Volume 11
Capítulo 2: O Dia Depois de Valentin
No dia seguinte, Amane foi para a escola com sua expressão habitual. Manteve a calma enquanto tomava café da manhã com Mahiru, sem querer demonstrar nada em seu rosto. Percebendo ou não, Mahiru não comentou nada sobre seu comportamento. De qualquer forma, Amane sentiu-se aliviado por ela não ter tocado no assunto.
Uma visão incomum o saudou ao entrar na sala de aula. Chitose havia chegado mais cedo do que de costume e estava conversando animadamente com Ayaka.
O rosto de Chitose se iluminou ao notar Amane e Mahiru entrando. Ela acenou com as mãos entusiasmada com um sorriso radiante. Ao ver sua reação animada, Amane trocou olhares com Mahiru antes de ambos soltarem uma risadinha.
“Bom dia! Então, como foram as coisas ontem?”
“Bom dia, Fujimiya-kun, Shiina-san. Vocês estão tão unidos como sempre.”
Chitose e Ayaka os cumprimentaram com sorrisos despreocupados. Mas, estranhamente, Amane tinha a incômoda sensação de que havia algo diferente em suas expressões.
“Bom dia, vocês duas,” Amane retribuiu o cumprimento. “E como assim: “como foram as coisas?” O que vocês acham que poderia ter acontecido?”
“Ah, isso é óbvio! A Mahirun se cobre toda de chocolate para seduzi-lo e...”
“...Você é idiota?”
[Kura: Por essa eu não esperava kakakaka.]
Chitose começou a manhã com um comentário tão ridículo que Amane nem tentou adoçar a resposta. Ele retrucou sem hesitar.
Mas Chitose não estava nem um pouco preocupada e simplesmente continuou sorrindo. Ao lado dela, Ayaka soltou uma risada irônica, sugerindo que, no mínimo, estava do lado de Amane.
“Como diabos você consegue pensar nessas coisas?” disse Amane, perplexo.
“O quêêêê? É um clichê comum!” brincou Chitose.
“Você tem uma imaginação fértil, Chi-chan...” comentou Ayaka.
“Simplesmente a chame de estranha por enquanto; tá tudo bem.”
“Ela é divertida... em mais de um sentido.” Ayaka sorriu sem concordar ou discordar. Ela havia desistido completamente de controlar Chitose, decidindo que tentar argumentar com ela seria perda de tempo.
“Estou começando a achar que Chitose lê muitos mangás ou revistas estranhas. Tipo, como sua mente consegue chegar nisto? Não tem como a Mahiru fazer algo assim.”
“Exatamente,” confirmou Mahiru, “por que chocolate dentre todas as coisas...? O Amane-kun não gosta muito de doces, então duvido que isso o faça feliz. Além disso, é anti-higiênico, e desperdiçar comida dificilmente é algo a ser elogiado. Eu jamais faria uma coisa dessas.”
[Kura: Concordo, deve ser algo cítrico.]
“Suas respostas sérias me fazem perceber o quão suja minha mente estava... Ai!”
“Então você percebe que ela estava suja.”
“Iik!”
[Del: A Mahiru também tem uma mente de aço né, ela aguentou a provocação e ainda mandou bala na razão. | Moon: Afinal de contas, esse anjinho também consegue ser bem endiabrado quando quer! | Kura: Bom, armas ela tem…]
Amane encarou Chitose sem expressão enquanto ela se contorcia, pressionando a mão na bochecha como se estivesse envergonhada.
“A propósito, você já comeu meus chocolates?” perguntou Chitose.
“Ainda não. Só comi os da Mahiru ontem.”
“Já imaginei. Você teria experimentado os da Mahiru primeiro, mesmo se tivesse comido os meus. A diferença de sabor teria sido brutal, então talvez seja melhor assim.”
“Certo...”
Chitose manteve uma expressão impecavelmente séria, apesar de ser a responsável por aquela suposta “diferença de sabor”. Como ele eventualmente teria que comer, Amane tinha muitas reclamações.
Apesar das piadas, Chitose não estava tentando fazer mal. Amane teria ficado chateado se ela tivesse lhe dado algo podre, mas ele sabia que era algo que ela gostava de comer, então não conseguiu ser muito duro com ela.
“...Só para ter certeza absoluta — é comestível, certo?” O puro poder destrutivo da mistura do ano passado ainda estava gravado em sua memória. Amane perguntou só para ter certeza.
Chitose estufou as bochechas, visivelmente descontente.
“Você está duvidando de mim sem parar desde ontem! Consultei a Mahirun e fiz vários testes, okay? Diminuí o sabor para você, então está totalmente comestível!” exclamou Chitose. “...O que você faria se não estivesse?”
“Eu derreteria em leite quente. Isso compensaria um pouco o sabor... espero.”
Embora Chitose tivesse recebido a aprovação de Mahiru, Amane tinha diferentes níveis de tolerância a especiarias. Se Mahiru tivesse calculado mal seus limites, o impacto seria desastroso. Se isso acontecesse, Amane queria consumi-lo de alguma forma, não importava como. No mínimo, ele esperava que ela permitisse.
Quando ele deixou claro que não tinha intenção de desperdiçá-lo, Chitose pareceu impressionada. Ela o encarou, observando sua expressão azeda.
“Então você ainda comeria tudo, é?”
“Bem, é um presente, e você tecnicamente — e eu quero dizer tecnicamente mesmo — o fez pensando em mim... Então é claro que eu comeria tudo.”
Se fosse realmente intragável, Amane não teria escolha a não ser jogar a toalha. Mas Chitose havia feito aquele chocolate especificamente para ele, com base em suas próprias preferências. Ele teria apreciado se ela tivesse diminuído um pouco o sabor, mas ainda assim estava grato e pretendia comê-lo como faria com qualquer outra coisa.
Claro, isso não significava que ele não reclamaria depois.
“É um ponto crucial, então vou repetir. É claro que eu o fiz pensando em você!”
“Você só pensou em como prejudicar minha língua, garganta e estômago, não é?”
“Ehe~”
“...Não ria disso.”
“Você sempre gostou de surpreender as pessoas, não é, Chi-chan? ...Mas a Shiina-san pode ficar brava se você provocar demais o Fujimiya-kun, sabia?” disse Ayaka.
“Está tudo bem~ a Mahirun supervisionou tudo!”
“Você não está feliz, Fujimiya-kun? Alguém estava lá para dar uma segurada na Chi-chan.”
“Pode dizer isso de novo. De qualquer forma, vou comer com calma. Se não for próprio para consumo humano, vou jogar fora e denunciar você às autoridades.”
“Eu nunca chegaria tão longe!” gritou Chitose.
“Vocês dois estão animados esta manhã, né?”
Enquanto Chitose fazia beicinho e negava a possibilidade do cenário hipotético de Amane, Itsuki entrou. O cachecol grosso em volta do pescoço escondia parte do rosto. Um sorriso fraco e malicioso surgiu em seus lábios.
No momento em que seu namorado apareceu, os olhos de Chitose brilharam de alegria. Mas pelo jeito como Itsuki entrou, Amane já podia dizer — se ela esperava reforços, estava sem sorte.
“Ikkun, o Amane está sendo muito malvado! Ele continua duvidando de mim!”
“...Isso é sobre o quê?”
“Os chocolates de ontem!”
“Certo. A gente colhe o que planta.”
Itsuki não poupou piedade com sua amada namorada. Virou-se para Amane e lançou-lhe um olhar compreensivo que dizia: “Você também está passando por maus bocados, hein?”
Amane desejou ter impedido Chitose antes que ela terminasse de fazer os chocolates.
“Você está mesmo do meu lado...?,” gritou Chitose. “Coitada de mim.”
“Desta vez, estou do lado do Amane. E isso porque eu tive que provar o que você fez.”
Itsuki, é claro, recebeu chocolates de Chitose. Mas, como ele também havia sido convocado como provador do lote que ela preparou para Amane, isso o colocava diretamente do lado de Amane. Considerando que o vocabulário de Itsuki havia sido reduzido a frases vagas como “Droga” e “Doente”, a cautela de Amane era justificada. Duvidar de Chitose era a resposta lógica.
“Vocês são tão malvados...” Chitose chorou.
“Têm certeza? Gente, quem está sendo realmente malvado aqui...?”
“A Chi.”
“A Chi-chan.”
“A Chitose-san, eu acho...”
[Moon: Combada!!! Kkkk ]
“Até a Mahirun?!” Chitose não tinha aliados.
“Eu te observei do começo ao fim, então sei exatamente o quanto você levou o sabor ao limite. Você se esforçou ao máximo, mesmo quando tentei te impedir. Não culpo o Amane-kun por desconfiar.”
“Waaah...!” Chitose gritou.
“...Bem, ainda está comestível. Pode ficar tranquilo.”
Mahiru ignorou o choro falso de Chitose e ofereceu a Amane um sorriso radiante e agradável.
Como Mahiru o tranquilizara, Amane tinha esperança de que aquilo não causasse estragos em seu estômago. Mas, no final, tudo dependia, literalmente, de quanta pimenta Chitose decidira adicionar.
“Você comeu como se não fosse nada, Mahirun.”
“Tenho uma tolerância bastante alta e gosto de comida apimentada. Mas, como o Amane-kun não gosta muito de pimenta, imagino que será um desafio para ele.”
“Certo... Um presente de Dia dos Namorados que dá medo de comer? Que tipo de acordo é esse...? Mahiru, fique ao meu lado quando eu experimentar, okay?”
“Vou preparar um pouco de leite. Você deveria tomar iogurte primeiro para proteger a mucosa do seu estômago.”
“Estou me sentindo muito mais nervoso agora...”
O fato de agora ter que se preocupar com a possibilidade de danificar seu estômago encheu Amane de pavor. Mas ele não podia voltar atrás agora. Ele decidiu comprar alguns laticínios no caminho para casa para se preparar para o pior.
Adicionando leite e iogurte à sua lista mental de compras para depois do turno, esfregou distraidamente a barriga. Chitose murmurou: “Você não precisa ser tão cauteloso...” mas ele a ignorou, indo até o armário para guardar o casaco.
Só de imaginar isso fez seu estômago arder. Assim que suspirou e tirou o casaco, cruzou os olhos com Hibiya e Konishi, que tinham acabado de chegar.
“Bom dia,” cumprimentou Amane.
“Bom dia, Fujimiya-kun.”
“B-bom dia...”
Eles trocaram cumprimentos matinais como sempre.
Amane era reservado, mas não tinha problema em cumprimentar ou bater papo com os colegas quando os encontrava. Não importava quem fossem.
Amane cumprimentou Hibiya e Konishi da maneira mais normal possível e, exceto pelos olhos vermelhos de Konishi, elas responderam como sempre. Amane percebeu isso, mas não tocou no assunto. Em vez disso, acenou casualmente e se virou para o armário, enquanto se distraía da dor surda em seu coração.
Ninguém ia mencionar o que havia acontecido ontem. Principalmente Konishi, embora ela parecesse mais nervosa do que o normal. Hibiya também pareceu notar, mas não disse nada. Ela cutucou suavemente o ombro de Konishi, incitando-a a ir em direção à sala de aula.
Amane se lembrou do tom de Hibiya, porém hesitante, ontem. Ele imaginou que ela já devia saber dos sentimentos de Konishi por ele. Elas eram amigas próximas, então não seria surpresa se tivessem conversado uma ou duas vezes sobre isso. Se fosse esse o caso, Hibiya certamente guardaria rancor dele pelo resultado, mas não havia nada. Ela não exigiu explicações nem o repreendeu. Observou em silêncio, sem nenhum traço de acusação na expressão.
O silêncio delas fez Amane se sentir ainda mais culpado. Passaram por ele como se nada tivesse acontecido. Sem tensão, sem constrangimento.
Amane apertou os lábios por um momento, depois dobrou o casaco e o guardou no armário.
✧ ₊ ✦ ₊ ✧
Amane, Itsuki e Yuuta estavam almoçando juntos na sala de aula. Cada um tinha seu próprio bento caseiro.
Por mais que apreciasse os almoços de Mahiru, Amane cozinhava para si mesmo muito bem. Ele não conseguia se convencer a depender dela o tempo todo.
Então, hoje, ele fez o seu próprio.
Mahiru queria fazer um para ele, como sempre, mas Amane achou que seria egoísmo demais pedir que ela preparasse o almoço depois do elaborado jantar de Dia dos Namorados.
Quanto a Mahiru, ela tinha ido ao refeitório com Chitose e Ayaka.
Amane também tinha feito seu bento (embora incluísse alguns dos acompanhamentos que ela havia preparado com antecedência), que provavelmente estava comendo agora.
Ainda assim, ele sentia que as meninas falariam sobre como tinha sido o Dia dos Namorados ou como ele tinha conseguido preparar o almoço dela. Só de pensar nisso, seu estômago doía um pouco.
“Cara, olha só quantos casais novos,” comentou Itsuki, pensativo, enquanto abria o plástico de um bolinho de arroz comprado na loja. Ele tinha preguiça de cozinhar algo sozinho.
De fato, Amane notou que muitos colegas de classe haviam se tornado visivelmente mais próximos depois do Dia dos Namorados. Mesmo uma rápida olhada para o corredor revelava muito mais casais caminhando juntos do que antes. Mesmo alguém tão obtuso quanto ele não conseguia deixar de notar a atmosfera doce, quase eufórica ao seu redor. O Dia dos Namorados realmente tinha um jeito extraordinário de unir as pessoas.
“O Dia dos Namorados foi ontem mesmo. Aposto que houve muitos altos e baixos acontecendo em lugares que não conseguimos ver. É mais fácil notar a mudança naqueles para quem as coisas deram certo, só isso,” refletiu Yuuta.
“...Você não se interessa por esse tipo de coisa, Kadowaki?” perguntou Amane.
“Estou muito ocupado com atletismo agora e, honestamente, não sinto vontade de nada parecido no momento. Também temos vestibulares chegando, então simplesmente não tenho tempo para isso.”

O sempre disciplinado Yuuta balançou a cabeça.
Entre os três e até mesmo entre a escola inteira, Yuuta era de longe o cara mais popular. E, no entanto, romance não estava em sua mente naquele momento.
Se os garotos em choque, que praticamente derramavam lágrimas de sangue por sua popularidade — ou as garotas que tinham sentimentos por ele — por acaso ouvissem isso, um coro de gritos angustiados sem dúvida ecoaria pela sala de aula. Mas, como eles mantiveram a voz baixa, o resto da turma permaneceu alegremente alheio, distraídos demais em suas refeições para perceber.
“Sinto-me lisonjeado que as pessoas tenham sentimentos por mim, mas me sinto mal por não poder retribuir. Tenho que recusá-las, e a culpa me acompanha.”
Amane só havia rejeitado alguém uma vez, e isso já o havia afetado. Enquanto isso, Yuuta havia passado por esse processo mais vezes do que conseguia contar. Quão forte ele devia ter se tornado para manter a compostura, nunca deixando que as pessoas ao seu redor percebessem seu estresse?
Se Amane se sentiu culpado depois de vivenciar isso apenas uma vez, então Yuuta devia estar lidando com um sentimento muito mais devastador.
“Você realmente passa por momentos difíceis o tempo todo, Kadowaki,” disse Amane.
“Sim, quer dizer, eu estaria mentindo se dissesse que não foi difícil... mas, a essa altura, é apenas parte da vida.”
“Então você se tornou insensível a isso.”
“Eu sei que dizer que me acostumei pode não cair bem para alguns, mas... é verdade, me acostumei a receber confissões. É assim desde que eu era criança.”
“É, você nunca deixou de ser popular...” Morando no mesmo distrito escolar desde crianças, Itsuki se lembrou do passado de Yuuta e fez uma careta. “Era ainda pior naquela época. Crianças não conseguem controlar suas emoções, então as coisas ficaram complicadas rápido.”
É... deve ter sido horrível.
Amane se sentiu enjoado só de imaginar.
“Já recusei tantas confissões que algumas garotas confessam esperando que eu as rejeite. Costumo dizer a elas, meio sinceramente, meio formalmente, que quero me concentrar nas atividades do meu clube, e elas aceitam o motivo.”
“Meio sinceramente?”
“...Sinceramente, cara, quando tantas pessoas gostam de você, deixa de ser lisonjeiro e se torna opressor. É só... coisa demais para lidar.”
“Ahh...”
Amane não conseguia se identificar, mas ainda achava a perspectiva intimidante. Deve ter sido muito pior para Yuuta, que estava realmente passando por isso.
As coisas melhoraram um pouco ultimamente, mas, no passado, era normal que ele se sentisse sobrecarregado em eventos da escola. Yuuta devia estar exausto de ter tantas pessoas ao seu redor o tempo todo. Além disso, ele precisava ter cuidado para não se deixar levar por aquelas que tinham sentimentos por ele.
Diante de tudo isso, Amane dificilmente poderia culpá-lo por desabafar suas frustrações.
“Quando alguém se impõe demais, eu instintivamente me torno cauteloso... Preciso. Se eu demonstrar qualquer tipo de fraqueza, sempre há o risco de que distorçam a situação a seu favor e espalhem boatos estranhos sobre mim.”
“Isso por experiência própria?” perguntou Amane.
(Itsuki) “É, isso realmente acontecia no ensino fundamental.”
“Pare. Não me lembre disso, Itsuki.”
Yuuta estremeceu fisicamente e largou seus hashis.
Amane não pôde deixar de simpatizar com ele.
“Mais uma coisa... quando você se acostuma com as pessoas gostando de você, é fácil começar a não dar valor a isso. Eu me preocupo que um dia eu possa me transformar em algum idiota arrogante que se acha especial. Então, eu constantemente me questiono para ter certeza de não ficar muito convencido.”
“Você tem muita coisa para fazer... Você precisa ser cauteloso para não tropeçar, mas, ao mesmo tempo, precisa ser cuidadoso para não acabar isolado.”
“Felizmente, tenho muitos amigos gentis. Nada parecido aconteceu ainda. Mas sempre preciso estar atento a como me comporto e onde estou.”
Yuuta sempre ostentava um sorriso gentil e atencioso. Mas, por baixo disso, sentia-se cansado de se preocupar com as pessoas ao seu redor.
Não importa o quão talentoso, atencioso ou bonito alguém fosse, sempre haveria pessoas que não gostavam dele. E se tivessem a chance, alguns até tentariam derrubá-lo. Amane entendia isso muito bem depois de ver Mahiru enfrentar as mesmas dificuldades.
[Del: "Sério. Ela é uma puxa-saco.” … Mahiru não parecia pensar em nada disso e manteve sua expressão calma e habitual, como se estivesse acostumada a tal tratamento. - Cap 11, Vol 4.]
O fato de Yuuta e Mahiru nunca deixarem suas batalhas transparecerem tornava sua compostura ainda mais impressionante.
“Por enquanto, acho que todos sabem que não vou namorar ninguém. Estou tão ocupado com as atividades do clube que, honestamente, não tenho tempo para isso.”
“Como esperado do capitão e ás do clube. Você é dedicado.”
“Haha, eu não sou tão impressionante assim.”
Yuuta pode ser humilde, mas ele conseguiu algo que Amane jamais poderia esperar imitar.
Como capitão do clube, ele supervisionava a equipe enquanto se esforçava para melhorar. Ele sempre apresentava resultados de alto nível nas competições, sem negligenciar seus estudos. Ele era a própria definição de um aluno exemplar que se destacava tanto nos esportes quanto nos estudos.
Amane não tinha interesse em esportes competitivos, então não conseguia avaliar completamente o quão impressionantes eram as conquistas de Yuuta. Mas sabia que Yuuta havia aparecido no jornal da escola várias vezes.
“...Ei, só para confirmar... você não está planejando namorar ninguém agora, certo? Afinal—” perguntou Amane.
“Sim, não estou.”
Yuuta assentiu imediatamente, mas Amane não havia terminado.
“Então...” ele continuou, expressando sua preocupação, “elas não virão em massa quando você se aposentar das atividades do clube neste verão?”
Yuuta vinha rejeitando garotas com uma desculpa educada que não deixava ressentimentos: “Quero me concentrar nas minhas atividades do clube.” Mas, olhando de outra forma, ele não estava deixando a porta aberta para o próximo ano? Depois que ele se aposentar do clube, o que impedia aquelas que estavam esperando nos bastidores de fazerem outro movimento?
Yuuta era uma pessoa genuinamente gentil, mas sua abordagem suave para rejeitar pessoas poderia voltar para prejudicá-lo. Mesmo o menor resquício de esperança poderia ser suficiente para que alguns o procurassem novamente na esperança de conquistá-lo.
Os olhos de Yuuta se moveram nervosamente quando ele percebeu aonde Amane queria chegar. Ele já estava imaginando o inevitável.
Vendo sua reação, Itsuki suspirou, igualmente exasperado e compreensivo.
“Você é muito mole, cara.”
“É, sério...” acrescentou Amane. “Qual é o seu plano aqui?”
“U-uh... bem, eu ainda não vou namorar ninguém. Eu acho. Pelo menos por enquanto, foi o que eu decidi.”
Como esperado, Yuuta não se mexeu. Ele falou com firme convicção, mesmo com o sorriso tenso.
“Já consigo imaginar o caos.”
“Essa é a única coisa em que não vou abrir mão. Se eu namorar alguém, quero que nosso amor seja mútuo. Não posso simplesmente concordar com uma confissão por impulso. Seria desrespeitoso escolher uma garota de uma lista de confessoras. Quero encontrar minha parceira por minha conta.”
“É... Parece algo que você diria, Yuuta.”
“E, além disso, digamos que eu acabe gostando de alguém. Há uma chance de as pessoas direcionarem seu ressentimento para essa pessoa... Por causa disso, não posso nem demonstrar meus sentimentos,” murmurou Yuuta com um pequeno sorriso solitário.
Amane entendeu exatamente o que ele queria dizer. No caso dele, ele já tinha sido o alvo.
Quando Mahiru, uma garota super popular, confessou abertamente que ele era alguém importante para ela, muitos alunos se incomodaram. Depois que começaram a namorar oficialmente, ele teve que lidar com a intromissão de estranhos aleatórios, comentários sarcásticos e até ataques verbais diretos.
Amane já previra isso e não deixou que isso o incomodasse. Mas Mahiru, por outro lado, levou isso a sério, e houve momentos em que realmente a afetou. Eventualmente, para o bem ou para o mal, ela se acostumou. Ela finalmente encontrou sua própria maneira de lidar com isso: ignorando os comentários com um sorriso gracioso e pressionando-os para mantê-los sob controle.
Ao se manterem firmes juntos e lidarem com as coisas com confiança, eles gradualmente conquistaram reconhecimento. Agora, as pessoas desistiram e aceitaram que o relacionamento deles veio para ficar.
“As pessoas podem ser assustadoras. Individualmente, podem parecer pessoas comuns e razoáveis. Mas quando se unem, isso pode mudar. Alguém que de outra forma não seria, pode se tornar um valentão só porque todos os outros estão fazendo o mesmo. Se isso acontecesse, e a pessoa que eu amo se machucasse por causa disso... eu não seria capaz de me perdoar. Você entende o que eu quero dizer. Certo, Itsuki?”
“...Sim. Eu entendo.”
[Del: Aiai, tocou na ferida (o contexto está no Vol 5.5) | Moon: Aiai, ainda sinto pena, mas não era pra ser.]
Itsuki assentiu com uma expressão azeda no rosto. Ele teve uma experiência semelhante no passado.
“Não quero que minha parceira sofra ataques por minha causa... Então, duvido que eu buscaria um relacionamento até ter certeza de que tenho tudo sob controle.”
“Você também merece ser feliz, Yuuta.”
“Fico feliz que pense assim. Farei o meu melhor do meu jeito.”
“Tenho quase certeza de que você não é o problema.”
“Mas a única coisa que posso mudar sou eu mesmo. Não há mais nada que eu possa fazer. Momentos como este me fazem desejar ter o poder de lidar melhor com as coisas.”
“Você busca... poder...?”
“Sim, mas você pode me dar, Itsuki?”
“Nuh-uh.”
“Mano, pelo menos me diga: ‘Eu te darei!’”
Yuuta riu, sem demonstrar nenhum sinal de desânimo.
Aliviado, Amane se juntou à plateia e brincou: “Não faça promessas que não pode cumprir,” rindo para aliviar o clima um pouco sombrio.
-DelValle: Essa última frase do Amane me lembrou a Cortana de Halo (e o final de halo 4…). Curiosidades a parte, o nome de uma das minhas facas é Cortana, uma ótima companheira e é linda.
Mas enfim. Concordo, eu acharia legal uma boa pro Yuuta, ele é um cara bacana. Torcemos.
-Moonlakgil: Se quiser Yuuta, eu tô disponível! Brincadeiras à parte, eu entendo meu garoto, realmente é complicado correlacionar tudo de uma vez, e aceitar alguém apenas por aceitar seria injusto para o(a) parceiro(a) também. O amor deve ser mútuo. Boa sorte Yuuta. Torcemos.
-Kurayami: Sabe Yuuta, eu posso tentar marcar um encontro entre você e a Moonm… Mas bem, me identifiquei com você nesse capítulo. Às vezes você só quer seguir no seu objetivo tranquilamente, e um relacionamento acaba - querendo ou não - se tornando um peso. Então ele só vale a pena se for mútuo, e se você realmente quer aquela pessoa na sua vida.
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