O Anjo da Porta ao Lado Me Mima Demais Japonesa

Tradução: DelValle

Revisão: Mon, Kurayami, Jeff


Volume 11

Capítulo 10: Chegada da Primavera e Sinais de uma Tempestade Iminente

   Tirando a inesperada onda de desculpas de Oohashi, nada de mais aconteceu depois do White Day. Era hora da cerimônia de encerramento da escola deste ano.

   Tecnicamente, eles ainda eram do segundo ano até o início oficial do novo ano letivo, mas já parecia que aquele capítulo havia terminado.

“Por que sempre eu...?”

   Itsuki cometeu o erro clássico de estudante de cochilar durante o longo discurso do diretor, apenas para ser pego pelo professor da turma. Ele foi imediatamente atingido por uma torrente implacável de repreensões no caminho de volta.

   Não havia aulas no dia da cerimônia de encerramento, apenas uma breve sessão de sala de aula para discutir os planos para o intervalo. Mesmo assim, Itsuki conseguiu ser chamado logo após a cerimônia e antes mesmo da sessão começar. Amane lançou-lhe um olhar de descrença.

   Se ele fosse dar a Itsuki sequer um resquício de defesa, diria que o cara tinha ficado acordado até tarde estudando na noite anterior e mal tinha se arrastado para a escola a tempo. Então, na verdade, não era tão surpreendente que o sono tivesse vencido no final.

“É, nosso professor da sala de aula é bem rigoroso com essas coisas,” disse Amane. “Vocês ouviram como ele foi severo quando nos avisou sobre como oficialmente vamos nos concentrar nos nossos exames de admissão e tudo mais. Foi uma eternidade. Quando espiei para o corredor, vi que as outras turmas já tinham sido dispensadas.”

   A aula havia terminado e os alunos já estavam indo para casa. Alguns pareciam visivelmente aliviados, outros gemiam com a trabalheira, enquanto alguns tinham expressões inquietas enquanto o peso do ano de provas que se aproximava começava a se abater.

   Amane estava no grupo dos “aliviados”. Claro, ele tinha sua cota de nervosismo com o ano exigente que o esperava, mas o encarava com determinação. O plano dele era simples: estudar bastante, descansar bem e manter a consistência. Sem atalhos, sem preguiça.

“Cara, eu juro,” resmungou Itsuki. “Por que eu fui o único que foi pego? Tão injusto.”

“Só é o que é. Os outros simplesmente estavam de cabeça baixa,” disse Amane secamente. “Você estava inconsciente.”

   Pelo que Amane percebeu, Itsuki foi o único da turma que foi pego, mas ele também viu alguns alunos de outras turmas cochilando. Eles tiveram sorte de seus assentos estarem fora da linha de visão dos professores.

“Urghh...” Itsuki soltou um resmungo dramático.

   Amane lançou-lhe um olhar inexpressivo e indiferente enquanto guardava seu estojo e uma pasta de papéis na mochila.

“Você é tão mau...” Itsuki murmurou.

   Amane encontrou os olhos de Itsuki com uma expressão impassível que dizia: “Você acabou de perceber isso?”

“Sou legal com quem não fez nada de errado.”

“Quer dizer que foi minha culpa?!”

“Dã. Você meio que merecia isso...”

   Claro, Amane conseguia simpatizar um pouco. Um discurso monótono e sem graça podia fazer qualquer um dormir. Mas resistir a essa tentação com pura força de vontade e autodisciplina fazia parte do que significava ser uma pessoa responsável. Mesmo que o discurso parecesse sem sentido à primeira vista, sempre havia a chance de conter algo que valesse a pena ouvir.

   Ainda assim, Amane poupou Itsuki de seus verdadeiros pensamentos sobre o discurso, e que parecera mais uma conversa fiada para matar o tempo do que algo significativo.

   Enquanto se preparava para sair, fingindo não estar impressionado, Amane lançou um olhar para a mochila de Itsuki.

   Estava bem mais leve do que a do ano anterior. Ele já havia levado seus livros didáticos para casa com antecedência, como se fosse algo natural. Só isso já mostrava que ele finalmente estava levando a preparação para as provas a sério.

“Pensando bem,” disse Amane, “você apareceu na minha casa por volta dessa época no ano passado.”

“Ah, é, eu fui, não é? Porque eu briguei com meu pai. Bem, eu ainda brigo agora,” acrescentou Itsuki com um olhar irônico.

   Amane se pegou pensando naquela festa do pijama inesperada do ano passado. De alguma forma, parecia estranhamente nostálgico.

“Ainda não consigo acreditar que você me mandou aquela no último minuto,” acrescentou. “É, você tinha acabado de brigar com seu pai, mas a maioria das pessoas não aceitaria que o outro passasse a noite assim na hora. Você deveria ser grato por minha casa estar limpa o suficiente para te receber.”

“Obrigado, Shiina-san.”

“Ei!”

“Alguém me chamou?”

   Quando Amane estava prestes a gritar com Itsuki por mencionar o nome de Mahiru do nada, ela enfiou a cabeça para dentro da sala.

   Ela não tinha estado na sala de aula mais cedo devido a alguns recados, e os dois estavam esperando que ela voltasse. Sua aparição foi tão bem cronometrada que até Itsuki soltou um impressionado “Whoa...”.

   E, como esperado, Chitose entrou logo atrás dela, com uma pasta debaixo do braço, seguindo Mahiru para dentro.

“Terminou com a professora?”

“Sim. Acabei de ouvir meu nome... do que vocês estavam falando?”

   Mahiru inclinou a cabeça levemente, com a curiosidade estampada no rosto. Parecia que ela tinha entendido o próprio nome, mas não o resto.

“Ah, não,” disse Itsuki. “Lembra que, por volta dessa época no ano passado, eu de repente fiquei na casa do Amane? Ele estava apenas dizendo que o único motivo para me deixar ficar era porque a casa estava realmente limpa. Então, imaginei que lhe devia um agradecimento merecido, já que você provavelmente foi quem deu a ele tanto a motivação quanto as habilidades para manter tudo assim.”

“Hehe, entendi,” Mahiru sorriu. “Aceitarei sua gratidão com prazer, então.”

“Você também, Mahiru?” Amane olhou para ela, atordoado.

   Mas Itsuki não estava errado. Graças à paciência, persistência e habilidades de limpeza de primeira linha de Mahiru, a casa de Amane havia passado por uma transformação completa, em relação ao desastre que era antes de ela entrar em sua vida.

   Ele não deixava mais coisas espalhadas pelo chão, os trilhos das janelas permaneciam sem poeira e o piso de madeira estava sempre limpo e polido. Acabaram-se os dias de tropeçar em coisas bagunçadas ou de realizar missões de resgate completas por meias perdidas. Agora, havia espaço de sobra para estender um futon extra sempre que Itsuki aparecesse. Graças inteiramente a Mahiru, Amane finalmente podia manter uma casa que não tinha vergonha de receber visitas.

   De todas as pessoas, Itsuki provavelmente foi o mais chocado com a transformação. Ele conhecia Amane quando sua casa não era apenas um lixão bagunçado, mas um verdadeiro risco à segurança.

“Não posso negar,” comentou Mahiru. “Sua casa estava em péssimo estado quando nos conhecemos, Amane-kun.”

“S-sim, tudo bem, justo, mas mesmo assim...”

“Prega, prega!” exclamou Itsuki.

“Eu aguento isso vindo da Mahiru, mas não me parece certo quando você diz.”

“Fazendo favoritismo, hein?”

“É, pode apostar que sim. Tem algum problema com isso?”

[Kura: Injusto isso.]

   Amane bufou. Honestamente, seria mais estranho tratar Itsuki como um caso especial. Passou-se pela sala um grunhido abafado.

“Ugh... Ele nem está mais tentando esconder.”

“Ah, por favor,” interrompeu Chitose, com a voz dura. “A Mahirun é a favorito do Amane desde sempre. O que você pensava?”

   Seu comentário direto soou um pouco claro demais. Não estava errado, e isso tornava tudo ainda mais desconfortável. Enquanto Itsuki resmungava em protesto, Amane apenas soltou um longo suspiro por um motivo diferente.

“Você está do meu lado, certo, Chi?”

“Bem, dã, claro que estou. Mas falando sério, Ikkun, por que você dormiu se está sentado na frente e no centro? Isso não foi nada inteligente. Seu número de presença sempre o coloca no início da fila durante as assembleias. Você tinha que saber que se encrencaria.”

“Não use argumentos realistas comigo, Chi...” O nome completo de Itsuki era Akazawa Itsuki.

   Ele não tinha certeza de como outras escolas lidavam com isso, mas na deles, os números de presença eram atribuídos em ordem alfabética pelo sobrenome. E na turma deles, o sobrenome de ninguém vinha antes de Akazawa.

   Como Itsuki geralmente ocupava o primeiro lugar na lista de presença, ele era sempre o primeiro da fila para tudo, incluindo a organização dos assentos. Isso significava que ele ficava na frente e no centro durante as cerimônias, sempre preso na ponta da fileira. Desta vez não foi diferente.

   Então, o fato de ele ter cochilado ali mesmo, à vista de todos os professores, tornava praticamente inevitável que fosse pego.

“Você tem que dormir na hora certa, sabia?” disse Chitose, com as mãos na cintura. “Não me diga que você já esqueceu quando virou a noite e passou mal?”

“Vou tomar mais cuidado...,” respondeu Itsuki.

   Amane ficou chocado. “Nossa... a Chitose acabou de usar lógica...?”

[Moon: Akakakak grande Chitose!]

“Como? O que você acha que eu sou?”

“V-vamos todos nos acalmar, certo...?”

   Amane desviou o olhar sob o olhar penetrante de Chitose, fingindo ignorância enquanto olhava ao redor da sala de aula. Ficou um pouco surpreso ao ver quantos alunos ainda estavam por ali.

   Alguns já haviam saído, mas a maioria permaneceu, conversando alegremente, rindo e relembrando o ano anterior. Observando-os, Amane não podia negar que havia se apegado àquela turma.

“Ainda não vamos embora?” perguntou-se Mahiru.

“Hum? Ah, vamos embora logo. Só, sabe, estou me sentindo meio sentimental... Esta é a última vez que estaremos nesta turma.”

“Sim... Tivemos muita sorte este ano.”

   Comparada à turma do primeiro ano, esta turma tinha sido muito mais unida. Todos se davam razoavelmente bem e, mesmo que houvesse alguns que não se conectassem pessoalmente, ainda cooperavam quando necessário.

   A maior parte da turma era equilibrada, o que fazia uma grande diferença.

   Não havia nenhum esquentado ou encrenqueiro que irritasse os professores. “Todos foram gentis e se davam bem,” disse Mahiru suavemente.

“É,” Amane assentiu. “Ouvi de alguns professores que a nossa era a turma mais calma e bem-comportada. Facilitava muito a vida deles.”

“Verdade, éramos uma classe bem quieta,” disse Chitose.

Quieta, né...?” Amane se virou lentamente para encará-la.

“O que esse olhar quer dizer, hmm?”

“Nada. Por que você pergunta?”

“Ugh, você é tão irritante.”

“Ei, ei, não vamos começar uma briga agora,” interrompeu Itsuki para mediar. “Mas é, nós realmente tivemos uma boa turma. Tranquila e quieta. Embora o Yuuta ainda tenha feito as meninas gritarem.”

“Elas sabiam que não deviam ser fangirls durante a aula, então podemos deixá-las em paz,” acrescentou Chitose.

   Um bom número de garotas da turma estava de olho em Yuuta, mas a maioria era sincera e respeitosa. Se ele alguma vez pedisse para elas diminuírem o ritmo, elas levariam a sério e não abusariam da sorte novamente. Graças a isso, seu ano letivo transcorreu relativamente tranquilo.

   As coisas estavam calmas em comparação com o caos que Amane se lembrava do ano passado.

“Pensando bem, onde ele está?” perguntou Itsuki, olhando ao redor.

“Ele disse que não tinha aula hoje e tinha algo para resolver na hora do almoço, então saiu mais cedo. De qualquer forma, vamos passar as férias de primavera juntos, então não precisa de uma despedida dramática,” respondeu Amane.

   Amane, Itsuki e Yuuta já haviam combinado de sair durante o recesso, apenas um encontro casual para relaxar entre as sessões de estudo. Não havia motivo para sentimentalismo.

   Algumas das garotas pareceram um pouco decepcionadas quando Yuuta saiu sem muito alarde, mas nenhuma delas tentou impedi-lo. Elas apenas sorriram e o acompanharam até a saída.

“É tão a cara dele,” disse Itsuki, olhando para a mesa vazia de Yuuta.

   Nesse momento, uma voz animada cortou o clima solene que começava a se instalar no grupo.

“Ei, vocês quatro aí! Estão livres depois disso?”

   Eles se viraram e viram Tachikawa acenando para eles com um sorriso tão alegre quanto sua voz, parado no meio de um grupo de colegas com quem conversava.

   Eles não haviam conversado muito no último ano, já que pertenciam a círculos diferentes, mas Amane o conhecera um pouco recentemente, depois de pegar suas anotações emprestadas. Ele lhe deu um rápido aceno de cabeça em resposta.

“Estou livre. Sem trabalho ou planos hoje,” disse Amane.

   Itsuki ergueu um braço. “Mesmo aqui!”

“Vou jantar com a minha família mais tarde, mas estou bem até lá,” confirmou Chitose.

“Eu também estou livre,” disse Mahiru. “Por que pergunta?”

   Nenhum deles estava sempre disponível no mesmo horário, mas hoje simplesmente deu certo. Tachikawa abriu um sorriso radiante, feliz com as respostas.

“Hoje é o nosso último dia de aula, então pensei: por que não fazer um karaokê com quem estiver livre? Achei que vocês também poderiam vir.”

Tacchiiii,” repreendeu Chitose. “Você não podia ter dito isso no chat do grupo antes?”

“Eu acabei de decidir, okay?!”

“Droga, o cara está aqui se ajeitando todo.”

   Amane pegou o celular e abriu o chat do grupo da turma em que todos haviam entrado durante o festival cultural. De fato, Tachikawa tinha acabado de postar: “Festa de karaokê de despedida da turma hoje! Se você estiver presente, responda e encontre-se na estação até 13h30!”

   Uma enxurrada de confirmações de leitura e respostas de interesse já estava surgindo.

   O convite surgiu do nada, e o chat imediatamente virou um caos.

“Cara, um aviso teria sido legal! Já tenho planos com a minha namorada.”

“Então priorize ela, dããã.”

“Watanage, você é o pior.”

“VOCÊ é o pior! Estamos na mesma turma há um ano e você ainda não consegue acertar meu nome?! É WatanaBE!”

   Amane não pôde deixar de sorrir com a troca de ideias que inundava o chat. Enquanto isso, Tachikawa os observava com olhos esperançosos, claramente esperando pela resposta.

“Então, vocês estão dentro? Sem pressão nem nada,” disse ele.

“Sim, eu topo,” respondeu Amane casualmente.

“Nesse caso, se me permite, eu ficaria feliz em participar também,” Mahiru seguiu.

“Contem comigo também!” Itsuki exclamou.

“Contanto que não fiquemos fora até muito tarde, tudo bem,” lembrou Chitose.

   Amane tinha a sensação de que, se concordasse, Mahiru o seguiria. Ainda assim, sabia que não era por isso que Tachikawa os havia convidado.

   Tachikawa socou o ar com um alegre “Aí sim!” e sorriu para eles como um golden retriever super animado.

[Kura: Goldens e seus sorrisos kkkk. Só para constar, é um dog.]

“Desta vez, vamos fazer o Amane cantar com toda a sua força para nós!” Itsuki sorriu.

“Que tipo de tortura é essa?” retrucou Amane.

“Oh, você sabe cantar, Fujimiya?”

“Desculpe desapontá-lo, mas eu sou terrivelmente mediano.”

   Ele não era surdo para música nem nada — conseguia cantar bem — mas seu canto não era nada digno de ostentação. Considerando o talento de alguns de seus colegas, alegar ser bom só lhe renderia algumas zombarias.

“Aww, eu esperava ouvir você e a Shiina-san fazendo um dueto,” disse Tachikawa, decepcionado.

[Del: Ideia interessante. | Kura: De fato, muito interessante.| Jeff: Deveras interessante.]

“Pelo menos deixe a Mahiru fora disso, por favor?”

   Mahiru era tímida demais para cantar na frente das pessoas. Se alguém a pressionasse, ela provavelmente se calaria.

   Amane se juntaria a ela de bom grado se ela quisesse cantar, mas, fora isso, ele não a colocaria em apuros nem a deixaria desconfortável.

“A propósito, Fujimiya — deixe-me te pagar uns drinques hoje!” Tachikawa exclamou de repente.

“De onde surgiu isso?” perguntou Amane, piscando.

“Ainda te devo uma por me emprestar suas anotações mês passado. Imaginei que esta seria minha última chance de te pagar, sabe?”

   Agora que ele mencionou, Tachikawa nunca lhe agradeceu de verdade por isso. Principalmente porque Amane sempre ignorava o assunto, insistindo que não era grande coisa e recusando qualquer coisa em troca. Toda vez, Tachikawa soltava um pequeno “Grr...” frustrado, baixinho.

   Então, o fato de ele querer aproveitar a oportunidade agora significava que provavelmente estava esperando o momento certo.

“Eu também meio que copiei suas anotações para algumas das outras matérias, então deixe-me agradecer por isso também,” acrescentou Tachikawa com um sorriso tímido.

"Comida doce e grátis para mim!" Itsuki interrompeu imediatamente.

“Boa tentativa. Não tenho obrigação nenhuma de te tratar também.”

“Tão malvado... Você vai me deixar de fora assim? Eu vou chorar.”

“Você está tentando me roubar, cara. Sou eu quem vai chorar.”

“Itsuki, você é o pior,” disse Amane, cutucando-o de leve na lateral do corpo.

“Não aja como se merecesse.”

   Itsuki se virou para Tachikawa com um olhar de pena, implorando silenciosamente: ‘Eu não ganho nada?’

De qualquer forma, nós iremos com prazer,” disse Amane, virando-se para Tachikawa com um aceno de cabeça.

“É, é isso que eu gosto de ouvir!”

   Tachikawa soltou um “Hmpff” satisfeito, estufando o peito com orgulho.

   Havia algo nele que transmitia uma forte impressão de cachorro grande.

   Amane pendurou a mochila no ombro com um sorriso. A mensagem dizia para se encontrarem na estação às 13h30, o que significava que precisariam almoçar logo.

   Amane olhou para Mahiru. “Quer ir para casa primeiro ou simplesmente comer fora?”

   Ela sorriu suavemente. “Eu não preparei o almoço de antemão hoje, então qualquer um dos dois está bom.”

   Como ela provavelmente faria o jantar mais tarde de qualquer maneira, Amane imaginou que eles poderiam pelo menos ir com calma e almoçar fora. Ele sugeriu parar em um fast-food.

“Aí eu poderia realmente pegar um hambúrguer teriyaki de ovo,” disse ele. “Você também gosta de hambúrgueres, Mahiru?”

“Sim, por mim tudo bem. Você sempre prefere os itens de ovos por tempo limitado, não é?”

“Claro. Ovos são um presente de Deus para a humanidade, então...”

[Kura: Amane Amane kkkk. | Jeff: Ainda acho que o Amane tem um culto a ovos em segredo.]

“Ah! Chi e eu podemos ir também?” perguntou Itsuki. “A família dela saiu hoje, e eu não estou com vontade de ir para casa.”

“Sim, sim, claro.”

“Se importa se eu for junto também?” Tachikawa interrompeu. “Eu já estava planejando comer lá de qualquer jeito.”

“Claro, pode vir,” disse Amane, dando de ombros. “Mas... eles vão ficar bem com isso?” Ele sutilmente acenou com a cabeça em direção ao grupo de rapazes com quem Tachikawa estivera conversando mais cedo, ainda brincando por perto.

   Tachikawa deu de ombros e riu. “Eles estão indo para um restaurante familiar antes do karaokê. Aparentemente, estão em uma missão para acabar com um parfait gigante por tempo limitado. Eu não sou muito fã de doces, e só de olhar provavelmente me daria um embrulho no estômago, então estou fora.”

   Amane se lembrava vagamente de ter visto algo no noticiário sobre um restaurante familiar lançando um parfait de morango monstruoso e cremoso. Aqueles caras provavelmente queriam conquistá-lo usando os estômagos sem fundo que só os garotos do ensino médio podiam ostentar.

   Espero que cheguem inteiros ao karaokê, pensou ele, imaginando o enorme monte de açúcar da notícia.

   Amane saiu da sala de aula com todos.

“Faz uma eternidade que não vou ao karaokê,” murmurou.

   Eles passaram pelos portões da escola, agora um local de despedidas para aqueles que não estão vinculados a clubes extracurriculares. Mas Amane não se sentiu especialmente nostálgico, apenas pensativo.

   Ele não era de ir ao karaokê sozinho, então a última vez tinha sido durante a festa do festival cultural.

“Sério? Eu fui sozinha outro dia,” compartilhou Chitose. “Cantar é incrível.”

“Sozinha...?” ecoou Amane.

“É! Só eu, um microfone, uma sala. É perfeito para desabafar, sabe?”

   Chitose gostava regularmente de atividades como karaokê e esportes. Seja com amigos ou sozinha, ela sempre encontrava um jeito de se divertir.

   Amane preferia ambientes mais calmos, então era uma característica que ele admirava.

“Você ama cantar, Chitose-san? Não sabia que você gostava tanto assim.”

“Sim, adoro. Mas eu nem sempre te convido porque sei que você não gosta de cantar na frente das pessoas.”

“Espera aí, sério?” disse Tachikawa, arregalando os olhos. “Talvez eu não devesse ter convidado a Shiina-san então... Mas ei, eles têm maracas, pandeiros e tudo mais. Se você não quiser cantar, pode animar todo mundo.”

“Ah, não, está tudo bem... E não sabia que eles ofereciam coisas assim,” disse Mahiru, um pouco surpresa.

“As coisas podem ficar um pouco barulhentas se pedirmos maracas.”

“Karaokê é sinônimo de barulho.”

“É, mas tem que ter um limite.”

   Mesmo com todo o isolamento acústico, sempre havia a chance de alguém em uma sala próxima reclamar se as coisas ficassem muito barulhentas — sem mencionar a possibilidade de receber uma advertência dos funcionários ou, pior, a visita de algum vizinho irritado. Moderação era definitivamente fundamental.

   Dito isso, a menos que alguém se tornasse um fantasma ou começasse a dar socos nas paredes, provavelmente ficaria bem. E embora Chitose pudesse se empolgar um pouco de vez em quando, ela não era do tipo que exagerava só porque podia. Seus outros colegas de classe eram iguais.

“Mas, cara, a festa pós-festival cultural parece que foi há uma eternidade,” murmurou Itsuki, sentindo-se nostálgico.

“Ah, sim, isso aconteceu,” respondeu Amane, displicentemente.

“Lembra quando o Yuuta te convenceu a fazer um dueto?”

“Certo, e quem o fez fazer isso? Quem?” Amane lançou-lhe um olhar. “Foi você, seu gênio do mal.”

“Por que toda a diversão acontece quando eu não estou lá?!” gritou Tachikawa. “Vocês são todos muito próximos, então não tínhamos ideia do que estava acontecendo no seu quarto.”

[Del: Rapaz, o vol 7 foi há 5 volumes né. Eu estou ficando velho. | Moon: Estamos*... Eu ainda estava no ensino médio enquanto só acompanhava Otonari… | Del: Eu era mais novo que eles. | Kura: Analisando e percebendo que não sou dessa época :)]

   Tachikawa tinha estado na festa, mas com tantas pessoas, eles acabaram divididos em salas diferentes. Ele perdeu o que aconteceu do lado de Amane.

“A nossa foi super tranquila.”

“É, bem, o Kadowaki não estava no nosso,” acrescentou com um sorriso irônico. “Então as meninas não estavam exatamente curtindo. Admito que meus amigos e eu não fomos bons o suficiente para criar o clima. Foi meio estranho. Me senti mal.”

“O que o Kadowaki está fazendo dessa vez?” Amane perguntou.

“Eu perguntei a ele mais cedo — ele vai ir,” afirmou Tachikawa. “Disse que está ocupado na hora do almoço, então vai nos encontrar no karaokê. Ele vai comer em outro lugar.”

   Amane olhou para o celular novamente. Ainda sem resposta de Yuuta, mas pelo menos agora ele sabia que ele apareceria, mesmo que um pouco atrasado.

     As meninas vão enlouquecer quando descobrirem que ele está vindo...

   Como Yuuta não havia respondido no chat do grupo, ninguém mais sabia que ele apareceria.

     Elas vão enlouquecer quando ele entrar.

   Amane já conseguia imaginar a cena.

“Isso vai ser muito divertido!” Tachikawa sorriu, inocente e despreocupado.

   Amane assentiu e lhe deu um sorriso sem graça.



✧ ₊ ✦ ₊ ✧



   Apesar de alguns percalços no caminho, a tarde de karaokê de última hora de Tachikawa acabou sendo um sucesso. No final, todos saíram satisfeitos.

   Houve alguns contratempos. A reserva quase foi cancelada devido a uma confusão de nome (Tachikawa havia informado, mas a equipe o interpretou como “Uchikawa”). A discussão surgiu entre algumas garotas no momento em que Yuuta chegou, e uma delas até acabou indo para o karaokê errado e teve que ser buscada. Mas, no final, o caos só aumentou a diversão, e tudo se tornou uma tarde surpreendentemente agradável para todos os envolvidos.

[Moon: Os melhores rolês sempre são os que surgem do absoluto nada akakak | Kura: Então, momentos inesperados kkkkk.]

   Mahiru estava um pouco hesitante no início, mas assim que se soltou, sua animação aumentou sem que ela percebesse. Suas bochechas estavam mais coradas do que o normal, e ela sorriu ao ver Amane cantar. Os outros meninos da turma foram vítimas do seu sorriso matador, então talvez fosse inteligente ensiná-la a se conter um pouco.

   Até a inicialmente tímida Mahiru acabou cantando algumas músicas populares com sua voz clara e doce, ajudando a criar o clima e a envolver a todos.

   Eles passaram cerca de três horas no karaokê antes de finalmente seguirem seus caminhos. No final, Mahiru parecia completamente exausta — sua bateria social estava esgotada — mas ainda parecia satisfeita. Para ela, o passeio também tinha sido revigorante e genuinamente agradável.

[Kura: Quando você é introvertido e sua pilha acaba no momento kkkkk.]

“Foi divertido.”

   Depois de se despedirem, Amane e Mahiru caminharam de mãos dadas enquanto seguiam seu caminho habitual para casa.

   Com abril se aproximando, os dias estavam ficando mais longos. Ainda não eram cinco horas, mas o céu ainda estava claro, pintado com as suaves cores do início do entardecer. Um brilho quente e alaranjado os banhava enquanto caminhavam lado a lado.

   Mahiru havia se acalmado um pouco, mas ainda havia um leve balanço em seus passos que a denunciava.

“Com certeza. Todos se envolveram bastante,” Mahiru assentiu.

“Bem, quando se está em um grupo grande como aquele, é melhor manter a energia do que ficar todo reto e formal.”

“...Eu, hum, quebrei alguma regra de etiqueta?”

“Não, não, de jeito nenhum. Eu só quis dizer que é mais divertido quando você relaxa um pouco. E, honestamente, você estava muito mais animada do que o normal.”

“Eu... estava?”

   Ela piscou para ele, claramente alheia a si mesma.

   Amane não mencionou o salto que ainda permanecia em seus passos. Em vez disso, apertou a mão dela suavemente e observou sua expressão adoravelmente atordoada.

“Sempre que você faz algo novo com os amigos ou... bem, comigo, você sempre fica um pouco mais animada do que o normal,” disse Amane com uma risada. “Você não se empolga muito, mas sorri mais, e é como se estivesse se divertindo do seu jeito tranquilo.”

“E-eu faço isso mesmo...?”

“Sim. A Chitose e o Itsuki também notaram.”

“E ninguém me contou?!”

   O rosto de Mahiru ficou vermelho no momento em que percebeu que estava sendo observada o tempo todo. Ela o encarou com um olhar perturbado, mas com aqueles olhos marejados e lábios adoravelmente em beicinho, a expressão não tinha um pingo de ameaça. Na verdade, Amane a achou irresistivelmente fofa.

“Todo mundo adora ver você se iluminar assim, Mahiru. É adorável,” disse Amane com um sorriso.

Môu!

“Você se divertiu, não foi?”

   Mahiru fez beicinho, não porque Amane e os outros tivessem se juntado à diversão, mas porque a tinham visto se divertindo como qualquer garota comum da sua idade.

   Então, quando Amane perguntou gentilmente como ela se sentira naquele dia, ela se calou. Seus lábios se apertaram enquanto ela olhava para o chão, com as bochechas coradas de vergonha.

“...Eu me diverti muito,” murmurou Mahiru. “Acho que seria ótimo se eu pudesse me divertir assim com meus amigos novamente.”

“É, seria legal.”

   Ele não era exatamente a pessoa mais extrovertida, mas até ele podia ver o quanto Mahiru havia mudado. Quando se conheceram, ela sempre usava a máscara polida do “Anjo” perfeito. Mas, aos poucos, ela começou a deixar isso de lado. Ela vivia livremente, como apenas Shiina Mahiru, uma garota ordinária.

[Del: Lembrando que este foi um dos tópicos da declaração dele.]

   Ela ainda se disfarçava de vez em quando, mas, mesmo assim, começara a revelar mais de si mesma. E, por causa disso, construía conexões genuínas e duradouras que iam muito além das aparências.

   Amane não conseguia negar a sensação de solidão por haver partes de Mahiru que outros agora podiam ver, pedaços dela que antes pareciam pertencer somente a ele. Mas, mais do que isso, sentia-se feliz. Feliz por Mahiru estar começando a viver dias mais brilhantes e plenos, cercada por pessoas que realmente se importavam com ela.

     Ademais, a Mahiru ainda tem tantos lados que só eu conheço.

   E ele não tinha planos de compartilhá-los. Isso era mais do que suficiente por enquanto.

“Estou morrendo de fome depois de toda essa cantoria,” disse ele, descontraído.

   Mahiru manteve o olhar baixo, os cílios projetando sombras delicadas sobre os olhos. Ela timidamente cutucou as costas da mão dele com os dedos enquanto a segurava, escondendo o constrangimento planejando um ataque brincalhão.

   Então, depois de respirar fundo para se recompor, ela olhou para cima e sorriu.

“Hmm, então eu começo a preparar o jantar quando voltarmos.”

“Ah, é a sua vez hoje à noite, não é? O que tem no cardápio mesmo?”

   Quando Amane tinha que trabalhar, Mahiru geralmente cuidava do jantar. Nos dias de folga, ele mesmo cozinhava ou deixava Mahiru cuidar da comida, se ela estivesse com vontade. Não era um acordo perfeitamente equilibrado, mas eles se revezavam mais ou menos.

   Dito isso, quem quer que estivesse em casa sempre ajudava, independentemente de quem fosse a “vez”, então o sistema já havia se tornado mais uma formalidade do que qualquer outra coisa.

[Kura: Ar de casal de 4 anos.]

   Mahiru tinha ido ao supermercado ontem e planejado a refeição, então ela era a única que sabia o que comeriam naquela noite.

“Vi lombo de porco em promoção ontem, então pensei que carne de porco com gengibre, repolho picado, tomates marinados e sopa de missô seria uma boa opção. Ah, e devemos terminar os pimentões verdes kinpira que fiz, então vou adicioná-los também. Alguma preferência para o que vai na sopa de missô?”

“O que temos em casa? Não vamos passar em nenhum mercado no caminho, vamos?”

“Não, temos o tofu, wakame e aosa de sempre. Também congelei alguns cogumelos enokayi e maitake outro dia, então podemos usá-los. Tem cenoura e cebola também... E se cebolinha fatiada estiver bom, temos algumas congeladas.”

“Então vamos de aosa, tofu e enokayi. Eu adoro aosa.”

“Certo. Vou me certificar de adicionar mais... Não tem muita coisa para você ajudar hoje, então pode relaxar, tá?”

“Não quero.”

“Nossa...”

   Desde que Amane começara a trabalhar, Mahiru tentava mantê-lo longe da cozinha, imaginando que ele devia estar cansado. Mas, do ponto de vista de Amane, a última coisa que ele queria era que ela cuidasse de tudo sozinha. Mais do que isso, cozinhar juntos significava mais tempo com ela — e quanto mais cedo terminassem, mais tempo teriam para relaxar juntos depois.

   Naturalmente, ele queria ajudar no que pudesse.

“Ei, eu não fiquei muito bom em desfiar ultimamente?”

“Ficou. Seus cortes estão muito mais finos agora. Antes, eram...”

“...Grossos como um lápis.”

[Kura: Amane, ultimamente fui cortar uma carne de churrasco, falaram que estava da grossura de um dedo kkkk.]

   Houve uma vez em que Mahiru pediu para ele desfiar repolho para um acompanhamento. Ele não se cortou nem nada, mas o resultado foi uma pilha triste de tiras grossas e desajeitadas que ninguém confundiria com “rasgadas”.

   Pensando bem, era óbvio o quão longe ele havia chegado. Claro, isso também significava que ele havia começado do zero.

“Por que você parece tão orgulhoso?” perguntou Mahiru, meio exasperada.

“Estou apenas admirando meu progresso notável; só isso.”

“Sim, sim, você melhorou muito. Bom garoto,” disse ela, entregando-lhe um pequeno sorriso.

“Não é? Eu sabia que você entenderia,” ele sorriu radiante.

   Em termos de habilidade, ele ainda não estava no ponto em que Mahiru lhe daria seu selo de aprovação... mas havia melhorado o suficiente para que, quando cozinhava sozinho, não houvesse muito o que ela criticasse. Para alguém que morava sozinho, suas habilidades eram mais do que suficientes.

[Del: Amane lentamente tirando e flecha que ele levou lá no capítulo 2.]

   E, honestamente, parte dele esperava que Mahiru começasse a achar que era um desperdício deixar alguém tão capaz apenas sentado.

“Quero mostrar o quanto melhorei.”

“Meu Deus...”

   A resposta de Mahiru não foi exasperada ou desdenhosa — foi suave e afetuosa. Amane percebeu facilmente, depois de todo o tempo que passaram juntos.

   Ela sorriu para ele com ternura, seu olhar cheio de amor.

   Seus olhos afetuosos lembraram Amane de uma coisa crucial.

     Ahh... Ela me ama, profundamente...

   Um calor agradável floresceu em seu peito, tão intenso que quase fez cócegas.

   Amane apertou suavemente a mão dela.

“Tudo bem então, quando voltarmos, é hora de começar o jantar,” disse Amane.

“Não sem antes lavar as mãos e a boca,” lembrou Mahiru, firme como sempre.

“Eu sei, eu sei.”

   Ele conteve o riso, os ombros tremendo levemente com o tom maternal que ela havia assumido.

   Mahiru percebeu imediatamente e estufou as bochechas.

“Você achou que eu parecia sua mãe, não é?”

   Amane não se deu ao trabalho de negar, e também não a provocou por basicamente admitir. Ele apenas riu baixinho, mantendo os dedos dela entrelaçados aos dele.

   Suas sombras se estendiam à frente deles enquanto caminhavam lado a lado. Amane olhou para eles, uma calma sensação de paz o invadindo enquanto caminhava para casa com Mahiru.

[Del: Só esta interação simples deles, parece ouro.]



✧ ₊ ✦ ₊ ✧



   Eles retornaram ao seu complexo de apartamentos em um ritmo tranquilo, apreciando a paisagem ao longo do caminho. Ao chegarem, encontraram um garoto solitário parado em frente às portas de entrada fechadas.

   Era um garoto no início da adolescência. Ele era um pouco mais alto que Mahiru, com cabelos castanho-claros e um rosto que, embora ainda jovem, já era notavelmente bem definido. Mas o que mais se destacava eram seus olhos aguçados e inteligentes, que demonstravam uma percepção aguçada além da sua idade.

[Moon: Opaa! | Kura: Ihh rapaz, olha a teoria do irmão da Mahiru surgindo.]

   Depois de quase dois anos morando naquele prédio, Amane passou a reconhecer a maioria dos moradores, mesmo que apenas de passagem. Ele não conhecia todos, mas tinha certeza de que nunca tinha visto aquele garoto antes. Um rosto marcante como aquele teria ficado na memória dele depois de apenas um olhar.

   Será que o garoto ficou trancado do lado de fora? Ou estava ali para visitar alguém? Era difícil dizer. Mas, a julgar pela expressão tensa em seu rosto, uma coisa era clara: ele estava perturbado.

“Não tem nenhum garoto assim morando aqui, né?” perguntou Amane, virando-se para Mahiru.

“Não que eu me lembre,” respondeu ela. “Parece que ele esta com algum tipo de problema... ou talvez esteja aqui para visitar alguém?”

   Como Mahiru também não o reconheceu, era seguro presumir que o garoto não era um morador.

   Ainda assim, eles não podiam entrar sem passar pelo saguão, e não era exatamente seguro para um garoto sair sozinho àquela hora. Imaginando que deveriam pelo menos dar uma checada nele, Amane começou a caminhar em direção ao interfone — apenas para notar a expressão do garoto ficando mais tensa a cada passo.

“Eae, está com algum problema? Você está aqui para ver alguém? Se souber o número do quarto, posso ajudar você a chegar lá.”

   Amane se agachou levemente enquanto falava, com a voz suave e gentil. Mas o garoto não respondeu nem olhou para ele.

   Não que ele tenha desviado o olhar.

   Ele estava encarando Mahiru o tempo todo, com o firme e determinado olhar.



“…Nee-san?”

   Ele falou hesitantemente, com uma voz suave e aguda, ainda intocada pela puberdade.

   Sua voz suave não era nem áspera nem estridente, mas ecoava claramente pelo corredor vazio, como se exigisse que nem Amane nem Mahiru pudessem ignorá-lo.



-DelValle: BOMBA ! ! ! (Para informativo, nee-san é uma forma japonesa de se referir a irmã) É rapaziada, d-o n-a-d-a, e para aqueles que não leram, o volume 8.5 menciona a Mahiru ter um meio-irmão mais novo, por parte de mãe. É, simplesmente assim, a autora jogou uma bomba do avião, saiu voada, voltou com o volume 11.5, e ainda não tem volume 12 (que é onde leremos o desenrolar desta situação). Aaahhh! 

-Moonlakgil: JUSTO QUANDO ESTAVA FICANDO BOM!!! AAA… Agora só no próximo volume que nem saiu ainda… Bom gente, é isso, bomba atrás de bomba porque a Saeki-san tá querendo e eu to amando! Espero que aguardem ansiosamente assim como eu para ver o desfecho dessa história! E outra, tem nem como não falar que é irmão dela, o menino é a cara do nosso Anjinho akakaka, se ele não falasse “nee-san” ia achar que eram gêmeos!! Enfim, falowws, vou ir surtar e já volto! ;D

-Kurayami: NÃO CREIO!! QUE BOMBAAAAAAAAAAAAA. Não esperava que a teoria fosse real véi, que top. E agora? Irmão de meio sangue ou puro, será que vamos ver uma recomposição dos laços familiares da Mahiru?

-Jeff: Rapaz, voltando agora para as revisões e bem que avisaram que esse capítulo tinha uma bomba kkkkk



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