S.S. Vol 8
Short Story 7: O que Não Deve Ficar como Fantasia
Depois de observar os azuis brilhantes do verão espreitando entre um aglomerado de girassóis próximos, juntamente com o esvoaçar de cabelos cor de linho através do vento, Amane se viu comparando isso a uma cena saída diretamente de uma pintura.
O tom de azul refletido em seus próprios olhos era visivelmente diferente dos tons suaves e mais claros dos céus da primavera; os tons refrescantes, mas nostálgicos, dos céus do outono; ou mesmo os tons profundos, nítidos e claros dos céus do inverno. Amane olhou ao redor. Aqueles mesmos tons de azul, envoltos em um véu deslumbrante de luz solar, de alguma forma o fizeram sentir como se estivesse sonhando. O céu claro acima ainda parecia irreal, apesar do sol escaldante brilhar diretamente em seu corpo, banhando-o em seu calor.
Abaixo de tal céu havia um aglomerado de girassóis florescendo, o que só serviu para fazer a cena parecer ainda mais onírica.
“O que há de errado, Amane-kun, viajando assim? Você não está se sentindo bem?”
Acima de tudo, o que tornava ainda mais difícil aceitar isso como realidade era a presença de sua namorada, cuja figura combinava excepcionalmente com a vibração do céu de verão acima e os girassóis abaixo; no entanto, ela não se misturava totalmente a eles. Amane levou Mahiru para um passeio e eles se aventuraram em um campo de girassóis não muito longe da casa de seus pais. Mas Mahiru, lindamente vestida em um vestido de marinheiro azul e branco, combinava tão bem com o cenário que Amane havia esquecido que esta era a realidade.
Mahiru se aproximou de Amane com suas tranças balançando, enquanto o fazia, ela olhou para ele com um olhar preocupado. Sua aparência estava vividamente estampada no cenário, mas parecia quase fugazmente impermanente. Amane balançou a cabeça lentamente, boquiaberto com o espetáculo, tentando se convencer de sua realidade.
“...Ah, não é nada. Não estou doente nem nada do tipo. Tudo é tão incrivelmente bonito, tanto que fiquei me perguntando se é tudo real.”
“Fufu, eu sei que é tudo muito bonito, mas é real. Viu? É frio ao toque, não é?”
Mahiru riu, tocando a bochecha de Amane com a ponta do dedo, soltando uma clara, mas adorável risada, semelhante a um sino tocando. O toque delicado de sua mão era um pouco mais frio do que a temperatura do corpo de Amane. As pontas dos dedos frios e finos de Mahiru cutucavam e beliscavam suas bochechas, como se quisessem acordá-lo do sono, transmitindo a Amane uma sensação calmante e rápida. Ela era gentil com suas ações, sem o machucar nem um pouco.
“Se você está tão cativado pelo cenário, parece que você gostou dele como eu, Amane-kun.”
“Ah… Você está certa sobre isso. Estou feliz por poder vir aqui com você, Mahiru.”
Tudo era tão apropriado que não parecia real, mas Mahiru sorriu gentilmente ao lado dele e retirou sua mão fria de sua bochecha, agora entrelaçando-a com a mão desocupada de Amane.
Essa sensação aparentemente não confiável, mas inegável, lentamente trouxe Amane de volta à realidade.
“Fufu. Estou feliz por poder vir aqui com você também, Amane-kun. Obrigada por me trazer para ver um cenário tão deslumbrante. Vamos vir aqui juntos no próximo ano também.”
Segurando sua mão com força, Mahiru sorriu com tanta — não, até mais — exuberância refrescante quanto os lustrosos girassóis, os raios brilhantes de sol ou mesmo o céu azul profundo e claro que os cercava. Amane sentiu a névoa que cobria seus pensamentos evaporar rapidamente.
Amane não conseguia considerar suas mãos entrelaçadas uma fantasia. Esta era a realidade abençoada que Amane havia obtido, uma realidade com um futuro que ele agora embarcaria alegremente.
Naquele momento, o fundo pareceu desaparecer. No entanto, com Mahiru como peça central, uma vista tão beatífica e pitoresca surgiu, o que só serviu para acentuar a beleza de Mahiru.
“...Sim”, Amane respondeu lenta e pensativamente. “No próximo ano também.”
Mahiru sorriu com mais alegria e vida do que qualquer girassol enquanto Amane transmitia cada palavra com esforço primoroso, confirmando seus planos futuros.
Comentários do Tradutor/Revisores:
-DelValle: Lindo! A dose de literatura poética deste capítulo foi simplesmente uma delícia. Sério, é como se uma névoa encantadoramente refrescante invadisse a mente. Obrigado por tamanha degustação visual e literária.
Mon: De verdade, esse capítulo parece mesmo uma poesia. É como se fosse um sonho… Relaxante e tranquilo. Eu juro que com o ventilador aqui em cima de mim, e as luzes apagadas, eu senti a paz do lugar que eles estão, como se estivesse lá também!
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