Livreto 5.5
A Tentação do Diabinho
Por favor, não pergunte ao tradutor quando esse capítulo ocorreu, ele é inocente.
- Atenciosamente, DelValle do Valle
A mente de Amane estava num estado extremamente desorientado; ele não podia compreender o que estava acontecendo diante dele.
“…Mahiru-san, qual é o significado disso?”
Ao dizer isso, sua voz tremeu, mas o motivo era aparente. A razão era que Mahiru estava atualmente apoiada na cama de Amane, e ela estava vestindo uma roupa muito sexy.
Em circunstâncias normais, isso nunca aconteceria.
Mahiru nunca ultrapassaria seus limites e entraria no espaço privado de outra pessoa, e mesmo que o fizesse, ela teria pedido permissão antes de subir na cama dele.
Além disso, ao ir à casa de Amane, Mahiru nunca iria vestir-se de uma maneira mais leve do que o normal - não, chamar isso de 'leve' seria um eufemismo.
Naquele exato momento, Mahiru estava usando um vestido preto apoiado por alças finas amarradas em cada ombro, com ambos totalmente expostos; a nuca, decorada com uma gargantilha em formato de gravata borboleta que combinava com o vestido, era exibido da mesma maneira. Além de tudo isso, a região superior de seu farto peito estava exposta, sem dúvida sendo revelado em toda a extensão. Como seus ombros, pescoço e peito estavam todos expostos, a pele lisa e pálida dela estava claramente exposta para Amane ver.
Num momento tão importante, era inimaginável o quão ousado esse tipo de roupa era à luz de seu senso de moda habitual. Suas meias combinadas esticadas até e além dos joelhos, levando os olhos dele para sua surpreendentemente saia curta que descansava sobre suas brancas coxas pálidas, destacando sua figura. Diante de tal visão, Amane ficou ainda mais pasmo.
‘Não suporto olhar diretamente para ela’, Amane pensou, e só conseguiu virar o rosto. Ele então tentou iniciar uma conversa, apenas para receber nenhuma resposta.
E ainda por cima, Mahiru agarrou sua camisa, deixando-o sem palavras ao lado da cama, antes de encará-lo em silêncio.
Com seus glamorosos olhos cor de caramelo brilhando, Mahiru olhou para ele em uma maneira muito doce. Seu olhar de puro desejo só ajudou a fazer o coração já desorientado de Amane bater cada vez mais rápido a cada passagem de segundo.
“E-erm, Mahiru-san, o que você está fazendo aqui?”
Não apenas em seu coração, mas também de outras maneiras, Amane estava começando a perder a compostura. Ele rapidamente fez um esforço para desviar o olhar de sua aparência sedutora e atraente.
Diante do preocupado Amane, Mahiru ainda não largou a camisa. A mão dela simplesmente se afastou de seu corpo e foi para a mão dele.
Ao sentir o toque de sua pele, que era um pouco mais fria que a dele, fez o corpo de Amane tremer levemente quando ele ouviu uma leve risada.
Então, de repente, ele foi empurrado.
Perante tal desenvolvimento tão repentino, Amane não pôde reagir. No momento depois que ele caiu na cama, Mahiru, que o atraiu ali, naturalmente aconchegou-se entre seus braços.
Tudo aconteceu num piscar de olhos e Amane ficou totalmente perplexo, ainda assim, a sensação suave, fresca e pesada sobre seu corpo o tornou incapaz de responder; “Eh!?”, exceto por seu grito instintivo.
Mesmo que eles tivessem se apoiado dessa maneira antes, Mahiru nunca tinha usado um vestido com uma saia tão curta, nem tinha se agarrado a ele tão de perto a ponto de seus corpos estarem pressionados um contra o outro.
Mahiru sorriu secretamente ao ver o perplexo Amane soltar um barulho estranho enquanto seu corpo ficava tenso. Ele sentiu que o sorriso dela era tão delicado, ainda assim tão lindo; não era de forma alguma uma ilusão.
“Erm, Mahiru… O que deu em você?”
“......Você não vai me deixar aconchegar com você a menos que algo esteja errado comigo?"
“Bem, erm. Não é que você não possa… É só que isso é não tão bom, sabe?”
A insistência de Amane deveu-se em parte ao seu raciocínio em colapso, mas infelizmente, Mahiru pareceu não entender o que ele quis dizer.
E então, depois de deixar escapar um som insatisfeito, Mahiru imediatamente abraçou o braço de Amane com força, como se apoiasse todo o corpo dela contra ele, tornando a sensação suave que ele estava sentindo ainda mais evidente.
“…Então, se eu quisesse fazer isso, como você responderia?”
“Você poderia pensar em como eu estou me sentindo agora?”
“Isso não te deixa feliz?”
“Você é tão maléfica por fazer uma pergunta como essa!”
Se lhe perguntassem se ele gostou ou não, então, claro, Amane diria que ele gostou em um piscar de olhos. No final das contas, ele ainda era um homem e se sentia extremamente encantado. Ser capaz de saborear o perfume, a temperatura corporal, e a suavidade dela - tudo vindo da garota que ele gostava - era a melhor coisa que poderia acontecer com ele.
No entanto, fazer isso era o mesmo que prejudicar sua própria sanidade, então ele não poderia aceitar isso tão prontamente. Decorreu parcialmente de seu próprio constrangimento, mas mais do que isso, ele não queria perder o controle e agredi-la.
“P-Por que você está tão agarrada a mim assim?”
“. . . . . . Você realmente quer que eu explique o porquê?”
Amane sentiu-se arrependido ao ver a expressão de Mahiru. Se ele soubesse o que iria acontecer, então ele não teria feito isso.
Ela simplesmente sorriu. Não foi um sorriso feliz, nem foi um sorriso brincalhão. Ela simplesmente curvou as pontas dos lábios calmamente.
Ela exibia um elegante e glamoroso sorriso, mas era tão... inexplicavelmente atraente.
Amane exclamou inconscientemente: "Eh?"
Amane foi privado de seus próprios pensamentos; sua resistência estava enfraquecendo; seu corpo estava desistindo. Ele demorou a perceber que estava sendo empurrado por Mahiru mais uma vez, e agora ele estava preso entre ela e a cama.
Mahiru se aproximou de Amane, que estava olhando para o teto em um silencio atordoado.
Seus olhos adoradores cintilavam como se estivessem brilhando intensamente por dentro. No entanto, uma aura de compaixão poderia ser encontrada dentro deles.
“…Amane-kun, você é extremamente astuto.”
Seus dedos brancos e puros acariciaram suavemente a cabeça de Amane antes de deslizarem até suas bochechas e, finalmente, os dedos dela tocaram seus lábios.
“Você é tão astuto, então eu também tenho que ser astuta… Até eu sei como ser diabólica.”
Mahiru olhou com ternura para os lábios que não eram tão lustrosos quanto os dela e lentamente, mas seguramente, aproximou seu rosto.
À medida que seus corpos se aproximavam cada vez mais, a pele pálida e impecável exposta além dos picos gêmeos de Mahiru parecia cada vez maior. Sentindo perigo, Amane sentiu que precisava evitá-la, então ele virou as costas para ela e rolou seu corpo para o lado - imediatamente, ele sentiu sua própria visão começar a girar, e o início da tontura foi imediatamente seguido por um forte impacto que reverberou por seu corpo.
“Ai?!”
Só depois de se acalmar que ele percebeu que havia caído no chão.
Ele parecia ter rolado da cama, como era evidente pelos lençóis amassados e o relógio - geralmente na mesa de cabeceira - que havia sido vítima durante sua queda, com o ponteiro em direção para as 17h. Amane havia dado um cochilo leve, pois era feriado, mas ele dormiu demais.
A dor aguda nas costas dele deve ter resultado da queda.
Percebendo que não havia atingido o chão com o rosto, Amane suspirou em alívio e olhou para a cama; ninguém estava lá. Nada restou além de silêncio, como se não houvesse ninguém além dele desde o início.
…Então foi apenas um sonho.
Tudo se tornou fácil de aceitar quando sua mente se esclareceu.
Para ser franco, a cena de ser imobilizado por Mahiru foi apenas um sonho, ou talvez tenha sido um sonho nascido de seu desejo subconsciente.
Contudo, ter tal sonho mostrou que, no fundo, seu coração estava tentando enterrar seu desejo intenso de ‘ter a Mahiru seduzindo-o ativamente enquanto usa roupas sexy’, e Amane sentiu vergonha.
Eu reprimo tanto assim?
Ele teve um sonho semelhante de ser empurrado para baixo no passado, e aquilo fez com que ele quisesse morrer de vergonha, mas evidentemente, seu cérebro não tinha aprendido a lição.
“Amane-kun?! Eu ouvi um som bem alto!”
Enquanto Amane lamentava e rolava no chão, sua porta de repente abriu. Mahiru entrou.
Normalmente, ela não invadiria pela porta do quarto dele sem permissão, mas ela deve ter ficado preocupada depois de ouvir os som dele caindo. Mahiru entrou em seu quarto cheia de preocupação, apenas para encontrá-lo carrancudo. Ele estava deitado imóvel no chão com uma expressão conflita.
“Erm, Amane-kun. Você… caiu da cama? Você está bem?"
“…Não se importe comigo.”
“Mas parece que você está com dor.”
“Não é tanta no meu corpo, é mais a minha consciência que está sofrendo.”
"O que você quer dizer?"
"Por favor, não se importe."
Desta vez, Amane estava determinado a ficar quieto; ele não podia admitir que teve um sonho tão estranho mais uma vez.
Embora ela tivesse dúvidas e não conseguisse entender sua atitude teimosa, Mahiru julgou que ele não queria dar mais detalhes. Em vez disso, ela simplesmente soltou um suspiro modesto e estendeu a mão para ele.
Amane obedientemente agarrou a mão que lhe foi dada. Ele sentiu que ela era tão macia, tão pequena e tão pálida quanto em seu sonho, mas uma vez que foi lembrado disso, ele permaneceu em silêncio enquanto era dominado por timidez.
