Nitro: As Pegadas do Herói Brasileira

Autor(a): Lucas Aguiar Ferreira


Volume 1 – Arco 1

Capitulo 9: Um Verdadeiro Monstro! (Preliminar)

Os bandidos estavam receosos em encarar o jovem de cabelo ruivo devido à sua demonstração de agressividade, em lançar uma pedra de calçamento na cabeça do seu inimigo.

O loiro de cabelos espetados, olhos verdes, com uma cicatriz horizontal na boca, tomou a frente, empunhando um facão cheio de dentes.

— O que deu em vocês, pessoal? Ele é apenas um pivete! — o loiro lambeu a lâmina da faca. — Vou arrancar os olhos vermelhos dele, devem valer uma boa grana.

O bandido se aproximou, jogando a faca de uma mão para outra, e, quando estava próximo do jovem, tentou perfurar o seu torso com a faca na mão direita, porém, Dante segurou a mão dele com sua mão esquerda, antes que a faca o atingisse.

O bandido tentava puxar o braço, mas sequer conseguia movimentar o braço de Dante.

— O que foi, valentão? Parece que a sua força não consegue subjugar força de um pivete?

O homem, segurando seu braço direito com a mão esquerda, tentou puxar o braço imobilizado, mas, apesar de colocar toda a sua força, não conseguiu.

Dante desferiu um gancho de direita no estômago do bandido, que se curvou, espumando pela boca muita saliva.

— Sentiu esse soco fraquinho? Mas você não era o maioral?

Ele colocou a mão esquerda no ombro de Dante para não cair, mas sem piedade, o ruivo deferiu-lhe um gancho no queixo com a mão direita.

O Homem foi jogado no ar e depois caiu no chão inconsciente.

— Próximo!

Correndo contra Dante, um musculoso, careca, cego de um olho, segurava um bastão de basebol e, com ele, pretendia agredi-lo.

Mirando na cabeça, o careca o atacou no sentido vertical, o jovem se desviou com facilidade, apenas virando-se para o lado.

O careca mais uma vez tentou atingi-lo, mas dessa vez com um ataque vertical na altura da cabeça. No entanto, o ruivo se esquivou novamente, abaixando-se.

— Você seria um péssimo jogador de basebol!

Irado, o careca começou a balançar o bastão contra Dante várias vezes, mas, desviando dos ataques com suavidade, se esquivando-se para o lado e para baixo, o ruivo permaneceu sem levar nenhum dano.

O careca repetiu o movimento vertical com o taco, e o jovem ruivo aproveitou para lhe aplicar uma alavanca, jogando-o no chão. Pisando na cara dele, Dante o deixou inconsciente.

Só restou o homem de dreads no cabelo, que segurava a irmã de Dingo.

— Solte-a antes que eu quebre a sua cara!

O homem jogou a menina em direção a uma parede de tijolos, mas Dingo teletransportou e segurou a sua irmã antes que ela se chocasse na parede.

Dante se enfureceu com a covardia do inimigo e, entrando e postura de combate, avançou. — Seu covarde, eu vou acabar com você!

Dante desferiu um soco com a mão direita usando toda a força, porém o bandido bloqueou com a palma da mão esquerda.

— Eu não sou como esses idiotas, pivete!

O homem desferiu um soco com a mão direita contra o rosto de Dante, que conseguiu se desviar mexendo a cabeça para o lado direito, mais sua bochecha esquerda foi arranhada com o deslocamento de ar daquele soco.

Dante saltou para trás, surpreso com o poder do seu adversário, que antes julgara ser alguém fácil de derrotar.

— Comigo o buraco é mais embaixo, garoto!

— Então eu vou chutar o seu buraco pra bem longe daqui!

Dante avançou contra o adversário, concentrando força em seus braços e pernas.

Com dezenas de socos diretos, Dante tentava acertar o rosto do seu adversário, mas, desviando os punhos do rosto, o bandido movimentava seus braços como uma cobra.

Dante desferiu um cruzado de direita em direção ao rosto do bandido, mas ele segurou seu punho com as duas mãos e, girando, lhe aplicou uma alavanca.

Em pé, de joelhos dobrados, Dante aproveitou que o bandido ainda segurava a sua mão, e evitou cair de costas no chão.

Agarrando o punho direito do bandido com a mão esquerda, Dante também lhe aplicou uma alavanca. — com o bandido virado de costas— fazendo-o cair de joelhos no chão.

Dante se colocou em posição de ataque, e o homem se levantou, também se colocando em posição de ataque.

— Até que você luta bem, moleque! Mas eu estou sem tempo, por isso vou ter que te matar!

De repente um Nitro roxo emanou do corpo do homem, tomando a silhueta de uma cobra-rei. Os olhos dele ficaram roxos e suas íris afinaram, como as íris de uma cobra.

Dante deu um passo para trás, pois sabia que aquele homem conseguia dominar o seu Nitro e possivelmente ficaria muito mais forte.

Antes que homem terminasse sua liberação, nuvens vermelhas cobriram os céus da cidade.

Uma chuva pesada começou a cair e raios vermelhos cortavam os céus. O homem dispersou sua energia, e abriu um sorriso.

— Vou deixar para matar você em outra ocasião! O meu nome é Trevon Snake, o rei das serpentes!

— E o meu é Dante Andrianakis, o terror dos vagabundos!

Com um breve sorriso, Trevor diz:

— Então, até breve terror dos vagabundos!

Uma gosma roxa cobriu o corpo dos bandidos, e de repente eles não estavam mais ali.

 No mesmo instante, a chuva parou, e as nuvens vermelhas desapareceram.

A irmã de Dingo chorava descontroladamente, e seu irmão, colocando-a no colo, tentava acalma-la.

Dante se aproximou do amigo e, limpando o sangue que escorria do lado esquerdo do seu rosto — com a mão esquerda — o confrontou.

— Iai cara, você realmente quer continuar fraco?

O marciano não conseguiu responder o amigo, pois estava muito frustrado, a ponto de desejar a morte em pensamento.

— O que faz aqui, Dante? Por que não foi treinar?

Dante ficou paralisado, pois sabia que aquela voz irritada era do seu treinador.

Virando-se rapidamente, Dante olhou para o seu treinador, que estava com uma regata azul, bermuda preta e de braços cruzados.

— Treinador, como o senhor está? Nossa, o senhor me parece mais forte!

— Larga dessa “puxação de saco” e responde minha pergunta!

— A diretora Lúcia aconselhou-me a se escrever em um dojo de artes marciais para aperfeiçoar minhas habilidades! Aí eu tive um pequena discussão com meu amigo e ainda tive que salvá-lo, assim não tive tempo de ir para os treinos!

— Se foi a Lúcia, tá tudo certo! Mas vá depressa! Já está escurecendo!

— Sim treinador! — Dante se virou para seu amigo, e disse. — Iai, você vai ou não vai?

— Eu preciso levar minha irmã pra casa!

— Pode ir, eu levo a sua irmã! Antes disso lembre-se: nós somos o fruto de nossas escolhas!

O conselho do treinador comoveu o coração de Dingo que entregou a irmã para o treinador. A Criança dormiu nos braços dele, sentindo-se tranquila.

Dante, com a mão esquerda, a garrou o braço direito de Dingo, carregando-o enquanto corria em alta velocidade.

O treinador se aproximou de um prédio de três andares e falou com um tom de voz gélido.

— A sua presença nessa cidade não é necessária!

Em cima do prédio, vestido com um sobretudo preto, e capuz sobre a cabeça, estava o guardião de Luna, com as mãos no bolso.

O guardião de Luna deu as costas para o treinador, e desapareceu em um feixe de luz vermelha.

Balançando a cabeça, o treinador seguiu o seu caminho.

— Estou farto de crianças rebeldes!

                                                                      (...)

O dojo do mestre Ye não ficava muito longe do lugar onde Dante e Dingo estavam, tanto que em poucos minutos correndo, os dois chegaram ao dojo.

Vendo o estado deplorável do dojo — com a fachada de madeira apodrecida e a placa escorada na parede — o marciano estranhou que naquele lugar alguém treinasse.

— Oxe, isso é um dojo? Parece mais um terreno baldio!

— Eu também pensei a mesma coisa desde o dia que vi!

— Isso são os males da vida adulta! Quando chegarem lá vão achar minha casa uma mansão! — Ye saiu de dentro do prédio como se adivinhasse a visita dos jovens.

— Esse é o mestre? — falou Dingo com um semblante de reprovação. — Isso não bate nem em mosca!

— Dante, o meu dojo não se responsabiliza pelo bem-estar do seu animal de estimação! Alguma lagartixa pode devorá-lo! — zombou Ye do tamanho do marciano.

Sentindo-se ofendido, Dingo protestou com o amigo:

— Ouviu, Dante? Esse velho me chamou de animal de estimação! Eu vou embora!

Dante agarrou o braço do marciano.

— Você não vai a lugar nenhum! Além disso, foi você que começou!

O marciano abaixou a cabeça, e Dante ficou encarando o mestre, que também não desviava o olhar.

— Eu aceito ser seu discípulo, mestre Ye!

— Eu já sabia que você ia aceitar! Afinal, o seu destino é alcançar o topo!

— O meu destino? Como o senhor sabe disso?

— Devido à cor dos seus olhos!

— E o que a cor dos meus olhos diz? — perguntou Dingo.

— Os seus olhos não me dizem nada, marciano! Talvez você esteja escondendo algum segredo!

Dingo abaixou a cabeça e se calou.

— Garotos, estejam aqui amanhã, que é domingo! Vamos ter um pequeno treino!

Os garotos concordaram, e antes de ir embora, Dante perguntou:

— Como a Luna está, mestre?

— A jovem está enfrentando um grande desafio!

Quando o mestre falou isso, Dante entendeu que ele se referia à saúde dela, mas ele se referia ao treinamento que ela estava passando.

Dante e Dingo foram embora, e o mestre abriu um breve sorriso olhando para os dois.

— Mais uma vez, a história se repete, só espero que dessa vez tenha um final feliz!

                                                                  (...)

Em uma área remota, cercada por grandes rochas, o marciano adulto tentava liberar o poder da Esmeralda, que tornava o seu portador imortal.

Segurando firmemente a joia com a mão direita, o marciano proclamou um encantamento:

— Corpo indestrutível, santo que não pode morrer, vida que transcendeu o tempo, abençoado pelo verde da Esmeralda do poder, responda o meu chamado, e me faça ser um deus imortal...

A Esmeralda verde, tornou-se vermelha, deixando o marciano confuso. De repente a joia explodiu pulverizando o braço direito do marciano.

O marciano deu um grito de dor, tentando entender o que havia acontecido — Droga, o que foi que aconteceu? Eu deveria ter me tornado imortal!

 de repente, uma voz calma, mas intimidadora, pegou o marciano desprevenido. — Achou mesmo que seria tão fácil invadir uma base de Piece Patrol, Alex?

O guardiã de Luna apareceu em cima de uma Rocha, com as mãos nos bolsos do sobretudo.

O marciano, com um semblante de medo, pronuncia a identidade do guardião. — Você planejou tudo isso, Ares?

— A melhor forma de se livrar de um rato é usando uma isca, para depois mata-lo com uma ratoeira! Eu não sou uma ratoeira, mas vou te fazer em pedaços!

Um Nitro vermelho cobriu o corpo do guardião, e a Rocha que estava abaixo dos seus pés se quebrou. Ares flutuava no céu como se estivesse pisando no ar.

O marciano se regenerou e se teletrasportou para um Jardim repleto de flores brancas. De repente, em um feixe de luz vermelha, Ares surgiu à sua frente, com as mãos ainda no bolso.

O marciano franziu a testa de tão irado, e usando o seu teletrasporte mais uma vez, parou em um lugar deserto, cheio de cactos.

Em poucos minutos, Ares surgiu em um flash vermelho, com as mãos no bolso.

— Você não pode escapar de mim! Aceite a sua morte de uma vez por todas!

Alex sentiu um peso enorme sobre os seus ombros, parecia que a gravidade havia aumentado do nada.

Ares caminhou em direção ao marciano. A cada passo do guardião, Alex sentia que a gravidade aumentava, e, sem poder mais resistir, caiu de joelhos no chão.

Frente a frente com o marciano, que estava prestado aos seus pés, Ares direcionou a palma aberta da sua mão direita contra a cabeça dele.

 — Será que os marcianos também vieram do pó?

— Bem, eu sempre soube que tudo terminaria assim, Amigo!

O guardião abaixou a mão, e deu um chute no queixo de Alex lançando-o a dois metros no chão.

— Não vou te matar agora! Tenho planos para você! Quero que descubra tudo sobre um mascarado chamado Phoenix! E sua organização, Manus Frigidae.

— Espera, você não vai me matar? Achei que esse era o seu trabalho!

— Hoje sigo apenas minhas regras! E não se engane, um erro seu e eu te mato!

Ares desapareceu em um feixe de luz vermelha, e o marciano, todo suado, pensou:

— Parece que o heroísmo transformou você em um verdadeiro monstro!

 

 

 

 

 

 

 

 

 



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