O Anjo da Porta ao Lado Me Mima Demais Japonesa

Tradução: DelValle

Revisão: Mon, Kurayami


Volume 11

Capítulo 3: O Amor tem Muitas Formas

“Diga-me, meu jovem... Você teve um Dia dos Namorados esplêndido?”

   Quando Amane entrou no café, Miyamoto o cumprimentou com essa pergunta e um sorriso provocador.

   Como Amane não havia trabalhado no Dia dos Namorados, ele estava trabalhado no dia seguinte para compensar. Ele já esperava ser provocado por isso, então conseguiu evitar que sua expressão se contraísse.

   A maioria de seus colegas de trabalho que tinham parceiros havia tirado o dia de folga, e o café conseguiu se manter à tona graças a Miyamoto cobrindo seus turnos. Amane certamente estava grato por isso, mas não sentia o mesmo em relação às provocações.

“Que tipo de personagem você deveria ser? Você ainda é bem jovem, Miyamoto-san.”

“Não consigo mais competir com a juventude de um colegial.”

“Como assim...? Você mal tem vinte e poucos anos.”

   Enquanto Amane verificava a tela de pedidos para garantir que nada havia chegado, ele murmurou: “Bem, eu diria que tive um Dia dos Namorados bastante satisfatório.”

   Ele vislumbrou a expressão aliviada de Miyamoto pelo canto do olho.

   A loja não estava muito cheia hoje, então eles tinham um cantinho para conversar. Ontem tinha sido diferente — o Dia dos Namorados estava lotado.

   Pouco antes do turno de Amane começar, Minase, que acabara de bater o ponto, suspirou no vestiário, murmurando: “Ontem foi brutal,” enquanto lhe lançava um olhar levemente ressentido.

“Que bom ouvir isso. Drama de Dia dos Namorados não é exatamente raro...”

“Dá para perceber só de observar meus amigos, mas... a julgar pelo que você disse isso, é por experiência própria?”

   Miyamoto parecia um tanto melancólico, como se já tivesse passado por isso antes.

     O que aconteceu exatamente...?

   Enquanto Amane olhava para Miyamoto, que parecia ainda mais abatido, Oohashi retornou após se despedir de um cliente. Ela deu de ombros exageradamente.

“Até o Daichi é bem popular com as garotas, acredite ou não. Até o Daichi,” comentou Oohashi, enfatizando deliberadamente a última parte.

   Sua frase foi um tanto áspera, mas se Oohashi disse isso, provavelmente era verdade — ela conhecia Miyamoto há anos.

   Miyamoto fez uma careta e lançou-lhe um olhar irritado, mas Oohashi permaneceu completamente imperturbável, agindo como se não tivesse dito uma palavra.

“Como assim, até eu?”

“Você tem um rosto bonito, mas sua personalidade? É, não tão boa. Você é tão desrespeitoso.”

“Não me lembro de ter sido desrespeitoso com ninguém além de você.”

“Nossa. Você é o pior.”

[Del: Óh, visual dos 2. E o Amane exasperado ali atrás kkkkk. | Moon: FINALMENTE!! MEU CASAL AI Ó!! (Meus lindinhos que não se assumem) | Kura: Finalmente kakakaka, graças a Deus! A curiosidade já me furava à um bom tempo. | Del: Agora falta o coitado do Souji kk.]

“O verdadeiro problema aqui é que você sempre me desrespeita primeiro,” alegou Miyamoto.

“Eu não. Que grosseria! Não é, Fujimiya-chan?”

“...Sem comentários.”

“Por que!?”

   Na verdade, eles estavam apenas brigando um com o outro. Estavam mais desabafando do que discutindo, então nenhum dos dois tinha culpa. Mas se Amane apontasse isso, era óbvio que só pioraria as coisas.

   Amane gostava de Miyamoto e Oohashi como seus veteranos, mas não havia a mínima chance de se envolver no que quase certamente se transformaria em uma briga de namorados. Na verdade, ele queria dizer a eles para o deixarem fora disso. Não que pudesse, lembrando.

   Amane fechou os lábios como um molusco, determinado a permanecer em silêncio e evitar ser pego no fogo cruzado. Por algum motivo, Miyamoto interpretou seu silêncio como um sinal de concordância e abriu um sorriso triunfante, parecendo estranhamente satisfeito.

“Viu? Até o nosso kouhai pensa assim.”

“Miyamoto-san, por favor, não distorça minha reação para provar seu ponto. Não tenho nada a dizer a nenhum de vocês. Além disso, vocês estão ficando um pouco barulhentos, então, por favor, falem baixo.”

   Eles estavam discutindo em voz baixa, mas os clientes começariam a ouvir se falassem mais alto. Levando um dedo aos lábios, Amane soltou um ‘shh’ baixinho.

   Aquele simples gesto os silenciou instantaneamente. Grato por ainda terem bom senso o suficiente para manter as coisas sob controle, Amane desviou o olhar para o corredor dos funcionários.

“Eu entendo que vocês dois se sentem confortáveis ​​o suficiente um com o outro para não se conterem, mas por enquanto, por favor, se contenham. Se realmente precisarem continuar, por favor, levem isso para a sala de descanso e se soltem. No entanto, não me responsabilizo se a proprietária estiver observando das sombras.”

[Kura: Oloco, Amane fez algo insano.]

“Tudo bem, tudo bem, entendi. Desculpe, essa é por nossa conta. Vamos nos comportar.”

   A ideia de discutir — de brincadeira ou não — sob o olhar atento de Fumika era demais para Miyamoto. Ele foi o primeiro a se desculpar.

   Amane sorriu. Então ele não estava realmente bravo em primeiro lugar, né?

   Oohashi também parou de discutir. Ela encolheu os ombros e soltou um “Descuuulpaaa!” sem muita convicção.

   Amane deu de ombros, aliviada por a situação ter se resolvido.

 

 

✧ ₊ ✦ ₊ ✧

 

 

“A propósito, Miyamoto-san, o que você recebeu de Oohashi-san?”

   À medida que o horário de fechamento se aproximava e Amane terminava suas tarefas, ele abriu a porta do vestiário, pronto para se trocar e ir para casa. Mas, naquele momento, um pensamento lhe ocorreu, e ele decidiu perguntar a Miyamoto sobre isso.

   Um pouco antes, a caminho do vestiário, Oohashi havia entregado a Amane um chocolate de Dia dos Namorados atrasado. Seu coração quase parou por um segundo — ela o havia dado bem na frente de Miyamoto.

   Mas, no momento em que viu o que era, soltou um suspiro silencioso de alívio. Era um best-seller de longa data: uma barra de chocolate barata que mal custava trinta ienes. Oohashi sorriu: “Estou sem dinheiro agora, desculpe!”

   Ontem, Miyamoto e Oohashi estavam de plantão. Quando Miyamoto resmungou que não era justo dar chocolate para Amane, Oohashi imediatamente disse: “Eu te dei o seu ontem, não dei?” — o que confirmou que Miyamoto também havia ganhado.

   O que despertou a curiosidade de Amane agora era Miyamoto. Claro, ele havia provocado Amane antes, mas como tinha sido o Dia dos Namorados dele?

   Amane perguntou casualmente a Miyamoto enquanto guardava o chocolate na sacola.

“Droga, você tinha que tocar nesse assunto...” murmurou Miyamoto, ríspido, mas não irritado. Na verdade, ele pareceu um pouco sem graça ou relutante em responder.

“Ela jogou Black Thunders embalados individualmente em mim.”

“Não é tão ruim assim, né?” respondeu Amane. “Eles são saborosos e até um pouco sofisticados.”

“É, mas quem joga eles em alguém?”

   Miyamoto parecia completamente sem graça, mas era fácil imaginar Oohashi casualmente jogando os chocolates em sua direção. A imagem mental fez Amane rir — apenas para ser recebido com um olhar penetrante de Miyamoto.

“Você está rindo como se não fosse da sua conta.”

“Mas você não os odeia, né?”

“Eu odeio como levei um chocolate na cara.”

“E os chocolates?”

“...Sem comentários.”

“Uh-huh.”

   Amane tinha ignorado as coisas da mesma forma no início do seu turno, então não estava em posição de pressionar Miyamoto agora. E se Miyamoto não quisesse admitir nada, tudo bem. Amane não era indelicado o suficiente para insistir.

   Amane assentiu e dobrou o avental casualmente.

“Você não é nada fofo.”

“Isso não é novidade.”

   Amane riu baixinho, imaginando como Miyamoto o achara fofo. Em resposta, Miyamoto estalou a língua alto o suficiente para ouvir, fazendo Amane rir ainda mais.

   Apesar de todos os seus resmungos, a reação de Miyamoto deixou evidente que ele estava realmente feliz em receber chocolate de Oohashi.

   Ainda achando graça, Amane vestiu seu blazer. Miyamoto murmurou baixinho enquanto tirava a gravata e a jogava no armário sem muito cuidado. Mas não havia nenhuma frustração real por trás disso.

   Acho que agora é uma hora tão boa quanto qualquer outra... pensou Amane, voltando-se para Miyamoto.

“Gostaria de te perguntar uma coisa, Miyamoto-san.”

   Havia algo que Amane queria ouvir dele hoje. “Por que você ficou tão sério?”

   Percebendo que a expressão de Amane estava mais séria do que o normal, Miyamoto ajeitou as roupas e se virou para encará-lo.

“Pelo que a Oohashi-san disse, parece que você é bem popular com as mulheres,” começou Amane.

“O quê? Você não consegue perceber só de olhar para mim?”

“Não, eu já imaginava. Contanto que você não aja como age com a Oohashi-san na frente de todo mundo, você passa a impressão de ser um cara confiável e tranquilo.”

“Isso deveria ser um elogio?”

“Sim, mas eu não estava elogiando como você trata a Oohashi-san.”

“Tanto faz.”

     Esse cara nunca é honesto quando se trata da Oohashi-san, hein...

   O pensamento cruzou a mente de Amane novamente enquanto observava Miyamoto o olhar cautelosamente, sentindo claramente que esse não era o verdadeiro motivo da pergunta. Amane riu baixinho.

“E daí? Do que se trata?”

“...Bem, antes de prosseguirmos, eu só quero confirmar uma coisa primeiro. Tudo bem?”

“Confirmar o quê?”

“A coisa toda... você Miyamoto-san tem uma queda por conversas com a Oohashi-san.”

   Pela segunda vez hoje, Miyamoto estalou a língua para ele. Mas Amane não recuou.

“Você poderia não fazer isso? Eu entendo que isso provavelmente não é algo que você queira discutir.”

“...E daí?”

“Se for difícil responder, você não precisa. Mas...” Amane fez uma pausa e continuou. “Uhm, quando alguém confessava seus sentimentos para você... como você reagia?”

   Yuuta provavelmente tinha mais experiência entre todos que Amane conhecia, se fosse apenas sobre rejeitar alguém. Mas, se pudesse evitar, Amane não queria pedir esse tipo de conselho a Yuuta — ou mesmo a Itsuki.

   Miyamoto podia falar sem rodeios e agir como se não se importasse, mas, de acordo com algo que Souji havia deixado escapar, ele nutria sentimentos por Oohashi há muito tempo. Nesse sentido, sua situação parecia a mais próxima da de Amane. Era por isso que Amane queria ouvir isso dele.

   Miyamoto não ignorou nem fez piada com a pergunta repentina de Amane.

   Ele piscou algumas vezes e então soltou um suspiro lento e silencioso.

“Eu só pedia ‘desculpa’ e recusava normalmente... Espera, você achou mesmo que eu era do tipo que namora alguém de quem nem gosto?”

“De jeito nenhum. É que... bem, até eu percebo que você deve ser popular. Imaginei que isso devia acontecer com você com frequência, e me perguntei se alguma vez te afetou.”

“...E então, Fujimiya? Confessaram a você, você recusou e agora se sente culpado por isso?”

   Miyamoto havia percebido o que Amane queria dizer. Ele observou Amane ficar tenso com um sorriso amargo. O silêncio que se seguiu foi toda a confirmação de que ele precisava.

“Você é sério demais para o seu próprio bem, cara,” murmurou Miyamoto, franzindo levemente as sobrancelhas. Mas não havia provocação em sua voz.

“Bem, acho que esse é um dos seus pontos positivos. Mesmo assim, devo dizer que estou mais surpreso por isso não ter acontecido com você até agora.”

“Bem, isso é porque... antes de conhecer minha namorada, eu era apenas um cara sombrio que não queria lidar com as pessoas. Coisas como ser querido ou algo assim nunca me passaram pela cabeça. Mas mesmo depois que mudei e comecei a namorar ela, todos ao nosso redor pareciam saber que eu era completamente dedicado a ela... Acho que isso transparecia, então ninguém realmente tentou se intrometer entre nós.”

“Sério!? Cara, eu adoraria ver você agindo todo meigo.”

“E-eu realmente não quero que você veja isso...”

“Então, pelo que entendi... alguém se confessou para você mesmo sabendo que você já tinha um compromisso. Você recusou, mas isso ainda te incomoda.”

“...Isso, é mais ou menos isso.”

“Bem, era óbvio que você recusaria, então não havia mais nada que você pudesse ter feito.”

“Verdade. Aceitar nem era uma opção. Isso teria sido uma traição à minha namorada, e honestamente... meu coração é completamente dela. Não importa o que acontecesse, eu nunca diria sim.”

[Moon: Exatamente! É bem assim que deve ser… Mas isso foi muito lindo de ouvir, grande Amane-chan]

   Isso nunca mudaria, não importa quem pedisse ou quando.

   Todos sabiam que Amane jamais escolheria outra pessoa além de Mahiru. Seus sentimentos por ela haviam se tornado tão profundos, intrínsecos, tão firmes e sólidos, que ele podia dizer isso sem hesitar. Mesmo que alguém chorasse e implorasse na frente dele, não mudaria nada.

   Ele jamais escolheria outra pessoa.

   Ainda assim, não conseguia evitar o sentimento de culpa por magoar alguém ao rejeitá-la. Essa culpa era simplesmente a consequência natural de sua própria decisão. Ele nunca havia considerado aceitar a confissão, mas se preparara para a dor que vinha ao dizer não.

   Incapaz de expressar esse peso em palavras, Amane se voltou para Miyamoto, na esperança de ouvir alguém que já tivesse passado por aquilo antes.

   Miyamoto estreitou os olhos ligeiramente e soltou um suspiro baixo. “Então é aí que você deve parar de pensar nisso. Sentir-se culpado no momento é natural, mas você não pode deixar que isso te assombre para sempre.”

   Suas palavras eram suaves, mas carregavam uma agudeza cortante o suficiente para cortar o ar.

“Já vi minha cota de relacionamentos se desenrolarem ao meu redor,” começou Miyamoto. “E pelo que percebo, o tipo de garota que se apaixonaria por alguém como você, Fujimiya... provavelmente é o tipo quieto e perspicaz. Alguém que percebe as pequenas coisas. Uma garota que procura algo real, não algo casual.” Ele deu de ombros casualmente. “É só a minha opinião. Parece certo?”

“...Sim, parece,” admitiu Amane.

“Esse tipo de garota...” Miyamoto continuou, “e isso é só o meu palpite — mas você não acha que ela acabaria se culpando se soubesse que você está se sentindo culpado? Assim como você se sente mal por rejeitá-la, ela provavelmente pensaria: A culpa é minha por ter confessado a ele, para começo de conversa.”

“Isso...”

“Você não tinha intenção de aceitar, e isso não vai mudar. Mas se continuar remoendo isso, não estará sendo injusto apenas com aquela garota — estará sendo injusto com a sua namorada também.”

“...Sim. Você tem razão.”

“Sem querer ser duro,” disse Miyamoto, sem rodeios, “mas se o cara que a rejeitou continuar remoendo, a garota não consegue seguir em frente. Ela confessou que quer encontrar um encerramento. E se você não deixar para lá, a sua suposta ‘gentileza’ pode se transformar em egoísmo.” Ele fez uma pausa por um segundo antes de concluir: “Dependendo da situação, a gentileza pode ser tão afiada quanto uma lâmina.”

[Moon: A dor mental é sempre pior que a dor física, pois te destrói de dentro para fora e você só percebe no estado crítico!]

   Fiel às suas palavras, a gentileza de Miyamoto cortou a escuridão que nublava o coração de Amane como uma lâmina afiada. Amane entendeu que não era para machucá-lo, mas para esculpir a hesitação que o oprimia.

   Era um tipo diferente de gentileza da sua. Uma que não machucava os outros sem perceber.

   Amane mordeu o lábio, o leve gosto de ferro se espalhando por sua língua. Mas comparado à dor que ele, sem saber, causara à garota que rejeitara, isso não era nada. Ele engoliu sem reclamar.

“...Não estou dizendo para você se culpar por isso. Só estou dizendo para dar um passo para trás e refletir um pouco. Você é muito duro consigo mesmo, sabia?”

“Acabei de perceber que acabei machucando elas duas vezes, só isso.”

“Ugh! É exatamente isso que eu quero dizer!”

   Miyamoto passou a mão pelo cabelo bem penteado, bagunçando-o sem pensar duas vezes, e soltou um suspiro exagerado e pesado.

“No amor, quando as coisas correm bem, essa é a exceção — não há regra. Você tem que aceitar que, às vezes, simplesmente não dá certo. A felicidade de uma pessoa vem à custa da dor de outra, e em algum momento, você tem que fazer as pazes com isso. Viva o suficiente e você perceberá que a vida nunca acontece exatamente como você quer.”

“...Você parece muito bom em compartimentar esse tipo de coisa, Miyamoto-san.”

“No meu caso, não sou tão gentil quanto você, Fujimiya. E, honestamente, não me importo tanto com os outros, para começar. Não posso me dar ao luxo de me envolver tanto. Se não estou planejando assumir a responsabilidade pela vida de outra pessoa, não adianta ficar remoendo isso depois de recusá-la. Não quero dar falsas esperanças a ela. No fim das contas, ela é apenas mais uma pessoa vivendo a própria vida. Você precisa encontrar um jeito de se conformar com isso.”

   A habilidade de Miyamoto de mudar de rumo era algo que faltava a Amane. E algo que ele sabia que provavelmente deveria aprender.

   Amane não era um idealista. Ele não acreditava em gentileza pela gentileza. Ele valorizava as pessoas mais próximas acima de conhecidos casuais, e entendia a diferença.

   Mas quando ele estava no limite — quando estava entre a cruz e a espada — traçar uma linha fria entre seus entes queridos e todos os outros não era fácil... Ele hesitava em empurrar as pessoas para fora dos limites de seus cuidados, descartá-las como apenas mais uma pessoa sem nenhum vínculo real com ele.

   Esse tipo de distinção nunca era natural.

   Mas agora, ele entendia. Sua bondade indiferente — sua relutância em estabelecer limites — poderia acabar machucando os outros.

   Isso estava claro para ele agora.

   Claro, entender isso não significava que ele poderia mudar imediatamente.

   Amane não era tão decisivo.

   Mesmo assim, ficar remoendo isso não fará bem a nenhum de nós. Amane se lembrou dessa verdade e assentiu resolutamente.

“Além disso, acho que tive que me acostumar a deixar as coisas passarem. Quer dizer, ela está sempre pulando de um cara para o outro, então não adianta ficar se preocupando com cada coisinha.”

   Miyamoto resmungou as palavras como se tivesse pensado depois.

   Amane piscou surpreso e então estreitou os olhos para ele.

   Miyamoto, visivelmente desconfortável, desviou o olhar. “Contanto que eu seja o único com ela no final, é tudo o que importa.”

“Isso sim é amor verdadeiro.”

“Cale a boca.”

   Miyamoto provavelmente passara anos observando Oohashi silenciosamente à sua maneira, engolindo mais do que sua cota de pílulas amargas. E ainda assim, ele se manteve firme — sem nunca abrir mão de seus sentimentos.

   Aquela devoção inabalável era deslumbrante por si só, e Amane se viu sorrindo suavemente.

[Kura: Para quem achava o Amane demorado, lhes apresento o Miyamoto-san.]

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