unha, como que fazendo uma decisão interna. — Eu estou meio ocupado preparando as coisas para a festa da noite, mas... Acho que posso abrir uma exceção pra vocês. Me mostre o ferimento, Noel.

Nicolau levantou sua blusa e mostrou a mancha na pele para o Grande Bruxo, ela estava muito maior; se espalhava por seu torso como um verme.

— Uau, isso tá horrível! Mas, de fato, se trata de uma maldição vodu... E você querem que eu descubra a origem dela? — perguntou Steve, analisando o hematoma de Nicolau.

— Sim, por favor — respondeu o bom velhinho. — Se a pessoa me atacou, ela sabe da minha existência. Tenho que resolver isso pessoalmente.

— Certo... vai ser rápido.

Steve tocou no hematoma e fechou seus olhos, respirando fundo. Seus dedos brilharam e suas pupilas começaram a se mover inquietantemente por trás das pálpebras.

Ele sentiu seu espírito sair de seu corpo, viajando por toda a ilha de Manhattan. Sua consciência sobrevoava os arranha-céus da cidade seguindo um rastro mágico invisível à olho nu. Um rastro escuro, sombrio, que o levou até um prédio no Harlem, em um apartamento pequeno. Não pôde ver o responsável, mas sentia uma frustração misturada com tristeza e raiva.

Steve abriu os olhos novamente e se afastou, ficando ao lado de Yohane,.

— E aí? Encontrou? — perguntou a ruiva, ansiosa.

— Sim. Não sei quem é o responsável, mas ele não tá só irritado, também parecia magoado. Recomendaria vocês conversarem com ele e entenderem as razões por trás de tudo. — As palavras do bruxo pareciam tão sensatas que a garota ao lado se afastou, com a sobrancelha erguida.  — Fica no Harlem, perto do píer. Vou anotar o endereço pra vocês. — Se retirou.

— Até que foi fácil. Achei que ficaríamos até o anoitecer nisso — comentou a jovem.

— Sim. E tenho o pressentimento que o responsável não fez isso de propósito.

— Por que pensa isso?

— Posso estar enganado, afinal, sou apenas um velho leigo, mas imagino que se o responsável quisesse de fato me ferir, haveria mais hematomas no meu corpo.

— Ele está certo — disse Steve, voltando com um pedaço de papel. — Usuários de vodu tendem a ferir seu alvo várias vezes, até que o alvo morra ou o espaço no boneco acabe. Se o Noel ainda está de pé, não dá pra descartar a possibilidade de ter sido um acidente. Aqui.

Entregou o papel para Yohane, estava escrito um endereço no Harlem.

— Obrigado, Steve.

— Não há de quê, garota. Posso ser esquisito, mas não sou uma pessoa ruim.

— É... ainda tenho minhas dúvidas. Mas agradeço, mesmo assim.

— Também aceite meus agradecimentos, Grande Bruxo. Não me esquecerei disso — disse o velho, com a mão no peito.

— Ah, é só lembrar de entregar meu presente essa noite e estamos quites. — Ele sorriu.

Os dois agradeceram mais uma vez e se despediram, saindo do prédio e entrando novamente no Impala. A ruiva ligou o motor e respirou fundo, manobrando o carro e seguindo a avenida.

— Aquele cara deixa minha mente exausta.

— Ele não parecia tão ruim — comentou o velho.

— É por que você não o viu no meu prédio. Ele mora no apartamento de cima e sempre fica gritando coisas esquisitas de magia. E agora que sei que essas coisas são reais, morro de medo de ele invocar um demônio bizarro por acidente.

— Bom, ele realmente parece ser um tanto excêntrico, mas não parece o tipo que colocaria as pessoas em risco real.

— Ah, acredite, eu entendo de homens excêntricos — Se lembrou de Adam, que estava em sua casa cozinhando junto de sua mãe. —, eles são imprevisíveis. Mas, enfim... Pelo menos ele não passará o Natal no prédio.

Ela dirigiu até o Harlem tranquilamente, com um rock tocando em volume baixo no rádio do carro.

A neve tinha amenizado, mas as ruas ainda estavam alvas. Havia poucas pessoas na rua, e as que ainda andavam, corriam com sacolas nos braços, todos ansiosos para a ceia final. Todas as lojas estavam decoradas para as festas e, naquele momento, a cidade parecia tranquila e pacífica, com todos felizes e animados.

Após alguns minutos, a garota estacionou em frente à um prédio residencial. Olhou no papel entregue por Steve e confirmou que aquele era o local, só tinham que ir ao apartamento correto e descobrir o que realmente aconteceu.

Desceram do Impala e entraram no prédio. Ao pedir informações ao segurança na entrada, confirmaram que o apartamento que procuravam ficava no terceiro andar e ainda descobriram o nome da moradora.. Subiram as escadas e bateram na porta.

— É isso, chegamos — disse a ruiva.

— Sim... espero conseguir conversar com o responsável e descobrir seus motivos. Não quero conseguir a inimizade de ninguém

— Bom... Se a vida me ensinou algo, foi que não importa o quão bondoso você tente ser, nem todo mundo vai gostar de você.

A garota pôs a mão no ombro de Nicolau e o som da porta se destrancando foi ouvido. Ela se abriu um pouco e uma pessoa olhou pela fresta.

— Srta. Wanda Petrov? — perguntou a ruiva, tentando parecer profissional.

— Sou eu — respondeu a mulher atrás da porta.

Yohane e Nicolau se encararam e o velho fechou os olhos, respirando fundo. O mesmo que houve na Academia aconteceu ali. Wanda se petrificou, permitindo que os dois entrassem em seu apartamento.

— Não seria melhor falar com ela antes de invadir? — comentou Noel, um tanto desconfortável.

— Talvez fosse mais ético, mas quem garante que ela não iria sair correndo? A Academia não tem jurisdição pra perseguir civis; na verdade, as pessoas nem sabem que a Academia existe — disse, trancando a porta. — Pode descongelar ela.

Nicolau piscou e a garota voltou a se mexer. Ela era loira, tinha pele rosada e olhos ainda mais azuis que os de Yohane. Baseando-se em seu sobrenome, era de se imaginar que fosse russa. No momento em que percebeu que os dois desconhecidos, que estavam em sua porta momentos atrás, estavam dentro de seu apartamento, ela se afastou assustada, até ficar de costas para a parede.

— C-como vocês entraram aqui?! O que querem?! — O sotaque forte confirmou sua nacionalidade.

— Srta. Petrov, só queremos conversar — falou Yohane, de braços cruzados. — Soubemos que você estava mexendo com algumas coisas perigosas.

— Coisas perigosas? Do que está falando?! Foi alguém da minha turma da faculdade, não foi?! Eu juro que não tenho envolvimento nenhum com as drogas que vendem lá dentro! — Ela estava desesperada, mas não parecia estar mentindo.

— Não estamos falando de drogas. — A ruiva passou a mão no rosto, era difícil falar sobre magia para uma civil sem parecer ridículo. — Você tem, por acaso, praticado algum tipo de atividade obscura? Como, por exemplo, vodu?

A garota de sardas revirou os olhos quando se escutou. Se sentia uma vigarista tentando vender um produto defeituoso.

— Vodu? Eu comprei alguns livros e materiais, já que me interesso no assunto, mas não entendo por que a polícia viria até aqui por causa desses brinquedos.

— Não somos da polícia, srta. Petrov. Podemos, por favor, conferir seus materiais? Será rápido.

— Não! Eu não vou fazer nada antes de me explicarem quem diabos são vocês e por que de entrarem na minha casa como se... — Antes de poder terminar, seu corpo se congelou novamente. Nicolau apertou a ponte do nariz com os dedos.

— Ah, Deus. Obrigada! — Yohane soltou um longo suspiro de alívio.

— Se quer interrogar alguém como se fosse uma autoridade, ao menos traga um distintivo falso.

— Eu falei que não tinha experiência nisso! Normalmente, Maeve e eu apenas invadimos, socamos e depois perguntamos. Eu sou um fracasso. — A ruiva fez uma careta triste, deixando cair os ombros.

— Relaxe, Yohane. Vamos procurar esses materiais, será mais fácil conversar sobre essa bagunça se tivermos as provas para questioná-la.

Começaram a procurar pelo apartamento qualquer coisa que remetesse á praticas vodu. Jô se sentia uma criminosa, revirando a casa de uma garota desconhecida daquele jeito. Mas era algo necessário, precisavam descobrir a verdade e entender o porquê daquela garota ter atacado Nicolau, mesmo que por acidente.

Após alguns minutos olhando no quarto de Petrov, a ruiva encontrou uma maleta suspeita. Ao abri-la, achou vários itens de magia vodu: agulhas, livros de feitiços, guias e um boneco de palha vestido de Papai Noel. Ela levou a maleta até a sala e colocou sobre a mesinha de centro, se sentando no sofá junto de Nicolau.

— Acho que agora poderemos conversar sem mais questionamentos que você não saberá responder — disse Noel.

Yohane, emburrada, deu um beliscão no velho ao lado, que sorriu e despertou Wanda de seu estado petrificado.

— Fossem do FBI... Espera, onde eles foram? — Wanda ainda estava ao lado da porta.

— Srta. Petrov, aqui. Sente-se, por favor.

— Como vocês chegaram aí?!

— Isso não importa, mas eu quero que venha até aqui e me conte se tem usado esses materiais recentemente — A sardenta falou com uma expressão séria, mostrando a maleta.

Petrov foi cautelosamente até o sofá e se sentou, encarando a maleta. Não sabia como explicar aquilo, e seu corpo se tremia completamente. A última coisa que esperava acontecer na véspera de Natal era aquele interrogatório sinistro.

— E-eu os usei hoje pela manhã. Mas eu não entendo por que vocês estão agindo como se eu tivesse sequestrado alguém, são apenas brinquedos. — Enquanto ela falava, assustada, Yohane e Nicolau se encararam. — Olha, eu sou intercambista, se eu tiver problemas com as autoridades ou seja lá quem vocês são, vou perder minha bolsa. E isso não pode acontecer!

— Wanda, não se preocupe — falou o bom velhinho com uma voz suave e serena. — Você não está em perigo, nem irá perder sua bolsa. Só queremos entender o que te levou a usar essas coisas?

Petrov virou o rosto, envergonhada. Claramente escondia algo, e Yohane preferiu deixar Nicolau falar com garota. Graças a seu histórico de valentona na escola, não sabia muito bem interrogar pessoas sem parecer que iria bater nelas.

— Wanda, não precisa se envergonhar. Sei que você não nos conhece, mas só queremos saber os seus motivos, sem julgamentos.

— É besteira. Uma coisa que aconteceu na infância e eu não consigo esquecer porque sou uma idiota. Vocês não iriam acreditar em mim, de qualquer forma.

— Tenta contar para nós.

A garota russa respirou fundo e encarou o boneco de Papai Noel.

— Quando eu era pequena, sempre via coisas estranhas. Monstros, animais assustadores..., mas em uma noite, eu vi uma coisa incrível. No céu, sobrevoando o Kremlin na frente da lua, vi o Papai Noel. Seis renas puxando um trenó no céu de Moscou. Naquele dia eu descobri que ele existia, então me esforcei muito para poder conhecê-lo, e receber um presente dele... — Ela soltou um suspiro, se sentindo estúpida. — Fiz isso por dez anos até que desisti. Me mudei para Nova York para estudar e acabei encontrando um livro sobre vodu em uma livraria sinistra aqui no Harlem, ontem. Foi aí que, hoje pela manhã, eu resolvi testar. Fiz todo o procedimento, espetei o boneco... e depois dei risada da minha idiotice por quase acreditar nessas besteiras ocultistas, só para me vingar de alguém que nem deve saber da minha existência.

Yohane apertou os olhos, confusa. Qualquer pessoa que ouvisse aquela história iria gargalhar de deboche, pois iria achar que era apenas um delírio infantil que foi carregado ao longo da vida da moça, mas a ruiva sabia da verdade. E algo nas palavras de Petrov a deixou curiosa.

— Espera, então mesmo depois de tudo isso, você ainda acha que o Papai Noel é real? — perguntou a garota de sardas.

— Olha, eu sei que vocês devem pensar que eu sou uma idiota, mas você que chegaram aqui me interrogando e vou ser sincera, vocês acreditando ou não. Eu sei que ele é real. Eu o vejo em todo Natal, a silhueta dele sob a luz da lua... Enfim, eu ainda não entendo o motivo de vocês quererem saber disso.

— Ela é médium — disse Nicolau.

— O que? — Yohane e Wanda falaram ao mesmo tempo, sem entender o que aquilo queria dizer.

— Srta. Petrov, agora entendo suas motivações para me atacar. E devo pedir perdão, em todos esses anos você não tinha entrado na minha lista exatamente por saber que eu existo. Acreditou em mim por saber, e não por ter fé. Mas não sabia o quão frustrante isso poderia ser pra você, me desculpe.

— Espera, por que você tá se desculpando, senhor? Não é como se você fosse... Ah meu Deus... — Wanda colocou as mãos sobre a boca, incrédula. — Isso é pegadinha, não é? — Ela parecia ofendida.

— Quem dera fosse... — comentou Yohane, encarando a janela.

Nicolau estalou os dedos e um caderno magico apareceu no ar, caindo em seu colo. Ele o abriu e, com uma caneta que estava li dentro, anotou algo em suas páginas. Após isso, o caderno desapareceu em pó dourado.

— Essa experiência me fará rever todos os meus conceitos, para que situações assim não voltem a ocorrer. Srta. Petrov, me perdoe pelo que te fiz passar ao longo de sua infância, não foi minha intenção. Acredite quando digo que apenas quero fazer as crianças verem um pouco da beleza do mundo com esses presentes, infelizmente não consegui fazer o mesmo por você. — Nicolau se levantou, parecia verdadeiramente triste e culpado, como se tivesse cometido um dos maiores erros de sua vida.

Yohane se levantou junto e pegou a maleta de materiais vodu, não iria arriscar deixar com a garota. Já Wanda estava atônita, já não entendia mais nada do que estava acontecendo. Aqueles foram os minutos mais confusos de sua vida, e ela ainda não tinha conseguido uma resposta sequer para as dezenas de perguntas que estavam em sua mente.

— Espera aí! Vocês vão simplesmente sair assim, sem mais nem menos? Por que todo esse interrogatório? Quem são vocês? Por que fizerem tanto barulho por causa de um brinquedo? — A russa pulou do sofá, indignada.

— Acredite, srta. Petrov, vai ser melhor se você não souber toda a história. Apenas fique longe de materiais ocultistas e prometo que nunca mais nos verá novamente.

E assim a ruiva saiu do apartamento, fechando a porta atrás de si e soltando um longo suspiro. Fingir ser uma pessoa profissional arrancou todas as energias de seu corpo. Abraçando a maleta, ela se virou para Nicolau.

— E é isso? Acabou?

— Sim. Descobrimos o responsável pelo ataque e resolvemos o caso. Obrigado, Yohane.

— Não consigo acreditar nisso...

— O que foi? Esperava alguma batalha eletrizante com duendes malignos e que meu irmão mais novo, Krampus, fosse o vilão dessa história.

— Específico demais, mas... Sim. Estava esperando algo assim...

— Me perdoe por destruir suas expectativas, mas eu estava torcendo para que isso não terminasse em uma batalha, não tenho mais idade para essas coisas. Lutas são para os jovens, como você.

— Tá certo... — Yohane estava decepcionada, e era de se entender. Não estava acostumada a resolver conflitos com diálogos, principalmente aqueles que envolviam sua vida no mundo sobrenatural. — Mas você vai deixa-la lembrando de tudo? Aquela garota deve estar totalmente desnorteada.

— Ela já esqueceu que nós pisamos naquele apartamento..., mas não me esquecerei dela nessa noite.

A jovem olhou para o velho e ficou em silêncio, tirando o boneco vodu da maleta e o queimando em suas mãos. Nicolau pôde sentir o alívio em sua barriga, conforme o hematoma desaparecia.

Os dois desceram até o térreo e saíram do prédio. Entrando no Impala, Yohane ligou o rádio e dirigiu de volta para a Academia ouvindo seus rocks favoritos, até Nicolau se agradou com o som.



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