O Anjo da Porta do Lado me Mima Demais Japonesa

Tradução: DelValle

Revisão: Yoru, Axel


S.S. Vol 2

Memórias de Primavera

Esse capítulo aconteceu no volume 2 relacionado seu capítulo bônus da história.

 

   Antes do início do novo semestre, Amane e Mahiru vieram ver as flores de cerejeira [Del: Cap 24.1]. Amane levantou-se para ir ao banheiro, mas quando ele voltou, ele viu que Mahiru estava sendo importunada por um homem desconhecido.

   Este homem é alguns anos mais velho que Amane, provavelmente um membro da sociedade ou um estudante universitário. Ele estava com o rosto vermelho e um pouco trêmulo, muito bêbado.

   Não muito longe, sob outra cerejeira, havia um grupo de pessoas rindo e apontando para ele. Parecia que ele era um deles.

     Que incômodo.

   Amane ficou genuinamente enojado ao ver pessoas perdendo o controle de si mesmas por causa do humor ou estupor. Ele não negaria a excitação de beber, mas ele nunca iria querer se tornar o tipo de pessoa que causa problemas aos outros depois de um estupor.

   Havia duas coisas pelas quais as pessoas não deveriam ser desviadas. O primeiro era o álcool, e o segundo, o humor, principalmente em um local público.

   Amane fez o possível para esconder o desgosto e o desdém de aparecerem em seu rosto enquanto caminhava em direção a uma Mahiru muito envergonhada.

   Qualquer um podia ver que Mahiru estava emitindo uma aura inacessível neste momento, mas ele não esperava que essa pessoa tentasse cortejar Mahiru. Em um sentido, isso era notável, mas o sorriso envergonhado de Mahiru assumiu uma coloração perturbada, e não era o momento para ele se sentir impressionado com o homem.

   O homem estendeu a mão, presumivelmente para arrastar Mahiru à força para apreciar as flores com eles. Amane colocou as mãos pela primeira vez nos ombros de Mahiru por trás e puxou-a de volta para o lado dele.

   O puxão repentino pareceu assustar Mahiru, mas seus olhos pareciam tranquilizados quando viu a figura de Amane. Parecia que a situação de agora foi bem difícil para ela.

   Normalmente, ela teria rejeitado a outra parte de forma limpa, mas isso pode irritar o bêbado, e Amane podia não ser capaz de encontrá-la se ela deixasse este lugar. Talvez seja por isso que Mahiru tentou acalmá-lo.

“Desculpa por deixar você esperando.”

“Foi uma longa espera.”

“Desculpe.”

   Mahiru ficou irritada porque Amane a deixou, e ele realmente não pretendia se defender a este ponto.

   Ela parecia muito chateada agora, e imediatamente se aconchegou em Amane, o que fez o coração de Amane bater um pouco mais rápido. Ele virou seus olhos para o bêbado, que ficou lá mesmo depois de sua mão balançar vazia.

   Com certeza, o rosto daquele homem estava anormalmente vermelho, e ele claramente cheirava a álcool de perto. Este homem estava bêbado.

   Como observador, seria mais prudente sair do que usar palavras forçadas, e Amane não achava que poderia argumentar com uma pessoa que fedia a álcool.

   Sem mencionar o fato de que a mulher que ele adorava tinha acabado de ser importunada por este homem que era muito desagradável.

"Desculpe. Esta garota é minha, e menor de idade. Adeus."

   Amane sorriu o mais gentilmente que pôde, e depois de transmitir claramente a mensagem, ele rapidamente puxou Mahiru para longe do homem.

   Felizmente, o retiro foi concluído antes que o homem estupefato pudesse reagir e persegui-los.

 

 

✧ ₊ ✦ ₊ ✧

 

 

   Eles chegaram a um lugar onde o homem não era mais visível, e Amane parou para olhar para Mahiru, cujo rosto estava vermelho, como se ela tivesse sido infectada pelo rosto vermelho do homem.

   A expressão era meio natural, mas suas bochechas estavam vermelhas.

   Os olhos caramelo um tanto nebulosos olharam para cima em Amane, como se encarassem ele, o que fez Amane encolher um pouco.

   Embora Mahiru mostrasse tal expressão, ela pegou a mão de Amane, insinuando que ele não deveria tentar escapar. O toque macio e a fragrância não podiam ser ignorados, e o coração de Amane batia inquietamente.

“… Quando eu me tornei sua?”

   Ela questionou com a voz trêmula. Demorou um pouco antes de Amane entender pelo que Mahiru ficou tímida sobre.

   Amane não pensou muito nisso naquela hora e só queria agir como o namorado de Mahiru dentro do possível. Parecia que essa atitude deixou Mahiru tímida.

“E-eu só disse isso no calor do momento, desculpa. Se eu não te levasse embora rápido, aquele maluco iria se deixar levar.”

   O objetivo de Amane era tirar Mahiru dos problemas da maneira mais flexível possível, e ele conseguiu isso apenas olhando o resultado, mas parece que o limite deveria ter sido cuidadosamente pensado novamente.

   Em última análise, esse tipo de atitude pode ser desnecessário… mas o desejo de exclusividade que sutilmente penetrou em seu coração quando ele viu Mahiru sendo abordada por outro homem fez Amane inconscientemente falar aquilo para fora.

   Agora ele próprio não estava em posição de reclamar com o homem. Apesar disso, Amane explicou a situação para Mahiru — que estava olhando para si mesma com uma expressão que parecia estar brigando, com raiva, ou tímida e tentando descobrir algo da resposta de Amane. Como resultado, Mahiru franziu ligeiramente a testa novamente.

“… Eu entendo isso, mas Amane, você precisa considerar suas palavras.”

“Eu estava errado.”

“Isso é ruim para o meu coração. Por favor, não faça isso de novo.”

“Eu sei eu sei. Eu não vou dizer isso novamente. Desculpa.”

   Aconteceu no calor do momento, mas ninguém se sentiria bem em ser chamado de propriedade de outra pessoa. Amane se desculpou francamente, mas Mahiru franziu a testa ainda mais do que antes.

“… Você é realmente descuidado Amane.”

“Eu disse que sinto muito.”

“Baka.”

   Mahiru parecia estar fazendo beicinho enquanto murmurava e cutucava o flanco de Amane. Amane gritou exageradamente, “Ai, ai, ai”, enquanto ele deixava-a fazer o que quiser, e gentilmente a colocou no chão enquanto ela se agarrava nele.

   Se ela continuasse tão perto, a sanidade dele estaria em perigo.

   Mahiru usava roupas finas na primavera quente e, pior ainda, sempre que ela batia com seus punhos, Amane ficava ciente das coisas que se agarravam a ele, e seu rosto quase corou.

   Amane gentilmente se desvencilhou de Mahiru, e então acariciou sua cabeça para persuadi-la.

   Não era bom tocar no cabelo de uma mulher sem permissão, mas Mahiru havia dito antes que ela não se importava. Embora ainda um pouco apreensivo, Amane tocou em sua cabeça e, ao fazer isso, Mahiru se acalmou. Parecia que ela gostava de ser tocada dessa forma.

   Mahiru parecia ter finalmente se acalmado, ou embora sua expressão permanecesse a mesma, ela não bateu mais em Amane com os punhos.

   Ao observar Mahiru deixar-se ser tocada, Amane pensou consigo mesmo: 'Está tudo bem ser tão indefesa?”, mas ele se sentiu feliz. Isso representa, ambas, a confiança dela e a proximidade da garota que Amane gosta para ele.

 

 

✧ ₊ ✦ ₊ ✧

 

 

   Em meio às flores de cerejeira dançantes, Amane e Mahiru aproveitaram deste tempo de paz juntos. Ele pensou a si mesmo que era um luxo poder estar com Mahiru assim, e olhou para ela, apenas para encontrar algumas pétalas grudadas em seus cabelos.

   As pétalas grudavam com facilidade e, se eles permanecessem sob a árvore por muito mais tempo, parecia que as pétalas se tornariam um véu sobre os cabelos dela.

(Amane) “Nunca pensei que as pétalas se agarrariam tão facilmente. Veja, eu acabei de tirar estas.”

   Amane beliscou algumas pétalas de seu cabelo e as colocou na mão dela. Seus olhos caramelos translúcidos piscaram.

(Amane) “Seu temperamento sonhador combina com as flores de cerejeira dançantes, mas é problemático quando há tantas agarrando-se a você. Olha, aqui tem outra.”

(Amane) “Olha, outra.” E com isso, outra pétala de flor de cerejeira caiu sobre os longos cabelos louros dela.

   A pele clara, a beleza sonhadora de Mahiru combinavam tão bem com as claras e etéreas flores de cerejeira, mas Mahiru certamente não quer ser embrulhada em pétalas por toda parte.

   Vendo seu cabelo sendo soprado pelo vento, Amane colocou outra pétala na mão de Mahiru, e o rosto de Mahiru ficou vermelho.

“… Deus, Amane.”

“Ei, por que você está me repreendendo de novo?”

“Não, é um elogio. … Obrigada.”

   Depois de dizer isso, ela sorriu timidamente, e tirou um lenço de renda branca do bolso e embrulhou as pétalas de cerejeira.

   Os movimentos de Mahiru eram gentis, como se ela as estivesse tratando como tesouros preciosos. Foram gestos simples e comuns, mas eles pareciam tão hipnotizantes e sagrados aos olhos de Amane, como se ele tivesse testemunhado algo que ele não deveria ter visto.

“Isso, o que você vai fazer com elas?”

“… Farei delas uma flor em relevo e a usarei como um Marca páginas.”

“… Você não disse que não gosta tanto de flores de cerejeira?”

“É estranho você fazer tal pergunta.”

   Amane foi chamado de estranho por Mahiru várias vezes hoje, mas já que Mahiru disse isso, talvez fosse esse o caso.

   Amane achou que seria melhor não fazer mais perguntas. Ele olhou para Mahiru e a encontrou olhando amorosamente para as pétalas de cerejeira em seu lenço. Pouco tempo depois, Mahiru pareceu notar seu olhar, e suas bochechas ficaram mais vermelhas do que antes.

   Mesmo assim, ela não fugiu ou desviou o olhar desta vez, mas sim olhou timidamente para o rosto de Amane.

“… Eu disse antes que não tenho nenhuma lembrança de flores de cerejeira”.

“Ei, bem, é o que você disse.”

“… Mas, hoje é diferente.”

   Mahiru mostrou um sorriso feliz e infantil. Este sorriso deixou Amane tímido e apaixonado por ela. Várias emoções cresceram dentro dele, e ele não pôde evitar de suspirar, quase gritando.

   Ele mesmo estava apenas caminhando com ela, mas Mahiru interpretou isso como uma lembrança de sentimentos preciosos.

   Ela não queria preservar essas flores de cerejeira para poder comemorar este momento?

   Amane, que percebeu isso, corou naturalmente.

“… Amane, o que há de errado com você?”

“… Nada, nada de mais.”

“Não acho que seja nada.”

   Quanto mais Amane virava o rosto para o lado, mais Mahiru queria ver sua expressão. Amane continuou torcendo seu corpo para tentar escapar da visão de Mahiru.

 

 

Resenha dos Tradutores/Revisores:

-DelValle: Esse capítulo me pareceu um belo de um shake (tipo uma mistura) com os capítulos 24.1, 24.2, 33, 62 e 84.2. Mas bem, flores de cerejeira, vou falar um pouco sobre, já que mesmo acompanhando aspectos da cultura japonesa (tipo anime, mangá, novel, etc), nem todos devem saber a sua importância cultural.

As flores de cerejeira, ou Sakuras, é uma árvore muito ligada à cultura japonesa, sendo também considerada a “flor nacional do Japão”.

Sua floração acontece para marcar o fim do inverno e a chegada da primavera, trazendo consigo os significados de beleza, feminilidade, amor, felicidade e esperança. Porém, esse período de floração acontece durante alguns poucos dias, também simbolizando efemeridade, porém destaca a importância de desfrutar de cada momento da vida. Além de serem símbolos de celebração de partida.

Essa época também é conhecida como Hanami, um evento em que família e próximos se reúnem na árvore de cerejeira para contemplar o desabrochar das flores e celebrar a chegada da primavera. Como acontece com os nossos pombinhos e aquele grupo de embriagados kkkk.

E bem, eu também não posso deixar de relacionar um certo episódio 22, de um certo anime que começa com Sakura, que inclusive teve o motivo de eu ler Otonari e então me tornar tradutor kkk.



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