Volume 5
Voltando para Casa, e Revelando Relacionamento
“Você trancou todas as portas e janelas?”
“Você me viu fazer isso, não é?”
No corredor em frente aos seus apartamentos, Mahiru lembrou a Amane como se ela fosse sua professora ou algo assim, e ele respondeu com um pequeno e irônico sorriso.
Normalmente ela não sairia de seu caminho para dizer algo assim, mas ela parecia estar preocupada, já que suas casas estariam vagas por um tempo.
Eles estavam saindo naquele dia para voltar para a casa da família de Amane por cerca de duas semanas, e Mahiru estava se certificando de que nada iria acontecer enquanto eles estivessem fora.
“Eu vi você fazer isso, mas estou perguntando por precaução.”
“Ok, ok. Minha vez, você não esqueceu nada, não é?”
“Eu não. Já enviamos tudo que precisávamos com antecedência, e eu verifiquei minha bolsa novamente esta manhã. Tudo está bem trancado, e eu tirei o lixo da sua casa, e então eu lidei com o conteúdo da geladeira, para que você possa ficar tranquilo.”
“Obrigado por todo esse trabalho.”
Naturalmente, não havia como eles carregarem tudo o que precisavam por duas semanas com eles, então ela contratou um serviço de encomendas para nada passar despercebido. Além disso, Mahiru cuidou de tudo no apartamento de Amane. Ele não era páreo para ela.
Sentindo-se grato por ela ter prestado atenção em tais detalhes, Amane pegou a bolsa de Mahiru dela e a substituiu pela mão dele.
Depois de piscar várias vezes, Mahiru disse com calma e timidamente: “Isso é uma coisa que eu gosto em você, Amane,” e apertou sua mão.
A casa da família de Amane ficava a pouco mais de uma hora distância de trem-bala de onde ele e Mahiru moravam na cidade.
Os dois se sentaram em seus lugares reservados e se divertiram conversando e curtindo a paisagem, e em pouco tempo o trem estava entrando na cidade natal de Amane.
Fazia cerca de um ano desde que ele tinha visto aquela estação, mas parecia ser mais tempo, e uma onda inexprimível de nostalgia tomou conta dele quando ele puxou Mahiru pela mão até o ponto de encontro.
“Então essa é a sua cidade natal.”
“Mm-hmm. Bem, isso não está exatamente certo, já que você não pode chegar a minha casa sem mudar de trem ou ir um pouco mais longe de carro.”
O trem-bala só parava nas principais estações, então eles teriam que sair dali, mas, na verdade, levaria um pouco mais de tempo para chegarem aonde eles estavam indo.
Desta vez, sua mãe estava disponível, então ela se ofereceu para vir recebê-los, e eles aceitaram. Sua oferta foi provavelmente motivada pelo desejo de ver Mahiru o mais rápido possível.
Caminhando em direção ao grande pilar perto dos portões de ingressos que muitas vezes era usado como ponto de encontro, Amane avistou sua mãe, mesmo com certa distância.
Naturalmente, Amane se sentiu estranho em dar as mãos na frente de sua mãe, então ele soltou a mão de Mahiru. Ele sentiu um leve ar de desânimo vindo dela, então ele deu um tapinha nas costas dela.
Perdoe-me só desta vez, já que não contamos a ela que estamos namorando ainda.
Tornou-se rotina para eles andarem de mãos dadas, então ele estava suscetível a pegar a mão dela sem pensar sobre isso, coisa que ele precisaria ter mais cuidado enquanto eles estivessem visitando.
Mesmo Mahiru, que estava um pouco relutante em soltar, parecia entender uma vez que ela viu Shihoko e recuperou sua expressão de costume.
Uma vez que a mãe de Amane viu os dois, ela colocou um charmoso sorriso alegre quando eles se aproximaram.
“Tão bom ver você de novo.”
“Bem-vinda, bem-vinda, Mahiru querida! Estou tão feliz que você veio!”
Amane sorriu ironicamente, pensando que era típico de sua mãe cumprimentar Mahiru primeiro.
Mahiru parecia um pouco sobrecarregada com a energia de Shihoko, mas ela graciosamente curvou-se com um sorriso. “Muito obrigada por me convidar. E obrigada por me permitir juntar a vocês durante seu precioso tempo de família…"
[Del: Hum… Fujimiya Mahiru… Olha, não é irreal.| Axel: Eu vou explicar a questão de nomes lá no final kk pra quem não sabe]
“Não se importe com isso; queríamos ver você, querida Mahiru! Na verdade, também queríamos ver você nas férias de primavera, mas não deu certo… Oh, Amane, o que há de errado?”
“Você não vai cumprimentar seu filho?”
“Oh céus. Bem-vindo de volta, Amane. Obrigada por trazer Mahiru.”
“Sim, claro.”
Ele sabia que sua mãe estava apenas brincando com ele, então ele não estava particularmente chateado com isso. Quando ela percebeu como ele era brusco, ela o pressionou. “Oh, pare de ficar de mau-humor, querido. É claro que eu estou feliz que você voltou para nos visitar, Amane!”
Ele não pôde deixar de ficar irritado com a maneira como ela sorriu para ele.
Afastando a mão de sua mãe com um bufo, Amane olhou em volta. Ele ficou surpreso por seu pai não ter vindo para recebê-los também. Amane tinha certeza que ele também tinha folga do trabalho e pensou que os dois estariam vindo.
“Onde está o pai?”
“Seu pai está em casa preparando o almoço.”
“Entendi.”
Isso fez sentido uma vez que ela disse isso.
Seu pai gostava de cozinhar e receber convidados, então ele estava preparando tudo em casa.
“Estamos com sorte, Mahiru; A comida do meu pai é ótima”, ele disse a ela, engolindo sua opinião de que não era tão boa quanto a de Mahiru, no entanto.
Mahiru riu baixinho. “Eu ouvi falar. Estou ansiosa por isso.”
(Shihoko) “Oh-hoh-hoh. Por favor, venha aproveitar os sabores da nossa comida caseira.”
(Amane) “Olha quem está falando; não é como se você estivesse cozinhando… Bem, o pai é melhor nisso de qualquer maneira, então tudo bem.”
(Shihoko) “Realmente, isso foi desnecessário.”
Shihoko estufou as bochechas em uma expressão imatura. Mas era um fato que Shuuto era o melhor cozinheiro.
A mãe de Amane fazia as refeições durante a semana enquanto o pai cozinhava nos fins de semana, então mesmo que Shihoko tivesse mais chances para praticar, a comida de seu pai sempre tinha um sabor muito melhor. Não queria dizer que Shihoko era uma cozinheira especialmente ruim, só que quando se tratava da questão do tempero, a comida de Shuuto era mais saborosa. É claro, Amane era grato a ambos por cozinharem.
“Bem, tudo bem; Amane não ser cooperativo não é novidade. Mais importante, devemos ir para casa? Se sairmos agora, acho que vamos chegar lá bem na hora do almoço. O carro está por aqui; vamos.”
Shihoko acenou para eles em direção à saída, dizendo que a estação de trem não era lugar para ter uma longa conversa.
Amane olhou para Mahiru por um momento.
“Pronta para ir?”
“Sim.”
Mahiru deu um pequeno aceno e ele apertou o pulso dela gentilmente.
Naturalmente, ele não poderia entrelaçar seus dedos com os dela, mas segurando seu pulso, ele poderia fingir isso enquanto garantia que ela não se perderia.
Mahiru arregalou os olhos, então se inclinou um pouco mais perto dele, usando um sorriso feliz, mas um pouco tímido, e Amane começou a caminhar lentamente atrás de sua mãe, também se sentindo um pouco tímido.
Eles andaram no carro por trinta minutos, levando a Amane e Mahiru um tempo de viagem de cerca de duas horas, antes de chegarem a casa Fujimiya.
Uma casa bastante grande e isolada estava diante de seus olhos. Era uma casa espaçosa com uma sala, uma grande cozinha e quartos extras, e devia ser maior do que Mahiru esperava, porque seus olhos se alargaram.
“É enorme!”
“Ah, obrigada. Nós construímos para ter espaço extra. Nós realmente queríamos uma filha também, então incluímos quartos extras, mas não podemos ter tudo que queremos na vida, podemos? … Você pode vir morar conosco se você quiser!”
“Ah, hum, eu—”
“Mãe, não provoque Mahiru; ela não sabe como responder.”
“Uau, estou impressionada.”
Sua mãe sorriu brilhantemente, mas parecia que ela estava sorrindo para a reação de Mahiru.
Mahiru baixou os olhos com vergonha, o que ele sabia que iria apenas alimentar as ilusões felizes de sua mãe. Quanto aos sentimentos de Amane sobre o assunto, ele esperava que um dia elas fossem mais do que apenas fantasias, mas é claro que ele não podia contar isso à mãe.
“Vamos, está quente aqui fora; vamos nos apressar e entrar.”
“Tá, tá, você é sem graça.”
“O que isso deveria significar…?”
Amane conduziu sua mãe até a casa. Ele poderia dizer que não tinha esperança. Ela estava sorrindo com prazer quando destrancou a porta da frente.
Eles ouviram passos do interior. O pai de Amane notou a chegada deles.
“Bem-vindos.”
Quando eles entraram na casa, como esperado, Shuuto estava esperando por eles.
“Estou em casa, Shuuto. E eu trouxe a Mahiru!”
“É bom ver você de novo, Shiina.”
‘Já faz um tempo; Fico feliz em ver que você está bem.”
Fazia cerca de meio ano desde que Mahiru conheceu o pai de Amane e, como esperado, ela parecia nervosa. Sua mãe agiu franca, amigavelmente e muito mais direta com Mahiru, então elas provavelmente estavam em termos mais familiares, mas ele percebeu que Mahiru ainda se sentia distante do pai dele.
O pai de Amane notou o comportamento ligeiramente rígido de Mahiru e colocou em um sorriso amigável. “Oh, você não precisa ser formal perto de um homem velho como eu”, disse.
“Ah não, eu não estava…”
“O problema é que você não parece um velho, pai.”
“Oh, que coisa boa de se dizer!”
Era verdade, o pai de Amane parecia muito mais jovem do que sua idade real. Ele tinha o que chamavam de cara de bebê (baby face). Ninguém jamais poderia imaginar que ele estava com quase quarenta anos na primeira vez que o vissem.
“Você está parecendo bem também, Amane.”
“Eu mudei tanto assim em apenas seis meses?”
“Mm-hmm. Você parece mais viril — ou como se tivesse ganhado alguma confiança. E você está bem desenvolvido.”
Como ele estava viajando com Mahiru naquele dia, Amane havia se arrumado. Mas seu pai deve ter querido dizer que Amane nunca foi muito confiante no passado, e agora que ele estava, causava uma grande impressão.
Amane se sentiu um pouco envergonhado por seu pai poder ver através dele assim. Ele apertou os lábios e seu pai riu silenciosamente.
“Bem, Shihoko querida, posso deixar para você mostrar a eles a casa? Eu ainda tenho alguns refrescos para preparar.”
“Claro! Entrem crianças. A casa não é muita coisa, mas sinta-se em casa, Mahiru.”
“Não, de jeito nenhum… Obrigada por sua hospitalidade.”
Mahiru curvou-se sinceramente e tirou os sapatos antes de adentrar na casa. Amane também tirou os dele e calçou chinelos.
[Axel: Explicação cultural no final]
Ele não precisava de um tour por sua própria casa de infância, mas Amane pretendia ir junto, ficar de guarda para que sua mãe não contasse a Mahiru coisas que ele preferiria que ela não soubesse.
Shihoko observou Shuuto voltar para a sala de jantar, então acenou para os dois em direção à escada. “Por aqui!”
A maioria dos quartos e o quarto de hóspedes ficavam no segundo andar, então parecia que ela iria mostrar isso a eles primeiro.
Amane tinha planejado ir para seu próprio quarto e dar uma espiada dentro da mala que ele havia enviado antes, mas ele pensou por um segundo e lembrou-se de onde era o quarto de hóspedes. Uma expressão inquieta cruzou seu rosto.
… Quando eu olhei no ano passado, havia apenas um outro quarto que não tinha sido transformado em um espaço de armazenamento.
Aquele quarto, com uma varanda ligada ao dele, aparentemente tinha sido construído para usar quando seus pais tivessem outro filho. No final, a família não tinha sido abençoada com outro, então acabou que não foi usado, mas o interior foi finalizado e montado para que as pessoas pudessem ficar lá.
Eles raramente visitavam, mas quando os primos de Amane vieram para passar férias prolongadas com a família, era esse o espaço que tinham usado.
Não que ele e Mahiru fossem fazer alguma coisa, mas seu estômago doeu um pouco enquanto ele se perguntava se estava tudo bem para membros do sexo oposto ficarem em quartos que estavam tão diretamente conectados.
“Tudo bem, Mahiru querida, você pode usar este quarto.”
Assim como Amane havia suspeitado, sua mãe os levou para o quarto ao lado do dele, e ele soltou um suspiro suave.
“Muito obrigada por preparar um quarto para mim.”
“Não tem de quê. O banheiro do segundo andar fica ali, e o quarto ao lado é o do Amane. Desculpa, mas a varanda é conectada.”
Mahiru piscou surpresa ao ouvir isso, então desviou seus olhos desajeitadamente.
“Eu vou me certificar de trancar meu lado da varanda, e você pode trancar o seu, também.”
“E-eu não estou preocupada com isso.”
“Apenas… por favor, faça isso.”
“Oh-hoh, que precioso.” Sua mãe riu. “Bem, eu vou ajudar com o almoço, então vocês dois verifiquem suas malas, ok? Nós já carregamos as suas até o seu quarto, Mahiru.”
“Muito obrigada.”
“Sem problemas. Bem, vejo vocês daqui a pouco.”
A mãe de Amane sorriu e desceu as escadas. Ele assistiu até que ele não conseguisse mais ver as costas dela, então soltou um grande suspiro.
“Desculpe, acho que este era o único quarto disponível.”
“N-não, está tudo bem!”
“Tudo bem porque estamos juntos, mas se não estivéssemos, seria horrível, certo? Mas acho que minha mãe não sabe sobre a gente... caramba.”
“Está tudo bem. Além disso, hum… Se a varanda se conecta, nós podemos olhar para as estrelas juntos,” Mahiru disse calmamente com um olhar tímido.
Amane sorriu quando percebeu que ela não estava preocupada sobre ele visitar ela na cama, e quando ela mencionou passar um tempo juntos a noite, a felicidade gradualmente brotou dentro dele.
“… Bem, podemos nos encontrar na varanda mais tarde se tivermos a chance. Vá em frente e se acomode.”
“Ok.”
Ele não tinha certeza se Mahiru poderia dizer que ele estava tentando esconder seu constrangimento, mas ela riu alegremente e entrou em seu atribuído quarto.
Ocorreu a Amane novamente que eles passariam duas semanas juntos no mesmo espaço, e ele cobriu o rosto com as mãos quando ele entrou em seu próprio quarto.
O almoço foi como uma recepção de boas-vindas para Mahiru, e o pai de Amane tratou-os com um pouco de sua comida caseira.
Shuuto era o tipo de pessoa que, como Mahiru, podia fazer todo tipo de comida e, aparentemente, a pedido de Shihoko, o prato principal do dia foi paella.
Claro, não havia apenas paella; a mesa também estava posta com bisque e saladas carregadas de frutos-do-mar.
Naturalmente, tudo estava delicioso e Mahiru estava genuinamente encantada. Parecia que Shuuto a havia impressionado com seus talentos culinários.
“Nosso filho não está causando nenhum problema para você, está?”
Alguns momentos depois de terminarem de comer, Shuuto começou a conversar com Mahiru.
Shihoko cuidava da louça e eles podiam ouvi-la lavando pratos na cozinha.
Mahiru piscou com a pergunta e imediatamente balançou a cabeça.
“Problema…? Não, nada disso.”
“Você pode ser honesta, se sentir que está sendo forçada a cuidar dele.”
“… Nunca desgostei de passar tempo com Amane ou considerei isso um fardo. Eu sempre me divirto com ele.”
“Bom saber.”
Amane não conseguia pensar em nada para dizer. Sua resposta saiu mais cortada do que ele pretendia.
“Não seja tímido, Amane; você deveria agradecê-la pelo que ela faz.”
“… Eu sempre sou grato.”
“Sim, eu sei.”
Mahiru o pegou tentando esconder seu constrangimento, e ela riu com sua voz clara e bonita. Isso o fez sentir ainda mais mortificado, e em sua irritação, ele repetidamente pressionou e desapertou os lábios, o que só a fez rir ainda mais. Era sem esperança.
[Del: Antes que pareça que ela está zoando ele, “giggle” em português significa “risadinha”, então pensem em uma risada ‘leve’, por assim digamos.]
Ele olhou para Mahiru, pronto para avisá-la de que ela se arrependeria disso, mas tudo o que ele podia ver era seu sorriso encantador, e era óbvio que suas palavras não fariam muito bem. Amane não aguentou mais e se virou. Até que seu pai começou a rir dele.
(Shuuto) “Você simplesmente não pode ser honesto, pode? Realmente. Essa é uma das coisas fofas sobre você, no entanto, Amane.”
(Amane) “Por que você chamaria um cara de fofo? Você está tirando sarro de mim?”
(Mahiru) “Ele tem razão; você é fofo.”
(Amane) “Mahiru, vamos ter que conversar sobre isso mais tarde.”
(Mahiru) “Ok. Vamos conversar depois.”
Ela respondeu alegremente, e Amane ficou sem palavras. Mahiru estava sendo mais assertiva do que o habitual. Ele estava preocupado de que ela talvez estivesse se sentindo nervosa, mas parecia ter relaxado.
Simplesmente por compartilhar esse tipo de troca com Amane, ela estava mostrando quão próximos eles eram.
O pai de Amane observou a conversa deles com interesse. De repente, ele piscou dramaticamente, como se tivesse acabado de lembrar algo importante.
“Oh, certo, Shiina, se você não se importa, você poderia ir às compras comigo? Shihoko me pediu para pegar algumas coisas.”
“Por que você está tentando levá-la com você?” Amane objetou enfaticamente.
Seu pai continuou sorrindo calmamente. “Relaxa, não é como se eu fosse arrastá-la por toda a cidade conversando e rindo como sua mãe, sabe?”
“Eu sei disso, mas—”
“De qualquer forma, você pode ficar e vigiar a casa.”
“O quê? Por quê?!”
“Bem, porque eu vou contar a ela sobre os velhos tempos, e vai ser um incômodo se a peça central da história estiver lá.”
“Você acabou de me chamar de chato?!” Amane exigiu.
“Eu chamei”, seu pai confirmou suavemente.
Amane estava novamente sem palavras.
Seu pai olhou para Mahiru. “Então você se importaria de ir em uma missão com um velho homem?”
“Não, de jeito nenhum. Será um prazer”, disse Mahiru.
“Ótimo, ficarei feliz em ter você me acompanhando.” Ele sorriu amplamente. “Enquanto estivermos fora, eu quero que você me ajude a escolher um presente para Shihoko.”
Mahiru parecia confusa. “P-presente? Hoje é aniversário ou alguma coisa…?”
“O pai costuma comprar presentes para a mãe, mesmo em dias que não tem nada de especial.”
O pai de Amane era um mulherengo que era extremamente gentil com as mulheres — e especialmente com sua amada esposa. Ele frequentemente dava a ela presentes, mesmo quando não havia nenhum tipo de ocasião.
[Axel: vulgo comedor de casadas kkkk (humor 100% saudável)]
Ele dizia que fazia isso por gratidão pelas coisas que ela faz todos os dias, como prova do seu amor, e porque ele queria ver seu rosto feliz. Amane também acompanhava seu pai nessas viagens de compras quando ele visitava a casa.
Seu pai provavelmente convidou Mahiru para que ele pudesse receber sugestões de uma perspectiva feminina. Mas seu objetivo principal era definitivamente contar histórias sobre Amane.
“… Você é muito parecido com seu pai, Amane.”
“Eu não faço tanto quanto ele faz, no entanto.”
“Você encontrou bichos de pelúcia e coisinhas fofas e comprou elas para mim, não é?”
Era verdade que ele havia comprado presentes que achava que fariam Mahiru feliz ou que ficariam bem com ela, mas ele deu a ela essas coisas por causa de como ele se sentia sobre ela e como agradecimento por cuidar dele diariamente.
Talvez isso significasse que ele era como seu pai, mas ele não achava que seus esforços eram tão frequentes.
“Bem, quero dizer, você me ajuda todos os dias, então…”
“… Sim, e esse não é o meu ponto?”
Mahiru parecia exasperada com Amane, que respondeu fazendo desculpas, e ainda assim ela riu com um tom alegre e bem-humorado.
O pai de Amane também olhou para ele com aparente diversão, então Amane tropeçou em seus pés e foi para a cozinha onde sua mãe estava lavando a louça, fugindo sob o pretexto de ir ajudá-la.
“Oh, Amane? Você não preferiria estar conversando com Mahiru?” Shihoko perguntou.
“Mahiru está planejando sair com o pai em breve para fazer algumas compras.”
Amane olhou de volta para a sala de estar, onde os dois estavam sorrindo e se preparando para sair.
Eles estavam se movendo rapidamente. O pai de Amane obviamente queria dar a Amane algum espaço para se refrescar depois que ele começou a ficar de mau-humor. Ele era às vezes intimidado pela capacidade de seu pai de ver através do funcionamento interno da mente de outras pessoas.
“Ah, eles vão fazer compras, não vão? E eu acho que seu pai tem algumas coisas que ele quer perguntar a Mahiru, então esta provavelmente é uma boa hora.”
“O que ele está planejando perguntar a ela…?”
“Apenas coisas normais, provavelmente? Não é como se eu sempre soubesse o pensamento do Shuuto.”
A mãe de Amane entregou a ele a panela de paella depois de lavá-la e colocou no fogo para secar, então ele obedientemente a devolveu a prateleira onde os utensílios de cozinha eram armazenados.
Enquanto ele fazia isso, Mahiru e seu pai partiram. Amane deu um olhar um tanto desamparado através da sala de estar, na direção da porta pela qual eles saíram, e então voltou para ajudar sua mãe a terminar de lavar a louça, secando a louça limpa e colocando de volta na mesma prateleira.
Era um trabalho no qual ele frequentemente ajudava Mahiru, e Amane era orgulhoso de quão habilmente ele lidava com a tarefa. Os olhos de sua mãe aumentaram quando ela o viu.
“Você realmente domina esses movimentos, Amane.”
“Obrigado por notar.”
“Estou aliviada em ver que você não está apenas deixando Mahiru fazer tudo.”
“Que tipo de cara inútil e horrível você pensou que eu era…?”
É claro, ele não era o tipo de pessoa sem vergonha que faria Mahiru fazer todo o trabalho.
Ele se sentiria culpado, em primeiro lugar, se deixasse tudo para ela.
Ela cuidava do trabalho duro de cozinhar para ele, então Amane imaginou que ele deveria ajudar onde pudesse e ser sensível às necessidades dela.
Ele olhou incisivamente para sua mãe, como se dissesse que era apenas razoável que ele a ajudasse.
Ainda parecendo impressionada, ela se dirigiu a ele novamente: “… Diga, Amane?”
“O que foi?”
“Quão longe você foi com Mahiru?”
“Pff?!” Amane cuspiu. Ele certamente não esperava essa pergunta.
Sua mãe calmamente terminou de lavar um prato.
Sem pensar, ele pegou o prato limpo e enxugou a água com um pano, mas ele não conseguiu disfarçar a agitação e franziu a testa.
“Por que você está tão nervoso? Vocês estão obviamente namorando. Eu posso sentir isso no ar. Isso é típico de você — não pode esconder nada.”
Uma vez que ela disse isso, ele não podia negar.
A atmosfera entre Amane e Mahiru mudou desde a visita deles ao santuário no início do ano. Isso era natural, já que eles começaram a namorar, mas ele pensou que estava escondendo até que bem de seus pais.
Como sua mãe tinha visto através dele no final, aquele esforço tinha sido sem sentido.
“… Isso é uma coisa ruim?”
“Não? Na verdade, eu esperava que um dia ela nos visitasse como nossa nova nora, então ela é muito bem-vinda.”
“… Sério?”
“O jeito que vocês estavam olhando um para o outro, o ar entre vocês dois estava tão carregado, eu tinha certeza que você já tinha ido até o fim, no entanto.”
“Nah! Sem chance!” As sobrancelhas de Amane se ergueram para a ultrajante suspeita dela. “… Mãe, você não pode falar coisas assim na frente da Mahiru.”
[Del: O original era “Bah! No way!” | Yoru: Confirmado: Amane é gaúcho kkkk | Axel: Aceitas um chimarrão guri?]
Mas sua mãe não parecia envergonhada. “Claro que não vou dizer isso para a doce Mahiru. Mas, pessoalmente, eu quero uma filha. Estou contando com você!”
Amane não a culpava, pois entendia os sentimentos dela como uma mãe que queria uma filha, mas não foi abençoada com uma, então ele apenas franziu os lábios.
(Amane) “… Só não coloque nenhuma pressão sobre ela.”
(Shihoko) “Eu sei disso. É por isso que preciso que você a mantenha por perto.”
(Amane) “Você realmente acha que eu abriria mão de algo que eu realmente quero?”
No passado, ele pensava que enquanto Mahiru fosse feliz, ele não se importava se ele não era o parceiro dela, e estava preparado para deixá-la ir, mas agora ele não podia dizer isso.
Talvez ele tivesse se tornado mesquinho, o que provavelmente era verdade, mas ele podia também dizer que seu desejo de amar Mahiru e nunca desistir dela tinha apenas crescido mais forte. Ele queria fazê-la feliz — e fazer ela se apaixonar tanto por ele que ela não pensaria em mais ninguém. Ele queria valorizá-la e mantê-la para si mesmo.
Ele não ia deixar Mahiru escapar de seus dedos.
Shihoko ficou momentaneamente surpresa com a atitude confiante de Amane, e então ela riu alegremente. “Ha-ha, você é como seu pai a esse respeito também, você sabe. Ele me ama tanto hoje quanto ele me amava há muito tempo.”
“Eu não herdei a habilidade natural do pai com as mulheres, no entanto.”
“Eu me pergunto? Devemos perguntar a Mahiru?”
“Ei, não se atreva.”
Se sua mãe perguntasse algo vergonhoso assim, Mahiru provavelmente terá um ataque, então Amane tinha que fazer o que fosse necessário para evitar isso.
Ele olhou para sua mãe para dizer a ela para parar, mas não parecia ter qualquer efeito sobre ela. Alegremente, ela disse: “Mal posso esperar até que Mahiru esteja de volta,” e Amane franziu a testa novamente.
Depois de várias horas, o pai de Amane e Mahiru voltaram quando estava na hora de sua mãe dizer que eles deveriam começar as preparações do jantar.
Amane fugiu da provocação implacável de sua mãe e dirigiu-se para seu quarto para desfazer as malas e matar o tempo com livros escolares. Mahiru veio vê-lo logo depois que ela retornou.
Amane levou a maior parte de sua mobília com ele para seu apartamento, então não havia muito o que olhar em seu quarto, e sua mãe o limpava periodicamente, então ele não tinha vergonha de mostrar a ela. Ele a convidou para dentro casualmente, mas ela parecia um pouco inquieta.
Ele não sabia dizer se era porque eles estavam sozinhos, ou porque eles estavam no quarto dele, ou talvez por causa do passeio dela com seu pai. Mas de qualquer forma, Mahiru não parecia que iria se acalmar cedo, então ele colocou uma almofada no chão e fez um sinal para ela se sentar.
“Bem-vinda de volta, Mahiru. Você está cansada?” Amane perguntou enquanto trazia chá de cevada para dois e colocou as xícaras em uma pequena mesa dobrável. Depois de piscar várias vezes, Mahiru sorriu.
“Não, estávamos sentados o tempo todo em que estávamos viajando no caminho para cá, então mover meu corpo era exatamente o que eu precisava.”
“Entendo… Então a razão pela qual você está tão inquieta é por causa de algo que você ouviu do meu pai?”
Aparentemente, ele havia acertado na mosca. Mahiru desviou os olhos nervosamente, e Amane suspirou.
Ele não estava chateado com Mahiru, mas havia várias coisas que ele gostaria de dizer ao seu pai. No entanto, não havia como dizer se Shuuto seria vago e evasivo, ou se viraria para tirar sarro dele, então ele não ia dizer nada.
“Caramba, meu pai… O que ele te disse?”
“Não foi grande coisa. Ele só perguntou como você estava e me disse que você era fofo quando criança, coisas assim.”
“… O que você ouviu?”
Como seria de esperar, Amane tinha apenas uma vaga lembrança das coisas que ele fez na infância, e ele nem tinha certeza se havia coisas que ele ficaria envergonhado sobre.
No entanto, se seu pai tivesse saído de seu caminho para contar a Mahiru histórias, isso deve ter significado que ele fez algo memorável. Ele provavelmente disse a ela coisas que, do ponto de vista dos pais, eram anedotas fofas e engraçadas, mas do ponto de vista de Amane, histórias de fracasso de sua infância eram vergonhosas e não matéria de riso.
Ele estreitou os olhos e olhou para Mahiru em busca de detalhes, mas ela virou-se descaradamente.
“I-isso é, hum… Bem…”
“Por que você está desviando o olhar?”
“A única coisa que aprendi é que você é definitivamente fofo.”
Mahiru deu uma resposta que não respondeu nada, e Amane soltou um suspiro dramático.
“O-o que é isso?”
“Isso é o que acontece com garotas más que não respondem a sério.”
Mahiru estava sentado de lado, ele a puxou para si e a fez sentar entre suas pernas. Ele a abraçou por trás, envolvendo-se em torno dela, e tocou a barriga de Mahiru.
Ela pareceu surpresa com isso e virou o corpo para olhar para cima em Amane.
“Ah, hum, Amane?”
“Você é muito sensível, certo, Mahiru?”
“… E-espera, por favor! Vamos conversar sobre isso!”
“Se você tivesse confessado em primeiro lugar, não teria levado a isso.”
Ele lentamente moveu as mãos sobre os lados dela, seguindo seu corpo sobre suas roupas, e claramente a sentiu se contorcer.
Sentindo sua figura esbelta, ele correu os dedos lentamente sobre a linha suave de sua cintura e ouviu um pequeno suspiro.
A reação dela foi tão sedutora que, contra seu melhor julgamento, ele mexeu os dedos, acariciando suavemente sua pele e fazendo cócegas novamente.
Ver Mahiru se contorcer em seus braços o encheu de todos os tipos de sentimentos problemáticos, mas era tarde demais para parar.
“Ha, ei, espera… hee-hee, Amane…”
“Uau, você realmente tem cócegas, Mahiru.”
Ele apenas a tocou com muita delicadeza, mas Mahiru era aparentemente muito sensível. Ela estava segurando os joelhos contra o peito dela, tremendo e soltando pequenos suspiros de ar.
Amane não tinha certeza se achava fofo ou ficava chocado com quão ela era teimosa.
Enquanto ele fazia cócegas nela suavemente, ele se certificou de não tocar em nenhum lugar arriscado. Talvez incapaz de aguentar mais, Mahiru de repente virou todo o seu corpo para ficar de frente para Amane.
Ela olhou para ele com as bochechas ligeiramente coradas e com os olhos lacrimejantes por causa das cócegas, e o coração de Amane batia forte por vários motivos.
“A-Amane, seu idiota. Isso foi cruel.”
“Se você tivesse me contado tudo na hora, isso nunca teria ocorrido.”
“N-nós realmente não conversamos sobre nada importante. Ele me contou sobre quando você teve bateu com a cabeça em um poste quando você era pequeno e chorou muito, e como você costumava se agarrar a sua mãe no Dia das Mães e dizer a ela que você a amava em linguagem de bebê, e como você uma vez colocou cera no cabelo porque queria parecer legal como seu pai e acabou com o cabelo duro e espetado. Esse tipo de coisa, só isso.”
“Esses são os piores tipos de histórias!”
Quando soube que Mahiru tinha ouvido falar de tais incidentes vergonhosos que ele nem se lembrava, Amane cobriu o rosto com as mãos.
Ele imaginou que seus pais contariam a ela historias de sua infância, mas ele gostaria de saber por que eles decidiram compartilhar apenas as vergonhosas.
Do ponto de vista de seus pais, aquelas provavelmente eram apenas anedotas encantadoras, mas para Amane, elas faziam parte de um passado sombrio.
“E-eu pensei que elas eram fofas.”
“Não me elogie. Esqueça essas histórias.”
“… Eu me recuso, já que você fez cócegas em mim.”
Amane sabia que as histórias provavelmente tinham sido fixadas nas memórias dela, mesmo que ele não tivesse feito isso, mas quando ele ouviu o tom ligeiramente irritado por trás de suas palavras, ele lamentou que ele poderia ter levado as coisas longe demais e envolveu seus braços gentilmente em volta de Mahiru por trás.
“Ok, ok, me desculpe.”
“… Da próxima vez que você fizer cócegas, vou sussurrar todas as histórias que eu ouvi bem no seu ouvido, Amane.”
“Evite a guerra psicológica… Eu entendi, eu entendi. Desculpe.”
Ele a abraçou e acariciou seu cabelo para acalmá-la, e Mahiru acomodou-se docilmente nos braços de Amane e enterrou o rosto em seu colarinho.
“Mahiru querida, pode ir tomar seu banho.”
Eles estavam sentados depois do jantar, e estava chegando a hora de todos tomarem banho, quando Shihoko virou-se para Mahiru, que estava sentada ao lado de Amane assistindo à televisão.
“Eu posso ir depois…”
“Você é nossa convidada, então não se segure, ok? Se você não quiser entrar sozinha, nós emprestamos Amane a você por um tempo.”
“Que coisa estúpida de se dizer, mãe.” A sobrancelha de Amane franziu quando sua mãe fez uma sugestão ultrajante com um largo sorriso.
Quando ela disse que iria emprestar seu filho, ela estava sugerindo que Amane deveria entrar na banheira com Mahiru, algo que Mahiru quase certamente não consentiria. Mesmo que eles tivessem brincado em seus trajes de banho outro dia, ficar totalmente nus juntos ainda era impensável.
Com certeza, o rosto de Mahiru ficou vermelho brilhante.
Ela olhou para Amane, então corou em uma sombra ainda mais profunda. Ela tinha definitivamente imaginado ver o corpo dele e ficou ainda mais envergonhada.
Amane sabia que também estaria se contorcendo de vergonha se imaginasse qualquer coisa em detalhes, então ele fez tudo ao seu alcance para não pensar muito.
“E-então estaríamos, hum, nus…”
“Oh, eu devo colocar uma toalha extra?”
“N-não, obrigada…”
“Deus, você não precisa ficar tão envergonhada! Shuuto e eu tomamos banho juntos o tempo todo.”
“I-isso é...”
“Mahiru, não a leve muito a sério. Quero dizer, a mãe e o pai tomam banho juntos bastante, mas nós não precisamos fazer isso.”
Sua mãe estava brincando, mas havia mais do que isso. Os pais de Amane eram íntimos um do outro o tempo todo. Se eles saíssem para passear juntos, invariavelmente davam as mãos e sorriam um para o outro e, na hora de dormir, os dois dividiam a cama. Eles eram assim consistentes.
Não importa como você olhasse para isso, os dois eram completamente apaixonados (head over heels), o que era meio vergonhoso para o filho deles. Mas na cidade, eles eram conhecidos como um casal de pombinhos. Os dois até tomavam banho juntos. Eles acreditavam que gastar muito tempo um com o outro era importante para manter um casamento feliz. Shihoko pode estar apenas provocando, ou ela pode ter honestamente considerado que era a chance deles se aproximarem.
De qualquer forma, não é da conta dela.
Era bem provável que Amane tingisse a água do banho de vermelho com uma hemorragia nasal se eles entrassem juntos.
“Vocês não querem…? Qual é o problema com vocês pessoas jovens?”
“A gente querendo ou não, você acha que eu suportaria fazer isso na casa dos meus pais?”
“Mas eu entendo então que você estava considerando isso em seu apartamento.”
“… Isso não está em discussão agora.”
Ele percebeu que frase conveniente essa era outro dia na piscina quando Mahiru a usou.
Amane podia ver que os olhos dela estavam correndo em vergonha, mas no coração dele, ele não podia dizer que não queria tomar banho junto, então o melhor que ele pôde fazer foi se esquivar da pergunta.
Honestamente, ele sabia que seria incrivelmente estranho e que os dois provavelmente morreriam de vergonha se tentassem. Mas, ao mesmo tempo, como um adolescente, ele não podia deixar de querer fazer isso, apenas um pouco. Ele não achava que isso iria acontecer, no entanto.
O pai de Amane estava ouvindo a conversa com diversão. Ele olhou para o rosto rígido de Amane e curvou os lábios para cima em um sorriso irônico.
“Shihoko querida, não os provoque muito.”
“Tudo bem, tudo bem”, ela cedeu.
Amane ficou imensamente grato pela intervenção de seu pai.
“Vá em frente, ignore minha mãe e vai tomar seu banho.”
“O-ok. Estou indo, então.”
“Você é uma pessoa tão fria, Amane. Tome um bom banho, Mahiru querida.”
[Axel: o original era “cold fish” ou em tradução literal peixe frio]
Amane mostrou a Mahiru o banheiro para evitar que Shihoko a atrasasse a noite toda, depois voltou para a sala.
Quando o pai de Amane viu como ele parecia exausto, ele riu e deu-lhe um sorriso simpático.
Depois que Mahiru terminou seu banho, a vez de Amane foi a próxima.
Sabendo que seus pais iam entrar juntos e flertar felizes na banheira, Amane teve que tomá-lo antes deles.
Ele sentiu seu coração bater quando passou por Mahiru a caminho do banheiro, e ele rapidamente foi tomar banho.
Ele não conseguiu ficar de molho por muito tempo porque o pensamento de que ele estava sentado na mesma água que Mahiru usou continuou aparecendo em sua cabeça, fazendo-o sentir-se inquieto e tonto.
Assim que Amane saiu, seus pais tiveram sua vez, então ele foi deixado sozinho na sala de estar com Mahiru.
“E-eles são muito íntimos,” Mahiru murmurou quase inconscientemente enquanto ela os observava partir. Shuuto estava com o braço em volta da cintura de Shihoko.
“Eles são assim desde que me lembro. Estou acostumado com isso.”
“… Eu acho que você tem uma ótima família.”
“Obrigado por dizer isso. Às vezes eles me dão azia, no entanto.”
“Heh-heh.”
Amane esfregou o peito e mostrou a língua, e Mahiru riu baixinho, cobrindo a boca.
“… Só estou perguntando, mas você vai ficar bem ficando aqui? Você não está cansada nem nada?”
“Estou bem. Os dois estão sendo tão legais comigo… Tipo, eles estão me tratando como se eu fosse a verdadeira filha deles…”
“Bem, acho que é porque meus pais sempre quiseram uma. Agora, como uma garota tão fofa e legal apareceu, eles provavelmente querem adorar você.”
“C-certo.”
Os pais de Amane aceitaram Mahiru prontamente.
Claro, eles ficaram impressionados com a doce personalidade de Mahiru. Shihoko estava praticamente apaixonada — e ansiosa para passar muito tempo com ela.
As bochechas de Mahiru estavam levemente vermelhas, talvez porque ela se sentiu tímida ao ser chamada de fofa.
“Se você quiser, não me importo de deixar meus pais cuidarem de você. Desde que eu saí de casa, eles ficaram famintos por alguém para mimar. Se houver qualquer coisa que você queira, ou qualquer lugar que você queira ir, apenas diga a eles, ok?”
Seus pais, especialmente sua mãe, pareciam que concederiam qualquer desejo que Mahiru tivesse com grandes sorrisos em seus rostos.
“V-você sabe que eu não poderia incomodá-los assim… Mas—”
“Mas?”
“E-eu gostaria que pudéssemos sair todos juntos… eu sempre quis ir em um grande passeio em família…”
Nessas palavras finais, no quais ela acrescentou com uma voz verdadeiramente frágil que foi um pouco mais alta que um sussurro, Amane sentiu uma grande pressão em seu peito.
[Del: Apesar do drama, que legal cara, deu uma tocada imaginar os quatro saindo juntos em um parque e tals. Bacana.| Axel: “parece que começou a chover; mas coronel, não caiu nenhuma gota; Não… é chuva sim”, essa é a minha reação ao lembrar do passado da Mahiru]
Ele sabia que Mahiru tinha um relacionamento ruim com sua própria família. Amane imaginou que, para Mahiru, ser capaz de desenvolver um relacionamento com os pais dele permitiria que ela experimentasse algo que ela nunca teve com a família dela. Ele esperava que ela se sentisse assim, mas ele sabia que não era algo que ele pudesse forçar. Então, em vez disso, ele decidiu não mencionar — e apenas se concentrou em tratar Mahiru como se ela fosse parte da família dele.
“É assim mesmo? Bem, vou contar para a mãe. Embora eu esteja avisando que, se você não tiver um lugar específico em mente, minha mãe provavelmente escolherá qualquer um que ela quiser. Algum parque de diversões ou shopping, provavelmente. Se há algum lugar que você queira ir, você deve pedir, senão ela pode nos levar a alguns lugares esquisitos.”
“Heh-heh, contanto que eu vá com você e seus pais, qualquer lugar está bom.”
“Se você disser isso, minha mãe vai nos levar para algum lugar estranho…”
Mahiru sorriu alegremente com as palavras de Amane, e Amane sentiu-se silenciosamente aliviado. Então ele contou a ela sobre alguns dos estranhos destinos que eles tinham ido ao passado e arrancou ainda mais sorrisos dela.
Notas dos Tradutores/Revisores:
-DelValle: Eu cheguei a conclusão que é difícil comentar sobre cada cena romântica que essa novel tem… é provocação e flerte pra tudo quer lado kkkkk
-Yoru: Na moral… A Shihoko é uma das melhores personagens dessa obra kkkkk Ela não tem limites! Fico pensando o que aconteceria se juntasse ela e a Chitose no mesmo lugar… O caos…
-Axel: O Jevil adoraria esse caos kkkkkkkk, mas enfim, aqui vou eu explicar a questão dos chinelos e a mudança de nomes:
Originalmente, as casas japonesas tradicionais possuem um tatame como um piso da casa, e como uma forma de preservar esse piso, eles removiam os seus sapatos e chinelos para não desgastar o piso, assim como é mostrado em vários animes slice-of-life, no qual os personagens ao entrarem na casa de alguém eles removem os calçados por zelo à casa do anfitrião. Outra coisa relacionado às questões de etiqueta, é que o anfitrião sempre fica o mais longe possível da entrada ao se sentar na mesa ou semelhantes, isso vem da época das grandes famílias, no qual o líder da casa/clã evitava sentar próximo da entrada para evitar ser alvejado por flechas de uma casa rival ou então morto por um soldado inimigo que invadiu a propriedade do alvo.
Sobre a questão de mudança de nomes… isso ocorre com bastante frequência em vários lugares, um dos exemplos mais conhecidos é o dos EUA, no qual a mulher ao se casar ela ganha o sobrenome do esposo na questão de documentação, mas isso também pode ocorrer em vários países, assim como o nosso.
*ESSAS INFORMAÇÕES QUE ACABEI DE DIZER NESSE CAPÍTULO SÃO IMPRECISAS, CASO QUEIRA SABER MAIS, PESQUISE POR VONTADE PRÓPRIA.